Editorial

Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).

À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.

DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.

Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.

A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.

Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.

Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)

domingo, novembro 30

10254º Dia

Um dia de recuperação com algumas incursões aos candidatos ao programa de contratação de doutorados dos CEIS20. Gravação em CDs individuais de todo o material para os estudantes de HIE (baixo nível de segurança da infraestrutura da UMA). Desde ontem normalizado o acesso Web… permite actualizar o blogue.
Do meu Departamento na UE chegam notícias de mais uma “revisão” do programa do 1º Ciclo , que muda de designação. Suspeito que seja mais uma das tradicionais tarouquices: desta vez mexe-se apenas na mosca... sem se evocar um único argumento que fundamente uma nova mudança, uma vez que há 18 meses atrás era tudo excelente. A a mudança coroa o que tive oportunidade de ler na delirante acta da sessão anterior. Ando realmente a perder alguns momentos de antologia. Seja como fôr a decisão, seguramente baseada na natureza democrática do conhecimento, constitui um passo em frente para, de facto, recuar 3 ou 4 ou, se quizermos, a velha estratégia de dar folga ao lombo? Porque é que esta história (este DH) me faz lembrar algo no género de um “Welcome, Lenin!”. "I have no more patience".
HAF

10253º Dia

09.00-13.00: Passeio pedestre (com o Jedson) pela cidade e visita à Livraria Lello (avaliar recursos disponíveis para os estudantes; livros vendidos com preços proibitivos…um problema muito sério) . Algumas coisas com interesse sobre o tema da “ocupação do sul de Angola” (um tópico que continua na agenda e em revisão) e sobre a PIDE (edição do processo de D. Matrosse). Ainda deu para beber um “cuca, numa esplanada algures na “marginal”, cuja visão estava tapada por uma barreira de madeira…Uma marginal muito degradada e com enormes obras que originarão um “mudança estrutural”
14.00-16.00: dossier das candidaturas a contratação de doutorados (CEIS): é difícil avançar muito aqui…
16.30-19.00: visita à Ilha de Luanda (com ida à praia)
20.00….Jantar (especial) do corpo docente “externo” da UMA e “regresso(s)” à noite da Ilha de Luanda. Uma noite sempre longa…em tudo.
HAF

10252º Dia

07.00-09.30: Preparação (p.point , documentos de trabalho, temas de trabalho, grupos de trabalho etc.) para uma sessão suplementar (a 9ª) de HIE (MRIEE). Confirmada a incompatibilidade entre a minha agenda e a disponibilidade do G.W. para a ida ao Huambo .
10.00-16.30: visita a Luanda, uma cortesia da Reitoria da UMA
17.00- 21.00: 9ª sessão de HIE (sessão suplementaríssima)
HAF

10251º Dia

I
09.00-17.00: .00: Preparação (p.point , documentos de trabalho, núcleo de estudantes, conferência das presenças, grupos de trabalho, sumários ) das 8 e 9 sessão de HIE (MRIEE). Consegui receber via mail , candidatos a concurso para contratação de doutorados em HC (3 sub-campos) para CEIS20. A ida ao Huambo parece improvável para o período e agenda disponíveis.
18.00-22,00: 8ª Sessão de HIE
II
TÉLO Mario (ed.)- European Union and New Regionalism. Regional Actors and Global Governance in a Post-Hegemonic Era Second Edition, Universite Libre de Bruxelles, Belgium, 2008
HAF

10250º Dia

I
09.00-10.00: Regresso à Igreja do Carmo
10.00.12.30: Há dias que a correspondência é dificultada pela Web e tlm; obter outra certidão de nascimento agora no Huambo (contactos com Gen. W., F.K., e J.C.: eventual ida ao Huambo. Pedido de adiamento de regresso autorizado pelo MG(estudar possibilidade de criação de um centro de investigação RIEA). Chegou uma boa notícia dos referee sobre a aceitação de um capítulo de um livro [H A Fonseca and J Reis, 'The Limits of Agricultural Growth in a Fragile Eco-System: Total Factor Productivity in Alentejo, 1750-1850'; os méritos são de JR]
14.30-17.30: Preparação (p.point e documentos de trabalho) da sessão 7 HIE (MRIEE)
18.00-22,00: 7ª Sessão de HIE
II
OLISANWUCHE Esedebe P. : « PAN-AFRICANISM. The Idea and Movement, 1776-1991», Second Ed., Howard University Press, Washington, D.C. , 1994
HAF

10249º Dia

I
09.00-10.00: Um registo de nascimento mesmo à porta da UMA ( Igr. Carmo )
10.00.12.30: correspondência dificultada pela Web e tlm; outra certidão de nascimento a requerer no Huambo (contactos com Gen. W., F.K. e J.C.: eventual ida ao Huambo. Pedido de adiamento de regresso autorizado pelo MR.
14.30-17.30: Preparação (p.point e documentos de trabalho) da sessão 6 HIE (MRIEE)
15.00-17.00: Recepção de alunos de HIE
18.00-22,00: 6ª Sessão de HIE
II
POE, D. Zizwe- Kwame Nkrumah's Contribution to Pan-Africanism: An Afrocentric Analysis, Routledge, New York, 2003
HAF

10248º Dia

I
09.00-12.00: Preparação (p.point e documentos de trabalho) da sessão 5 HIE (MRIEE)
14.00-16.00: em busca de uma certidão de nascimento (igreja da Misericórdia, Igreja de S. Paulo)
18.00-22,00: Sessão de HIE
II
POE, D.Zizwe- Kwame Nkrumah's Contribution to Pan-Africanism: An Afrocentric Analysis, Routledge, New York, 2003
HAF

domingo, novembro 23

10247º Dia

Há dias em que as palavras nos limitam. Este foi um dia de fronteira. Uma fronteira que as imagens apenas ilustram. Há mundos assim: ou se gosta ou se ajuda a mudar. Talvez tenha chegado a hora de ser mais útil aqui.
















