Editorial

Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).

À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.

DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.

Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.

A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.

Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.

Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)

segunda-feira, outubro 27

10219º Dia

I
8.00-10.00: Correspondência
10.15-10.30: Sessão de abertura da I Semana da Relações Internacionais organizada pelo Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais da Universidade de Évora
11.00-15.00: burocracia e renovação de documentos para viagem a Angola ( lá consequi escapar ao simplex do cartão-único que demora de uma semana a seis meses!!!!!)
15.00-17.00: preparação de comunicação
17.00-20.00: sessão de abertura da 2ª edição do mEHE
II
Depois de TB et al, European Societies: Fusion or Fission?, 1999, noite dentro… regressei à autobiografia de Samuel Chiwale.
HAF

domingo, outubro 26

10218º Dia

I
09.00-12.30: Relatório Final material e financeiro Projecto FCT…
14.30-17.30: MEHE- Desenho da Tese (uma agenda nova para arquivos “locais”. O exemplo do AHGC)
17.30-20.00: MEHE- Desenho da Tese (uma agenda nova para a História Colonial/ Africana)
II
A próxima semana é prometedora. Inicia-se com a I Semana da Relações Internacionais , uma promissora iniciativa do Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais da Universidade de Évora e nos dias 30-31, decorrerá igualmente o Seminário de Investigação “A Europa, Portugal e os Desafios da Globalização: Perspectivas Transdisciplinares” do NICPRI- Núcleo de Investigação em Ciência Política e Relações internacionais [Centro Interinstitucional da FCT]

HAF

10217º Dia

I
08.30-13.15: Relatório Final material e financeiro Projecto FCT… versão electrónica
II
Uma visita à TdasM e uma tarde de sol com a família ….onde o Sado de encontra com o mar .

HAF

sexta-feira, outubro 24

10216º Dia

I
09.00-12.30: Relatório Final material e financeiro Projecto FCT…
14.30-17.30: MEHE- Desenho da Tese (uma agenda nova para arquivos “locais”. O exemplo do AHGC)
17.30-20.00: MEHE- Desenho da Tese (uma agenda nova para a História Colonial/ Africana)
II
Depois do Daily Show, o regresso ao Samuel Chiwale: “Cruzei-me com a História. Autobiografia. …”
HAF

10215º Dia

I
09.00-12.30: preparação do HES19-20 (MT)
14.30-17.30: Seminário de Investigação do NICPRI: burocracia e detallhes.
18.00-20.00: Ocorreram as eleições para o Conselho de Escola do Agrupamento escolar centrado na André de Resende. Na minha Universidade os “renovadores” apresentam-se: alguns deles são há uma década titulares de muitos pequeninos e grandes poderes e nunca os vi aproveitar a oportunidade para renovar o que quer que seja no sentido de uma Academia moderna. Dos que conheço, excluindo um ou outro caso... trata-se de um “windbag” de herdeiros (e beneficiários) da velha burocracia informal e bem instalada. Há seguramente muito melhor para escolher. É difícil não haver. Não é uma questão de princípios e de chavões pomposos (e inócuos) mas de pessoas, de credibilidade. Sem mais detalhes, e detalhes conheço eu bem, a estes dou um rotundo “não”. Ponto final.
II
Depois de “Os Contemporâneos”, o regresso a Samuel Chiwale: “Cruzei-me com a História. Autobiografia. …”. A primeira parte (Uma infância entre dois rios”) deixou-me o sabor de um mundo paralelo que, em muitos aspectos, não exlcusivamente políticos, desconhecia. Fecho o livro ansiando pela noite de amanhã para a ele regressar. Não se trata de uma atraçcão literária.
HAF

10214º Dia

I
09.00-12.30: Relatório Missão Erasmus (USC)
13.00-14.30: Um almoço…em torno da PIDE/GDS
14.30-17.30: Reunião MEHE
II
Finalmente noite dentro cheguei a Samuel Chiwale: Cruzei-me com a História. Autobiografia. Lisboa, Ed. Sextante, 2008… um dos fundadores da UNITA… e um quase conterrâneo, com quem um dia poderei ter cruzado em terras do fim do mundo.
HAF

