Editorial

Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).

À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.

DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.

Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.

A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.

Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.

Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)

terça-feira, agosto 31

10896º Dia

Agosto,31
I
Em fim o regresso….Burgau –Évora .
O “caloroso” acolhimento da cidade que não mexe (36º graus) permite imaginar dias difíceis de trabalho.
II
Conhecem-se os resultados das candidaturas dos projectos de investigação (Dez. 2009) . Desta vez uma classificação qualitativa e não quantitativa. Mas a questão essencial é esta : uma FCT mais promotora da de reprodução ou da criação (descoberta) científica? Uma incerteza fatal.
HAF

10895º Dia

Agosto,30
I
Organização da agenda de trabalho para Set.-Out 2010
Correspondência Gen. João de Almeida / Dr José de Almeida (1914)
O último “seafari” da época nas escarpas da Praia do Robolo.
II
Gaspar Martins Pereira: “Que República? “ ou “Fez-se uma verdadeira República?” (Série “Repúblida”, Público). Imaginem a resposta e leiam o texto.
HAF

10894º Dia

Agosto, 29
I
Correspondência Gen. João de Almeida / Dr José de Almeida (1910)
II
Conceição Meireles Pereira: “ João Chagas, o Jornalista e o panfletário” ?” (Série “Repúblida”, Público).
III
La Fura dels Baus , Gnósis (Lagos, 22,30) . Um espetáculo surpreendente e tecnicamente sofisticado. Fotos e filme: perda total no “Banho de 29” (Burgau) , que afinal acaba por ser a 30.
HAF

10893º Dia

Agosto, 28
Vanda Coelho: A Americanização da Europa e o Programa Fulbright em Portugal (1960-2004) (Tese de mestrado. Leitura tutorial) (conclusão).
HAf

sexta-feira, agosto 27

10892º Dia

Agosto, 27
I
Correspondência Gen. João de Almeida / Dr José de Almeida (1910)
II
Vila do Bispo- Praia do Castelejo
III
São José de Almeida: “Quando as feministas influenciaram o poder” (Série República, Público)
IV
Já leio o jornal “Público” há vinte anos….
V
Portugal: Democracia Politica e Oportunidades Sociais
Um avanço na democracia portuguesa é a possibilidade de “os estudantes e trabalhadores deslocados” passarem a poder votar antes do dia das eleições e este principio parece aplicars-e a todas as eleições.
Em contrapartida, anuncia-se a simplificação dos processos de contratação dos trabalhadores a prazo para toda a função pública. Sou pela simplificação desde que assegurada o principio da meritocracia. Do que li ( e sobre o assunto só li o que o Publico noticia) não vi rasto com a preocupação meritocrática. Esta omissão , em Portugal e em matéria de igualdade de oportunidades, deixa-me de sobreaviso. No mínimo.
VI
The Blind Side (2009) , de Lee Hancock. Um filme com a menina bonita dos americanos (Sandra Bullock) numa história de “inclusão” que se ajusta à simpática atriz.
HAF

10891º Dia

Agosto, 26
I
Correspondência Gen. João de Almeida / Dr José de Almeida (1910)
II
João Bonifácio Serra: As eleições de 1911. As eleições que dividiram o Partido Republicano” (série República, Público)
HAF