HAF

sábado, novembro 22

10246º Dia

09.00-12.30: Chegou a Marta, e depois de um pequeno almoço (sempre generoso em tropicalidades) partimos, algures para sul e depois de atravessar o mercado de S. Paulo, entre o mar e a estrada do Cuacuaco entramos no território do “Roque Santeiro” ( 6 pessoas: eu, M, L, C, M1+M2). Limpos de acessórios, com algum (pouco) dinheiro para uma urgência, com telemóvel simulado, um andamento “cuidadoso”. Circulamos com à vontade, em lugares mais extremos atiraram bocas (“os tugas veem ver a miséria onde moramos”). Chegamos ao extremo , junto ao muceque da Boavista, separado por uma barreira de lixo, com cerca de 2 centenas de metros. Ouviram-se propostas de casamento lisonjeiras…mas passamos, com alguma indiferença geral. Poucas compras: Chá de Caxinde, múcua, rebuçados “brasileiros” e mangas das pequenas para as meninas da casa (da cozinha da casa) , uns tecidos e pouco mais. Para trás deixamos tudo, desde panelas de 200-300 litros, sala de cinema, bancadas e bancadas de carnes e peixe “fresco” quanto possível , farinhas, roupas e sapatos de marca ou candongada, tudo o podemos imaginar comprar. E sons, cheiros, perfumes entrelaçados… Claro que ninguém se atreveu a exibir um tlm para uma fotografia simulada. A Marta deixou-nos ao meio da tarde: pareceu-me satisfeita com a experiência. A tarde foi de descanso para quase todos: para os que ressacavam da noite anterior e para os roqueiros “madrugadores". A "família" juntou-se para o jantar e futebol…(Naval-SCP] e alguns partiram noite dentro enquanto outros se anteciparam na deita porque o dia amanhã começa às 6 horas, em direcção ao Dande.
HAF

sexta-feira, novembro 21

10245º Dia

I
Uma manhã em reparações informáticas… seguido de um encontro e “longo almoço” com um grupo de amigos ( GP, K, C, M) seguido de uma reunião com o V-M da Cultura (CC). E um serão descandado enquanto o grupo foi para a ilha ….
II
O recontro com amigos tão influentes , interessados e interessantes, além da sensação de apenas não nos virmos desde a semana passada (e passaram 33 anos….) , com a informalidade do petit-non.., permitiu uma visão das fases de reintegração e do actual processo de reconstrução do pós guerra visto pela óptica de cada trajecto individual . E entre muits outras coisas …avançaremos coligados para uma fundação huambista de apoio aos órfãos da “nossa terra”. E isso far-se-á. No dia 15 parti para Angola sabendo que estava a iniciar um caminho como fim….ainda desconheço. Estou hoje mais consciente de que disso se trata realmente.
HAF

quinta-feira, novembro 20

10244º Dia

I
09.00-13.30: Preparação de materiais para os alunos de HIE. Novos projectos em conversas informais. O K. apareceu por aqui de surpresa… A agenda de amanhã fica quase preenchida..
15.00…. Regresso ao aeroporto para “recuperar” o passaporte (grafado com o visto). Tudo normal… Preveniram-me que poderia haver necessidade de “gasosa” para a coisa se fazer. Decidi, tal como à chegada, que não haveria “gasosa” para ninguém. E tudo correu lindamente. Fui recebido por funcionários simpáticos, um ou outro com um tic expectante mais copioso, nada que não tenha visto noutros sítios.
II
18.00-22.00: Aula de HIE. Tratou-se da emergência e dinâmica do pan-europeismo liberal e do Plano de A, Briand (SN, 1929-32) e dos planos europeus do Fascismo e Nazismo.
III
O serão prolongou-se. Com a chegada do D. veio alguma imprensa portuguesa. Não trouxe nada de novo, porque por aqui os “cooperantes” portugueses estão mais atentos ao dia a dia noticioso de Portugal (mesmo que se já apenas para saber que “Carlos Martins tem um estiramento” e que no noticiário a seguir “ Carlos Martins já está a tratar do estiramento” ) do que de Angola. Mesmo sendo verdade existir um particular interesse na saga já quase “heróica” (quixotesca e tonta) da Ministra da Educação – de como um projecto necessário ( a avaliação dos professores) vai para o “brejo” (como diz um arquitecto brasileiro , também professor algures numa escola secundária do país)- que dá sinais de excessivo desnorte e pior que isso de sobrevivêcia a todo o preço (agora com o simplex: então se era possível ser mais simples porque se adoptou um modelo tão complexo (ver doc . extraído de o Sol do passado dia 15 Nov.)?
Também nãopassou despercebida a classificação internacional do Teixeira dos Santos como “ o pior ministro europeu das Finanças no "ranking" do Financial Times” . No topo da noticia do FT do passado dia 17 Nov pode ler: “Now in its third year, the FT guide to Europe’s finance ministers benchmarks performance, to reveal who is the best performing and most respected – as well as potential future stars.” , e na base, antes de serem identificados os 15 “avaliadores” escreve-se “Since becoming finance minister in 2005, Fernando Teixeira dos Santos has presided over an austerity drive that has succeeded in bringing a spiralling budget deficit under control. His insistence on fiscal discipline has made the economy more resilient, but the global downturn has forced the minister, an independent who previously ran Portugal’s stock market watchdog, to downgrade growth forecasts for 2009, a general election year.” (Cf. Financial Times: http://www.ft.com/cms/s/0/24c0c498-b0c9-11dd-8915-0000779fd18c.html?nclick_check=1]
Na página do MCTES, o leitor dispõe da “Análise do Ensino Superior em Portugal pelos avaliadores da OCDE” (datado de 7 de Março de 2008) um relatório optimista do painel da OECD`s Education Policy Committee: maior abertura (acesso ) ao ES (especialmente nos politécnicos); criação de capacidade de intervistação através do incremento de redes externas com bom potencial (devem estar a referir-se ao Programa MIT-Portugal; UT Austin- Portugal , etc… onde o Ministério coloca uma pipa de massa) ; governo das instituições ; e qualidade da educação (criação do 3º ciclo e de uma agencia de avaliação e acreditação independente) . Se isso é tudo como se escreve óptimo. E se tudo isso melhorou a minha pergunta é elememtar: porque é que estamos há já 18 meses à espera dos resultados de uma simples avaliação dos centros de investigação? Foi com comoção que assistimos ao 6-2 (o jogo tipo andebol Portugal-Brasil, que coorreu bem , pois podiam ter sido 7 ou 8….) e ficamos a saber que JOC, o homem do BPN, está a ser ouvido no TC de Instrução Criminal .
HAF