terça-feira, outubro 21

10213º Dia

I
09.00-11.00: Arquivo Académico da UL (Secção FLUL)
11.15. 18.00: ANTT/ PIDE DGS/ SC/ SMM e GM.
II A Senhora Ministra da Educação e o “Disparate do mês”
Numa entrevista publicada na Visão de 16 de Outubro, a ministra explica “Porque é que há uma corrida dos professores à reforma , 700 só no próximo mês? “ do modo seguinte:
“O aumento da idade de reforma e a alteração do estatuto de carreira do docente acarretaram, sobretudo para os professores em fim de carreira, uma mudança. Alguns iam à escola quatro horas por semana. Foi preciso dizer aos professores que as outras horas de trabalho, que o País paga, são precisas nas escolas, que os alunos precisam delas.Imagine um professor que ia oito horas à escola e que, de repente, passa a estar lá 25! Pessoas que acumulavam nos colégios privados, deixaram de poder acumular. Isto é dramático? Do ponto de vista do sistema, não é dramático. Hoje, o País tem milhares de jovens diplomados a querer entrar no sistema de ensino” [Visão, 16 de Outubro 2008]
[http://aeiou.visao.pt/Actualidade/Portugal/Pages/EntrevistaaMinistradaEducacao.aspx]
Eis o esclarecimento de um profissional do sector: “Todos os professores sabem e a ministra ainda melhor, dado que foi professora primária alguns anos, que um professor do 2.º e 3.º ciclo, por exemplo, tinha no antigo estatuto da Carreira Docente um horário semanal de 35 horas. Sendo 22 lectivas, 2 horas para reuniões e 11 horas para preparação de aulas, testes, fichas e outros trabalhos de investigação e apoio aos alunos. Aos 40 anos tinham uma redução de 2 horas na actividade docente, aos 45 tinham uma redução de 4 horas, aos 50 tinham uma redução de 6 horas e aos 55 tinham uma redução de 8 horas. Portanto, aos 55 anos os professores tinham o seguinte horário de trabalho semanal: 14 horas lectivas, 2 horas para reuniões e 19 horas para preparação de aulas, testes, fichas e outros trabalhos de investigação.
No actual Estatuto, os professores do 2.º e 3.º ciclo têm o seguinte horário de Trabalho semanal (Total 35 horas): 22 horas lectivas, 2 horas para trabalho no estabelecimento para aulas de substituição e apoio a alunos, 2 horas para reuniões e 9 horas para trabalho individual para preparar as aulas e para outras actividades, como fazer testes e fichas.”
Pelo que fica dito sou tentado a supôr que os ditos “Alguns [que] iam à escola quatro horas por semana” deveriam ser aqueles que, tendo doenças graves e terminais, eram mesmo assim forçados a trabalhar por não conseguirem obter a dispensa da actividade lectiva, casos dramáticos de que recentemente tivemos diversos exemplos. Se são estes os casos, ou um ou outro exemplo de maior laxismo, acho que também nos disparates a Senhora Ministra pode interrogar-se: “Tenho surpreendido muito, não é?'. De um ministro, mesmo que bom, espera-se sensatez, honestidade intelectual e capacidade de superar a velha tentação do “espelho meu….”
Alguém lembrou uma das muitas patetices com que o MST brinda este grupo profissional: “os professores os inúteis mais bem pagos deste país”. Espero que seja resultado de uma reflexão pessoal.
HAF

segunda-feira, outubro 20

10212º Dia

I
09.30-19.15 : ANTT: processos PIDE/DGS: Colónias Portuguesas, a era pós-colonial e o papel de GM
II
Uma prioridade institucional obrigou-me a faltar a uma reunião que gostaria de não ter perdido. As notícias que dela me chegaram indicam que a língua portuguesa se torna particularmente difícil quando as pessoas já perderam a capacidade de se libertar das aranhas e diabinhos que se instalaram no cérebro, convertido em espaço cheio de impressões e vazio de conhecimentd e de soluções. Mas desta vez estou com a pachorra da determinação. Vou pedir responsabilidades e prosseguir , sem mais cedências, o “combate” por programas educativos de 1º Ciclo em História que sejam competitivos e prestigiados porque úteis para os estudantes , para a instituição e para o país. Portanto, quem já se sente farto, é melhor preparar-se para o que aí vem. Ao lermos fragmentos do Diário de Salazar (António Trabulo, Ed. PAMP, 2008) entendemos a longa arqueologia que liga ignorânica-medo-diabolização. Nada para o qual não haja remédio: substituir a tradicional sabichonice nacional por possibilidades e ideias formadas com base em informação consistente, que só se obtem com trabalho sério, sistemático, puro e duro. É isso que se deve aprender, fazer e ensinar numa Universidade.
HAF