10890º Dia

Agosto, 25
I
Programa Fulbright
Fulbright Program is one of the really generous and imaginative things that have been done in the world since World War II.” (Arnold Toynbee, 1971)
Vanda Coelho: A Americanização da Europa e o Programa Fulbright em Portugal (1960-2004) (Tese de mestrado. Leitura tutorial)
+
U.S. Information Agency (USIA). United States Information Agency: A Commemoration.Washington, DC: USIA, 2000.
II
Alexandra Prado Coelho: “um busto e um hino consensuais e uma bandeira polémica” ( Série República, Público)
George Soros: “ O destino dos Ciganos” (Público). Um texto relevante do Presidente da Fundação Soros (e já agora do “Open society Institute” ), um momento em que na Europa os pequenos Sarkozys que lideram algumas das democracias europeias (França, Itália, Alemanha, Dinamarca, Suécia, e não seis e estão todas…) descriminam explicitamentee deportam sectores da “maior minoria étnica da Europa” (G.Soros) . Repugnante.
III
Os Arquivos Históricos da JAE
No Público do inicio desta semana noticiava-se que os arquivos da JAE-Estradas de Portugal , com documentos e processos que remontam a 1960s, estavam abandonados em edifícios entretanto despejados. Nada que seja inédito em Portugal: já cruzei com algumas histórias “públicas” e “privadas” deste tipo. Provavelmente nunca com a escala de um arquivo como devia a ser o da JAE. Hoje o Público volta ao assunto com a versão da empresa “Estradas de Portugal” que diz que a coisa não é bem assim. Mas não se conhecem os critérios que levaram à “declarada” selecção de documentação e ao abandono e eliminação (trituração e queima) de muitos dos processos. E fazemos alguma ideia do que se passa com os arquivos de documentos exclusivamente constituídos em suporte electrónico ?.
HAF

10889º Dia

Agosto, 24
I
Correspondência Gen. João de Almeida / Dr José de Almeida (1909)
II
Vanda Coelho: A Americanização da Europa e o Programa Fulbright em Portugal (1960-2004) (Tese de mestrado. Leitura tutorial)
II
Fernando Catroga: “O Republicanismo em Portugal” (Série República, Público)”
HAF

10888º Dia

Agosto, 23
I
Despacho CC ECS UE
Évora- Burgau
II
Um Jornal incompleto e defeituoso… Desta vez falta o P2 e o texto da série República ( “Como a Política e a fotografia se cruzaram em plena revolução “. Mas estas falhas na distribuição são já recorrentes no Público, onde se nota aliás, um crescente descuido com a revisão dos textos (cheios de gralhas e de defeitos literários)
HAF

10887º Dia

Agosto,22
I
Correspondência Gen. João de Almeida / Dr José de Almeida (1909)
II
Burgau-Evora
HAF

10886º Dia

I
“Burgau: A Drinking Village with a Fishing Problem? “. Fui testar a maré e veio de lá, entre outras, uma peça dourada (1,3 kg)
II
Maria José Oliveira: D. Manuel II. Um britânico Ocidental (Serie República, Público)
III
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC): três décadas
A 1 de Abril de 1980 com a Declaração de Lusaka ( Southern Africa: Towards Economic Liberation) institucionalizou-se a “Southern African Development Coordination Conference” (SADCC), sucedendo assim aos “Estados da Linha da Frente” A 17 de Agosto de 1992 , na sua Cimeira em Windhoek (Namíbia) , os chefes de estado e governo subscreveram o tratado e Declaração da constituição SADC. Na 30ª cimeira, agora realizada em Windhoek, no “Dia da SADC”, o presidente cessante, Joseph kabila Cabange (RDC) “pediu a todos os chefes de Estado e de Governo presentes para assumirem um compromisso forte com a paz, a democracia e o bem-estar dos povos dos países membros da comunidade” (J.A.) antes de passar a presidência da organização ao Presidente da Namíbia, Lucas Pohamba. Angola, ocupa a vice-presidência, preparando-se assim para na próxima cimeira (Luanda) assumir a Presidência. A evolução desta organização transnacional mas ainda pouco supra-nacional é uma das matérias que mais me interessa.
HAF

