I
9.00-12.00: preparação da conferência “ A emergência de uma Sociedade Europeia: visões cruzadas”
12.30-13.00: reunião a propósito do CIUE
13.00-15.00: reunião-almoço da CC MEHE
15.00-18.00: Provas de Agregação e reunião final: um excelente desempenho da candidata que me deixou orgulhoso e honrou a instituição.
19.00-…....a caminho do mar…
II
Se ubíquo pudesse ser e recursos tivesse (claro), hoje poderia bem estar na Universidade de Columbia (NY)[instituição privada membro da Yve League] a participar num grande evento científico e cultural, organizado por grupos de antigos e actuais estudantes e associado ao aniversário do protesto estudantil iniciado em 23de Abril de 1968 com a ocupação dos estudantes de um novo ginásio universitário.
“ Tensions between students and the university mounted in the 1960s for two reasons. First, Columbia had become heavily involved in research for weapons systems to be used in the Vietnam War [ As autoridades da Universidade tinham permitido a participação institucional de alguns dos seus professores no IDA - Institute for Defense Analyses, um “research think-tank” sobre armamento ligado ao Pentágono].Second, the university planned the construction of a gymnasium in Morningside Park where Harlem residents could only access the gym through a back door entrance on the bottom level, while the upper levels of the gym were accessible only to Columbia students and affiliates through the main entrance. This blatant segregationist policy led to black students and Harlemite supporters protesting what they called “Gym Crow”. In 1968, students passionate about both issues held a demonstration in Morningside Park, where the university had already begun to erect construction fences.» Recorde-se que na década de 1960s o número de estudantes negros matriculados na UC aumentou expressivamente. [Winston Willis To Remember Our past Is To Define Our Future: A History of Black Student Struggle at Columbia from 1968-1987, 1987, cit. in History of BSO]
A celebração do “Columbia 1968” inclui quatro dias (24 a 27 de Abril ) de Congresso [-Columbia 1968+40: War, race, Activism, and the University. An Intergenerational Dialogue - onde se apresentam e debatem visões cruzadas e transversais sobre o protexto estudantil, o contexto interno e externo, com ênfase para a Guerra do Vietnam, e dos efeitos locais e globais daqueles protestos. Nele participam jornalistas,activistas, antigos professores, historiadores, cientistas politicos, sociólogos,etc. A organização incluíu ainda no programa a exibição de 6 filmes dedicados ao conflito estudantil naquela universidade, filmes encomendados a realizadores independentes e que serão apresentados sem visionamento prévio. Decorrerão ainda muitas outras actividades associadas ao evento.
Em rigor a comemoração começou em meados de março com a abertura da «First Major Exhibition 1968: Columbia in Crisis», a propósito da qual pode ler-se no sumário :“ The occupation of five buildings in April 1968 marked a sea change in the relationships among Columbia University administration,its faculty,its student body, and its neighbors. Featuring original documents, photographs, and audio from the University Archives, "1968:Columbia in Crisis" examines the causes, actions, and aftermath of a protest that captivated the campus, the nation, and the world.» para uma visão mais detalhada cf. http://www.columbia1968.info/
III- Onde é que eu estava no 25 de Abril?
24 para 25.04.1974: 20 anos de idade, Bela Vista, Angola, 23.00 h-04.00h madrugada. Contacto internacional com rádio-amadores. 2:30-3:00 h da madrugada: notícias de Portugal, via um rádio-amador de Cintra, sobre golpe militar em curso. Coisa vaga. Não me lembro que tal notícia tenha então criado uma grande preocupação ou expectativa entre as 3 ou 4 pessoas presentes. Conversamos sobre o assunto, mas a nossa visão estava focalizada em Angola e não em Portugal [a terra dos “polacos” ou “pulas”…como se usava na gíria], em relação ao qual havia, também “entre os brancos de segunda”, um desprezo bem marcado.
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)