10243º Dia

I
09.00-12.30: Preparação de materiais para os alunos HIE.
14.30-16.00: Reunião com a R.UMA
16.30….um contacto inexperado CCalei /V.M. Cultura (uma reunião para breve)
18.00-22.00: Sessão de HIE. Vale a pena trabalhar com quem quer aprender... num universo muito diferenciado. A verdade é que tenho tirado um enorme prazer destas aulas que voluntariamente se prolongam muito além dos horários previstos.
II
Luanda, vejo-a só das instalações da UMA: hoje, num dia de chuva, os cheiros ficam mais límpidos…
III
De Portugal, retemos aqui a tentação da Drª Manuela Ferreira Leite e e o clima completamente tresloucado que cincunda a Ministra da Educação. Torna-se difícil distingui-las no essencial. Na verdade nenhuma delas percebe o mundo actual. Não sei se os sindicatos defendem a solução mais adequada. Acho que todos beneficiavam se conhecessem realmente outras experiências hà anos em curso em algumas instituições europeias.
IV
Acácio Barradas (eds): Agostinho Neto . Uma vida sem tréguas: 1922-1979, Lisboa/Luanda, 2005
HAF

terça-feira, novembro 18

10242º Dia

Os dias já são pequenos. Apesar do trabalho prévio só agora ficou fixado ao programa de trabalho em HIE. Os ajustamentos tiram tempo. E as dificuldades funcionais não são diferentes das que decto no dia a dia na instituição de onde venho. Vejo aqui mais capacidade de improvisão e disponibidade do tipo: todos fazem tudo, de que os vice-reitores são exemplo. Mas há outra agenda que se alarga. Voltei a estar com o FK (que esperou por mim mais de duas horas …até ao termo da aula), e recebi uma mensagem do CC . Ve-lo-ei depois de falar com a R. O fim de semana ao Huambo está praticamente colocado de parte: não há espaço na agenda para “desperdiçar” tanto tempo.
18.00-22.00: sessão HIE/MRIEE
E chegou-me às mãos de Acácio Barradas (eds): Agostinho Neto . Uma vida sem tréguas: 1922-1979, Lisboa/Luanda, 2005. Vou zizaguear por este textodentro… Vi recentemente documentação que sugere interpretações interessantes sobre esta personalidade do pan-africanismo e do nacionalismo angolano.
Luanda, só pela janela e da varanda sobre a qual se deita a Baixa, a baia e a ilha.
HAF

segunda-feira, novembro 17

10241º Dia

I
09.00- 17.00 :Preparação da sessão de abertura do mestrado e organização dos diapositivos para a 1ª aula.
18.00-18.30: sessão de abertura do MRIEE (com o a MgReitora e Vice-Reitor)
1830-20-30: 1º sessão do mestrado
21.00-23.00: Correspondência e actualização do Blog (depois de vários dias sem acesso á Net)…
Um dia interessante. Alunos interessados. Veremos se tem memória, ou que memória têm. Alguns surpreenderam-me. Não vejo neles grandes resistências ou preconceitos culturais. Mas pressenti curiosidade.
II
Algumas surpresas: mensagens e contacos com MRuth, General PIWC, etc.. Aproximam-se tempos de mais novidades…
HAF

10240º Dia


O primeiro dia de Luanda. O aeroporto, com todos os seus vícios, foi transposto, 3 horas depois. Uma recepção entusiática pela comunidade “emigrante” residente na UMA, e festejada em grande ( uma mariscada…) .
Todavia, os momentos principais foram outros : o re-encontro com FIK, uma pessoa do “meu tempo” e com quem partilhei tempos importantes e duros daquele “tempo”. Uma longa conversa, com os inevitáveis momentos de regresso ao passado mas também sobre o “estado presente” de muita, demasiada gente. Planos a curto prazo. Gente a ver em breve, tudo quase furiosamente decidido. Um eventual programa mais ambicioso para o final da semana (uma ida ao Huambo?) . Talvez se possa concretizar. A visita à Praia do Bispo, com o seu extenso prolongamento abarracado a caminho do mar. Ao cimo o mausoléu de AN . Um bairro com demasiados problemas, mas a igreja está recuperada e a escola também . As pessoas pobres… vidas difíceis, com casas cujos quintais se tornaram quartos de aluguer. Pavimento inexistente. Afloramentos de esgoto, etc. … Mas caminhei livremente pela Rua da Escola e pelos seus becos à procura de sinais do passado: o III Beco , nº 26, Drtº . E encontrei o que podia encontrar.
Uma volta pela cidade….e cola-se-me a incómoda sensação de uma história parcial, de falsos vencedores, se assim quizermos dizer. Um drama desintegrador. Regresso difícil, como era de esperar.
HAF

10239º Dia

Um dia com a família, uma passagem pela T das Marés e a tomada do avião para um regresso que se tornou inevitável, com destino a Luanda. No aeroporto o encontro com o grupo do ISA, incluindo FOB, a caminho de Malanje.
HAF

10238º Dia

[autor: F.Lopes]
O Honoris Causa da Drª Graça Machel (Universidade de Évora). Uma cerimónia que apadrinhei e reterei como um momento relevante da minha carreira académica, o dia em que, com outros , ouvimos falar serenamente uma grande personalidade da vida mundial.
HAF

10237º Dia

A "Laudatio" em "directa"....Chegam alguns amigos queridos
HAF

10236º Dia

Da "Laudatio" descanso com a prepraração da disciplina de HIE
Uma espreitadela pela correspondência politica entre O.Salazar e Pedro Teotónio Pereira (1945-1968) (coord. JM Almeida)
No CCB a Drª GM proferiu uma conferência (21.00 h) , numa organização que partilhamos com o CRHIS. Não pude estar presente. Mas tanto quanto sei a Academia esteve bem representada.
HAF