domingo, outubro 19

10211º Dia

À volta da reunião do CDH dedicado à apreciação do programa formativo de 1º Ciclo em História, com a presença do Magnífico Reitor. Ausente da reunião, por outras razões académicas, deixei hoje escrito e distribuido entre entre os conselheiros o meu parecer sobre o assunto e uma proposta de trabalho. Se as pessoas tivessem a preocupação de fazer o trabalho de casa eram menores as possibilidades de chegar a este “ponto [muito] crítico”.
HAF

10210º Dia

À volta do Relatório Final do Projecto FCT/Mobilidade Social e do "marketing" do Seminário do NICPRI (30-31/out/2008)
HAF

10209º Dia

09.00-12.30: preparação de sessão de seminário MEHE
14.30-17.00: Aula Prática MEHE/ HCTN-DT/ Parte 1 (Arq. Gov. Civil)
17.30-19.30: Aula Prática MEHE/ HCTN-DT / Parte 2 (Bd Biblio. Electr.)
HAF

quinta-feira, outubro 16

10208º Dia

I
09.30-12.30: Preparação do Elogio HC GSMM
14.30-16.30: Relatório NICPRI e Relatório Final do Projecto MS
16.30-19.30: Miguel Buendia Gómez: Educação Moçambicana. História de um Processo, 1962-1984, ED. UEM, 1999
II
Se o Mundo Pudesse Votar



HAF

10207º Dia

09.30-11.30: Arquivo Histórico Serviços Académicos da Universidade de Lisboa: Cf processo de aluno (com autorização reitoral num par de horas…)
12.3013.45: Consulta do Viajante seguido do regresso a Évora
17.00-19.30: Reunião do NICPRI.UE. Admissão de novo Doutorado.
HAF

terça-feira, outubro 14

10206º Dia

I
9.30-19.15: ANTT: processos PIDE/DGS: Colónias Portuguesas.
II O País Pacóvio
Achamos sempre que já conhecemos a fundo o lado parolo do país. A narração de uma programa de f“(de)FORMAÇÃO [em] «MAGALHÃES» para 200 professores , organizada pela DREC em finais de setembro no parque tecnológico de Cantanhede afasta a possibilide de haver limites. O narrador participou na sessão. A descrição está disponível em http://paulocarvalhotecnologias.wordpress.com/2008/09/29/deformacao-%C2%ABmagalhaes%C2%BB/
Vale a pena ler o texto , ver o fragmento de video e perceber porque por vezes alguns portugueses se sentem o “ Burkina Fasso da Europa”.
HAF

