Editorial

Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).

À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.

DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.

Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.

A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.

Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.

Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)

sexta-feira, setembro 30

11288º Dia

Dia 30 de Setembro de 2011
I
7.30 (8.30, aqui). Aguardo a abertura da Biblioteca do IISG. Dou uma vista pelos jornais do extremo ocidente da Europa. Um autarca corrupto finalmente (provisoriamente?) na cadeia e um Leão à Solta.
09.00-16.00: nos arquivos do IISH : “Portugal, various manuscripts (1945) (Docs de exílio de E.S); “Oliveira, Lígia de (1931-1992)”, interessado na correspondência dos anos 1950; e a inda a documentação do Comité de Angola, dos primeiros anos.
13.00-14.00 e 16.00-17.00: balanço do projecto da plataforma da Populaçao Europeia e e passos a dar (KM)
II
Quando se está mais distante percebe-se melhor o dia a dia da nossa instituição e a ausência de uma cultura institucional. Exemplo disso são as mensagens “institucionais” entre o diverso corpo docente (“os colegas”) que são, frequentemente de grande informalidade quando não roçam o “carroceirismo” . A este tipo de mensagens deixarei de responder. Depois admiram-se do tom das mensagens do Presidente da AE.
III
No jornal “De Crisis Voorbij “ pode ler-se no verso do poster central: "it´s not the brick which scares the state but our willingness to throw it" [não é o tijolo que assusta o Estado mas a nossa vontade de o atirar]. A frente do referido poste é esta:

HAF

quinta-feira, setembro 29

11287º Dia

Dia 29 de Setembro de 2011
I
08,30-17,00: ARCHIEF ANGOLA COMITE-KOMITEE ZUIDELIJK AFRIKA 1961-1997: O arquivo do que começou por ser o Comité Angola e tornou-se depois no Comité da África Austral. Um grupo que congregou pessoas de grande destaque na vida social holandesa. Cf. os anos 1961 e 1962 . O mundo dos historiadores é assim imprevisível. E como escreveu em tempos uma historiadora francesa: em Angola até o passado é imprevisível. Espero amanhã ainda dar uma espreitada a alguns fundos sobre o Portugal « do Salazar». Felizmente é ainda muito o caminho que falta percorrer na Historia Social Portuguesa e Europeia do Século XX.

II
O primeiro filme (documentário) sobre a Guerra Colonial Portuguesa?
Na correspondência do Comité Angola de Amsterdão, encontramos referências em novembro de 1961, a um “American documentary film about Angola” que o Comité “ should like to presente[ this film] in several cities in The Netherlands. (….)”. Trata-se provavelmente de «Angola- a Journey to war» produzido para uma série de prestígio da NBC [NBC White Paper], e realizado pelo cineasta Robert Young tendo como «cameraman» Charles Dorkins, que penetraram e percorreram ao lado dos guerrilheiros da UPA o norte de Angola. Existirá alguma cópia desse documentário em Portugal? Deve tratar-se do primeiro documentário «independente» sobre a Guerra Colonial portuguesa.
III
Numa das principais ruas comerciais desta cidade, atrai-se a clientela assim:

Gostei da ideia, que pode não ser superficial
HAF

quarta-feira, setembro 28

11286º Dia

Dia 28 de Setembro de 2011
09.00-12,30: EUROPEAN HISTORICAL POPULATION SAMPLES NETWORK (K.M.)
14.00-15,30: Profissões Históricas Portuguesas, o HISCO , “occupational titles” e o « Work Information System» (MvL). E ainda conversas em torno de um novo projecto de História Social numa associação IISG-NICPRI.UE. Ficam as siglas: SAM
15,30-17,00: Cf. Archief Angola Comité. Correspondência de 1961-65. No IISG há uma outra cultura na forma como se lida com a documentação histórica: conservação organizada, acesso com regras mas liberal, incluindo reprodução fotográfica. Já nõ vinha cá há 8 ou 9 anos. A “distância” aumentou na forma como se organiza e modela aqui a produção historiográfica. Mais do que descrever a “diferença” de patamar, tomo-a como uma das referências. A Holanda investe todos os anos 1 milhão de euros só nas bases de dados históricas da população.

