Dezembro, 31
I
Relatório de Actividades do CC ECS 2009-2011
Biografia do General João de Almeida
Burgau, mar “alevantado”, marinheiro em terra em busca de "robalos banhistas"... Uma despedida como deve ser.
II
Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes (ed.): Os anos da Guerra Colonial , 1961-1975, 1ª ed. Lisboa, 2010. Comprada hoje, houve tempo para “dar um vistazo”. Não encontrei índice geral, nem nada a explicar a sua ausência ou a organização da obra.
III
Portimão... by night. Assim será. E sempre à espera de trabalhar para uma bom ano.
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
sexta-feira, dezembro 31
11015º Dia
Dezembro,30
I
Relatório de Actividades do CC ECS 2009-2011
Biografia do General João de Almeida
II As Universidades e os novos cursos.
“Universidades querem 431 cursos novos” (Expresso, 30-12-2010, p.1.)
“Universidades e politécnicos propõem criar para o próximo ano letivo 431 novas formações “ (Expresso, 30-12-2010,p.2)
Em que ficamos? A noticia correcta é a segunda. A “capa” é apenas marketing do bera.
HAF
I
Relatório de Actividades do CC ECS 2009-2011
Biografia do General João de Almeida
II As Universidades e os novos cursos.
“Universidades querem 431 cursos novos” (Expresso, 30-12-2010, p.1.)
“Universidades e politécnicos propõem criar para o próximo ano letivo 431 novas formações “ (Expresso, 30-12-2010,p.2)
Em que ficamos? A noticia correcta é a segunda. A “capa” é apenas marketing do bera.
HAF
11014º Dia
Dezembro, 29
I
Despacho CC ECS UÉ. Relatório de actividades deste CC para o biénio 2009-2011. É preciso não desistir e mobilizar uma Escola que mantêm um trajecto errático e está mergulhada no desalento.
Biografia do General João de Almeida.
II
Ontem, a publicação da portaria 1319/2010 [Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2010], assinalou uma nova era para o Serviço Nacional de Saúde português. Recuamos décadas no “modelo social europeu”, num país cujo governo deixou de ter fronteiras no seu contra-reformismo. Um dia negro.Agora o serviço torna-se gratuito apenas para os “ miseráveis” (uma fracção dos pensionistas e desempregados, os quase desprovidos de rendimentos).Ao escrever SNS: Trinta Anos de Resistência (2009)- refiro o título de memória-,o Dr. António Arnaut não previa um funeral tão expedito. Percebe-se o o seu protesto público. O P.S. vai pouco a pouco libertando-se do seu património político essencial. No momento certo lembrar-me-ei que o “voto é uma arma”.
HAF
I
Despacho CC ECS UÉ. Relatório de actividades deste CC para o biénio 2009-2011. É preciso não desistir e mobilizar uma Escola que mantêm um trajecto errático e está mergulhada no desalento.
Biografia do General João de Almeida.
II
Ontem, a publicação da portaria 1319/2010 [Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2010], assinalou uma nova era para o Serviço Nacional de Saúde português. Recuamos décadas no “modelo social europeu”, num país cujo governo deixou de ter fronteiras no seu contra-reformismo. Um dia negro.Agora o serviço torna-se gratuito apenas para os “ miseráveis” (uma fracção dos pensionistas e desempregados, os quase desprovidos de rendimentos).Ao escrever SNS: Trinta Anos de Resistência (2009)- refiro o título de memória-,o Dr. António Arnaut não previa um funeral tão expedito. Percebe-se o o seu protesto público. O P.S. vai pouco a pouco libertando-se do seu património político essencial. No momento certo lembrar-me-ei que o “voto é uma arma”.
HAF
terça-feira, dezembro 28
11013º Dia
Dezembro,28
Despacho CC ECS UÉ
Reunião da Mesa do CC ECS UÉ. Relatório de actividades deste CC para o biénio 2009-2011
Biografia do General João de Almeida.
HAF
Despacho CC ECS UÉ
Reunião da Mesa do CC ECS UÉ. Relatório de actividades deste CC para o biénio 2009-2011
Biografia do General João de Almeida.
HAF
11012º Dia
Dezembro,27
I
Despacho CC ECS UÉ
A Universidade de Évora, as Eleições e as trapalhadas regulamentares.
Biografia do General João de Almeida.
II
Robert Frank, Hartmut Kaelble, M-F Lévy and L. Passerini (eds): Building a European Public Sphere. From the 1950s to the Present. / Un espace public européen en construction. Des annés 1950 à nos jours. Ed. Peter Lang, 2010
III
Jornal O Registo, ed. 134, de 23 de Dezembro. Qual a utilidade social deste jornal “regional”? Depois de ter lido uma dúzia de números, tenho dificuldade em a descortinar.
HAF
I
Despacho CC ECS UÉ
A Universidade de Évora, as Eleições e as trapalhadas regulamentares.
Biografia do General João de Almeida.
II
Robert Frank, Hartmut Kaelble, M-F Lévy and L. Passerini (eds): Building a European Public Sphere. From the 1950s to the Present. / Un espace public européen en construction. Des annés 1950 à nos jours. Ed. Peter Lang, 2010
III
Jornal O Registo, ed. 134, de 23 de Dezembro. Qual a utilidade social deste jornal “regional”? Depois de ter lido uma dúzia de números, tenho dificuldade em a descortinar.
HAF
11011º Dia
Diário de Cátedra: Dezembro, 26
I
“Desenho” da Biografia do General João de Almeida.
II
Nilton: Paga o que Deves!. , Lisboa, Livros d`Hoje, 2010. Há coisas que vale a pena experimentar para confirmar que há coisas que se dizem que não vale a pena escrever. É o caso deste livro. O autor diz que é um livro de “pequenas ideias” ; eu acho apenas um livro “pequeno”.
III
Robert Frank, Hartmut Kaelble, M-F Lévy and L. Passerini (eds): Building a European Public Sphere. From the 1950s to the Present. / Un espace public européen en construction. Des annés 1950 à nos jours. Ed. Peter Lang, 2010
HAF
I
“Desenho” da Biografia do General João de Almeida.
II
Nilton: Paga o que Deves!. , Lisboa, Livros d`Hoje, 2010. Há coisas que vale a pena experimentar para confirmar que há coisas que se dizem que não vale a pena escrever. É o caso deste livro. O autor diz que é um livro de “pequenas ideias” ; eu acho apenas um livro “pequeno”.
III
Robert Frank, Hartmut Kaelble, M-F Lévy and L. Passerini (eds): Building a European Public Sphere. From the 1950s to the Present. / Un espace public européen en construction. Des annés 1950 à nos jours. Ed. Peter Lang, 2010
HAF
11009º Dia
Dezembro,24
I
“Desenho” da Biografia do General João de Almeida.
II
Robert Frank, Hartmut Kaelble, M-F Lévy and L. Passerini (eds): Building a European Public Sphere. From the 1950s to the Present. / Un espace public européen en construction. Des annés 1950 à nos jours. Ed. Peter Lang, 2010
HAF
I
“Desenho” da Biografia do General João de Almeida.
II
Robert Frank, Hartmut Kaelble, M-F Lévy and L. Passerini (eds): Building a European Public Sphere. From the 1950s to the Present. / Un espace public européen en construction. Des annés 1950 à nos jours. Ed. Peter Lang, 2010
HAF
quinta-feira, dezembro 23
11008º Dia
Dezembro, 23
09,30-12,30: Tutoria-Tese de Mestrado
16,00-18,00: Nota de Apresentação da Revista PerspectivasPortuguese Journal of Political Science and International Relations, Nº duplo (3-4), NICPRI, 2010
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa....
HAF
09,30-12,30: Tutoria-Tese de Mestrado
16,00-18,00: Nota de Apresentação da Revista PerspectivasPortuguese Journal of Political Science and International Relations, Nº duplo (3-4), NICPRI, 2010
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa....
HAF
11007º Dia
Dezembro,22
Despacho CC ECS UE
Leitura de Tese de Mestrado
16,00-18,00: Sessão do MEHE/HCTN-DT
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa.....
HAF
Despacho CC ECS UE
Leitura de Tese de Mestrado
16,00-18,00: Sessão do MEHE/HCTN-DT
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa.....
HAF
11006º Dia
Dezembro, 21
Évora-Lisboa
Arquivo Histórico Militar
Nova Leitura de tese de mestrado, sobre a meritocracia em Portugal
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa. O Regresso das Caravelas. Em “edição revista e muita aumentada” (2009).
HAF
Évora-Lisboa
Arquivo Histórico Militar
Nova Leitura de tese de mestrado, sobre a meritocracia em Portugal
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa. O Regresso das Caravelas. Em “edição revista e muita aumentada” (2009).