sexta-feira, agosto 20

10885º Dia

Agosto,20
I
Visita a Vila do Bispo, sede do concelho.
II
10,00-14,00: Correspondência Gen. António de Almeida (1909)
III
Amadeu Carvalho Homem: “ A Revolução no seu “dia inicial” (Dossier “República”, Público)
IV
Les Uns et les Autres, de Claude Lelouch (1981). O regresso a este filme trouxe-me à memória uma história entre dois historiadores: François Furet (1927-1997) , o historiador da Revolução Francesa, e Antoine de Baecque (1962-…) um editor, historiador da litertura e crítico de cinema. Em Junho de 1997 Furet visionou a pedido de Jean-Luc Godard , a “Histoire(s) du Cinema” – oito episódios em que o cineasta teve como ambição explicita de montar e mostrar “le l'histoire du cinema (a travers de nombreux extraits, citations, references) et l'histoire du siecle (grace a une multitude de documents, d'archives, de photographies, de films)”. Dias depois, Antoine de Baecque colhia a opinião de Furet sobre o filme , na que foi a provavelmente a sua última entrevista (Furet faleceu a 12 de Julho de 1997). E disse: “Ce que j`admire dans le cinema en general, et dans les Histoire(s) du cinema que j`ai vues, c`est le sens lyrique de l'image. Seul le cinema, je crois, peut encore faire croire a la beaute du mouvement d'une revolution peut saisir quelque chose de profond des grands assauts de l'histoire”. O episódio é narrado por Anoine de Baecque em 2001 ( “Pour une Histoire visuelle du Vingtieme Siecle: Le Musee du Cinema Henri langlois et les Historians” , in French Politics, Culture and Society, 19-2, 2001, p.64).
“Les uns et les Autres” e “1900” estão entre as obras cinematográficas que deveriam merecer um lugar especial na educação dos europeus.
HAF

10884º Dia

Agosto, 19
I
08.00-10.00: Burgau-Praia da Luz-Burgau [4ª caminhada]
10.00-11.00: Correspondência e Despacho academic.
II
Leonce BEKEMANS e Robert PICHT (eds): European Societies between Diversity and Convergence , Vol.II, Bruges/College d´Europe, Presses Interuniversditaires uroperennes, 1993
III
Joaquim Romero de Magalhães: “Portugal perdeu os seus chefes mas a revolução fez-se (Miguel Bombarda e Cândido dos Reis)” (Dossier “República”, Público)
HAF

10883º Dia

Agosto, 18
I
Leonce BEKEMANS e Robert PICHT (eds): European Societies between Diversity and Convergence , Bruges/College d´Europe, Presses Interuniversditaires uroperennes, 1993
Colin Crouch:Social Change in Western Europe, Oxford UP, 1999
II
António Ventura: “As Sociedades Secretas e a Revolução” (Dossier “República”, Público)
HAF

10882º Dia

Agosto, 17
I
Manuel Villaverde Cabral :”Portugal e a Europa. Diferenças e semelhanças”, Análise Social, 118-119 , 1992, pp. 943-954
Leonce BEKEMANS e Robert PICHT (eds): European Societies between Diversity and Convergence , Bruges/College d´Europe, Presses Interuniversditaires uroperennes, 1993
II
Maria Fernanda Rollo: “Portugal 1900. Uma Granja e um banco” (Dossier “República”, Público)
III
A notícia do dia: a ascensão da China a segunda potência económica “nominal” [maior PIB em dólar do mundo] depois dos EUA. Alguns comentadores acham mesmo que já é a primeira economia do mundo: “Quando a produção é avaliada pela Paridade do Poder de Compra (PPC) as coisas mudam. O valor da produção chinesa é bem maior e o PIB per capita (produção total dividida pela população, que chegou a 6,5 mil dólares em 2008, segundo o FMI) é quatro vezes maior em PPC que em dólar. A PPC é uma medida mais realista porque exclui os efeitos de eventual valorização ou depreciação do câmbio e apura de forma mais confiável os preços relativos das mercadorias nos diferentes países.” (http://www.cbcde.org.br/home/), um ciclo de crescimento associado às reformas pós 1978, que incluiu a parazo uma certa internalização da estratégia DengXiaopingana de "One country, two systems”. Sobre a evolução da economia chinesa ver p.ex. C.A. Medeiros: “A China como um Duplo Pólo na Economia Mundial e a Recentralização da Economia Asiática”[http://www.ie.ufrj.br/eventos/seminarios/
pesquisa/]

