I
Uma manhã às voltas com AAM e o HISClass e a Classificação das PHP e uma «tarde branca»
II
O Dia das Colocações
Universidades como a de Évora vivem as primeiras semanas de Setembro com o credo na boca. Como vão correr as colocações da primeira fase dos alunos que ingressam no ensino superior? Haverá procura suficiente? Os cursos, as escolas, a Universidade vão preencher a maior parte das vagas ?
Estas angústias e a dos candidatos ficam hoje resolvidas. As instituições já sabem quantos estudantes foram colocados e estes já sabem se e onde foram colocados. Numa nota do ministério lê-se: “Nesta (1ª) fase foram colocados 42243 alunos no ensino superior público. O número de vagas fixadas pelas instituições de ensino superior para o concurso nacional de 2011 foi de 53500. Apresentaram‐se a concurso 46899 candidatos. Das candidaturas válidas, 91% ficaram colocados nesta 1.ª fase. 58% dos colocados foram‐no na sua 1.ª opção. 87% foram colocados numa das suas três primeiras opções. 26321 (62%) dos candidatos foram colocados no ensino superior público universitário e 15922 (38%) no ensino superior público politécnico.” Segundo a agência Lusa “a preferência dos alunos parece ter-se concentrado nas áreas de Ciências Sociais, Comércio e Direito” (mais de 12 000 colocações).
A fase de crescimento numérico de novas entradas (ingressos) – estimulado pela “crise”, pelas mudanças a montante (ensino secundário) e pelo marketing universitário - que a Universidade de Évora começou a acompanhar apenas desde 2009 – parece estar a esgotar-se: Menos 3000 alunos colocados no ensino superior que no ano passado» (Titulo do Público)
Mesmo sem acesso a todos os dados em formato electrónico e apenas com base nas listas do Público, obtemos resultados que permitem apreciações gerais sobre as colocações na Universidade de Évora (ver quadro) , comparando-as com as do ano anterior .
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Ora, não há como esconder… Na 1ª fase de colocações houve uma quebra expressiva na taxa de ocupação de vagas de cursos universitários oferecidos pela UÉ: este ano entraram (807) quase menos 100 alunos que no ano transacto (902) , embora se tenham oferecido mais cursos e um maior número de vagas. A quebra da taxa de cobertura de vagas na 1º fase – apenas foram preenchidas 76% das vagas - afectou todas as escolas “universitárias” da instituição mas teve uma incidência mais acentuada nas Escolas de Artes e de Ciências Sociais, no que parece contrariar o panorama geral.
Este ano, a Escola de Ciências Sociais não chegou a preencher ¾ (72,5%) das vagas oferecidas. É claro que há variações expressivas de curso para curso, que aqui ainda não considerarei. Também já recebi reacções sectoriais de grande euforia, não sei se prudentes. Dos detalhes, que é indispensável analisar no contexto adequado, há todavia dois dados que me parecem particularmente relevantes: os cursos oferecidos em regime pós-laboral não estão a ser bem sucedidos (não seria preferível ampliar a oferta de vagas nos mesmos cursos em regime diurno?); o colapso das «Ciências da Educação» , uma facto circunstancial ou uma mudança com maior profundidade?
Vamos ao mais importante. Sendo uma das últimas a beneficiar da fase do crescimento numérico de entradas que teve inicio em meados da década anterior (2004), ao primeiro sinal de mudança de ciclo(se é ou não veremos), a Universidade de Évora é uma das primeiras a perder. Isto, sobretudo, mostra como esta instituição, para viver saudavelmente a longo prazo, não pode limitar ou mesmo centrar as suas expectativas no mercado interno (regional e nacional). Para vencer esta limitação objectiva há algumas ideias e capacidade e vontade para as concretizar. A alternativa é continuarmos com o «credo na boca», manter o recorrente discurso do inultrapassável défice demográfico regional e (não) contar com a generosidade da mesa do orçamento. Ora, nos tempos que correm e que ai virão, por longos anos, isto não é nem será maneira de viver. Temos por isso poucos anos para fazer muitas coisas de uma forma diferente àquela que estamos a fazer.
III
A Semana da Palestina
No próximo dia 23 a Assembleia Geral da ONU votará a criação do Estado da Palestina? Este será sem dúvida, o facto da semana, qualquer que seja a solução: “estado membro com adesão plena” ? “estado observador não membro»?... Veremos como se comportam os representantes europeus e estado-unidense.
HAF