HAF
11005º Dia
Dezembro, 20
I
Viseu-Guarda-Évora
15,00: reunião do CC do NICPRI.UÉ
II A Universidade de Évora e o destaque da sua investigação
Nas “Noticias.up.pt” Universidade do Porto) pode ler-se: “Miguel Araújo, titular da Cátedra Rui Nabeiro para a biodiversidade e investigador no CIBIO (Centro de Investigação e Biodiversidade e Recursos Genéticos) (*), foi destacado pela prestigiada "Faculty 1000 Biology", através da publicação de um estudo na revista Evolution. “. O que a notícia não refere é que a Cátedra Rui Nabeiro é da Universidade de Évora, que sobre o assunto nada disse e devia ter dito.
Mas nem tudo fica omisso. No dia 16 p.p. , era noticia na uevora.pt: “José Brandão, investigador do Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Évora, venceu o prémio de melhor estudo sobre Museologia da Associação Portuguesa de Museologia. “, com a sua dissertação de doutoramento (“Colecções e museus geológicos portugueses: valores científico, didáctico e cultural",) a cuja discussão presidi e me pareceu um trabalho de grande interesse.
(*) Centro acolhido pela Universidade do Porto com um pólo nos Açores, nota minha)
III
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa. O Regresso das Caravelas. Em “edição revista e muita aumentada” (2009).
HAF
I
Viseu-Guarda-Évora
15,00: reunião do CC do NICPRI.UÉ
II A Universidade de Évora e o destaque da sua investigação
Nas “Noticias.up.pt” Universidade do Porto) pode ler-se: “Miguel Araújo, titular da Cátedra Rui Nabeiro para a biodiversidade e investigador no CIBIO (Centro de Investigação e Biodiversidade e Recursos Genéticos) (*), foi destacado pela prestigiada "Faculty 1000 Biology", através da publicação de um estudo na revista Evolution. “. O que a notícia não refere é que a Cátedra Rui Nabeiro é da Universidade de Évora, que sobre o assunto nada disse e devia ter dito.
Mas nem tudo fica omisso. No dia 16 p.p. , era noticia na uevora.pt: “José Brandão, investigador do Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Évora, venceu o prémio de melhor estudo sobre Museologia da Associação Portuguesa de Museologia. “, com a sua dissertação de doutoramento (“Colecções e museus geológicos portugueses: valores científico, didáctico e cultural",) a cuja discussão presidi e me pareceu um trabalho de grande interesse.
(*) Centro acolhido pela Universidade do Porto com um pólo nos Açores, nota minha)
III
João Paulo Guerra: Descolonização Portuguesa. O Regresso das Caravelas. Em “edição revista e muita aumentada” (2009).
HAF
11004º Dia
Dezembro,19
Viseu-Silvã de Cima-Viseu... Um mundo onde ainda encontramos o que já perdemos.
HAF
Viseu-Silvã de Cima-Viseu... Um mundo onde ainda encontramos o que já perdemos.
HAF
11003º Dia
Dezembro,18
Évora-Coimbra –Viseu
O dia do “passaporte angolano”
Almoço clássico (Casarão)
HAF
Évora-Coimbra –Viseu
O dia do “passaporte angolano”
Almoço clássico (Casarão)
HAF
sexta-feira, dezembro 17
11002º Dia
Dezembro, 17
I
9.30-12,30: Despacho CC.ECS.UE: projectos de teses de mestrado (uns sim, outros não)
14,00-17.00: Tomada de posse como membro do CC.UÉ
17,30-20,30: Seminários Sociedades Europeias/Sociedade Europeia e Grupo de Estudo
II
Sessões de Homenagem a Santiago Zapata Blanco
11.Fevereiro.2011: No ICS.UL: HAF e Amélia Branco Dias
08.Abril.2011: Badajoz, “Jornada sobre el mundo ibérico (“ la Economía y la Historia Económica” : “ la participación de siete historiadores económicos (Helder Adegar Fonseca, Antonio Linares, José Ignacio Jiménez Blanco, Carlos Barciela, Jaime Reis, Jordi Maluquer y José Miguel Martínez Carrión) y seis economistas (Julio Segura, Rafael Myro, Pablo Campos, Francisco Pedraja, Javier Aríztegui y José Luis Malo de Molina).
III
75 anos da Rádio Pública Portuguesa. Hoje encerraram-se as celebrações com um programa especial da RTP (Heróis do Ar). Apesar das maquilhagens, uma rádio que , desde o seu inicial formato de Emissora Nacional de Radiodifusão (fundada em Agosto de 1935, e depois convertida em “organismo autónomo” e separado dos CTT, 1940) , foi pouco independente ou se quiser uma rádio de regimes. A Tinta da China, também entrou na festa com a edição de “A Nossa Telefonia. 75 Anos de Rádio Pública” (coord. De Joaquim Vieira).
HAF
I
9.30-12,30: Despacho CC.ECS.UE: projectos de teses de mestrado (uns sim, outros não)
14,00-17.00: Tomada de posse como membro do CC.UÉ
17,30-20,30: Seminários Sociedades Europeias/Sociedade Europeia e Grupo de Estudo
II
Sessões de Homenagem a Santiago Zapata Blanco
11.Fevereiro.2011: No ICS.UL: HAF e Amélia Branco Dias
08.Abril.2011: Badajoz, “Jornada sobre el mundo ibérico (“ la Economía y la Historia Económica” : “ la participación de siete historiadores económicos (Helder Adegar Fonseca, Antonio Linares, José Ignacio Jiménez Blanco, Carlos Barciela, Jaime Reis, Jordi Maluquer y José Miguel Martínez Carrión) y seis economistas (Julio Segura, Rafael Myro, Pablo Campos, Francisco Pedraja, Javier Aríztegui y José Luis Malo de Molina).
III
75 anos da Rádio Pública Portuguesa. Hoje encerraram-se as celebrações com um programa especial da RTP (Heróis do Ar). Apesar das maquilhagens, uma rádio que , desde o seu inicial formato de Emissora Nacional de Radiodifusão (fundada em Agosto de 1935, e depois convertida em “organismo autónomo” e separado dos CTT, 1940) , foi pouco independente ou se quiser uma rádio de regimes. A Tinta da China, também entrou na festa com a edição de “A Nossa Telefonia. 75 Anos de Rádio Pública” (coord. De Joaquim Vieira).
HAF
quinta-feira, dezembro 16
11001º Dia
Dezembro, 16
I
09,00-12,30: Apreciação de planos de tese de mestrado (ECS:UÉ)
14,00-16,00: Reunião de Júri de Reconhecimento de Habilitações, Uma confrangedora lentidão administrativa
II
A Times e a “pessoa [ou personalidade] do ano” (assim se designa desde 1999, antes , e desde os anos 1920`, designavam o “homem do ano”)
Ficamos hoje a saber. A Times deu um exemplo reprovável de manipulação de resultados: a escolha dos seus leitores - o fundador da WikiLeaks – foi substituída pela escolha dos "gestores" (ou do "patrão"), que recaiu no Mark Zuckerberg, o criador da rede social FBook.
Seja como for é indiscutível o impacto actual do Face Book mas são também indiscutíveis o talento e tenacidade de Julien Assange e o impacto futuro da WikiLeaks. Num artigo hoje mesmo publicado o [2010, year of Wikileaks?] na The Economic Times (“India's leading business publication”) escreveu-se: If 1999 was the Year of Napster in the history of the Internet then 2010 will go down as the Year of WikiLeaks. Napster, the file-sharing renegade, upended the music industry and copyright in ways still being felt a decade later while WikiLeaks, for better or worse, is likely to have a similar impact on government secrecy and transparency.”
A escolha oficial da Times pode bem ser subscrita por muitos dos governantes do mundo ocidental... Já a decisão tomada hoje pelo Supremo Tribunal inglês, que confirmou a libertação de Assange sob caução e pulseira, certamente desagradou aos primeiros ministros e ministros mentirosos....a bem da Nação...
III
Há 32 anos…fundou-se, formalmente, esta família.
HAF
I
09,00-12,30: Apreciação de planos de tese de mestrado (ECS:UÉ)
14,00-16,00: Reunião de Júri de Reconhecimento de Habilitações, Uma confrangedora lentidão administrativa
II
A Times e a “pessoa [ou personalidade] do ano” (assim se designa desde 1999, antes , e desde os anos 1920`, designavam o “homem do ano”)
Ficamos hoje a saber. A Times deu um exemplo reprovável de manipulação de resultados: a escolha dos seus leitores - o fundador da WikiLeaks – foi substituída pela escolha dos "gestores" (ou do "patrão"), que recaiu no Mark Zuckerberg, o criador da rede social FBook.