Contrariamente à uma ideia muito popular, o crescimento económico chinês traduziu-se também numa melhoria da posição da China Continental no ranking do IDH [índice de desenvolvimento humano, medida comparativa, com dados normalizados, que inclui três dimensões do desenvolvimento humano: “living a long and healthy life (measured by life expectancy), being educated (measured by adult literacy and gross enrolment in education) and having a decent standard of living (measured by purchasing power parity, PPP, income)”[Amartya Sen e Mahbub ul Haq, 1990]. Com a 92ª posição em 2009 (o Relatório do Desenvolvimento Humano 2009 – tem em consideração os dados normalizados de 2007) , a “China Continental” melhorou um pouco a sua situação em relação a 2000 (96ª posição). Duas notas adicionais. A primeira para salientar que foram os avanços na educação que mais contribuíram para o IDH da China em 2009
[http://hdrstats.undp.org/en/countries/country_fact_sheets/cty_fs_CHN.html]. Em segundo lugar tal melhoria não impediu que a China se mantenha na “terceira categoria” de países , os de médio desenvolvimento humano , abaixo do grupo dos países com alto (44 países) e muito alto (38 países, incluindo Portugal (34ª) , Desenvolvimento Humano [Low HDI (0.000 to 0.499), Medium HDI (0.500 to 0.799), High HDI (0.800 to 0.899), Very High HDI (0.900 to 1.000)]. Ou como se destaca em relatório da ONU, na China” The Human Development Index - going beyond income”.
No ranking dos “melhores países do mundo” da Newsweek (ver este diário o 10881 º Dia) a China ocupa a 59 nona posição, muito distante do Japão (9º) e acima da índia , outro gigante da Ásia do Sul (78º lugar). Na comparação entre a China e a índia escreve-se: “China and India don’t break the top 50 in Newsweek’s overall rankings, as measures of health, education, and quality of life continue to lag. Growth, however, remains strong in both countries, as they avoided the worst of the global economic slowdown. India continues to attract plenty of foreign investment and is finally pouring some of it into infrastructure—long its Achilles’ heel. Still, China ranked higher than India in the bulk of our categories, and, ironically, a major reason for that may have been the absence of democracy. In the long run, the inherent tension between free markets and one-party rule may cause problems for the emerging power, but for now the two are working hand in hand, streamlining policy decisions over deficits and spending. Meanwhile, India’s leaders remain mired in debate and stifled by bureaucracy. As Richard Kang, the director of research for Emerging Global Advisors, puts it, if the Chinese want to build a dam, “it just gets done.” (cf. http://www.newsweek.com )
Vale a pena também olhar para os indicadores da pobreza humana na China:
HAF

10881º Dia

Agosto, 16
I
Jorge Vala e Anália Torres (org.): Contextos e Atitudes Sociais na Europa , Lisboa, ICS, 2007
II
José Manuel Sardica: “A queda de um trono” (Dossier “República”, Público)
III
A Newsweek e os melhores paises do mundo
A revista americana editou um número especial dedicado à apresentação do seu primeiro ranking dos “melhores paises do mundo.” “In NEWSWEEK’s first-ever Best Countries special issue, we set out to answer a question that is at once simple and incredibly complex—if you were born today, which country would provide you the very best opportunity to live a healthy, safe, reasonably prosperous, and upwardly mobile life? Many organizations measure various aspects of national competitiveness. But none attempt to put them all together. For this special survey, then, NEWSWEEK chose five categories of national well-being—education, health, quality of life, economic competitiveness, and political environment—and compiled metrics within these categories across 100 nations. A weighted formula yielded an overall list of the world’s top 100 countries”.
No topo (10) : Finlândia, Suiça , Suécia, Australia, Luxemburgo, Noruega, Canada, Holanda, Japão e Dinamarca, na ordem descrescente apresentada. Nele está a totalidade do clube nórdico. Nas primeiras 50 posições estão 30 paises da Europa atlasiana (mas não a Rússia) e a totalidade da Europa Ocidental. Portugal ocupa um honroso (e surpreendente) 27 lugar (destacando-se nas categorias saúde, qualidade de vida e ambiente político: ver infogravura) . A totalidade dos países analisados (100) , as categorias, a métrica, a metodologia e uma magnífica inforgrafia interactiva pode consultar-se em http://www.newsweek.com
Neste número especial procura-se ainda explicar a posição dos EUA (11ª) [“How to understand Amercian decline”] , revelar os segredos dos melhoes sistemas educativos do mundo e fazem-se algumas comparações bilaterais ( França-USA; Alemanha-Reino Unido; China e India) e Andrei Codrescu, procura explicar “Why cold, dark, small, and depressive nations top the rankings.”
HAF