segunda-feira, outubro 13

10205º Dia

I
9.30-19.15: ANTT: processos PIDE/DGS: Colónias Portuguesas. Vidas cruzadas…

II O Nobel das Ciências Económicas: um liberal com consciência
Paul Robin Krugman [ e não Paul Kruger, como refere alguma imprensa ou seja Stephanus Johannes Paul Kruger, o afrikander que foi o primeiro Presidente da República do Transvaal (1880-98), cujo nome ficou ligado ao Kruger National Park, RSA ] , 55 anos, Professor da Princeton University (desde 2000) , “ Op-Ed page columnist “ [editorialista ] do The New York Times há quase uma década [ revelando-se um dos mais duros críticos do Bushismo económico] foi galardado com o Nobel das Ciências Económicas [ou para ser rigoroso: Prémio Sveriges Riksbank de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, criado em 1968]. Como informou o Júri, o principal mérito do reputado economista (e polémico publicista) foi o de ter revelado,“ the effects of economies of scale on trade patterns and on the location of economic activity”, a partir dos quais desenvolveu modelos de comércio entre países. Autor de uma extensa bibliografia, li dele há alguns anos, um artigo de que foi co- autor: A. Abel, M. Beleza, J. Frankel, R. Hill, P.Krugman, “A Model of the Portuguese Economy” , in Economia , Lisboa, Ed. UCP -FCH, 1 (1977), pp. 113-120, uma revista , fundada e dirigida por Jacinto Nunes, que, curiosamente, neste seu primeiro número incluía um texto sobre “Os prémios Nobel da Economia “ . No ano anterior (1976) o galardoado tinha sido Milton Friedmann , cujas relações com a História Económica [no caso H. Monetária] eram fortes, uma característica partilhada por muitos outros titulares do dito prémio : Simon Smith Kuznets (Estados Unidos) [1971] , Wassily W. Leontief (Estados Unidos) [1973], Gunnar Myrdal (Suécia) [1974], 1993 Robert William Fogel (Estados Unidos) e Douglas Cecil North (Estados Unidos) [1993] para destacar os exemplos mais sonantes.
Uma versão preliminar daquele artigo foi apresentada na Conferência International sobre Economia Portuguesa [FCG]:Miguel Beleza, Jeffrey Frankel, Raymond Hill, and Paul Krugman."A Economia Portuguesa: Evolucão Recente e Situacão Actual" Lisboa, FCG, Portugal, 1976. Anos depois Krugman regressa à revista Economia, numa co-autoria com J. B. Macedo: “The economic consequences of the April 25th Revolution “ (Economia, volume 3, nº 3, pp. 455-83), um artigo comentado no mesmo número por Jeffrey A, Frankler (pp. 484-86).
Voltei a cruzar com Paul Robin Krugman, numa coleção de artigos e discursos dos anos 1980-90 reunidos num livro bastante acessível na leitura: «La mondialisation n'est pas coupable. Vertus et limites du libre-échange» [Paris, La Découverte, 2ª Ed, 2000] , que reune um conjunto de textos que tem em comum um ataque ao então designado “pop internationalism” ou “teoria pop” do comércio internacional. Mais recentemente leio ocasionalmente os seus controversos editoriais no NYT, como “Memories of the late 90s”[ 11.10.2008] , “OverFed?” [30.09.08], Embedded vs. non-embedded inflation [31.05.2008], etc…
O NYT inclui hoje uma nota nota biográfica do novo Nobel. “Mr. Krugman [1953-…] received his B.A. [em História] from Yale University in 1974 and his Ph.D. [em Economia] from MIT in 1977. He has taught at Yale, MIT and Stanford. At MIT he became the Ford International Professor of Economics. Mr. Krugman is the author or editor of 20 books and more than 200 papers in professional journals and edited volumes. His professional reputation rests largely on work in international trade and finance; he is one of the founders of the "new trade theory," a major rethinking of the theory of international trade. In recognition of that work, in 1991 the American Economic Association awarded him its John Bates Clark medal, a prize given every two years to "that economist under forty who is adjudged to have made a significant contribution to economic knowledge." Mr. Krugman's current academic research is focused on economic and currency crises.At the same time, Mr. Krugman has written extensively for a broader public audience. Some of his recent articles on economic issues, originally published in Foreign Affairs, Harvard Business Review, Scientific American and other journals, are reprinted in Pop Internationalism and The Accidental Theorist. On October 13, 2008, it was announced that Mr. Krugman would receive the Nobel Prize in Economics.” Sobre as suas publicações mais relevantes pode consultar: http://www.pkarchive.org/personal/CV.html.
Todavia não posso deixar de destacar um dos seus trabalhos mais recentes, «The Cons-cience of a Liberal»,editado pela W. W. Norton (October 1, 2007), onde escre-veu : "My generation grew up in a nation of strong democratic values and broadly shared prosperity. But both those values and that shared prosperity have been slipping away. We can reverse that trend. Political and economic reform turned the oligarchic America of the Gilded Age, a place of vast inequality, bigotry, and corruption, into the imperfect but far better society of the postwar era. The challenge now is to do again what the New Deal did: to create institutions that will support and sustain a decent society."
Esta ligação à experiência histórica [espesura temporal dos feómenos] já ficou bem vindada no seu Autobiographical Essay [1992] assim: “But the honest truth is that what drives me as an economist is that economics is fun. I think I understand why so many people think that economics is a boring subject, but they are wrong. On the contrary, there is hardly anything I know that is as exciting as finding that the great events that move history, the forces that determine the destiny of empires and the fate of kings, can sometimes be explained, predicted, or even controlled by a few symbols on a printed page. We all want power, we all want success, but the ultimate reward is the simple joy of understanding”
HAF