10235º Dia

Entre a “ laudatio” e a burocracia dos mestrados
HAF

10234º Dia

Entre a “laudatio” e a História da Integração Europeia
HAF

domingo, novembro 9

10233º Dia

Dia Branco com uma Laudatio a cirandar...
HAF

10232º Dia

I
8.30-12.30: Às voltas com a Laudatio e fragmentos de leituras
12.30-21.00: Houve aqui quem, pela primeira vez, participasse numa manifestação nacional de professores. Acompanhei-a mas fiquei-me pelas livrarias e esplanadas do Campo Pequeno ( já contava com o argumento primário da senhora Ministra da Educação que nas primeiras declarações que lhe ouvi alegou que nem todos os que estavam na manifestação eram professores (do ensino básico e secundário , entenda-se) e que a maioria dos professores estava empenhado, nas escolas, a tratar da avaliação
II
Noite dentro voltei a ouvir a Senhora Ministra, que procurou estar em todos os canais da TV. Ouvi-a com mais detalhe numa entrevista à SIC Noticias. O que mais impressiona na senhora é o missionarismo cego, o uso do velho truque da meia verdade (a comparação que fez com o Ensino Superior é de uma falta de seriedade confrangedora…) .
A hierarquia por mérito e a consequente avaliação dos professores, são para mim necessidades indiscutíveis. Não pode ser é tornar-se num processo burocrático monstruoso e aberto à batota (eu tenho em casa diversos elementos /fichas que ilustram a sistematização de procedimentos para avaliação de um professor. No essencial o processo assenta na produção de diversas fileiras de informação hierárquica-burocrática que depois se “sintetiza” num portefólio (um termo do eduquez...) ou num guião de evidências e posteriormente numa nota. Tenho alguns exemplos de fichas de avaliação que os Conselhos Executivos aplicarão para a avaliação de cada professor e que inclui parâmetros como o contributo do professor para limitar o abandono escolar: e aqui pode de facto haver um contributo pessoal - de que um dos bons exemplos é o “The Freedom Writers Diary” [http://www.freedomwritersfoundation.org ] - se houver também apoio e/ou estratégia institucionais, e se ponderar o factor do contexto social. Em suma, sou capaz de formar uma ideia razoável do processo.
Ora o processo tem vários defeitos de base: optou-se por uma avaliação hierárquica [tipo "fabril", anos 70-80, que não faz sequer sentido na Função Pública em geral, mas isto é outro tópico] - um mundo aberto a cunhas, amiguismo e clientelismo- quando modernamente se recomenda , para as escolas, como o mais eficiente, o modelo de “todos avaliam todos” [não vou indicar bibliografia sobre o assunto porque um ministro, secretário de estado ou director regional deveria conhecê-la e se não a conhecem...não deveriam mexer no assunto, mas este é um país de polvorentos inventores]. Por isso é que nos países nórdicos há instituições específicas para controlar o acesso a posições de chefia na administração pública: colocar lá competentes, os mais competentes.
O trabalho desenvolvido e os resultados obtidos por um professor pode depender de muitas variáveis que ele não controla nem pode controlar: o mau funcionamento institucional; a fraca infra-estrutura da escola;o mau ambiente da escola resultante de uma fraca interacção positiva entre docentes e responsáveis dos departamentos ou da gestão centralizada; a fraqueza qualitativa das lideranças, etc. etc. Ora estes factores negativos deveriam abonar a favor dos professores, individualmente.
Quem avalia os avaliadores dos professores? O Presidente do Conselho Executivo e um membro externo (inspector -burocrata da área científica do avaliado). Porque é que num agrupamento escolar o presidente do conselho exuctivo, um chefe de departamento, etc. não são avaliados pela comunidade educativa presente em cada uma das unidades que o compõem? As escolas e os seus contextos são todos iguais para que sejam impostos critérios /indicadores tão detalhados e igualitários? Faz sentido a possibilidade de não existir uma relação sistemática entre as competências do avaliador e do avaliado?
Muitas escolas, centenas pelo que se sabe, votaram a suspensão da avaliação por o modelo ser inexequível. Sei de alguns casos em que o Ministério mandou – e a senhora ministra confirmou a existência de - equipes de apoio com a função de ajudar as escolas a superar as dificuldades. Os testemunhos que me chegam destes contactos são experiências de pura humilhação para os professores. A minha pergunta é a seguinte: quem compõe estas equipes de apoio? Como foram recrutadas para tal função? Se este modelo de avaliação é exeqúivel com a regular actividade de um professor ( ensinar, liberto de burocracias funcionais e de papéis inúteis) estas equipas não deveriam sair de uma escola sem deixar o modelo a funcionar bem, já que a Srª Ministra quer convencer-nos que ele é realmente bom.
Recentemente, António Barreto comentou este factor de instabilidade no SE : vale a pena lê-lo (Público, 2.11.08). Ontem o Director do mesmo jornal, JM Fernandes, também o fez e, até ele, recorreendo a informação colhida através de contactos pessoais que tem no seio destes professores, foi absolutamente desvastador para o modelo em curso (ineficaz, burocrático, mal desenhado, etc, etc.) e para a abordagem política da Senhora Ministra e dos seus dois “magníficos” Secretários de Estado. Há coisas que entram pelos olhos de todos aqueles que prestam uma atenção razoável a estas questões. Mas a experiência “batalhista” da Senhora Ministra vê apenas nisto tudo o diabo do PCP no terreno. Como diria um alentejano: a senhora "está com aquela cigueira" nos comunistas!!!! Agora sim, com todo o propósito, justifica-se apelar para uma expressão que ficou célebre na vida política portuguesa da segunda metade dos anos 1970s: “olhe que não”, olhe que não” senhora ministra..
Acho que o ME deveria preocupar-se em proporcionar boas condições de trabalho e acolhimento para a escola pública, promover a liberdade de os agrupamentos escolares seguirem o seu caminho com base em parâmetros gerais (mesmo em matérias de manuais escolares) e introduzir sistemas de avaliação interno e externos credíveis, sendo indispensável que o primeiro seja participativo-inclusivo (com base do princípio de que todos avaliam todos)e estabeleça/preserve uma diferença/hierarquia académica entre os professores com base em critérios sólidos que cerrem a porta ao português amiguismo. Quanto à avaliação “externa” não tem que ser realizada por organizações privadas ou por universades, como referiu a Srª Ministra, já que pode muito sê-lo por equipas inter-escolas públicas.
A desigualdade de “oportunidades” é o que por norma ocorre com uma avaliação hierárquica e puramemte administrativo-burocrática. Além disso, todos sabemos que em países de “sangue quente” não é condição suficiente haver espaço para a expressão de éticas individuais diferenciadas. Finalmete é inspirado no modelo participativo que uma organização/instituição moderna deve funcionar: uma avaliação participada, que não se reduz à inclusão de um plano de objectivos e uma auto-avaliação.
Eu percebo bem qual o problema da senhora ministra: será que os proletários (o que são hoje os professores do ensino de massas?) são capazes de participar num processo de avaliação? Claro que são. Hoje vivemos na era da “Professional Society” e isso obriga a usar outros instrumentos de trabalho, interacção, avaliação e promoção. E embora os sindicatos possam ser importantes, deixaram de ser o único espaço para organização e expressão da indignação, protesto e reivindicação de respeito profissional.Em democracia nenhum governante é mandatado para atentar contra a dignidade profissional de qualquer grupo nem deve sentir-se um inspirado missionário para igual propósito. O problema é que a actual ME mostra-se assim, uma simples “freira” de uma educação que avança pela via admninistrativa. A ilusão da mudança de cima para baixo... O cemitério da História está cheio destas experiências e o atraso educativo do país também lhes deve muito.
HAF

sábado, novembro 8

10231º Dia

09.00-13.00: preparação seminário HCTN-DT (MEHE) e HIE (MRIEE)
14.00-16.30: backup de portátil para substituição do software
17.00-20.00: Seminário HCTN-Desenho de tese
HAF

sexta-feira, novembro 7

10230º Dia

10229º Dia

09.00-12.oo: Materiais para HIEuropeia (MRIEE, Luanda)
14.00-16.00: Correspondência…
16.15- 18.00:Tutoria /tese de mestrado (M.Saa e os intelectuais)
18.20-20.00: Visita e entrevista ao DS e Rádio Telefonia.
22.00…. “Os Contemporâneos”, África (chegou a hora de remexer em papeis antigos e recuperar nomes que me esperam com algumas ilusões) e leituras repetidas. Para haver "ponte" é preciso atravessá-la, nos dois sentidos.
HAF

quarta-feira, novembro 5

10228º Dia

I
10.30- 13.00: Revisão da documentação para escrita da Laudatio…..
14.30-17.00: Balanço NICPRI.UE 2008 (documento sumário para preparação de entrevista RT)
17.30-20.00: tutoria /tese de Mestrado (Americanização)

II- Um dia de greve para os juvenis.
A minha filha mais nova iniciou hoje a prática da cidadania, manifestando o seu direito ao protesto. E explicou-me muito bem as razões porque decidiu aderir. O panfleto mobilizador aqui fica:
Consta que algumas escolas não se prepararam adequadamente para gerir o processo e preparam-se para apurar as responsabilidades dos funcionários desprovidos de autoridade. A ser verdade isso é inaceitável. É um dever de cidadania não só estar atento como agir contra estas práticas.