Seja como for é indiscutível o impacto actual do Face Book mas são também indiscutíveis o talento e tenacidade de Julien Assange e o impacto futuro da WikiLeaks. Num artigo hoje mesmo publicado o [2010, year of Wikileaks?] na The Economic Times (“India's leading business publication”) escreveu-se: If 1999 was the Year of Napster in the history of the Internet then 2010 will go down as the Year of WikiLeaks. Napster, the file-sharing renegade, upended the music industry and copyright in ways still being felt a decade later while WikiLeaks, for better or worse, is likely to have a similar impact on government secrecy and transparency.”
A escolha oficial da Times pode bem ser subscrita por muitos dos governantes do mundo ocidental... Já a decisão tomada hoje pelo Supremo Tribunal inglês, que confirmou a libertação de Assange sob caução e pulseira, certamente desagradou aos primeiros ministros e ministros mentirosos....a bem da Nação...
III
Há 32 anos…fundou-se, formalmente, esta família.
HAF
11000º Dia
Dezembro, 15
I
09,00-12,30: Apreciação de planos de tese de mestrado (ECS:UÉ)
14,00-….A agência de acreditação e os planos de estudo em revisão. Em alguns casos é óbvio que não há ovos, mas teima-se na omolete. E não há milagres. Dias perdidos…?
II
Eleições na Universidade de Évora. Promulgados resultados e data de repetição de uma das eleições.
HAF
I
09,00-12,30: Apreciação de planos de tese de mestrado (ECS:UÉ)
14,00-….A agência de acreditação e os planos de estudo em revisão. Em alguns casos é óbvio que não há ovos, mas teima-se na omolete. E não há milagres. Dias perdidos…?
II
Eleições na Universidade de Évora. Promulgados resultados e data de repetição de uma das eleições.
HAF
10999º Dia
Dezembro,14
I
Júri do Concurso para Professor Associado (ISCTE)
II
Eleições para órgãos da Universidade de Évora. A primeira vez em que os actos são totalmente realizados em plataforma totalmente electrónica. No final do dia chegaram notícias preocupantes. Surpreendentemente até às 24 horas nada se sabia quanto a resultados…mas já eram públicas algumas falhas graves. O tlm não teve descanso. Veremos.
HAF
I
Júri do Concurso para Professor Associado (ISCTE)
II
Eleições para órgãos da Universidade de Évora. A primeira vez em que os actos são totalmente realizados em plataforma totalmente electrónica. No final do dia chegaram notícias preocupantes. Surpreendentemente até às 24 horas nada se sabia quanto a resultados…mas já eram públicas algumas falhas graves. O tlm não teve descanso. Veremos.
HAF
10998º Dia
Dezembro, 13
Organização do arquivo e biblioteca domésticas
Documentação do concurso para Prof. Associados.
HAF
Organização do arquivo e biblioteca domésticas
Documentação do concurso para Prof. Associados.
HAF
domingo, dezembro 12
10997º Dia
Dezembro,12
I
10,30-13,00: Documentos e Classificação final do Concurso Documental para Professor Catedrático (ISCTE).
II
9,30… No ginásio, cruzei com a Europa XXI (SIC Nóticias). Uma parte do programa foi dedicada a uma unidade de referência no domínio do ensino e investigação: o “Imperial College London” (UK), fundado em 1907, que se posiciona de forma sistemática entre as melhores universidade do mundo , em especial no domínio do ensino e investigação [http://www3.imperial.ac.uk/aboutimperial/league_rankings].
O programa foi essencialmente ocupado com uma longa entrevista com a Profª Mary A Ritter, “Pro-Rector for Postgraduate and International Affairs” que abordou o modelo bem sucedido de integração dos estudantes quer na cultura da instituição quer, pelos competências adquiridas, no mercado de trabalho. Algumas das soluções, em particular no domínio do que aqui em Portugal se denomina vagamente por tutoria (algo que até há pouco poucos conheciam, e que agora já tem um grande número de especialistas [!!!], especialmente psicólogos…), geralmente adoptadas de forma massiva, são surpreendentes pela sua simplicidade (não pelo esforço que é necessário para as realizar). Na verdade só podemos “inventar” se conhecermos as boas experiências e há muitas coisas que podemos decidir fazer nas universidades que não estão totalmente dependentes de ter ou não mais uns tostões do Estado.
HAF
I
10,30-13,00: Documentos e Classificação final do Concurso Documental para Professor Catedrático (ISCTE).
II
9,30… No ginásio, cruzei com a Europa XXI (SIC Nóticias). Uma parte do programa foi dedicada a uma unidade de referência no domínio do ensino e investigação: o “Imperial College London” (UK), fundado em 1907, que se posiciona de forma sistemática entre as melhores universidade do mundo , em especial no domínio do ensino e investigação [http://www3.imperial.ac.uk/aboutimperial/league_rankings].
O programa foi essencialmente ocupado com uma longa entrevista com a Profª Mary A Ritter, “Pro-Rector for Postgraduate and International Affairs” que abordou o modelo bem sucedido de integração dos estudantes quer na cultura da instituição quer, pelos competências adquiridas, no mercado de trabalho. Algumas das soluções, em particular no domínio do que aqui em Portugal se denomina vagamente por tutoria (algo que até há pouco poucos conheciam, e que agora já tem um grande número de especialistas [!!!], especialmente psicólogos…), geralmente adoptadas de forma massiva, são surpreendentes pela sua simplicidade (não pelo esforço que é necessário para as realizar). Na verdade só podemos “inventar” se conhecermos as boas experiências e há muitas coisas que podemos decidir fazer nas universidades que não estão totalmente dependentes de ter ou não mais uns tostões do Estado.
HAF
10996º Dia
Dezembro, 11
I
9,30-13,00: Documentos e Classificação final do Concurso Documental para Professor Catedrático (ISCTE).
II O PISA 2009
PISA é o “Programme for International Student Assessment” realizado pela OCDE (Paris) . O programa, “a respected international survey” (NYT), cobre os 30 países da OCDE e mais 35 países parceiros. A primeira avaliação foi em 2000 seguida de avaliações trienais até 2015. Envolve uma ampla amostra (meio milhão) do universo de alunos com a idade de 15 anos (portanto que estão, em regra, no nosso caso, no 9º ou 10º ano ).
No início desta semana foi publicado do Relatório referente à avaliação de 2009 que, neste segundo ciclo do PISA e através de um conjunto de testes padrão presenciais simultâneos, permitem avaliar no conjunto dos países, as competências dos alunos em compreensão na leitura, matemática e ciências. O relatório de 2009 é constituído por seis volumes, mas apenas os cinco primeiros estão disponíveis:
Volume I, What Students Know and Can Do: Student Performance in Reading, Mathematics and Science, compares the knowledge and skills of students across countries.
Volume II, Overcoming Social Background: Equity in Learning Opportunities and Outcomes, looks at how successful education systems moderate the impact of social background and immigrant status on student and school performance.
Volume III, Learning to Learn: Student Engagement, Strategies and Practices, examines 15-year-olds’ motivation, their engagement with reading and their use of effective learning strategies.
Volume IV, What Makes a School Successful? Resources, Policies and Practices, examines how human, financial and material resources, and education policies and practices shape learning outcomes.
Volume V, Learning Trends: Changes in Student Performance Since 2000, looks at the progress countries have made in raising student performance and improving equity in the distribution of learning opportunities.
O volume VI [Students on Line: Reading and Using Digital Information, explores students’ use of information technologies to learn ] só estará disponível em junho de 2011.
Globalmente destaco quatro aspectos. O primeiro é o facto de o “podium” passar a ser ocupado por Xangai, com “the best-educated (teenagers) in the World”, e outras regiões/países do arco asiático (Hong Kong, Singapura, Coreia) apesar da presença de um país europeu na Leitura e Ciências (Finlândia, que mesmo assim perdeu pontos em relação a 2006).
O segundo aspecto destaca uma evidência clara do estudo: “ the best school systems are the most equitable — where students do well regardless of social background. “
O terceiro aspecto foi posto em destaque pelo secretário geral da OCDE: “ Two countries with similar levels of prosperity can produce very different results. (…)This shows that an image of a world divided neatly into rich and well-educated countries and poor and badly educated countries is now out of date.” Alguns especialistas consideraram o desempenho de alguns países europeus de referência como “stagnant at best.” (Andreas Shleicher, sobre o UK). “Today’s PISA report underlines the urgent need to reform our school system. We need to learn from the best-performing countries. […] Other regions and nations have succeeded in closing the gap and in raising attainment for all students at the same time. They have made opportunity more equal, democratized access to knowledge and placed an uncompromising emphasis on higher standards all at the same time.” (Michael Gove , UK Secretary of State for Education)
Finalmente realço o facto de Portugal ter melhorado em alguns pontos a sua posição , o que é bom, mas ficou mesmo assim abaixo (ligeiramente, é certo) da média da OCDE. Foi esta a razão porque o Governo escolheu a “educação” para o debate parlamentar. Parece que a melhoria portuguesa ficou em boa parte a dever-se aos avanços no ensino pré-escolar ( desde Marçal Grilo) , a promoção de uma cultura de avaliação , a intensificação do estudo do português e matemática (neste último caso através, por exemplo, do “estudo acompanhado”) e, na opinião de professores experientes, ao enorme empenho dos professores nas salas de aula e à massificação da procura de explicações de matemática e português a partir do 5º ano. O governo pretende agora reduzir horários e circunscrever o estudo acompanhado. Vale a pena continuar com uma receita que estava a correr bem ou vamos mudar de novo por razões mal explicadas (pelo menos no que tenho lido)?