II
A Greve dos Professores Franceses
Em França, uma greve inédita. Ontem, os professores do ensino privado e público juntaram-se numa extensa greve. Os primeiros não o faziam desde 1984, quando o PSF tentou transformar em públicas as escolas privadas. Agora foram mobilizados pela brutal redução dos postos de trabalho e a degradação «da escola» . Nesta greve estiveram envolvidos todos os sindicatos do ensino público e privado. A tradicional guerra dos números não esconde o vigor do protesto que contou com a contribuição dos professores das instituições católicas (Le Monde)
HAF

HAF

terça-feira, setembro 27

11285º Dia

Dia 27 de Setembro de 2011
I
08.00-16,00: IISG - ARCHIEF ANGOLA COMITÉ- KOMITEE ZUIDELIJK AFRIKA e uma grande caminhada
17.00-20.00: Despacho do CC ECS (reconhecimento de habilitações) e correspondência .
II

III
O Hotel disponibiliza, todos os dias pela manhã, num escaparate colocado junto ao salão do PA, o Good Morning News, «a dail newspaper with national and news in brief from France, German, Spain Italy, United Kingdom, United States, Japan, China, Russia and Brazil/Portugal” . Trata-se de um «jornal» constituido por folhetos individuais (uma página para cada país). No de hoje apenas tivemos Good Morning (News) para a França, o UK e a Espanha. Os folhetos tem todos a mesma organização e são na respectiva língua nacional: uma coluna de 1/3 de meia página para os principais títulos de um Jornal de Referência do pais , como Le Monde e El Mundo; os restantes 2/3 da meia página preenchidos com noticias políticas nacionais; na meia página inferior, duas colunas «La France en Bref», «España en Breve» etc…, e a outra metade da meia página com novidades desportivas.
HAF

11284º Dia

26 de Setembro de 2011
05.50-12.30: Lisboa-Amesterdão … Theatre District Hotel
17.30- 21.00: reunião (e jantar) com Kees Mandlemakers. Incluíu a “EUROPEAN HISTORICAL POPULATION SAMPLES NETWORK” e o "início" de um novo projecto (Estudantes do Ensino Superior na Europa (Sécs 19-20))
HAF

11283º Dia

25 de Setembro de 2011
Évora…..Amesterdão … um avião perdido, um dia branco involuntário.
HAF

sábado, setembro 24

11282º Dia

Dia 24 de Setembro de 2011
09.00-13.30: Tutoria 9 teses de mestrado (EHE)
Tarde branca
HAF

11281º Dia

Dia 23 de Setembro de 2011
I
09.00-13.00: CCECS.UE. Audição directores de curso 1º Ciclo
14,30-16.30: Leitura de documentos de teses
16,30-19,30: CCECS.UE: preparação da sessão de 26/09. Com contratempos surpreendentes: há gente com muitas responsabilidades na instituição que não percebe que os órgãos devem cumprir cabalmente as suas competências. Em matérias que fazem parte dessa dimensão não podemos vacilar.
II
NYT: Palestinians Request U.N. Status; Powers Press for Talks

“I do not believe anyone with a shred of conscience can reject our application for full admission in the United Nations […] the realization of the inalienable national rights of the Palestinian people. (…). The time has come.” (Mr. Abbas, today, GA United Nations )
III
Eduardo Lourenço: Situação Africana e Consciência Nacional, 1º ed., Lisboa, Génese, 1976
HAF

11280º Dia

Dia 22 de Setembro de 2011
I
No dia da mudança de Gabinete do CC ECs
08.00-12.00: Projecto EHPS-NET
14,30: Despacho do CC ECS
16.00: Reunião com aluna : preparação de trabalho de investigação sobre a descolonização de Cabo Verde
17.00: Sessão da Mesa do CC ECS
II
Aristides Maria Pereira (n.17 de Novembro de 1923 , antigo rádio-telegrafista (Guiné-Bissau, co-fundador do PAIGC e primeiro Presidente da República de Cabo Verde , morreu hoje. Em 2002 publicou “Guiné-Bissau e Cabo Verde: Uma Luta, Um Partido, Dois Países”.
III
Eduardo Lourenço: Situação Africana e Consciência Nacional, 1º ed., Lisboa, Génese, 1976
HAF

11279º Dia

Dia 21 de Setembro de 2011
I
08,00-12,30: O HISClass e as Profissões Históricas Portuguesas
14,30-17,30: Audição aos Directores de Curso do 1º Ciclo da ECS
II
Júlio Resende (1917-2011).
III
Winston S. Churchill: Memórias da Minha Juventude, Ed. Século, s.d. (1941 ?) (ed. orig. “My Early Life”, 1930
HAF

11278º Dia

Dia 2o de Setembro de 2011
I
09.00-13.00: Projecto EHPS-NET
14,30-19,00: Mesa do CC ECS UÉ (processos de revisão da oferta formativa, 1º ciclo)
II
Em dias como este….
Winston S. Churchill: Memórias da Minha Juventude, Ed. Século, s.d. (1941 ?) (ed. orig. “My Early Life”, 1930
HAF

segunda-feira, setembro 19

11277º Dia

Dia 19 de Setembro de 2011
I
08,00-10,30: O HISClass, as Profissões Históricas Portuguesas, ea classificação social dos retornados (1975-76) e da população do distrito de Évora em 1970
11,00-12,00: Reunião de Júri de provas de doutoramento (História Medieval). Lá tive de ouvir, mais uma vez, “recados” sobre vogais nomeados sem concordância prévia.
14,30-18,00: Projecto EHPS-NET (EUROPEAN HISTORICAL POPULATION SAMPLES NETWORK) . Preparação da visita a Amsterdam.
II
Ainda as Colocações na Universidade de Évora – Cursos Universitários : Dados Revistos