domingo, outubro 12

10204º Dia

I
Para o debate sobre a emergência de “uma sociedade europeia” é preciso reler: Colin CROUCH : Social Change in Western Europe (Oxford University Press. Oxford 1999)
II
A Universidade de Évora regressa à imprensa por muito boas razões. “Universidade inova nos festejos dos 450 anos da sua fundação. Academia de Évora é a primeira a lançar conteúdos lectivos online para a mundo”. O projecto integra-se no Universia Portugal (ocw.universia.net) e só estará acessível ao público daqui a um ano (o que é fundamental concretizar). Todavia já no próximo dia 1 de Novembro, Dia da Universidade, será inaugurado o UE LINE TV, um canal de alta definição , que disponibilizará “conteúdos, actividades culturais, científicas, concertos, conferências, seminários, ensino à distância e acções realizadas na academia ou por si organizadas”. Notícia extensa no Público de hoje (Local, p. 19)
III
O Caderno de Economia do hebdomadário "Expresso" não é agradável de se ler, mas é útil.Mostra onde estamos e o trajecto económico mais provável para os próximos anos. Acabamos de passar por “uma das piores semanas de sempre nas bolsas”, e as expectativas são de um expressivo abrandamento do crescimento ecómico nos próximos (longos) meses , com “vários países europeus” a entrar em recessão (como o UK e Espanha) e o crescimento zero na economia portuguesa [crescimento do PIB: 1,9 (2007), 0,6 (2008) e 0,1 (2009), sem agravamento do desemprego e do défice externo e uma redução da inflação. O Ciclone Americano ainda está para durar e desta vez podem ser as economias emergentes as menos afectadas. António Borges analisa a crise (Lições da Crise Financeira – uma primeira abordagem ): partindo das origens (e dos factos) aflora a controvérsia das interpretações e efeitos ( o “fim do capitalismo” e o “regresso do socialiasmo”, os limites da “inovação financeira” ( terá o “subprime” – crédito hipotecário em condições de risco mais elevado – sido um excesso de inovação….), o papel da regulação, a remuneração (gananciosa?) dos banqueiros (ou apenas pouca oferta de especialistas e muita procura de especialistas em “produtos demasiado complexos”? ) e conclui que a crise financeira “resulta de um grande conjunto de factores” ( política monetária pouco prudente, a tardia percepção da excessiva valorização dos bens imobiliários , um excesso de inovação financeira, a ineficácia dos reguladores sobre os níveis do risco bancário, a distracção dos banqueiros com o seu enriquecimento pessoal)” mas que o capitalismo não está em perigo, e “ a crise passará, mais cedo ou mais tarde” (!!!!!!). O alvitre é de uma contenção absoluta: nem mais cedo que tarde, nem mais tarde que cedo. Boa malha. Aquela eu também eu era capaz de alcançar....e não precisava de ocupar duas páginas de jornal. E com tanto "espaço" até arriscava um cenários.

HAF

sábado, outubro 11

10203º Dia

I
10.00-18.00: NICPRI / Burocracia, reunião preparatória do CC de 15 out; produção cientifica 2008 ; e programa definitivo do seminário (30-31 OUT, Universidade de Évora) , marketing e Honoris Causa. Correspondência.
II
Conhecidas as colocações da 2ª FASE [http://www.dges.mctes.pt/coloc/2008/], ficou definitivamente claro que, em todas as universidades, houve ou "overbooking" as vagas oferecidas no 1º ciclo em História ou afins, excepto na Universidade de Évora que, oferencendo um total de 20 vagas apenas preencheu 50%, colocando-se no limiar da ruptura. Connhecem-se muitíssimo bem as causas, que não são demográficas. Felizmente este resultado é quase uma excepção na Universidade de Évora´, já que raríssimos são os cursos que não ficaram tapados. Ora, numa instituição que quer promover as boas práticas, chegou o momento de assumir e/ou de pedir responsabilidades. Espero, nos próximos dias, notícias nesse sentido.
HAF

10202º Dia

08.00-10.00: Burocracia CC MEHE
10.00-17.00: Preparação de seminário
17.15-20.00: Seminário HCTN-Desenho de Tese (MEHE)
HAF