III. “Obama’s Victory Speech”: transcrição de uma peça política excepcional
[Grant Park, Chicago | November 4, 2008]
SENATOR BARACK OBAMA: (Cheers, applause.) Hello, Chicago. (Cheers, applause.)
If there is anyone out there who still doubts that America is a place where all things are possible, who still wonders if the dream of our Founders is alive in our time, who still questions the power of our democracy, tonight is your answer. (Cheers, applause.)
It's the answer told by lines that stretched around schools and churches in numbers this nation has never seen, by people who waited three hours and four hours, many for the first time in their lives, because they believed that this time must be different, that their voices could be that difference.
It's the answer spoken by young and old, rich and poor, Democrat and Republican, black, white, Hispanic, Asian, Native American, gay, straight, disabled and not disabled -- (cheers) -- Americans who sent a message to the world that we have never been just a collection of individuals or a collection of red states and blue states; we are and always will be the United States of America. (Cheers, applause.)
It's the answer that -- that led those who've been told for so long by so many to be cynical and fearful and doubtful about what we can achieve to put their hands on the arc of history and bend it once more toward the hope of a better day. It's been a long time coming, but tonight, because of what we did on this day, in this election, at this defining moment, change has come to America. (Cheers, applause.)
A little bit earlier this evening, I received an extraordinarily gracious call from Senator McCain. (Cheers, applause.) Senator McCain fought long and hard in this campaign, and he's fought even longer and harder for the country that he loves. He has endured sacrifices for America that most of us cannot begin to imagine. We are better off for the service rendered by this brave and selfless leader. (Applause.) I congratulate him, I congratulate Governor Palin for all they've achieved, and I look forward to working with them to renew this nation's promise in the months ahead. (Cheers, applause.)
I want to thank my partner in this journey, a man who campaigned from his heart and spoke for the men and women he grew up with on the streets of Scranton, and rode with on the train home to Delaware, the vice president-elect of the United States, Joe Biden. (Cheers, applause.)
And I would not be standing here tonight without the unyielding support of my best friend for the last 16 years, the rock of our family, the love of my life, the nation's next first lady, Michelle Obama. (Cheers, applause.)
Sasha and Malia, I love you both more than you can imagine, and you have earned the new puppy that's coming with us to the White House. (Cheers, applause.)
And while she's no longer with us, I know my grandmother is watching, along with the family that made me who I am. I miss them tonight, and know that my debt to them is beyond measure.
To my sister Maya, my sister Auma, all my other brothers and sisters, thank you so much for all the support that you've given to me. I am grateful to them. (Cheers, applause.)
And to my campaign manager, David Plouffe -- (cheers, applause) -- the unsung hero of this campaign who built the best -- (cheers) -- the best political campaign I think in the history of the United States of America -- (cheers, applause) -- to my chief strategist, David Axelrod -- (cheers, applause) -- who has been a partner with me every step of the way, to the best campaign team ever assembled in the history of politics -- (cheers) -- you made this happen, and I am forever grateful for what you've sacrificed to get it done. (Cheers, applause.)
But above all, I will never forget who this victory truly belongs to. It belongs to you. (Cheers, applause.) It belongs to you. (Cheers.)
I was never the likeliest candidate for this office. We didn't start with much money or many endorsements. Our campaign was not hatched in the halls of Washington; it began in the backyards of Des Moines and the living rooms of Concord and the front porches of Charleston. It was built by working men and women who dug into what little savings they had to give $5 and $10 and $20 to the cause. (Cheers, applause.) It grew strength from the young people who rejected the myth of their generation's apathy -- (cheers) -- who left their homes and their families for jobs that offered little pay and less sleep. It drew strength from the not-so-young people who braved the bitter cold and scorching heat to knock on the doors of perfect strangers, and from the millions of Americans who volunteered and organized, and proved that more than two centuries later a government of the people, by the people and for the people has not perished from the Earth. This is your victory. (Cheers, applause.)
Now, I know you didn't do this just to win an election, and I know you didn't do it for me. You did it because you understand the enormity of the task that lies ahead. For even as we celebrate tonight, we know the challenges that tomorrow will bring are the greatest of our lifetime: two wars, a planet in peril, the worst financial crisis in a century. Even as we stand here tonight, we know there are brave Americans waking up in the deserts of Iraq and the mountains of Afghanistan to risk their lives for us. There are mothers and fathers who will lie awake after their children fall asleep and wonder how they'll make the mortgage or pay their doctors' bills or save enough for their child's college education.
There's new energy to harness, new jobs to be created, new schools to build, and threats to meet, alliances to repair.
The road ahead will be long. Our climb will be steep. We may not get there in one year or even in one term, but America, I have never been more hopeful than I am tonight that we will get there. I promise you: We as a people will get there. (Cheers, applause.)
AUDIENCE: Yes, we can! Yes, we can! Yes, we can! Yes, we can! Yes, we can!
MR. OBAMA: There will be setbacks and false starts. There are many who won't agree with every decision or policy I make as president, and we know the government can't solve every problem. But I will always be honest with you about the challenges we face. I will listen to you, especially when we disagree. And above all, I will ask you to join in the work of remaking this nation the only way it's been done in America for 221 years -- block by block, brick by brick, calloused hand by calloused hand.
What began 21 months ago in the depths of winter cannot end on this autumn night. This victory alone is not the change we seek; it is only the chance for us to make that change.
And that cannot happen if we go back to the way things were. It can't happen without you, without a new spirit of service, a new spirit of sacrifice. So let us summon a new spirit of patriotism, of responsibility where each of us resolves to pitch in and work harder and look after not only ourselves, but each other.
Let us remember that if this financial crisis taught us anything, it's that we cannot have a thriving Wall Street while Main Street suffers. In this country, we rise or fall as one nation; as one people.
Let's resist the temptation to fall back on the same partisanship and pettiness and immaturity that has poisoned our politics for so long. Let's remember that it was a man from this state who first carried the banner of the Republican Party to the White House -- a party founded on the values of self-reliance and individual liberty and national unity. Those are values we all share. And while the Democratic Party has won a great victory tonight, we do so with a measure of humility and determination to heal the divides that have held back our progress. (Cheers, applause.)
As Lincoln said to a nation far more divided than ours, "We are not enemies, but friends -- though passion may have strained it must not break our bonds of affection." And to those Americans whose support I have yet to earn, I may not have won your vote tonight, but I hear your voices, I need your help, and I will be your president too. (Cheers, applause.)
And to all those watching tonight from beyond our shores, from parliaments and palaces to those who are huddled around radios in the forgotten corners of the world, our stories are singular, but our destiny is shared, and a new dawn of American leadership is at hand. (Cheers, applause.) To those -- to those who would tear the world down: we will defeat you. (Cheers, applause.) To those who seek peace and security: we support you. (Cheers, applause.) And to all those who have wondered if America's beacon still burns as bright: tonight we proved once more that the true strength of our nation comes not from the might of our arms or the scale of our wealth, but from the enduring power of our ideals -- democracy, liberty, opportunity and unyielding hope. (Cheers, applause.)
That's the true genius of America, that America can change. Our union can be perfected. And what we have already achieved gives us hope for what we can and must achieve tomorrow.
This election had many firsts and many stories that will be told for generations. But one that's on my mind tonight's about a woman who cast her ballot in Atlanta. She is a lot like the millions of others who stood in line to make their voice heard in this election, except for one thing: Ann Nixon Cooper is 106 years old. (Cheers, applause.)
She was born just a generation past slavery; a time when there were no cars on the road or planes in the sky; when someone like her couldn't vote for two reasons, because she was a woman and because of the color of her skin. And tonight, I think about all that she's seen throughout her century in America: the heartache and the hope, the struggle and the progress, the times we were told that we can't, and the people who pressed on with that American creed, yes we can.
At a time when women's voices were silenced and their hopes dismissed, she lived to see them stand up and speak out and reach for the ballot. Yes we can.
When there was despair in the Dust Bowl and depression across the land, she saw a nation conquer fear itself with a New Deal, new jobs, a new sense of common purpose. Yes we can.
AUDIENCE: Yes we can!
MR. OBAMA: When the bombs fell on our harbor and tyranny threatened the world, she was there to witness a generation rise to greatness and a democracy was saved. Yes we can.
AUDIENCE: Yes we can!
MR. OBAMA: She was there for the buses in Montgomery, the hoses in Birmingham, a bridge in Selma, and a preacher from Atlanta who told a people that "We shall overcome." Yes we can.
AUDIENCE: Yes we can!
MR. OBAMA: A man touched down on the Moon, a wall came down in Berlin, a world was connected by our own science and imagination. And this year, in this election, she touched her finger to a screen and cast her vote, because after 106 years in America, through the best of times and the darkest of hours, she knows how America can change.
Yes, we can.
AUDIENCE: Yes, we can.
MR. OBAMA: America, we have come so far. We have seen so much. But there's so much more to do. So tonight let us ask ourselves, if our children should live to see the next century, if my daughters should be so lucky to live as long as Ann Nixon Cooper, what change will they see? What progress will we have made?
This is our chance to answer that call. This is our moment. This is our time -- to put our people back to work and open doors of opportunity for our kids; to restore prosperity and promote the cause of peace; to reclaim the American dream and reaffirm that fundamental truth that out of many, we are one; that while we breathe, we hope; and where we are met with cynicism and doubt and those who tell us that we can't, we will respond with that timeless creed that sums up the spirit of a people: Yes, we can.
AUDIENCE: Yes, we can.
MR. OBAMA: Thank you. God bless you. And may God bless the United States of America. (Cheers, applause.)
[Source: Federal News Services, November 5, 2008]