O leitor pode entreter-se a analisar e a comparar os resultados. Eles apenas contentam a oferta e a procura do 1º ano dos cursos universitários de 1º ciclo, excluídos por isso as instituições e/ou cursos politécnicos ( que em alguns casos integram universidades). No caso da Universidade de Évora ficou de fora o Curso de Enfermagem , como 60 vagas , todas preenchidas.
Os meus comentários ficaram, no essencial , ontem ditos. E no essencial, naquilo que é a sua matriz, a Universidade de Évora integra o grupo das que se vai aumentando a sua distância da média nacional. É claro que a Universidade do Algarve deve estar em estado de alerta máximo.
III
Eduardo Lourenço: Situação Africana e Consciência Nacional, 1º ed., Lisboa, Génese, 1976 . No rosto escreve-se: “estas reflexões fazem parte de um ensaio escrito entre 1961 e 1963, e conservado inédito por motivos óbvios, dedicado ao problema do colonialismo português” )
HAF

domingo, setembro 18

11276º Dia

Dia 18 de Setembro de 2011
I
Uma manhã às voltas com AAM e o HISClass e a Classificação das PHP e uma «tarde branca»
II
O Dia das Colocações
Universidades como a de Évora vivem as primeiras semanas de Setembro com o credo na boca. Como vão correr as colocações da primeira fase dos alunos que ingressam no ensino superior? Haverá procura suficiente? Os cursos, as escolas, a Universidade vão preencher a maior parte das vagas ?
Estas angústias e a dos candidatos ficam hoje resolvidas. As instituições já sabem quantos estudantes foram colocados e estes já sabem se e onde foram colocados. Numa nota do ministério lê-se: “Nesta (1ª) fase foram colocados 42243 alunos no ensino superior público. O número de vagas fixadas pelas instituições de ensino superior para o concurso nacional de 2011 foi de 53500. Apresentaram‐se a concurso 46899 candidatos. Das candidaturas válidas, 91% ficaram colocados nesta 1.ª fase. 58% dos colocados foram‐no na sua 1.ª opção. 87% foram colocados numa das suas três primeiras opções. 26321 (62%) dos candidatos foram colocados no ensino superior público universitário e 15922 (38%) no ensino superior público politécnico.” Segundo a agência Lusa “a preferência dos alunos parece ter-se concentrado nas áreas de Ciências Sociais, Comércio e Direito” (mais de 12 000 colocações).
A fase de crescimento numérico de novas entradas (ingressos) – estimulado pela “crise”, pelas mudanças a montante (ensino secundário) e pelo marketing universitário - que a Universidade de Évora começou a acompanhar apenas desde 2009 – parece estar a esgotar-se: Menos 3000 alunos colocados no ensino superior que no ano passado» (Titulo do Público)
Mesmo sem acesso a todos os dados em formato electrónico e apenas com base nas listas do Público, obtemos resultados que permitem apreciações gerais sobre as colocações na Universidade de Évora (ver quadro) , comparando-as com as do ano anterior .

Ora, não há como esconder… Na 1ª fase de colocações houve uma quebra expressiva na taxa de ocupação de vagas de cursos universitários oferecidos pela UÉ: este ano entraram (807) quase menos 100 alunos que no ano transacto (902) , embora se tenham oferecido mais cursos e um maior número de vagas. A quebra da taxa de cobertura de vagas na 1º fase – apenas foram preenchidas 76% das vagas - afectou todas as escolas “universitárias” da instituição mas teve uma incidência mais acentuada nas Escolas de Artes e de Ciências Sociais, no que parece contrariar o panorama geral.
Este ano, a Escola de Ciências Sociais não chegou a preencher ¾ (72,5%) das vagas oferecidas. É claro que há variações expressivas de curso para curso, que aqui ainda não considerarei. Também já recebi reacções sectoriais de grande euforia, não sei se prudentes. Dos detalhes, que é indispensável analisar no contexto adequado, há todavia dois dados que me parecem particularmente relevantes: os cursos oferecidos em regime pós-laboral não estão a ser bem sucedidos (não seria preferível ampliar a oferta de vagas nos mesmos cursos em regime diurno?); o colapso das «Ciências da Educação» , uma facto circunstancial ou uma mudança com maior profundidade?
Vamos ao mais importante. Sendo uma das últimas a beneficiar da fase do crescimento numérico de entradas que teve inicio em meados da década anterior (2004), ao primeiro sinal de mudança de ciclo(se é ou não veremos), a Universidade de Évora é uma das primeiras a perder. Isto, sobretudo, mostra como esta instituição, para viver saudavelmente a longo prazo, não pode limitar ou mesmo centrar as suas expectativas no mercado interno (regional e nacional). Para vencer esta limitação objectiva há algumas ideias e capacidade e vontade para as concretizar. A alternativa é continuarmos com o «credo na boca», manter o recorrente discurso do inultrapassável défice demográfico regional e (não) contar com a generosidade da mesa do orçamento. Ora, nos tempos que correm e que ai virão, por longos anos, isto não é nem será maneira de viver. Temos por isso poucos anos para fazer muitas coisas de uma forma diferente àquela que estamos a fazer.
III
A Semana da Palestina
No próximo dia 23 a Assembleia Geral da ONU votará a criação do Estado da Palestina? Este será sem dúvida, o facto da semana, qualquer que seja a solução: “estado membro com adesão plena” ? “estado observador não membro»?... Veremos como se comportam os representantes europeus e estado-unidense.
HAF