De um modo geral há dois factores que me parecem do maior relevo para a melhoria dos resultados : o empenho , a motivação dos professores (profissão valorizada; oportunidades de promoção ); uma infra-estrutura escolar moderna ( instalações confortáveis, equipamentos adequados, bibliotecas apetrechadas, serviços eficientes, etc, etc.) ; uma estratégia institucional bem definida; uma alocação de recursos apropriada (muito mais importante que o montante do orçamento) ; uma boa organização escolar; autonomia e responsabilidade dos actores escolares; etc.. Por exemplo, o forte investimento público na qualificação da infraestrutura escolar certamente terá repercussões na próxima avaliação (2012) .
Uma coisa é certa: os Relatórios PISA não são, de todo, apenas úteis para as instituições do ensino pré-universitário. Não é necessário um grande esforço para imaginar a sensação de retrogresso de um aluno da Escola Gabriel Pereira (Évora) - hoje uma escola exemplar, como infraestrutura, em qualquer parte da Europa -, quando confrontado com a “berice” das condições de trabalho oferecidas pela infraestrutura da Universidade de Évora, desde as casas de banho às salas de aula...passando por muitas outras coisas, condições que estão a mudar muito, mas muito, devagar.
HAF
I
9,30-13,00: Documentos e Classificação final do Concurso Documental para Professor Catedrático (ISCTE).
II O PISA 2009
PISA é o “Programme for International Student Assessment” realizado pela OCDE (Paris) . O programa, “a respected international survey” (NYT), cobre os 30 países da OCDE e mais 35 países parceiros. A primeira avaliação foi em 2000 seguida de avaliações trienais até 2015. Envolve uma ampla amostra (meio milhão) do universo de alunos com a idade de 15 anos (portanto que estão, em regra, no nosso caso, no 9º ou 10º ano ).
No início desta semana foi publicado do Relatório referente à avaliação de 2009 que, neste segundo ciclo do PISA e através de um conjunto de testes padrão presenciais simultâneos, permitem avaliar no conjunto dos países, as competências dos alunos em compreensão na leitura, matemática e ciências. O relatório de 2009 é constituído por seis volumes, mas apenas os cinco primeiros estão disponíveis:
Volume I, What Students Know and Can Do: Student Performance in Reading, Mathematics and Science, compares the knowledge and skills of students across countries.
Volume II, Overcoming Social Background: Equity in Learning Opportunities and Outcomes, looks at how successful education systems moderate the impact of social background and immigrant status on student and school performance.
Volume III, Learning to Learn: Student Engagement, Strategies and Practices, examines 15-year-olds’ motivation, their engagement with reading and their use of effective learning strategies.
Volume IV, What Makes a School Successful? Resources, Policies and Practices, examines how human, financial and material resources, and education policies and practices shape learning outcomes.
Volume V, Learning Trends: Changes in Student Performance Since 2000, looks at the progress countries have made in raising student performance and improving equity in the distribution of learning opportunities.
O volume VI [Students on Line: Reading and Using Digital Information, explores students’ use of information technologies to learn ] só estará disponível em junho de 2011.
Globalmente destaco quatro aspectos. O primeiro é o facto de o “podium” passar a ser ocupado por Xangai, com “the best-educated (teenagers) in the World”, e outras regiões/países do arco asiático (Hong Kong, Singapura, Coreia) apesar da presença de um país europeu na Leitura e Ciências (Finlândia, que mesmo assim perdeu pontos em relação a 2006).
O segundo aspecto destaca uma evidência clara do estudo: “ the best school systems are the most equitable — where students do well regardless of social background. “
O terceiro aspecto foi posto em destaque pelo secretário geral da OCDE: “ Two countries with similar levels of prosperity can produce very different results. (…)This shows that an image of a world divided neatly into rich and well-educated countries and poor and badly educated countries is now out of date.” Alguns especialistas consideraram o desempenho de alguns países europeus de referência como “stagnant at best.” (Andreas Shleicher, sobre o UK). “Today’s PISA report underlines the urgent need to reform our school system. We need to learn from the best-performing countries. […] Other regions and nations have succeeded in closing the gap and in raising attainment for all students at the same time. They have made opportunity more equal, democratized access to knowledge and placed an uncompromising emphasis on higher standards all at the same time.” (Michael Gove , UK Secretary of State for Education)
Finalmente realço o facto de Portugal ter melhorado em alguns pontos a sua posição , o que é bom, mas ficou mesmo assim abaixo (ligeiramente, é certo) da média da OCDE. Foi esta a razão porque o Governo escolheu a “educação” para o debate parlamentar. Parece que a melhoria portuguesa ficou em boa parte a dever-se aos avanços no ensino pré-escolar ( desde Marçal Grilo) , a promoção de uma cultura de avaliação , a intensificação do estudo do português e matemática (neste último caso através, por exemplo, do “estudo acompanhado”) e, na opinião de professores experientes, ao enorme empenho dos professores nas salas de aula e à massificação da procura de explicações de matemática e português a partir do 5º ano. O governo pretende agora reduzir horários e circunscrever o estudo acompanhado. Vale a pena continuar com uma receita que estava a correr bem ou vamos mudar de novo por razões mal explicadas (pelo menos no que tenho lido)?
De um modo geral há dois factores que me parecem do maior relevo para a melhoria dos resultados : o empenho , a motivação dos professores (profissão valorizada; oportunidades de promoção ); uma infra-estrutura escolar moderna ( instalações confortáveis, equipamentos adequados, bibliotecas apetrechadas, serviços eficientes, etc, etc.) ; uma estratégia institucional bem definida; uma alocação de recursos apropriada (muito mais importante que o montante do orçamento) ; uma boa organização escolar; autonomia e responsabilidade dos actores escolares; etc.. Por exemplo, o forte investimento público na qualificação da infraestrutura escolar certamente terá repercussões na próxima avaliação (2012) .
Uma coisa é certa: os Relatórios PISA não são, de todo, apenas úteis para as instituições do ensino pré-universitário. Não é necessário um grande esforço para imaginar a sensação de retrogresso de um aluno da Escola Gabriel Pereira (Évora) - hoje uma escola exemplar, como infraestrutura, em qualquer parte da Europa -, quando confrontado com a “berice” das condições de trabalho oferecidas pela infraestrutura da Universidade de Évora, desde as casas de banho às salas de aula...passando por muitas outras coisas, condições que estão a mudar muito, mas muito, devagar.
HAF
sexta-feira, dezembro 10
10995º Dia
Dezembro, 10
I
9,00-10,00: despacho CC ECSUÉ
10,00-12,00: Tutoria, tese de mestrado
14,00-16,00: Despacho ACTAE-NICPRI.UÉ e Repçositório Científico
16,00-17,30: Tutoria Tese de Mestrado
18,00-20,00. PDHC/MEEE: Seminário GE
II
O rescaldo da visita reitoral às unidades orgânicas: um trabalho honesto e transparente mas com o foco limitado à árvore e à falta do dinheiro do Estado. Isso justifica o imobilismo do essencial. Falsamente. Daqui para a frente haverá sempre menos dinheiro do Estado e é preciso ter uma solução para isso.
III
Passaporte Angolano. Hoje. E sei a quem o devo…..
HAF
HAF
I
9,00-10,00: despacho CC ECSUÉ
10,00-12,00: Tutoria, tese de mestrado
14,00-16,00: Despacho ACTAE-NICPRI.UÉ e Repçositório Científico
16,00-17,30: Tutoria Tese de Mestrado
18,00-20,00. PDHC/MEEE: Seminário GE
II
O rescaldo da visita reitoral às unidades orgânicas: um trabalho honesto e transparente mas com o foco limitado à árvore e à falta do dinheiro do Estado. Isso justifica o imobilismo do essencial. Falsamente. Daqui para a frente haverá sempre menos dinheiro do Estado e é preciso ter uma solução para isso.
III
Passaporte Angolano. Hoje. E sei a quem o devo…..
HAF
HAF
10994º Dia
Dezembro, 09
I
06,00-16,00: Lisboa, Consulado e livrarias
16,30-20.00: Despacho CC ECS UÉ- Projectos de teses de mestrado.