10880º Dia

Agosto, 15
Festa da Sardinha(Portimão) e BOSS AC, Yuri da Cunha , Tito Paris e Ana
HAF

10879º Dia

Agosto, 14
I
Burgau-Praia da Luz-Burgau [3ª caminhada]- Lagos (mercado)
II
Vanda Coelho: A Americanização da Europa e o Programa Fulbright em Portugal (1960-2004) (Tese de mestrado. Leitura tutorial)
III
O SCP do costume. Parra sem uva.
HAF

sexta-feira, agosto 13

10878º Dia

Agosto,13
I
Correspondência (mestrados e doutoramentos)
Jorge Vala e Anália Torres (org.): Contextos e Atitudes Sociais na Europa , Lisboa, ICS, 2007
II. Ainda Tony Judt
Ontem no Guardian , o Keith Flett, “Convenor” do London Socialist Historians Group (1993) e autor de “The Twentieth Century: A Century of Wars and Revolutions “[ed. with David Renton, 2000] e “Chartism After 1848 : The Working Class and the Politics of Radical Education ( Merlin Press, 2005), fez publicar a seguinte nota : “ Your obituary of Tony Judt (9 August) focuses on his landmark, book-length, contributions to history, but skates over a much shorter piece which proved a defining moment in left historiography. His view on where social history was going, A Clown in Regal Purple, was published in History Workshop Journal 7 in 1979 and provoked a furious response. Judt argued that new directions in social history, some, though not all, of which represented the beginnings of the postmodern turn in the subject, represented an unworthy drift from the prevailing class-based analysis.
Ironically, while not all of Judt's criticism was warranted – there were important new areas and approaches for social historians to explore – the furious reaction seemed to create a certain distance between himself and the left, which he had been attempting to defend, and certainly defined his career path after that time.” [The Guardian, Wednesday 11 August 2010]
Flett fez muito bem em evocar a relevância historiográfica de “A Clown in Regal Purple: Social History and the Historians” [ in History Workshop Journal , OUP, 1979; 7: 66-94] para a definição do “marxismo académico“ europeu no campo da História e 0 seu distanciamento face à fragmentação da História Social e inclusive à “viragem cultural”, ao relativismo e pósmodernismo emergentes. Pode ter-se uma visão geral do debate suscitado em Adrian Wilson [Rethinking Social History: English society 1570-1920 and its interpretation, 1995[ cap. 1- “A Critical Portrait of social History”] e encontrar marc as relevantes dos “ataques” dirigidos ao texto de Tony Judt , como os de Edward Shorter e David Levine, em Theory and Society Volume 9, Number 5, Special Issue on Social History 1980.
HAF