sábado, setembro 17

11275º Dia

Dia 17 de Setembro de 2011
I
HISCO, HISCLASS E Classificação das Profissões Históricas Portuguesas
II
Alfredo Margarido: “As Classes Sociais em «O Segredo da Morta» “, DP, 3-5-79 (uma cortesia de um amigo de Lisboa) . E ainda sobre AM, e como reacção a um texto por ele publicado num jornal nacional em 1957, chegou-me, através do JTPL e por através de um amigo de Coimbra, o extracto de um jornal angolano da época, com uma reacção não assinada e com o título “ Colono que foi «colonizado» deu aos leitores do «Diário de Noticias» uma versão errada de Luanda » (CA, Nov. 1957)
Sobre “O Segredo da Morta” (1934, 1935 ou 1936 ?) do nativista angolano António de Assis Júnior escreveu-se recentemente : “O Segredo da Morta constitui, o que confirmam os estudiosos das Literaturas Africanas, um marco no panorama literário desse país. Escrito num período de quase não literatura (1910 – 1940), o romance de Assis Júnior inaugura na ficção um olhar diverso do da literatura dita colonialista, que vigorava até então “ (cf. CALZOLARI, Teresa Paula Alves (UFRJ):”O Segredo da Morta. Um Roman-Feuilleton Angolano”, Actas da VI Jornada Nacional de Filologia, UERJ, 2008
III
João Falcato: Angola do meu coração, ENP, 1961
Winston S. Churchill: Memórias da Minha Juventude, Ed. Século, s.d. (1941 ?) (ed. orig. “My Early Life”, 1930
IV
Ainda a situação …. do país. O título principal da capa do expresso: Ministério das Policias é o único sem cortes no OE”. A receita é sempre a mesma. Corta-se na educação, no pão e na saúde, mas asseguram-se as condições para dar porrada ao povo que se atrever mostrar a sua indignação. Ainda vamos comprara a Angola os carros especiais de combate urbano que vendemos a Angola. Mas se calhar não lhes convêm vender.
V