II
Carlos Pacheco: Angola. Um gigante com pés de barro, ed. veja, 2010
III. Um Jornalista de Caras
“Não se espera o inesperado”(MM). Assim foi, num Consulado. Um personagem dá nas vistas cada vez que entra num guichet de atendimento. Às tantas solicita-nos a cedência de um formulário, que se esquece de agradecer. Por gestos, aproveito para sugerir alguma paciência, no momento em que se restabeleceu o serviço informático que esteve off uma boa hora. E o homem explode: que é um jornalista da CARAS; o português vivo que mais países conhece; o 8º do ranking mundial na matéria; que não tinha paciência para esperar três horas por um visto, ainda por cima no meio de um mar de brancos que ia para Angola “roubar os pretos”, sim , porque o homem tinha um pacto com a verdade, era a “voz da verdade” [um termo com sabor colonial…] em todas as circunstâncias; e que fizera aquela entrada de leão porque era também um leão - sportinguista, claro - e que tinha cartão de sócio, que podia mostrá-lo e tudo…. E faz o gesto de abrir a carteira… E tudo chegou ao fim com o “jornalistadecaras”, “sportinguistaquasedenascença” e globe-trooter imbatível…a “amandar-se” para cima da cadeira de atendimento que uma senhora, ordeiramente, se preparava para ocupar. Há muito tempo que não cruzava exemplar cultural do alfacinha-calcinha: tagarela, gargantoso e, quase garantido, um cobardolasito atontado. Na verdade não valia dois sopapos no queixo. Tudo somado: o “idiota inesperado”
HAF
I
06,00-16,00: Lisboa, Consulado e livrarias
16,30-20.00: Despacho CC ECS UÉ- Projectos de teses de mestrado.
II
Carlos Pacheco: Angola. Um gigante com pés de barro, ed. veja, 2010
III. Um Jornalista de Caras
“Não se espera o inesperado”(MM). Assim foi, num Consulado. Um personagem dá nas vistas cada vez que entra num guichet de atendimento. Às tantas solicita-nos a cedência de um formulário, que se esquece de agradecer. Por gestos, aproveito para sugerir alguma paciência, no momento em que se restabeleceu o serviço informático que esteve off uma boa hora. E o homem explode: que é um jornalista da CARAS; o português vivo que mais países conhece; o 8º do ranking mundial na matéria; que não tinha paciência para esperar três horas por um visto, ainda por cima no meio de um mar de brancos que ia para Angola “roubar os pretos”, sim , porque o homem tinha um pacto com a verdade, era a “voz da verdade” [um termo com sabor colonial…] em todas as circunstâncias; e que fizera aquela entrada de leão porque era também um leão - sportinguista, claro - e que tinha cartão de sócio, que podia mostrá-lo e tudo…. E faz o gesto de abrir a carteira… E tudo chegou ao fim com o “jornalistadecaras”, “sportinguistaquasedenascença” e globe-trooter imbatível…a “amandar-se” para cima da cadeira de atendimento que uma senhora, ordeiramente, se preparava para ocupar. Há muito tempo que não cruzava exemplar cultural do alfacinha-calcinha: tagarela, gargantoso e, quase garantido, um cobardolasito atontado. Na verdade não valia dois sopapos no queixo. Tudo somado: o “idiota inesperado”
HAF
10993º Dia
Diário de Cátedra:
Dezembro, o8
10,00-12,30: Despacho CC ECS UÉ
16,00-….: Leituras várias
HAF
Dezembro, o8
10,00-12,30: Despacho CC ECS UÉ
16,00-….: Leituras várias
HAF
10992º Dia
Diário de Cátedra:
Dezembro, o7
I
08,30-13.00: Despacho do CC ECS e das direcções de curso.
14,30….. Visita da reitoria à ECS. Reunião sem agenda. Um ano perdido?
16,00-18,00: Biblioteca doméstica ( re-organização)
II . Inquérito aos docentes do Ensino Superior
Para a realização do “Estudo da Satisfação e Motivação dos Académicos no Ensino Superior Português (ESMAESP), um projecto FCT dirigido por Maria de Lourdes Fidalgo Machado , está a decorrer, at+e 15 de Janeiro de 2011, um inquérito aos académicos. Parece-me fundamental colaborarmos, respondendo de forma massiva. O inquérito está bem desenhado, ainda que com algumas imperfeições, como nas funções institucionais (remetidas às de gestão) , e omissões , quando ao grau de satisfação dos académicos em relação aos estatutos das respectivas instituições . Para responder:
http://questionarios.ua.pt/index.php?sid=19766&lang=pt
HAF
Dezembro, o7
I
08,30-13.00: Despacho do CC ECS e das direcções de curso.
14,30….. Visita da reitoria à ECS. Reunião sem agenda. Um ano perdido?
16,00-18,00: Biblioteca doméstica ( re-organização)
II . Inquérito aos docentes do Ensino Superior
Para a realização do “Estudo da Satisfação e Motivação dos Académicos no Ensino Superior Português (ESMAESP), um projecto FCT dirigido por Maria de Lourdes Fidalgo Machado , está a decorrer, at+e 15 de Janeiro de 2011, um inquérito aos académicos. Parece-me fundamental colaborarmos, respondendo de forma massiva. O inquérito está bem desenhado, ainda que com algumas imperfeições, como nas funções institucionais (remetidas às de gestão) , e omissões , quando ao grau de satisfação dos académicos em relação aos estatutos das respectivas instituições . Para responder:
http://questionarios.ua.pt/index.php?sid=19766&lang=pt
HAF
10991º Dia
Diário de Cátedra:
Dezembro, o6
10,00-13,00: revisão de tese de Doutoramento
15,00-18,00: Discussão da Dissertação da doutoranda Luísa Martins [Namarrais do antigo distrito de Moçambique: percursos identitários e resistências (1857-1913)], uma boa discussão. Um resultado justo
HAF
Dezembro, o6
10,00-13,00: revisão de tese de Doutoramento
15,00-18,00: Discussão da Dissertação da doutoranda Luísa Martins [Namarrais do antigo distrito de Moçambique: percursos identitários e resistências (1857-1913)], uma boa discussão. Um resultado justo
HAF
domingo, dezembro 5
10990º Dia
Dezembro,5
I
Os EUA ( e o Ocidente) numa nova guerra, contra o WikiLeaks e o astucioso australiano que o “inventou”: Julien Assange. Bloqueie-se o site, fechem-se “hospedarias” e mate-se o mensageiro. Não me deixem é ter acesso aos referidos 250.000 documentos confidenciais da diplomacia estado-unidense. A minha admiração pelo Bill Clinton persiste porque forçou o FOIA-CIA.
II
Uma manhã destas, em Luanda, “entretive-me” a passar os olhos por alguns artigos e estatística sobre a transição demográfica em África e Ásia . Percebi que o Japão, no seio do“clube” dos países mais desenvolvidos, apresenta actualmente uma das populações mais “duplamente envelhecidas” [em 2007, já tinha 21,5 % da população com 65+ anos e apenas 13,6% da população com 15- anos, quando em 1960 as percentagens respectivas eram de 5,7% e 30,2 %. ] . De facto a “Revolução Japonesa” é uma ilustração radical do “back end” da transição demográfica seguida genericamente pelos países ocidentais, com a Itália, Alemanha e Suécia o ocuparem, nesta sequência, os restantes lugares do podium quanto ao “declining work force and an increasing ratio of elderly dependents.” (Bloom e tal.:, 2001). [Cf.BLOOM David et al. (2001) : Economic Growth and the Demographic Transition , W.P. 8685 ; NBER- National bureau of Economic Research, Cambridge-Massachusetts [Para outros aspectos do processo, ver: ATOH Makoto , KANDIAH, V. e IVANOV S.: The Second Demographic Transition in Asia? Comparative Analysis of the Low Fertility Situation in East and South-East Asian Countries, The Japanese Journal of Population, Vol.2, No.1 (March 2004), pp. 42-75] Ora a Visão de 18 de Novembro, que hoje pude ler, inclui um artigo [“A Terceira Idade do Crime”] muito interessante sobre a crescente massa de idosos japoneses, os negócios de “solidão” criados à sua volta, e as reformas empobrecedoras que os lançam para uma vida [nocturna] de rua (a invisibilidade dos sem abrigo) e para o “crime grisalho” e os “cárceres geriátricos” [envolvimento dos velhos em actividades de “pequeno crime”: roubar para sobreviver, ou para ser preso para sobreviver)].
interessante a explicação de Masahiro Yamada - Professor de Sociologia da Família nas Universidades de Tokyo- Gakugei e Chuo, inventor do conceito de “gap-widening society” [New Equal Society (Nikkei BP, Biztech book award, Bunshun Co., Ltd, 2006); The Era of the Working Poor (Bunshun Co., Ltd., 2009),] , e um especialista nos “parasaito shinguru” /“Parasite single”, “sponge” ou “basement dweller”, isto é, nos indivíduos que vivem até tardiamente – idades de 28 até aos 35 anos - com os seus progenitores [ The Era of Parasite Singles (Chikuma Shinsho, 1999),]- para a emergência do fenómeno:
“Dantes [isto é, antes da crise económica de 1999], a sociedade japonesa era sustentada por três pilares: a empresa, que garantia um emprego para a vida toda; a comunidade, que tecia uma rede de apoios; e a família, que se ocupava dos idosos e das crianças. Hoje, as empresas despedem e reduzem os descontos para a reforma, o individualismo acabou com os elos comunitários e os problemas demográficos e económicos rebentaram com as famílias.(...). A nossa sociedade desmoronou-se em dez anos com uma crise tão grave como a que vocês estão a viver hoje, no Ocidente” (Cf. Visão, 18-11-2010, p. 92).