10201º Dia

9.30-19.15: ANTT: processos PIDE/DGS: Colónias Portuguesas. Vidas cruzadas…
HAF

quarta-feira, outubro 8

10200º Dia

9.30-19.15: ANTT: processos PIDE/DGS: Colónias Portuguesas. Vidas cruzadas…

terça-feira, outubro 7

10199º Dia

I
9.30-19.15: ANTT: processos PIDE/DGS: Colónias Portuguesas
II

Este número de Alternatives Economiques [n°273,Octobre 2008] não é só oportuno, é também interessante. No essencial permite uma visão bastante clara dos mecanismos que estão a gerar o pânico nas instituições financeiras mundiais.
HAF

segunda-feira, outubro 6

10198º Dia

I
9.30-19.15: ANTT: processos PIDE/DGS.
II
Começou hoje, em Lisboa, um congresso internacional (org. CNC) que tem o propósito de reflectir sobre e homenagear a “obra” de Eduardo Lourenço . O congresso organiza-se em seis painéis temáticos. O NICPRI está presente com uma contribuição [Imaginar a Europa: de Sujeito a enjeu da História] de JTPL (Universidade de Évora) para o painel “ EUROPA E HISTÓRIA”, uma relação (unidade analítica vs escrita da História) que hoje é objecto de um debate essencial . Os outros painéis são os seguintes: DIVULGAR EDUARDO LOURENÇO , CULTURA PORTUGUESA. LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA (I e II) TEORIA POLÍTICA, FILOSOFIA E ENSAÍSMO. O congresso encerra com uma sessão de Testemunhos. Seria interessante que as versões draft das comunicações estivessem disponíveis.
III
No país da "insegurança social" , para a disputa eleitoral em curso a senhora Palin foi buscar ao saco a artilharia dos perdedores: a diabolização do adversário. Os republicanos dão sinais claros de completo desvario…
IV
DA FCT, em especial de um dos seus paineis de avaliação de candidaturas a bolsas de doutoramwnto , chegam noticias que poderiam entrar no lote dos “tesourinhos deprimentes” com que os GF nos presentearam na série “Isto é uma espécie de magazine”. Vou querer conhecer esta história, que de história "pequena" se trata, a fundo.
HAF

domingo, outubro 5

10197º Dia

I

II
Um dia agradável no EN.

Quanto ao jogo Benfica-Charruas (ESAC), foi interessante e a distancia dos números não me parece ter resultado da distância técnica enre as duas formações Provavelmente tenha faltado às "CHarruas" um táctica ajustada ao diferencial físico entre as duas equipas, sendo que a perdedora revelou também não ter banco para uma jogo deste tipo, literalmente. Em Alvalade SCP 01-02 FCP. Há dias assim....
HAF

sábado, outubro 4

10196º Dia

I
10.00-20,30: Preparação de documentos para a Reunião do NICPRI.UE (15.10.08) e do Seminário anual do do NICPRI cujo tema é “A Europa, Portugal e os Desafios das Globalização. Perspectivas Transdisciplinares”(univ. Evora, 30-31.Out. 2008): sessões, comunicações, logística, conferências públicas, etc.
II A Avaliação dos Centros de Investigação (FCT)
Fui mais umavez à página web FCTe notei que as avaliações dos centros de investigação só acabam na primeira semana de Dezembro de 2008 (os da Economia e Gestão). Em suma, só haverá resultados no anos das eleições. Seguir-se-ão dois ou três pares de meses de negociação e formalização de contratos, etc.etc... A ineficácia é de tal magnitude (os documentos finais das candidaturas foram entregues em Julho de 2007….) que só por sí mostra o que é hoje a FCT. A lentidão das decisões tem a virtude de favorecer a intervenção dos factores“ não transparentes”. O país tem muito trabalho pela frente para se livrar da praga da ineficiência deliberada. É convição geral, porque é comum ouvir entre pares, que a instituição em causa, precisa de uma varridela de grande extensão. Um bom exemplo é como a comunidade cientitica está a encarar o actual concurso a posições de Presidente do CC das quatro grande áreas científicas em que a FCT está estruturada. Contava-me há muito poucos dias um colega que na instituição que integra há uma grande agitação em busca de um candidato voluntário (e com peso curricular) para evitar a eventual ocupação da posição por um candidato de uma outra unidade (identificada) cuja acção se presume não deixará de ser nefasta para as unidades concorrentes...A probalibidade de o meu amigo e dos seus colegas terem razão é enorme.
HAF