10877º Dia

Agosto,12
I
Burgau-Praia da Luz-Burgau : 3ª caminhada
II
Ruy Duarte de Carvalho
O regente agrícola, escritor, poeta, artista plástico, cineasta, antropólogo professor universitário , Ruy Duarte Carvalho, natural de Santarém (1941) mas angolano por opção (1975), “foi encontrado sem vida na sua casa em Swakopmund, na Namíbia, para onde foi viver depois da reforma” [http://www.tvi24.iol.pt, 18,30 h]
““Foi nesta profissão [regente agrícola, 1960] que me tornei escritor. Nas viagens infindáveis pelo interior do país, com o ruído compassado dos pneus na estrada. Onde temos tempo para ir pensando nas palavras, descobrindo em nós próprios a melhor maneira de escrever aquilo que queremos dizer””
Na sua casa da Maianga (que vendeu para se instalar no Namibe, para onde levou a sua biblioteca e espólio documental), escreveu “Actas da Maianga” (2003), um livro discreto sobre a actualidade política angolana [“Na altura era minha convicção que esta amarga realidade tinha que ser escrita. Coisas que todos sabiámos que aconteciam, mas que ninguém queria comentar publicamente. Quer gostem, ou não, o livro foi feito e publicado”]. Referindo-se ao acolhimento do livro, 0 Autor , numa entrevista a uma revista angolana, acha que “não[o] comentaram, mas muitos [o] leram. Versava sobre temas que as pessoas não queriam que fossem tratados, mas era necessário falar neles. Por isso muitos preferiram manter o silêncio sobre a obra. Mas eu sei que a leram. E com muita atenção”.
Dele, foi a única coisa que li, uma oferta do SRC. A verdade é que até aquele momento eu não o conhecia
III
Dia Internacional da Juventude (IYD) , adoptado pelas Nações Unidas (1999, resolution 54/120), por recomendação da World Conference of Ministers Responsible for Youth (Lisbon, 8-12 August 1998). Comemorado pela primeira vez em 2000, nos anos seguintes o dia mereceu uma abordagem temática, desde as questões da saúde e desemprego (2001) à pobreza, sustentabilidade, cidadania, mudançasd climáticas, etc. O ano de 2010 tem como tema a “Dialogue and Mutual Understanding”
Sobre os programas, “facilidades” e “borlas” promovidas ou proporcionadas hoje pelo IPJ e entidades parceiras aos jovens dos 12 aos 25 anos ver
http://juventude.gov.pt/Eventos/EducacaoFormacao/Paginas/DiaMundialdaJuventudePodesaproveitartodasasfacilidades,borlaseprogramas.aspx
IV
Portimão, Feira da Sardinha: 35 anos depois, o regresso a um concerto de José Cid, no seu melhor…. E no resto.
HAF

quarta-feira, agosto 11

10876º Dia

Agosto,11
I II
Vanda Coelho: A Americanização da Europa e o Programa Fulbright em Portugal (1960-2004) (Tese de mestrado. Leitura tutorial)
HAF

10875º Dia

Agosto, 10
I II
Vanda Coelho: A Americanização da Europa e o Programa Fulbright em Portugal (1960-2004) (Tese de mestrado. Leitura tutorial)
III A Herança Americana
Hamed Al-Maliki, o dramaturgo que gostava de escrever no Mélia Mansour , deixou de escrever para “não ser morto”. “Tinhamos um Saddam antes de 2003. Agora temos 100. Toda a gente quer ser profeta, califa. Uns já se vêem, outros ainda não. Se os americanos saírem, então vamos ver os milhares de Saddam que há por aqui. Eu tinha medo no tempo de Saddam. Havia uma linha vermelha muito grande. Mas eu conhecia a fronteira. Agora temos muitas linhas vermelhas….(…)” (Reportgem de Sofia Lorena, Pública, 10 de Agosto 2010)
Ao ler esta reportagem onde se revela o pessimismo deste intelectual iraquino que “já desistiu de tentar ver luz “ [ “agora acho que não há esperança”] e quer que os poetas voltem a ser ouvidos no seu país , lembrei-me de outro texto de Tony Judt ( “Dreams of Empire”, in United States Military, Volume 51, Number 17 • November 4, 2004)
HAF