Recebi hoje , religiosamente, de Luanda, e no seu formato electrónico, a edição do “ Novo Jornal"de 16 de Setembro (nº 191). Além de um Dossier dedicado à expulsão de dois jornalistas moçambicanos que se deslocaram a Luanda para participar num curso de formação; da divulgação, via Wikileaks, de uma conversa de um dirigente da UNITA (Abel Chivucuvucu) com o embaixador americano em Luanda [“Ou me candidato pela Unita ou lanço as bases para um novo partido”, 2010]; de um artigo interessante sobre Agostinho Neto ("Agostinho Neto, um cultor da Realpolitik"); de um caderno dedicado à Miss Universo (Angolana de Benguela)...., o tema central do jornal é, sem dúvida, os protestos sociais ocorridos em Luanda desde 3 de setembro e o julgamento dos contestatários. O tratamento do assunto inclui a opinião do meu amigo Georges Chicoty, Ministro das Relações Exteriores (que esta semana esteve também em destaque pela assinatura do acordo entre Portugal e Angola sobre a questão dos passaportes); as declarações do “primeiro secretário de Luanda do MPLA, Bento Bento, [que] pediu ontem, em Luanda, aos Comités de Acção do MPLA (CAP,s) a nível de todos os municípios, para controlarem “milimetricamente” todos os passos da oposição, especialmente os da UNITA.»; e, já na secção da Sociedade, destaca-se o julgamento e condenação dos jovens "rebeldes": « A leitura da sentença dos 21 jovens (estudantes) acusados de agredirem agentes da Polícia Nacional, durante uma manifestação de protesto contra o governo, atraiu muitas pessoas junto à Direcção Nacional de Viação e Trânsito (DNVT), nas imediações do Serpa Pinto.» Entre os réus estíveram Dionísio Gonçalves Casimiro “Carbono”, Francisco Jamba “ Kassaluka”, Afonso Matias, Bernardo António Pascoal e Alexandre Dias dos Santos, todos condenados a três meses de prisão e pagamento de elevada multa, despesa e indemnização (cada um, 130.000 quanzas, isto é cerca de 1300 euros); os restantes foram quase todos condenados a 45 dias de prisão efectiva (apenas duas penas suspensas e três absolvições), e o colectivo de Juízes não aceitou nem provas apresentadas pela defesa nem a aução para manter os jovens em liberdade enquanto corre o recurso da sentença. Os advogados de defesa dos manifestantes, David Mendes e William Tonet prometeram levar o caso à Comissão Africana dos Direitos Humanos.
Ainda sobre o mesmo tema o jornal tem uma coluna assinada por Adebayo Vunge ( "Tensão e agitação em Luanda – quem ganha com isso?") que abre assim: “Nos últimos dias, a situação em Luanda tem estado algo tensa. Mas nada que se compare ao retrato que tem sido pintado pela infeliz imprensa portuguesa, que não consegue disfarçar o preconceito e o ódio. (…)” - uma tese que me parece peregrina -, e o autor segue desancando no “grupo de jovens que se dizem estudantes universitários revolucionários. Claramente, um movimento juvenil com um forte cariz político.” (esta não apanhei !!!). Na coluna ao lado, “Conversa na Mulemba”, Fernando Pacheco escreve: “ Uma mudança de regime não é o melhor para Angola neste momento, e muito menos se for tentada por via “revolucionária”, que poderia gerar uma situação incontrolável, que, estou seguro, não é desejada pela esmagadora maioria dos angolanos.
Significa isto que não estou de acordo com manifestações que visem a mudança de regime, embora reconheça aos que as fazem o seu direito de fazê-las, também não posso aceitar políticas e práticas por parte do Executivo que acabam por favorecer este tipo de manifestações, e muito menos com práticas que evidenciam desrespeito pela lei e por princípios que devem ser preservados para que as instituições se tornem respeitadas.(…) O partido no poder e o Executivo têm responsabilidades acrescidas nesta situação. Em primeiro lugar, porque deve reconhecer que a injustiça social, a arrogância, a exclusão – de cidadãos-povo e de potenciais parceiros sociais –, as promessas eleitorais não cumpridas, os níveis de pobreza e, sobretudo, a falta de combate à corrupção, são condimentos fortes para a insatisfação social. Depois, porque a comunicação social pública tem cada vez menos credibilidade, deturpando factos, ocultando informações, manipulando a opinião pública.» João de Melo regressa ao assunto ( A Manifestção de 3 de Setembro (II) ) e, ainda em artigo de opinião, o director-adjunto do jornal (Gustavo Costa:“A sucessão e a minha geração…) dá uma pista interessante:“A minha geração pensa que gerir bem é satisfazer em 90% os interesses de quem a coloca à mesa do orçamento e em 10% os interesses dos governados...”
Tudo isto à volta de um “pequeno” mas relevante episódio que não se percebe numa Angola em fase de construção democrática e de integração nacional. Dois comentários finais. Contrariamente à chamada imprensa oficial de Angola ( Jornal de Angola, etc.) , o Novo Jornal deu o relevo (político e social) indispensável ao episódio da contestação de 3 de Setembro, e todos os campos e actores em presença tiveram oportunidade de apresentar os seus pontos de vista. Uma segunda nota para expressar a minha perplexidade perante uma interrogação de Georges Chicoty: “Temos um país com vários grupos étnicos, com várias Sensibilidades políticas e se cada um for para a rua e pegar em alguma coisa? “. Não vislumbro qual o alcance político. Afinal que fazer ? O silêncio, a acomodação ou a mudança?
HAF

11274º Dia

Dia 16 de Setembro de 2011
I
08.00-16.00: HISCO, HISCLASS E Classificação das Profissões Históricas Portuguesas
16,00-17,00: Reunião com mestrandos
17.00-18.00: Documentação do CC ECS
18,00-20,00: Robert Strausz Hupé and Harry W. Hazard (eds) : The Idea of Colonialism, Ed. Frederick A. Praeger, NY, 1958
II
Na ECS da UÉ a novidade é “O retrato” . “No comments”.
III
João Falcato: Angola do meu coração, ENP, 1961
Winston S. Churchill: Memórias da Minha Juventude, Ed. Século, s.d. (1941 ?) (ed. orig. “My Early Life”, 1930)
IV
Professores do Ensino Básico e Secundário….contratados ao mês. Uma autêntica e insuportável canalhice ultra-liberal
V