IV. B.H.Obama,um político da “era globalizada”? A “ilusão” europeia e a nova estratégia americana
A vitória de Barak Hussein Obama foi esmagadora (superou amplamente as minhas "projecções" quantitativas). A grande afluência ao voto (as presidências americanas uma das mais , senão a mais, participada em termos de eleitores (67% de votantes) exigia alguma precaução nas estimativas, sabendo como é imprivisível a chegada de “novos eleitores” de várias gerações. Uma vitória histórica, um “defining moment” porque:
a)Obama obteve uma amplíssima maioria popular: 62.960.928 contra 55.766.307 (McCain) votos
b)Obana conquistou 2 vez mais votos para a assembleia eleitoral do que McCain (trucidando algumas barreiras raciais importantes, não todas)
c)Partido Democrata ganhou o Senado (56 vs 41 lugares) e a “House of Representatives (252 vs 173 lugares)
d)Mas fundamentalmente pçorque a vitória de Obama foi uma vitória celebrada de forma claramente maioritária no plano mundial.
Mandela, com a sua longa “lição de vida”, foi um dos primeiros políticos a alcançar o reconhecimento global; Obama, com a sua juventude, percurso pessoal e talento, poderá ser uma dos primeiros políticos a ilustriar a nossa chegada a uma “era globalizada”. Acho que desta vez todos nós, sentido-nos o que somos, na nossa diversidade identitária, gostariamos de que tivesse a funcionar um sistema de voto global para a eleição do 44º Presidente dos EUA. E por dois motivos: o “desprezo” pelo Bushismo e o perfil global de Obama. Não sei se no passado houve algum momento tão entusiástico e confuso nestas indentidades entarameladas.
Os comentadores e analistas portugueses, com raras excepções (Medeiros Ferreira , um deles), parecem bastante optimistas não sá das vantagens da Europa se colocar sobre o chapéu cooperante dos USA, agora dsposto exercer uma boa influência, com dos USA darem prioridade a essa relação. Não sou dessa opinião: as prioridades da nova politica externa americana irão, por um lado, no sentido da solução dos conflitos que inventaram e alimentaram nas últimas duas décadas (e não se surpreenderei que se vier a resolver a questão palestiniana ) por outro, na intensificação da cooperação estratégica com as potências emergentes. Os europeus devem preparar-se para esta mudança, ver a melhor estratégia conjunta para se adaptar, e é preocupante saber que neste momento na União Europeia não há um político activo com o calibre de B.H.Abama.
Uma nota adicional para John McCain: combativo na campanha, elevado no discurso da “derrota” (se da sua derrota se tratou de facto). Um candidato republicano moderado, que cedeu à tentação radical do partido, mas que revelou dignidade até ao fim. Não seria um J.W.Bush, mas dificilmente escaparia ao peso/herança ddeixada pelos intelectuais neo-liberais que fizeram o "bushismo" e moldaram o seu principal missionário.
HAF