10874º Dia

Agosto,9
I
Jornada 2 (9,00-16.00)
II
Correspondência
HAF

10873º Dia

Agosto,8
I
Aberta a época (08,00-14,30): jornada 1 II
The Ghost Writer [Roman Polanski, 2010]
III
A NYU e o NYT noticiam a morte, aos 62 anos, de Tony [Robert] Judt (1948-2010) ensaísta, intelectual , “liberal” ou “esquerdista” , solidário e acima de tudo, um historiador que assumiu a responsabilidade social da sua profissão [T. Judt: The Burden of Responsibility: Blum, Camus, Aron, and the French Twentieth Century ,2007; David Franz: “Intellectuals and Public Responsability”, The Hedgehog Review, spring 2007]. Judt, “British by birth and education” ( William Grimes), era “ University Professor, the Erich Maria Remarque Professor of European Studies, and director of the Remarque Institute at New York University” (NYT). Em 1976 publicou o seu primeiro livro: La Reconstruction du Parti Socialiste: 1921-1926 (Paris). O momento do reconhecimento e popularização chegou trêw décadas depois, com Postwar: A History of Europe Since 1945 (1º ed. 2005; edição portuguesa das Edições 70, 2009 ) – narrativa da História da Europa Uraliana desde o fim da 2ª GM até à queda do Muro de Berlim), obra que integrou uma lista dos 10 melhores livros de 2005 (ranking do NYT), foi finalista ao Pulitzer 2006, e recebeu o Hannah Arendt Prize (2007) e o prémio do Livro Europeu (2ª ed , 2008) - Judt deixou uma obra vasta, historiograficamente relevante, como o futuro mostrará. No recém-reimpresso “Ill Fare the Lands”, Judt lembra-nos, que “The materialistic and selfish quality of contemporary life is not inherent in the human condition. Much of what appears ‘natural’ today dates from the 1980s” que marcou o início de uma nova era para a Europa, “an era of turmoil, a time of troubles” (Tony Judt: “Nineteen Eighty-Nine: The End of Which European Era”, Daedalus, 123-3, 1994)] cujas marcas essenciais foram “ the obsession with wealth creation, the cult of privatization and the private sector, the growing disparities of rich and poor. And above all, the rhetoric which accompanies these: uncritical admiration for unfettered markets, disdain for the public sector, the delusion of endless growth. We cannot go on living like this. The little crash of 2008 was a reminder that unregulated capitalism is its own worst enemy: sooner or later it must fall prey to its own excesses and turn again to the state for rescue. But if we do no more than pick up the pieces and carry on as before, we can look forward to greater upheavals in years to come. “ “Europhile liberal left”, Judt não simulou a sua simpatia pelo “modelo europeu” do pós-guerra e em particular a política social e de redistribuição da riqueza . Dele guardo o prazer de ler alguns dos ensaios, plenos de inteligência e erudição, tematica e geograficamante amplos, que incluiu em “Reappraisals: Reflections on the Forgotten Twentieth Century” (2008), a começar pelo que abre o livro à guiza de introdução , “The world we have lost” lembrando um título Laslettiano de 1965. Não posso deixar de recordar tanto a forma inteligente como este intelectual “outspoken and outcast”, fortemente crítico do Estado de Israel e da influência judaica na politica externa amerciana, eargumentou a favor de um estado binacional Israel-palestino [HALEVI Ran: “Isreal and the Question of National State”, Policy Review, 124, 2004; Tamar Hermann: “The bi-national idea in Israel-Palestine:past and present” Nations and Nationalism 11 (3), 2005, 381–401] como alguns dos seus últimos textos mais intimistas, onde revelou a sua experiência com a doença (ALS) que o vitimou.
“I suffer from a motor neuron disorder, in my case a variant of amyotrophic lateral sclerosis (ALS): Lou Gehrig’s disease. Motor neuron disorders are far from rare: Parkinson’s disease, multiple sclerosis, and a variety of lesser diseases all come under that heading. What is distinctive about ALS—the least common of this family of neuro-muscular illnesses—is firstly that there is no loss of sensation (a mixed blessing) and secondly that there is no pain. In contrast to almost every other serious or deadly disease, one is thus left free to contemplate at leisure and in minimal discomfort the catastrophic progress of one’s own deterioration.
In effect, ALS constitutes progressive imprisonment without parole. […].”
["Night," The New York Review of Books, 14 jan. 2010].
HAF