A História de Alberto João Jardim é como se fundadamente se suspeitava há muito a história não apenas de um “músico” e “trapaceiro” , mas de um autêntico político bandoleiro. Criou, com os seus amigalhaços, uma dívida e défice acumulados que devem ultrapassar os 10.000 milhões de euro, a governar um espaço ocupado por 267938 habitantes e 35.000 funcionários públicos ( i. é, 131 funcionários por cada mil habitantes) quando o país no seu conjunto (40 vezes mais o nº de habitantes) tem uma dívida pública de 150.000 milhões de euros e 68 funcionários por cada 1000 habitantes (737774 funcionários públicos para uma população de 10.715.956 indivíduos) . É claro que “apanhado”…. este político modelo do “País da Batota” vai começar a disparar contra os homens do avental, as tríades, os castristas, os continentais, a “esquerda”, os jornalistas, o governo central….. e até sobre o Coelho candidato. E afinal, o que todos esperamos é que sobre ele (não só sobre ele , é verdade) seja emitido um mandato de captura.
Um “País da Batota” é sempre empolgante. Ainda no Público de ontem, sobre um senhor muito “in”, filantropo, etc…. e tal, , e com o cabeçalho «CGD com um “buraco” de 300 milhões em créditos a Joe Berardo” pude ler: «O empresário Joe Berardo deve, actualmente, 360 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos , relativos a empréstimos contraídos para comprar acções do BCP. Mas as garantias que apresentou valem apenas 60 milhões de euros”. Mais uma vez foi essa malta da «troika» que deu com a marosca. Razão tinha o Salazar e a Ditadura Militar para não quererem cá a «troika» da Sociedade das Nações em 1928….
HAF

quinta-feira, setembro 15

11273º Dia

Dia 15 de Setembro de 2011
I
08.00-13,00: AAM
14.30-16,00: ADE- Diário Popular
16.00-17.00: Parecer conjunto sobre proposta revisão 1º Ciclo História
17.00-19.00: Despacho CC ECS EU
II
João Falcato: Angola do meu coração, ENP, 1961
Winston S. Schurchill: Memórias da Minha Juventude, Ed. Século, s.d. (1941 ?) (ed. orig. “My Early Life”, 1930)
HAF

11272º Dia

Dia 14 de Setembro de 2011
I
08.00-12.00: Retornados e HISCLASS
15.00-16.00. Tutoria de mestrado EHE
16.00-18.00: Reunião da Mesa do CC ECS UE
18,00-20.00: Correspondência académica: júris, orientandos, cursos, etc…
II
No aeroporto do Huambo (Angola), em acidente de aviação militar, entre outras (numerosas) vítimas, dois "velhos" conbatentes sobreviventes da Guerra Civil perderam a vida.
HAF

11271º Dia

Dia 13 Setembro de 2011
I
08,30-11,00: CC ECS UE
11,00-13,00: NICPRI.UE
14,30:16,00: BPE
16.00-18.00: Reunião da Mesa do CC UE
II
AM Margarido/ Processos da PIDE.
HAF

11270º Dia

Dia 12 de Setembro de 2011
I
Dia dedicado aos «milagres da medicina». E tive de faltar a um CDH.
II
Projecto Mobilidade Social em Belo Horizonte

III
Decorreu hoje em Luanda
Jean Martial MBAH: As Rivalidades Políticas entre o MPLA e a FNLA: 1961-1975. Ensaio de História Politica . Nova edição.
Trata-se da versão portuguesa da tese de doutoramento (Paris I) do gabonês Jean Martial Mbah

HAF

domingo, setembro 11

11269º Dia

Dia 11 de Setembro de 2011
I
Leitura de documentos da NGWIZAKO, MLEC, ALIAZO e RCCKP (AOS)
II
Hoje estou com o AM, que está por Buenos Aires. Ontem comemos o bolo em Santa Rita.
III

11-09-2001/ 11-10-2011: A Era da Suspeita (Le Monde), a Década do Terrorismo [the global "war on terror”] ou a 'hard decade of war" e também “Una década neoyorquina”. Será, mas foi também uma década de retrogresso nas liberdades civis, na liberdade de circulação e na qualidade de vida que começou com a “Queda do Muro” de Nova York. Estamos hoje sob maior influência dos fanáticos da segurança e dos partidários do «choque das civilizações», e estamos mais pobres e mais vulneráveis.
Apresentam-se aqui algumas “imagens” evocativas que hoje podemos encontrar na imprensa internacional. Mas se andarmos por algumas partes do mundo, o assunto colheu pouca ou nenhuma atenção [ver site “World Newspapers by Country”]
Por cá, destaca-se o “especial de 25 páginas” do Público que reserva toda a primeira página para “ A Década do 11 de Setembro”
III
O “Jornal de Angola” na edições de hoje refere-se ao 11/o9/2001, evoca a invasão sul africana (1981), mas omite os informação sobre os recentes protestos na cidade de Luanda. Não percebo a razão destes silêncios desnecessários.
HAF