terça-feira, novembro 4

10227º Dia

I
9.00-12.00: Sessão (especial) E19-20:SNSE: Wolfgand Becker/Good Bye Lenin! (2003). Um debate exploratório sobre as dinâmicas e etapas da formação da “ Sociedade Europeia”
12.30-14.30: duas horas …de anestesia…e uma tarde perdida….
19.00-21.00: documentos para aulas HIE (MRIEE/Luanda)
22.00…. um olho no correio e outro no noite eleitoral… e segui o debate na SIC , que na intervenção de alguns analistas teve algum interesse.
II A NOITE ELITORAL NOS EUA É SEGURAMENTE A DA MORTE RADICAL DO BUSHISMO : UMA BOA NOTÍCIA PARA O MUNDO SE......
Uma sondagem da Gallup revela que 74% dos “Voters Have High Personal Investment in Election Outcome”. Há também indícios de uma forte corrida ao voto.
É com muita satisfação e optimismo que vejo a eleição de Obama. Não por ser negro. Não por ser um candidato que se definiu a partir das margens ao partido e que rompeu com a tendência à formação de dinastias políticas no seio dos principais partidos estado-unidenses. Estes factos tiveram alguma influência na formação da minha opi-nião, mas o factor essencial é que desde o início me pareceu ser Barak o melhor candidato à presidência, o melhor preparado para conduzir o presente e o futuro próximo, com ideias e soluções mais articuladas, sensatas e menos desintegradoras [e nesta apreciação tive em consideração todos os candidatos, republicanos e democratas que disputaram as primárias].
A minha convicção neste desfecho ficou definida no verão do ano passado. Não sou pois um Clinton recém-obanizado. Acho que Obama será bom para os Americanos e redefinirá a sua identidade. Ao fazê-lo ajudará a Europa/União Europeia a aprender a viver de forma mais independente e responsável, no plano regional e internacional, seguindo o seu próprio caminho. E livra-nos [por quase uma década] dos adversários sub-reptícios [os republicanos; e alguns democratas] de uma evolução pluridimen-sional mais equilibrada da União Europeia, ao nível tanto da integração sistémica como social [essencial para a identidade comum] . Espero esta noite uma vitória (que pode não ser à justa) de Obama [ são 1.23 do dia 5.11.08. ]
Devo confessar que reconheço individualidade e carácter a MacCain mas não vi nada de expressivamente novo em relação ao Buchismo...e esse é um ponto de fractura essen-cial. O meu despreso intelectual e ético em realção a J.W. Bush não se estende de todo nem a McCain, nem à sua “caricata” ou “naif” (mas nada estúpida) candidata à Vice-Presidente Palin, que me parece ter futuro, não necessariamente político (ela terá oportunidade de escolher entre diversos caminhos, sendo o da política uma grande possibilidade, mas não a única).
Acima de tudo MacCain falou sobre o seu passado, Barack sabe o que quer e pode fazer para o futuro (tem tempo, se não houver alguma ruptura violenta, o que não é de todo imponderável): Os americanos perceberam isso e os cartoons que se seguem iluminam algumas das principais razão porque os resultados finais virão a ser o que serão. O que presumo vir a ser a actual tragédia política republicana nos EUA é uma boa notícia para o mundo.
III.
E o SCP de Paulo Bento alcança mais um feito: o acesso à fase dos 8º da UEFA Champions League. Registe-se aqui o resultado: SCP 1 – Shakhtar 0
HAF

segunda-feira, novembro 3

10226º Dia

I
09.00-12.00: MT- preparação de seminário Europa 19-20: das Soc. Nac. às Soc. Europa (E19-20:SNSE)
14.30-17.00: Sessão E19-20:SNSE
17.30-19.00: Reunião com PL/DRC.
20.30-22.00- Preparação Debate: Good Bye Lenin!
22.00... Daily Show e depois, Barack Obama, A Minha Herança…
II As eleições americanas e as sondagens
Nos últimos dias a imprensa portuguesa noticiou uma aproximação entre Obama e McCain com a recuperação de terreno por parte deste último, agora a apenas 5 a 7 % do primeiro.
Ontem, às 18.36 podiamos ler na “Gallup poll”: “Barack Obama leads John McCain by eight percentage points among “traditional likely voters,” 51% to 43%, with 5% undecided. His lead stretches to nine points among “expanded likely voters” and a theoretical 11 points among all eligible voters”. E hoje pode ler o seguinte :
“Presidential Estimate: Obama 55%, McCain 44%.[...] The trend data clearly show Obama ending the campaign with an upward movement in support, with eight to 11 percentage point leads among likely voters in Gallup's last four reports of data extending back to Oct. 28. Obama's final leads among both registered voters and likely voters are the largest of the campaign.”
HAF

domingo, novembro 2

10225º Dia

I
Correspondência de NICPRI
II
P. Olisanwuche Esedbe: PAN-AFRICANISM. The Idea and Movement, 1776-1991, Howard University Press, 1994
III
Barack Obama, A Minha Herança. Uma História de Raça e Legado, 2008 (ed. orig. 2004)
IV A NACIONALIZAÇÃO DO BPN
Ao final da tarde ficamos a saber que o BPN foi (ainda informalmen-te) "nacionalizado". Segundo o Ministro das Finanças, “O Governo viu-se obrigado a decidir hoje propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão perfeitamente seguros” (Conferência de Imprensa, c.17.00). Aparentemente este processo não terá directamente a ver com a actual "crise" mas resulta de gestão dolosa (estará aqui o centro do “furacão”?) e da necessidade de gaantir os depósitos/interesses dos clientes. O BPN fica sob administração da CGD. Virão os dias em que tlavez possamos conhecer melhor este processo.
Todavia, registo as considerações que o Senhor Ministro teceu na Conferência de Imprensa a propósito do termo “nacionalização”: um banco nacionalizado só o é quando o processo é revolucionário e a gestão é assegurada por um género de administração pública; neste caso não se justificaria tal classificação porque a operação foi solicitada pelos donos do Banco....ou seja houve livre consentimento (ou mesmo interesse) dos principais patrões. Então como designá-la? Ora o dito ministro e o Governador do Banco de Portugal passaram a conferência a falar da "nacionalização do BPN", acentuando mesmo que isso não teria incidência nos outros interesses maioritários em outros negócios e empresas da dita instituição. Ou sai daqui um conceito novo ou um truque velho!..
V. SÓCRATES FAVORECE AS “OVELHAS NEGRAS” (DO PN) E AS “OVELHAS ORIENTAIS” ou MFL a “roçar a irresponsabilidade”?
“Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF divulgada este domingo, Manuela Ferreira Leite sustentou que a aposta nas obras públicas não vai fomentar o crescimento do país.Interrogada se não considera que "as obras públicas ajudarão, pelo menos, ao factor desemprego", a presidente do PSD respondeu: "[Ao] desemprego de Cabo Verde, desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido".
"Nós temos jovens licenciados desempregados: não está a querer mandá-los para as obras públicas? Nós estamos com pessoas entre os 40 e 50 anos desempregados, [que eram] empregados administrativos", apontou.
De acordo com Manuela Ferreira Leite, "uma política dirigida às obras públicas evidentemente que é boa para as empresas de obras públicas, está fora de causa, é boa para empresas de consultadoria, para escritórios de advogados", mas "não é fomentadora de emprego". "A estrutura económica do país está na base das pequenas e médias empresas e é aí que se está a criar o emprego, é aí que se defende o emprego", advogou » (JN, 02-11-08, 11h e 11m, on line).
Já agora a senhora deveria explicitar qual a capacidade das pequenas e médias empresas absorverem os JoLiSE (Jovens Licenciados Sem Emprego) ou os VEAD (“Velhos” Empregados Administrativos Desempregados ) ?
A demagogia em busca do voto barato sai caro.
HAF