10872º Dia

Agosto, 7
I
Mercado de Lagos , Lota (ralos) e praia.
II
Alexandra Lucas Coelho: “Ixpetec.Gente que ninguém quer “ (Público, 7 de Agosto). “São os “pobres dos pobres”. Vêm de toda a América Central . Estão ilegais no México e querem chegar aos Estados Unidos” . Precisa de ser lido.
HAF

10871º Dia

Agosto, 6
I
Burgau-Praia da Luz-Burgau (2ª caminhada)
II
Jorge Vala e Anália Torres (org.): Contextos e Atitudes Sociais na Europa , Lisboa, ICS, 2007
III
Portimão [cada vez mais interessante] Grown Ups, Sardinhada e Rui VelosoHAF

10870º Dia

Agosto, 5
I
Jorge Vala e Anália Torres (org.): Contextos e Atitudes Sociais na Europa , Lisboa, ICS, 2007
II
O “Público “tal como a imprensa em geral (que espreito regularmente no “Sapo) dão um ênfase crescente ao tema da violência doméstica no país ( a propósito do aniversário da lei que a criminaliza). Mas o facto é que , pese embora os exemplos que a denunciam (como o de Isaura Morais), grassa a invisibilidade (envergonhada, colaborante ou ignorante) e a impunidade (tal como na corrupção (e a propósito disto pode ler-se o texto de Helena Matos, “O Homo Freeportus” que “nasceu da união entre dois aparelhos reprodutores: o do estado e o dos partidos”). O jornal regressa ao tema dos diamantes de sangue da Noami Campbell ( o que a acontece a VIPs desideologizados). Todavia, no Público de hoje o que se deve destacar, além da notícia sobre o “avanço da sociedade do precariato”- “Portugal foi dos países com mais precários na última década” (p. 19), é a entrevista de José Félix Ribeiro, uma “mente brilhante”, uma visão global da Europa no Mundo: este é o “recorte de jornal” que vale a pena fazer e guardar.
III
Nirad C Chaudhuri : Autobiography Of An Unknown Indian ( 1951; ed. de 2001)
HAF

10869º Dia

Agosto, 4
I
Jorge Vala e Anália Torres (org.): Contextos e Atitudes Sociais na Europa , Lisboa, ICS, 2007
II
Nirad C Chaudhuri: Autobiography Of An Unknown Indian ( 1951; ed. de 2001)
HAF

10868º Dia

Agosto,3
I
Burgau-Praia da Luz- Burgau: 7 kms emn marchaII
HAF e PEG:“Portugal e as Sociedades Europeias: Homogamia, fronteiras de classe e revolução sexual (1860-1960)” (artigo em revisão)
III
Nirad C.Chaudhuri:Autobiography Of An Unknown Indian ( 1951; ed. de 2001)
HAF

10867º Dia

Agosto,2
I
HAF e PEG:“Portugal e as Sociedades Europeias: Homogamia, fronteiras de classe e revolução sexual (1860-1960)” (artigo em revisão)
II
No início do Sec. XXI “o país que acha que conta” persiste dividido sobre a natureza meritocrática da escolaridade inclusiva. Entretanto parece que daqui a um mês será público o que o Ministério e (alguns) institutos de educação entendem dever ser as “metas de aprendizagem” para os alunos do ensino básico para passar “ mais ou menos “ a ser adoptado pelas escolas. O “mais ou menos” é que mata o país.
III
Nirad C. Chaudhuri:Autobiography Of An Unknown Indian ( 1951; ed. de 2001)
“I am a striking illustration of the survival of the unfittest” (NCC)
“He became India’s most majestic and pungent writer of English prose“(Ian Jack)
HAF

domingo, agosto 1

10866º Dia

Agosto,1
A “Prateleira” , o mar, a família e os “amigos da praia” num “dia branco”
HAF