A expansão (europeização do arco latino, p.ex ) e preservação do modelo de protecção social europeu ( na sua variante nórdica) é indispensável para não darmos aos nossos idosos e jovens o humilhante destino acima descrito, que , a ocorrer, seria um retrogresso social protagonizado pelo liberalismo ganancioso e socialmente “pequeno” que está na moda.
HAF
I
Os EUA ( e o Ocidente) numa nova guerra, contra o WikiLeaks e o astucioso australiano que o “inventou”: Julien Assange. Bloqueie-se o site, fechem-se “hospedarias” e mate-se o mensageiro. Não me deixem é ter acesso aos referidos 250.000 documentos confidenciais da diplomacia estado-unidense. A minha admiração pelo Bill Clinton persiste porque forçou o FOIA-CIA.
II
Uma manhã destas, em Luanda, “entretive-me” a passar os olhos por alguns artigos e estatística sobre a transição demográfica em África e Ásia . Percebi que o Japão, no seio do“clube” dos países mais desenvolvidos, apresenta actualmente uma das populações mais “duplamente envelhecidas” [em 2007, já tinha 21,5 % da população com 65+ anos e apenas 13,6% da população com 15- anos, quando em 1960 as percentagens respectivas eram de 5,7% e 30,2 %. ] . De facto a “Revolução Japonesa” é uma ilustração radical do “back end” da transição demográfica seguida genericamente pelos países ocidentais, com a Itália, Alemanha e Suécia o ocuparem, nesta sequência, os restantes lugares do podium quanto ao “declining work force and an increasing ratio of elderly dependents.” (Bloom e tal.:, 2001). [Cf.BLOOM David et al. (2001) : Economic Growth and the Demographic Transition , W.P. 8685 ; NBER- National bureau of Economic Research, Cambridge-Massachusetts [Para outros aspectos do processo, ver: ATOH Makoto , KANDIAH, V. e IVANOV S.: The Second Demographic Transition in Asia? Comparative Analysis of the Low Fertility Situation in East and South-East Asian Countries, The Japanese Journal of Population, Vol.2, No.1 (March 2004), pp. 42-75] Ora a Visão de 18 de Novembro, que hoje pude ler, inclui um artigo [“A Terceira Idade do Crime”] muito interessante sobre a crescente massa de idosos japoneses, os negócios de “solidão” criados à sua volta, e as reformas empobrecedoras que os lançam para uma vida [nocturna] de rua (a invisibilidade dos sem abrigo) e para o “crime grisalho” e os “cárceres geriátricos” [envolvimento dos velhos em actividades de “pequeno crime”: roubar para sobreviver, ou para ser preso para sobreviver)].
interessante a explicação de Masahiro Yamada - Professor de Sociologia da Família nas Universidades de Tokyo- Gakugei e Chuo, inventor do conceito de “gap-widening society” [New Equal Society (Nikkei BP, Biztech book award, Bunshun Co., Ltd, 2006); The Era of the Working Poor (Bunshun Co., Ltd., 2009),] , e um especialista nos “parasaito shinguru” /“Parasite single”, “sponge” ou “basement dweller”, isto é, nos indivíduos que vivem até tardiamente – idades de 28 até aos 35 anos - com os seus progenitores [ The Era of Parasite Singles (Chikuma Shinsho, 1999),]- para a emergência do fenómeno:
“Dantes [isto é, antes da crise económica de 1999], a sociedade japonesa era sustentada por três pilares: a empresa, que garantia um emprego para a vida toda; a comunidade, que tecia uma rede de apoios; e a família, que se ocupava dos idosos e das crianças. Hoje, as empresas despedem e reduzem os descontos para a reforma, o individualismo acabou com os elos comunitários e os problemas demográficos e económicos rebentaram com as famílias.(...). A nossa sociedade desmoronou-se em dez anos com uma crise tão grave como a que vocês estão a viver hoje, no Ocidente” (Cf. Visão, 18-11-2010, p. 92).
A expansão (europeização do arco latino, p.ex ) e preservação do modelo de protecção social europeu ( na sua variante nórdica) é indispensável para não darmos aos nossos idosos e jovens o humilhante destino acima descrito, que , a ocorrer, seria um retrogresso social protagonizado pelo liberalismo ganancioso e socialmente “pequeno” que está na moda.
HAF
10989º Dia
Dezembro, 04
05,30-22,00… Luanda-Lisboa-Évora. Notas deste “regresso a casa”:
a)Na madrugada de Luanda, nas proximidades das grandes obras, desfila, literalmente, em colunas formadas nos passeios, um “exército chinês” de mão de obra, “contendorizada” e “disciplinada”, que parece ser a grande obreira do renascimento da cidade. Um ou outro, de idade quase indefinível, lá se escapa para num serão no bar do hotel ver um jogo de futebol televisionado, como foi o caso do Barcelona-Real Madrid. O enorme complexo (em extensão e altura) que está a ser edificado junto aos hotéis Forum e Alvalade assim vai subindo energicamente, dia após dias. Estes operários devem estar a trabalhar ao “preço da uva mijona” e a fazer o “milagre económico” dos glutões. Um mundo social desprezível.
b)No Aeroporto 4 de Fevereiro… tudo muito melhor, mais fluído, mais decente, mais profissional. Mas , talvez por ser a época de natal, foi notório o impulso para capturar as “boas festas” dos passageiros. No “check in“ traduziu-se numa suposta intransigência da chefe local, face ao peso dos “bens”: 20 kgs (e não os 25 kg tolerados) porque o avião da TAP estava a abarrotar de passageiros. No movimento de acerto do peso das bagagens deu para perceber que as balanças não estavam calibradas e que o custo do “peso a mais” variou, pura e simplesmente, consoante o dinheiro que o cliente dizia ter no bolso, pagamento em “cash” e sem recibo, obviamente. O que interessava de facto ao funcionário e à “chefe” era receberem “algum” (provável sociedade) para dar conta lá em casa das despesas extra próprias da época. A passageira (no caso) estava mais interessada em resolver o assunto do que fazer ondas que chegassem a uma qualquer gerência. Mas a TAP não devia, não precisa, de ter funcionários daquele calibre.
c)Em Setúbal trocamos a Tascas das Marés pela Tasca da Fatinha e, não tendo sido a mesma coisa, não deixou de ser bem agradável a descoberta de uma forma original de dar ao dente no choco frito.
HAF
05,30-22,00… Luanda-Lisboa-Évora. Notas deste “regresso a casa”:
a)Na madrugada de Luanda, nas proximidades das grandes obras, desfila, literalmente, em colunas formadas nos passeios, um “exército chinês” de mão de obra, “contendorizada” e “disciplinada”, que parece ser a grande obreira do renascimento da cidade. Um ou outro, de idade quase indefinível, lá se escapa para num serão no bar do hotel ver um jogo de futebol televisionado, como foi o caso do Barcelona-Real Madrid. O enorme complexo (em extensão e altura) que está a ser edificado junto aos hotéis Forum e Alvalade assim vai subindo energicamente, dia após dias. Estes operários devem estar a trabalhar ao “preço da uva mijona” e a fazer o “milagre económico” dos glutões. Um mundo social desprezível.
b)No Aeroporto 4 de Fevereiro… tudo muito melhor, mais fluído, mais decente, mais profissional. Mas , talvez por ser a época de natal, foi notório o impulso para capturar as “boas festas” dos passageiros. No “check in“ traduziu-se numa suposta intransigência da chefe local, face ao peso dos “bens”: 20 kgs (e não os 25 kg tolerados) porque o avião da TAP estava a abarrotar de passageiros. No movimento de acerto do peso das bagagens deu para perceber que as balanças não estavam calibradas e que o custo do “peso a mais” variou, pura e simplesmente, consoante o dinheiro que o cliente dizia ter no bolso, pagamento em “cash” e sem recibo, obviamente. O que interessava de facto ao funcionário e à “chefe” era receberem “algum” (provável sociedade) para dar conta lá em casa das despesas extra próprias da época. A passageira (no caso) estava mais interessada em resolver o assunto do que fazer ondas que chegassem a uma qualquer gerência. Mas a TAP não devia, não precisa, de ter funcionários daquele calibre.
c)Em Setúbal trocamos a Tascas das Marés pela Tasca da Fatinha e, não tendo sido a mesma coisa, não deixou de ser bem agradável a descoberta de uma forma original de dar ao dente no choco frito.