sábado, novembro 1

10224º Dia

DIA DA ACADEMIA...
a cujas cerimónias não estive presente.
Tornei-o, para mim, um dia limpo de obrigações profissionais e institucionais
HAF

10223º Dia

O segundo dia do primeiro Seminário de Investigação do NICPRI. Manteve-se o nível do dia anterior mas coM um pouco mais de torbulência pelos desacertos no horário estabelecido. As sessões internas tiveram pelo meio uma “aula aberta” (Prof. John Groom, Emeritus do DCP – Ukent), a que falhei (compromisso médico). O Seminário encerrou às 17 horas, ainda a tempo de um balanço e de pôr metas para o futuro, breve e longo[edição das actas, “agendas comuns”, novos seminários, diversificação de formatos em alternância, etc…].
O Seminário terminou em simultâneo (coordenado) com a Semana de Relações internacionais organizado pelo Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais da universidade de Évora, cujo trabalho, que encontra um enorme estímulo na Comissão de Curso de RI, pode servir de exemplo aos estudantes de outros cursos do 1º Ciclo da UÉ(estou a pensar em alguns em concreto..). Por isso foi com o maior prazer que fizemos um jantar de encerramento “conjunto“, um tipo de “dinner-lecture” cujo “prato” principal foi de facto a conferência do Prof. Adelino Torres (ISEG), num formato coloquial que favoreceu o debate até às primeiras horas do novo dia.
Nestes dias afastamo-nos do mundo que nos rodeiaou nos influencia, para a ele voltarmos mais preparados para o observar e analisar. Em todo o caso não deixei de acompanhar as dramáticas notícias do Congo e as eleições americanas, onde a credível sondagem da Gallup mantêm Obama com uma generosa vantagem sobre o Senador Republicano, embora comecem a aparecer outros números muito surprendentes , sugerindo uma recuperação de 4-5 pontos por parte de McCain em 24 horas (intoxicação?) , e alguns zunzuns sobre a possibilidade de batota eleitoral (NYT). O que desejamos é que as limitações da Democracia americana não se revelem ainda maiores do que já é conhecido e que uma manipulação irregular dos cadernos eleitorais e dos votos antecipados e electrónicos não crie uma situação sócio-política explosiva.
HAF

10222º Dia

Um dia preenchido com o primeiro Seminário de Investigação do Núcleo de investigação em Ciência Política e Relações Internacionais.Os investigadores deste centro interinstucional da FCT reunem-se num seminário “fechado” para dar conta “interna” das investigações em curso, aumentar o inter-conhecimento da equipa e redesenhar ou inventar novas pontes. Além das sessões com comunicações e debate (por vezes intenso e quase sempre muito interessante)ainda houve tempo para reunir com a Comissão de Acompanhamento do Centro, a quem a direcção e o CC aprsentaram contas(prévio relatório escrito,apresentação em reunião e discussão utilíssima). O parecer foi conhecido ao final da noite. Um dia que consolidou o optimismo geral neste projecto e no sucesso da unidade onde são notórios a elevada confiança e fiabilidade académica,a elevada coesão em torno da estratégia institucional e científica [criativa, reprodutiva e transnacional] e o reconhecimento da existência de uma complementariedade “indispensável“ entre os dois grupos de investigação: o da UÉ versos o da UM/UC. Foi por isso num clima de grande prazer que partilhamos o jantar na AdFarr.

HAF
[esc. 30.Out.08]

10221º Dia

08.00-20.00: O paper para o Seminário de Investigação do NICPRI ficou praticamente desenhado pese embora o intercalação de inesperadas funções familiares.
22.00….. Fechei a leitura de Samuel Chiwale [“Cruzei-me com a História. Autobiografia…” 2008] . É uma autobiografia interessante, onde vi mais entusiasmo, clareza e detalhe no início do trajecto do que na última dúzia de anos contemplados, período que inclui a última década de liderança e aniquilamento [22. Fev.2002] do Dr. Jonas Malheiro Savimbi e o imediato período de deposição das armas pela GALO NEGRO, negociação [março 2002], acordo [abril 2002], condições e experiência de integração . Mas tudo muito telegráfico, sendo certo que “a paz viera para ficar”. O conjunto das considerações finais sobre o fundador da UNITA são parcialmente apropriadas mas totalmente comprensíveis. Todavia, na óptica da “autobiografia” fica a sensação de que ficou por narrar algo, não só por se esperar maior detalhe (que obviamente falta) , mas por se sentir que ficaram coisas importantes por dizer. Não deixei de pensar, ajuizar mesmo, sobre os trajectos (de dignidade, fidelidade e traição) de alguns dos actores da experiência de um movimento de libertação-partido político com os quais (pessoas e organização) um dia me cruzei…..
HAF
[esc. 29.Out.08]

10220º Dia

08.00-13.00: Preparação da comunicação para o Seminário de Investigação do NICPRI
15.00-17.00: Às voltas com uma disciplina que só tardiamente alguém (CCH) tomou consciência de que deveria funcionar. As costumeiras trapalhadas
17.00-18.30: Reunião com os alunos de EMQuantitativos (a tal disciplina….) para fixar calendáro e programa de trabalho.
18.30-21.o0- Um ponto fora da agenda: uma visita ao Hospital….
22. .00 ….. Ainda deu para espreitar o “anti-stressante” Daily Show… e refazer a agenda familiar para o dia seguinte
HAF
[escrita a 28out08]