10195º Dia

09.30-11.30 : John D. Hargreaves: Decolonization in Africa (1996)
13.00-16.30: preparação de seminário
17.00-20.00: Seminário HCTN-Desenho da Tese (MEHE)
HAF

quinta-feira, outubro 2

10194º Dia

I
08.00-12.00: Burocracia do NICPRI e preparação do PAPER ((SA/NICPRI /Universidade de Évora)
14.00-17.00: Arquivo GCE
17.30-20.00: Reunião da Coord. do NICPRI (online)
II
Grassa a convição do eminente "colapso" do DH . O assunto vai ser discutido na próxima semana em CD. Acabo de ver o tema na agenda da concovatória de uma reunião que está stá datada para um dia em que antecipadamente se sabia que alguns dos conselheiros não estariam presentes. Seja como for não acredito que neste momento haja condições (e imaginação) para propostas internas com futuro. Não haverá nada de novo antes do novo contexto institucional, e se houver matam-no como o mesmo voluntarismo como liquidaram outras na última década. O contexto desta convocatória, para quem o conhece com rigor, ilustra o tipo de navegação sem "accountability" a que este Dpt tem estado submetido. É preciso ter a coragem de querer mudar de vida. E a uns poucos só ficava assumir responsabilidades, demitindo-se,antes que lhas peçam. O que é o mais provável.
III
No dia em que as sondagens da Gallup ( www.Gallup.com) confirmam uma clara vantagem de Obama sobre McCain …. entretive o sono com palavras pela madrugada dentro para não perder o “único” debate entre a Governadora Sarah Palin e o senador Joe Biden , os candidatos à vice-presidência dos EUA . Acompanhei ainda as reacções, comentários e apreciações que se seguiram. A Srª Palin mostrou ter uma enorme facilidade de aprender e esteve muito bem, mesmo perdendo o debate. Registo algumas das apreciações que se aproximam da minha avaliação:
“The debate was not the bad night that some had feared, but neither was it a turning point for the McCain camp” [ Adam Magourney).
“The debate wasn’t so much between the two participants as it was between the dueling images of Gov. Sarah Palin.” [Alessandra Stanley , TV Watch]
“THE DEBATE'S WINNERS: PALIN AND BIDEN. ITS LOSER: MCCAIN. But regardless of who won or lost, a vice-presidential debate doesn't matter unless it produces a major gaffe. This one didn't. So, people will vote on the person at the top of the ticket, and by that criterion, even if you think Palin won the debate, it's hard to see how she changed the race much. That's not great news for John McCain. Both national and state polls are going in the wrong direction for him.” [ John Dickerson, in Slate]
“SARAH PALIN VS JOE BIDEN: IMPRESSIVE DEBATE BETWEEN FOLKSINESS AND EXPERIENCE .[ …] “On the substance, you might choose to award the debate – just - to Senator Biden. He seemed more in command of the issues and answered the questions from Gwen Ifill, the moderator, more directly, while Mrs Palin – poised and fluent as she was - gave the impression at times she was cleaving closely to campaign talking points. […]Last week, Senator McCain probably lost his first debate against Senator Obama by not winning it. On Thursday night Mrs Palin won her debate by not losing it.” [Gerard Baker, US Editor ; Times online].
HAF

quarta-feira, outubro 1

10193º Dia

I
08.30-12.30: Trabalho de arquivo
14.00-20.00: Preparação de paper (SA/NICPRI /Universidade de Évora)
….e num intervalo, lá se conseguiu a “consulta do viajante…”
II
SCP [ 2 ] - FC BASEL [ 0 ]
HAF

10192º Dia

08.30-12.30: Relatório visita Erasmus (USC), Revisão Inventário GCE, conferência pautas MEHE e compilação de documentação GM
14.25-17.30: Arquivo GCE
18.00-20.00: HARGREAVES John D. : Decolonization in Africa, London, Longman, 1996
20.00-21.00: Conversa “solta” mas clara sobre as eleições que se avizinham na UE : é preciso aproveitar a oportunidade para uma extensa renovação (substituição) das lideranças nos diversos níveis. Continuo a pensar que a solução insttitucional é sempre má quando os vícios de funcionamento tem condições de reprodução. É óbvio que o novo quadro institucional restringe a acção as famigeradas acumulações mas há outros mecanismos que não foram neutralizados. Esta é uma oportunidade para que todos assumam as suas responsabilidades sem qualquer temor. Sobre o assunto já tomei uma decisão que tornarei pública no início de Novembro.
HAF
[escrito a 30.09.2008 mas “posted” apenas no dia seguinte por razões técnicas]