HAF
10988º Dia
Dezembro,03
10,30-13,00: Conferência : Os Projectos de Formação de Espaços Transnacionais do Ensino Superior(ISCED)
13,00-16.00: um almoço “regional” no Forum…
1730-20,30: Sessão SMDT
HAF
10,30-13,00: Conferência : Os Projectos de Formação de Espaços Transnacionais do Ensino Superior(ISCED)
13,00-16.00: um almoço “regional” no Forum…
1730-20,30: Sessão SMDT
HAF
10987º Dia
Dezembro,02
08,00-11,00: Leitura de “ideias” para teses de mestrado em HAA
11,00-13.00: Visita à DEFA…..
16,00-17,30: Preparação de conferência sobre a Formação de Espaços transnacionais do Ensino Superior (EEES; ELEE; EAEE)
18,00-20,30: Sessão SMDT
HAF
08,00-11,00: Leitura de “ideias” para teses de mestrado em HAA
11,00-13.00: Visita à DEFA…..
16,00-17,30: Preparação de conferência sobre a Formação de Espaços transnacionais do Ensino Superior (EEES; ELEE; EAEE)
18,00-20,30: Sessão SMDT
HAF
quarta-feira, dezembro 1
10986º Dia
Dezembro,01.
I
08,00-11,00: Leitura de “ideias” para teses de mestrado em HAA
11,00-13.00: Reunião ISCED- MEHAA
16,00-17,30: Preparação de conferência sobre a Formação de Espaços transnacionais do Ensino Superior (EEES; ELEE; EAEE)
18,00-20,30: Sessão SMDT
II
SCP-Lille (1-0): um resultado quanto basta para um jogo de azar do Lille
HAF
I
08,00-11,00: Leitura de “ideias” para teses de mestrado em HAA
11,00-13.00: Reunião ISCED- MEHAA
16,00-17,30: Preparação de conferência sobre a Formação de Espaços transnacionais do Ensino Superior (EEES; ELEE; EAEE)
18,00-20,30: Sessão SMDT
II
SCP-Lille (1-0): um resultado quanto basta para um jogo de azar do Lille
HAF
terça-feira, novembro 30
10985 º Dia
Novembro, 30
05,00-07,0: Luísa Martins, releitura de tese…
08,00-11,00: Regulamento do MEHAA
11,00-13,00: Preparação de sessão do SMDT
15,00-17,00: Luísa Martins, releitura de tese
18,00-20,00: Seminário de MDT: História Económica e Regional. Temas e Estratégias de Investigação. Desenho dos Projectos.
HAF
05,00-07,0: Luísa Martins, releitura de tese…
08,00-11,00: Regulamento do MEHAA
11,00-13,00: Preparação de sessão do SMDT
15,00-17,00: Luísa Martins, releitura de tese
18,00-20,00: Seminário de MDT: História Económica e Regional. Temas e Estratégias de Investigação. Desenho dos Projectos.
HAF
10984º Dia
Novembro, 29
I
08,00-10.00: Luísa Martins , releitura da tese de doutoramento
10,00-13,00: Preparação de sessão SMDT:
15,00-17,30: ISCED vária: Correspondência académica e programação das actividades de Janeiro de 2011
18,00-20.00 Seminário MDT: Nacionalismo e Luta de Libertação. Organizações e Actores. Temas e Estratégias de Investigação. Desenho dos Projectos.
II
A Universidade de Évora e sua reputação no mercado do ES de Angola: um tema que é urgente entrar na agenda dos órgãos da nossa Universidade .
HAF
I
08,00-10.00: Luísa Martins , releitura da tese de doutoramento
10,00-13,00: Preparação de sessão SMDT:
15,00-17,30: ISCED vária: Correspondência académica e programação das actividades de Janeiro de 2011
18,00-20.00 Seminário MDT: Nacionalismo e Luta de Libertação. Organizações e Actores. Temas e Estratégias de Investigação. Desenho dos Projectos.
II
A Universidade de Évora e sua reputação no mercado do ES de Angola: um tema que é urgente entrar na agenda dos órgãos da nossa Universidade .
HAF
domingo, novembro 28
10982º Dia
Novembro,27
08,30-12,3o: Um novo roteiro como caminheiro da cidade …..
15,00-20,00: Revisão de regulamento do MEHAA
HAF
08,30-12,3o: Um novo roteiro como caminheiro da cidade …..
15,00-20,00: Revisão de regulamento do MEHAA
HAF
10981º Dia
Novembro,26~
08,30-12,3o:Leitura de trabalhos
15,00-18,00: Reunião de coordenação do MEHAA
18,00- 20,30; S_MDT: Memória.
HAF
08,30-12,3o:Leitura de trabalhos
15,00-18,00: Reunião de coordenação do MEHAA
18,00- 20,30; S_MDT: Memória.
HAF
10980º Dia
Novembro,25
I
08,30-11,00: MEHAA: Desenho de Plano
11,00-14,00: Reunião PCh.
15,00-17,00: Vários
18,00- 20,30; S_MDT: Memória.
HAF
I
08,30-11,00: MEHAA: Desenho de Plano
11,00-14,00: Reunião PCh.
15,00-17,00: Vários
18,00- 20,30; S_MDT: Memória.
HAF
10979º Dia
Novembro,24
I.
08,00:12,00: ISCED. Leitura de trabalhos.
15.00-17,30: Preparação do seminário
18,00-20,30: SDT…. E desta vez foi a porta do anfiteatro…
II. No dia da Greve Geral….
No dia em que o país se mobiliza e para em protesto, eu subscrevo a “Petição para uma Nova Economia”.
E o “O mundo dos outros” : “Vamos à luta e a viver com gosto até que consigamos dar um desgosto a quem nos tem tramado: os banqueiros e os teddy boys” (António Leirão, UÉ).
HAF
I.
08,00:12,00: ISCED. Leitura de trabalhos.
15.00-17,30: Preparação do seminário
18,00-20,30: SDT…. E desta vez foi a porta do anfiteatro…
II. No dia da Greve Geral….
No dia em que o país se mobiliza e para em protesto, eu subscrevo a “Petição para uma Nova Economia”.
E o “O mundo dos outros” : “Vamos à luta e a viver com gosto até que consigamos dar um desgosto a quem nos tem tramado: os banqueiros e os teddy boys” (António Leirão, UÉ).
HAF
10978º Dia
Novembro, 23
I
07,30-13.00: ISCED. Leitura de trabalhos. Reunião do ISCED ( a ECS da UÉ e o Plano estratégico do ISCED)
17,00-20,30: da “odisseia” do mobilidade automóvel em algumas zonas de Luanda.. ao Seminário de Metodologia e Desenho de Tese
21.00: Jantar com R.
II- “Premio Docentia Santiago Zapata“
A AEHE- Asociación Española de Historia Economica , “decidió nominar al Premio Docentia de Historia Económica, recientemente creado, como Premio Docentia Santiago Zapata, en reconocimiento a su pionera preocupación por la renovación permanente de la enseñanza docente universitaria y habiendo sido nuestro primer galardonado con dicho Premio, que recibió en Toledo el pasado 24 de junio de 2010 en el marco del IX Encuentro de Didáctica de la Historia Económica.” Vale a pena perder uns minutos “En memoria de Santiago Zapata Blanco (1948-2010)” [http://www.aehe.net/noticias/10-11-15.html]
HAF
I
07,30-13.00: ISCED. Leitura de trabalhos. Reunião do ISCED ( a ECS da UÉ e o Plano estratégico do ISCED)
17,00-20,30: da “odisseia” do mobilidade automóvel em algumas zonas de Luanda.. ao Seminário de Metodologia e Desenho de Tese
21.00: Jantar com R.