sábado, setembro 10

11268º Dia

Dia 10 de Setembro de 2011
I
Ainda às voltas com a contestação à avaliação do projecto apresentado à FCT
Leitura de Documentação sobre a NGWIZAKO (Associação dos Congoleses de expressão portuguesa)(1959-1964)
II
O “Mundo da Pesca”. A « Revista preferida dos pescadores portugueses» publica-se há treze anos . Assino-a há dez anos…. Já recebi o nº 127 (Setembro 2011). Na capa destaca-se , nos «iscos» o título «Batata: o novo isco sensação para mar!». Nem mais.
III
A imprensa oficial de Angola praticamente silenciou os novos protestos públicos (e sequente repressão policial, em “cumprimento da lei”) associados ao início do julgamento dos 21 manifestastes presos no passado dia 3 (e 4?) de Setembro. Ontem terão sido detidos entre 24 a 50 contestatários.
IV
PF 2 -SCP 3
“O campeonato começa hoje” (Elias, SCP)
HAF

11267º Dia

Dia 9 de Setembro de 2011
I
Sessão de Abertura do I Curso Internacional de Verão: A Emergência da Lusofonia num Mundo Plural
O Boletim Oficial de Angola….
Resposta ao Painel da FCT em relação à avaliação do projecto: History of Transnational Regionalism in Southern Africa: From Liberation Movements to Southern African Development Community (SADC) : Angola and Mozambique experiences. A boa noticia: o interesse “africano” pelo projecto (UCT) e a ampliação da equipe de investigação
II
A Universidade de Évora e a Internacionalização. Agora é que é !!!!. Os dirigentes da instituição, com muita relutância e por isso com um atraso substancial, parece que agora entendem essencial internacionalizar a ÚE e em particular reforçar a sua cooperação e integração (que estava a debilitar-se mais do que já era) no espaço do ensino superior em criação na área da CPLP. Já se perderam algumas e boas oportunidades.
Agora não basta partir à aventura da cooperação, nem esperar que nos próximos meses nos afoguemos na generosidade de uma “árvore de patacas” brasileira e/ou angolana que não existe, de todo. É necessário ter uma estratégia e um plano de acção bem definidos, investir continuadamente na cooperação e esperar resultados académicos nos próximos anos. E tais estratégia e plano não existem.
Além disso aquele “espaço” é apenas um dos vectores da internacionalização que só é sustentável com dois outro vectores, o da “internacionalização” europeia e o da internacionalização interna. Este desenho, que ainda há 18 meses, foi visto como uma miragem radical, é fundamental para dar sustentabilidade a uma solução baseada na "internacionalização" como elemento vital para a Universidade de Évora.
Por isso, o que vamos provavelmente continuar a fazer, é navegação à vista. Este amadorismo e voluntarismo só podem ser motivo de grandes preocupações. É por não sabermos à partida o que queremos que muitas vezes deitamos fora oportunidades ou nos tornamos baratas tontas. Há estudos muito consistentes sobre a matéria, incluindo para o caso português. Os decisores (pelo menos alguns) deveriam conhecer e ter em conta estes estudos. Que não se proceda como no caso da apressada “reforma da oferta formativa”: primeiro fazer à pressaa e depois pensar.
HAF

11266º Dia

Dia 8 de Setembro de 2011
I
Alfredo Margarido e a PIDE/DGS : cf. processos na Torre do Tombo, na companhia de JTPL
Entre Évora e Lisboa…. Eugénio Ferreira: O Ultramar e a República, Lisboa, 1960 (36 p.)
II
Guardo os números semanais da Visão, porque guardo tudo…. O que hoje chegou tem um dossier interessante dedicado ao 11 de Novembro de 2001 e tem um testo notável de Ricardo Araújo Pereira (“Ponto da Situação”) que começa assim: “Os portugueses vivem hoje num país nórdico: pagam impostos como no Norte da Europa; têm um nível de vida como no Norte de África. (….)”
HAF

11265º Dia

Dia 7 de Setembro de 2011
Diário da Câmara dos Deputados
Tese de Doutoramento (leitura, MB)
Provas de Agregação (leitura de documentos)
Despacho do CC ECS UE
HAF

11264º Dia

Dia 6 de Setembro de 2011
Despacho do NICPRI.UE e CC:ECS
À volta do Alfredo Margarido
Sete meses depois….conhecidos os resultados dos projectos candidatos à FCT. Um Mb não chegou para financiamento. Vou apreciar a “apreciação” do júri pois parece há uma notória incongruência entre os “comments” e os “rating”. Veremos.
Tese de Doutoramento (Leitura, MB)
HAF

