09.00-11.00: Preparação de aulas
11.00-13,30: Preparação da Reunião CC NICPRI
15.30-19.00: AULA HPC-II ( a experiência da 2ª Guerra Colonial /Guerra do Ultramar/Guerra da Independência), com a presença do Prof. Jan Klima, da FF da Universidade de Hradec Kralove, República Checa)
II
50 anos depois de proclamado o dia 15 de Abril como DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ÁFRICA [Conferência de Accra, 15-22 de Abril de 1958, e depois da Conferência proferida ontem pelo Prof. Jan Klima [Historiador e Politólogo] sobre a Descolonização Portuguesa em Perspectiva Comparada, e de uma sessão de trabalho (esta tarde) com os estudantes finalistas sobre a experiência da 2ª Guerra Colonial (1961-1974), a RTP passou, depois do Telejornal , um programa dedicado a Maria Estefânia Anachoreta (87 anos). A senhora foi durante algum tempo um destacado elemento do Movimento Nacional Feminino (1966….), sob a liderança de Cecília Supico Pinto e do seu “portuguesismo” radical, e integrou o grupo das “operacionais” (voluntárias) que andaram pelos teatros da guerra colonial a entregar aos militares “metropolitanos” em campanha mensagens gravadas pelos seus familiares. Fê-lo em Angola, entre agosto de 1967 e Fevereiro de 1968. Não o fez na Guiné porque o Gen. Spinola não achou oportuno.. A Srª Estefânia revelou diversos aspectos do MNF desde a dimensão competitiva e conflitual dos elementos que o compunham, à compreensível dimensão “portuguesa” e humanitária que moveu a sua acção individual. Revelou também que bem sempre as senhoras do MNF eram bem recebidas.
Lembrei-me que em tempos cruzara com esta história em Grande Reportagem [ João Pombeiro- "Amor em tempo de guerra", Grande Reportagem. Ano XIII. 3ª série. 151. 29 de Novembro 2003]. Um história que a TSF passou também em fevereiro de 2005. Ver ainda na WEB “Arquivo Vivo de Moçambique”: «A mulher que andou por Angola a entregar mensagens aos soldados».
O programa RTPI é um registo individual importante e, caso tenha sido por eles visto, foi seguramente um complemento importante para os estudantes que ontem e hoje participaram com tanto interesse nas duas últimas sessões dedicadas ao 3ª Império (dedicadas à 2ª Guerra Colonial (1961.-1974) e à descolonização portuguesas. A RTP percebeu finalmente que pode ter um papel relevante na produção documental dedicada a um dos temas mais “quentes” e traumáticos parte da História Contemporânea Portuguesa. Neste episódio em concreto, além do empenho, motivações e memórias de M.E.A impressionou-me a preservação das gravações das mensagens das famílias para os soldados , nomeadamente das que fez para a Guiné e que agora, num gesto generoso mas dramático e quase patético, decidiu entregar ao destinatários diante de uma câmara de TV. Tenho pena de não o ter gravado.
HAF