11263º Dia

Dia 5 de Setembro de 2011
I
Despachos do CC ECS UE e da NICPRI.UE
Organização dos gabinetes (CEE e doméstico)
Organização de documentação (África Austral)
II
Fui uma vez à Festa do Avante, nos idos 1978 ou 1979. Nunca calhou lá voltar… por nenhuma razão especial. A “Festa” realiza-se há 35 anos e foi o primeiro e continua a ser o mais importante festival cultural do país, que, também por isso, deve estar grato ao PCP.
III
Sobre os protestos em Luanda no passado sábado (que acompanhei...) recebi informações mais detalhadas sobre o propósito e os excessos. As coisas podem complicar-se.
IV
Será certamente uma semana muito «evocativa » do 11 de Setembro de 2001. Compreende-se.
HAF

domingo, setembro 4

11262º Dia

Dia 4 de Setembro de 2011
O "traumático" mas inevitável regresso ao outro mundo, mas antecipado por um "baptismo" bem madrugador e a apressada escrita de uma receita (bolo de cenoura) para uma vizinha chegada. Ao sair para a Luz, ficou para trás mais um sempre deslumbrante "verão" com amigos e conhecidos de três décadas já imprescindíveis nas vidas de todos os membros da família.
HAF

11261º Dia

Dia 3 de Setembro de 2011
I
A “última manhã” (Lagos,Mercado)

Burgau, uma familiar tarde de Tic-Tac e a I. a iniciar-se na apeneia com um tiro “fatal”(a descoberta de um novo "sabor", o de predador)

II
No “Público” passei os olhos pela notícia que, nas primeiras páginas, se referiu ao presumido (e real) impacto das restrições, retenções e cortes financeiros dos fundos do OGE destinados ao Ensino Superior Público. As preocupações são grandes para os Politécnicos, que já as expressaram de uma forma clara, e para as Universidades, as do regime tradicional e as que evoluíram para Fundação, com apreciações mais discretas.
As questões da racionalização do trabalho (que inclui também a revisão da oferta formativa e a concentração de recursos) e do despedimento de docentes (por falta de orçamento) reforçam o seu peso na agenda da gestão das Universidades. Estas instituições há muito tempo que tinham a obrigação de saber que isso seria inevitável e deviam ter preparado e colocado em marcha um plano radical (por isso sensato) que permitisse matizar o impacto das mudanças que agora, por imposição externa, vão ter de fazer. Nem todas fizeram o trabalho de casa com a inclusão deste cenário que já era previsível pelo menos há dois anos atrás. É provável que agora reajam ( se adaptem) com a proverbial inconsistência e temor com que foram lideradas no passado.
O assunto é relevante, merece mais informação (do governo mas também das instituições) e a ele voltaremos mais adiante. Mas uma coisa é absolutamente segura: o futuro será mais do mesmo, pelo que as instituições devem empenhar-se seriamente em encontrar soluções de organização e financiamento consistentes. Para o efeito devem ser pró-activas no redesenho da rede nacional do Ensino Superior Público, por exemplo escolhendo os melhores parceiros para futuras alianças. Independentemente da solução de escala (individualizada ou associada/integrada a outras instituições), é fundamental alterar o escopo (esfera de acção) para superar a excessiva dependência do financiamento do Estado. É de facto indispensável um aumento expressivo da quota das receitas próprias no bolo geral. Para uma parte expressiva das Universidades , tal objectivo (que deve ser colocado numa fasquia “ideal” de 55%) é quase impossível de ser alcançado no “mercado interno”.
III
Tem corrido em Luanda, há vários dias...

HAF

sexta-feira, setembro 2

11260º Dia

Dia 2 de Setembro de 2011
I
Despacho CC ECS UÉ (reconhecimento de habilitações)
II
Uma longa tarde com história: Cabanas Velhas/ Pedreira

III
Uma noite com história. Chegou gente, trouxe gente nova
IV
Organização do Ministério da Educação.
Com a tomada de posse dos “dirigentes interinos” das Direcções Regionais da Educação (DsRE) inicia-se o processo de transição (c. de 15 meses) que conduzirá à extinção das DsRE e à sua substituição por “estruturas simplificadas” como canais de comunicação entre as Escolas e o Ministério. O fim das DsRE só merece um comentário : uma excelente notícia para o país, uma má notícia para o pessoal dos trens de cozinha. Falta saber (e ver) o que serão as futuras “estruturas simplificadas” .
HAF

11259º Dia

Dia 1 de Setembro de 2011
Despacho CC ECS UE- Reconhecimento de candidaturas
Actas Câmara dos Deputados
Uma tarde “dura”, com pesca e temporal. Todo o "material" de carbono inactivo.
HAF