II- “Premio Docentia Santiago Zapata“
A AEHE- Asociación Española de Historia Economica , “decidió nominar al Premio Docentia de Historia Económica, recientemente creado, como Premio Docentia Santiago Zapata, en reconocimiento a su pionera preocupación por la renovación permanente de la enseñanza docente universitaria y habiendo sido nuestro primer galardonado con dicho Premio, que recibió en Toledo el pasado 24 de junio de 2010 en el marco del IX Encuentro de Didáctica de la Historia Económica.” Vale a pena perder uns minutos “En memoria de Santiago Zapata Blanco (1948-2010)” [http://www.aehe.net/noticias/10-11-15.html]
HAF
segunda-feira, novembro 22
10977º Dia
Novembro, 22
08,00-13,30: ISCED. Entre outras coisas recebi alunos… um deles, professor, falou dos seus interesses históricos - uma data negra – e dos problemas profissionais que teve com isso num passado recente. Por isso vai fazer uma pesquisa sobre as igrejas africanas. Outros parecem-me menos sensíveis a supostas “pressões”. Tratei de actualizar algumas correspondência electrónica.
17,30-19.25: Seminário MDT… uma sessão incompleta no “dia do educador” e num início de noite com uma quebra “local” na energia eléctrica. Um mundo em que os elementos básicos do dia a dai nos podem surpreender. A expectativa de haver net no Forum ou nele cruzar com o FS foram goradas. Volto aos “papéis”.
No final do dia, Web no fórum…voilá.
Haf
08,00-13,30: ISCED. Entre outras coisas recebi alunos… um deles, professor, falou dos seus interesses históricos - uma data negra – e dos problemas profissionais que teve com isso num passado recente. Por isso vai fazer uma pesquisa sobre as igrejas africanas. Outros parecem-me menos sensíveis a supostas “pressões”. Tratei de actualizar algumas correspondência electrónica.
17,30-19.25: Seminário MDT… uma sessão incompleta no “dia do educador” e num início de noite com uma quebra “local” na energia eléctrica. Um mundo em que os elementos básicos do dia a dai nos podem surpreender. A expectativa de haver net no Forum ou nele cruzar com o FS foram goradas. Volto aos “papéis”.
No final do dia, Web no fórum…voilá.
Haf
10976º Dia
Novembro, 21
07,01-08.30: Uma viagem normal mesmo nos aeroportos. A eficiência do “4 de Fevereiro” é cada vez maior. Há dois anos perdiam-se horas com as formalidades, “gasosas” e outras complicações. Agora, mesmo com a normal demora na recolha da bagagem, dificilmente necessitamos de meia-hora para abandonar o aeroporto. E não cruzei com “gasoseiros” (!!!): E cá fora o motorista… novo, e meu xará.
12,45-…. O resto do dia foi p.m.c . e dos meus “papéis” , e , mais para o fim da tarde, a longa caminhada até à 1ª de Maio e Sagrada Família.
HAF
07,01-08.30: Uma viagem normal mesmo nos aeroportos. A eficiência do “4 de Fevereiro” é cada vez maior. Há dois anos perdiam-se horas com as formalidades, “gasosas” e outras complicações. Agora, mesmo com a normal demora na recolha da bagagem, dificilmente necessitamos de meia-hora para abandonar o aeroporto. E não cruzei com “gasoseiros” (!!!): E cá fora o motorista… novo, e meu xará.
12,45-…. O resto do dia foi p.m.c . e dos meus “papéis” , e , mais para o fim da tarde, a longa caminhada até à 1ª de Maio e Sagrada Família.
HAF
10975º Dia
Novembro, 20
07,00-11,00: Seminário MHAA (ISCED, Luanda): materiais
16,00-…. Évora-Lisboa-Luanda (TAP). Um avião quase cheio… de emigrantes jovens, incluindo famílias ou parte dela em processo de “reunião” ao que foi adiante. Angola poderá ser a França do Séc. XXI.
HAF
07,00-11,00: Seminário MHAA (ISCED, Luanda): materiais
16,00-…. Évora-Lisboa-Luanda (TAP). Um avião quase cheio… de emigrantes jovens, incluindo famílias ou parte dela em processo de “reunião” ao que foi adiante. Angola poderá ser a França do Séc. XXI.
HAF
10974º Dia
Novembro,19
09,30-13,00: DHPR&R
14,00-17,00: Correspondência e despacho académicos
17,30-21,00: Seminário II/DT (DHC e MEHE)
II. uma bela 1ª página
III. O HVET e as cobaias canídeas: esclarecimento oficial
Hospital Veterinário - Repondo a Verdade
Caros Colegas, Alunos e Funcionários da Universidade de Évora
Ontem, dia 18 de Novembro respondi a várias interpelações de órgãos da comunicação social, dei entrevistas pelos mais diversos meios, quase ininterruptamente entre as 9h e as 18 horas. Espero que compreendam a razão por só agora me dirigir à academia, acreditem que é esgotante.
Começo por um breve historial, no dia 17, após sete horas de reunião do Conselho Científico da ECT-UÉ, fui surpreendido pela abordagem duma jornalista do JN, que me relata uma série de denúncias, todas anónimas, sobre a utilização dos animais do Canil pelo Curso de Medicina Veterinária dentro do Hospital Veterinário. Comecei por dizer à senhora jornalista que preferia uma discussão aberta e clara com os denunciantes para esclarecermos toda a situação, por que da forma como me foram apresentados os casos, baseado na confiança que os colegas me merecem, só podiam ser invenções ou adulterações da realidade. Informou-me que as declarações eram confidenciais e isso estaria fora de questão. Esclareci-a do que se passava na realidade, de cerca de 20 minutos de conversa telefónica a jornalista fez a selecção que é pública. Confirmei junto de docentes, alunos e funcionários que as declarações como eram apresentadas não tinham fundamento, quer durante o período que sou Director do HVET (7 meses), quer em períodos anteriores.
Enquadramento
Aos alunos de medicina veterinária da Universidade de Évora é facultada a possibilidade aprender em contexto de hands on. Preocupa-nos que os alunos adquiram conhecimentos e adquiram competências e que no day one (dia seguinte à conclusão do curso) saibam fazer de forma responsável e competente as tarefas para que estão habilitados profissionalmente, respeitando a ética e a deontologia. Lamento, nestes poucos casos, que a mensagem não tenha passado. O antedito faz parte das recomendações europeias da formação e acreditação da profissão veterinária. Muitos alunos, hoje em dia, querem seguir a sua carreira como médicos veterinários de animais de companhia (leia-se cães, gatos, aves, etc.). Para lhes dar as competências necessárias há duas hipóteses ou criamos cães destinados a esse fim, que serão abatidos após determinadas intervenções, uma vez que os alunos não podem actuar em cães que sejam utentes externos do hospital, a não ser como observadores, ou em alternativa o procedimento que temos seguido. Dizem as boas práticas de bem estar animal que deve haver redução do número de animais envolvidos para fins didácticos ou ensaios, minimização de abates, compatibilizar o uso dos mesmos animais para múltiplos fins, anular ou reduzir a dor e, preferencialmente, que as actuações nos animais resultem em benefício da própria espécie (preparar bem os veterinários que irão no futuro atender centenas de cães, enquadra-se ou não?). Nos canis das câmaras municipais abatem-se animais, quase sempre por incúria de donos irresponsáveis, é um facto que lamentamos. Perante esta realidade, a que somos totalmente alheios, abordaram-se os serviços competentes da CME com vista a cumprir com preceituado para a experimentação animal (minimização compatibilização etc.).
Acordo com a CME
O hospital Veterinário da Universidade de Évora dispõe de uma incineradora, tanto quanto julgo saber única na região, prestamos serviços de incineração a canis municipais, clínicas, serviços responsáveis pela remoção de animais mortos por atropelamento nas estradas, Liga de Protecção à Natureza, privados etc. Temos alguns protocolos em que permitem aos utentes a redução de custos da incineração e, em contrapartida, a Universidade aproveita a oportunidade para fins didácticos ou científicos do material enviado. Por exemplo estamos a colaborar num projecto para determinar até que ponto os animais silvestres atropelados são portadores de determinadas patologias que os fragilizem e lhes diminuam os reflexos de defesa, com vista a poder criar condições, no futuro, que reduzam essas mortes. È neste alinhamento que surge o acordo com a CME, nós não cobramos pela incineração e em contrapartida pudemos usar os cadáveres para utilização das aulas. Pontualmente, pedimos que nos sejam enviados alguns animais vivos cuja eutanásia esteja eminente, comprometendo-nos a usar os animais cumprindo as mais rigorosas regras de ética, se houver lugar a uma intervenção cirúrgica é sempre praticada sob anestesia profunda, da qual não acordam. È aquilo, que mesmo nos humanos, se considera eutanásia de luxo, nem sequer a agonia ante morte os animais sofrem.
Dispenso-me de comentar os disparates técnicos, que me envergonham enquanto docente e enquanto médico veterinário (só um exemplo "cesarianas em cadelas não grávidas" demonstrativo de não se saber o que é uma cesariana ou o que é um útero de cadela.).
José Tirapicos Nunes | Director do Hospital Veterinário [Cf, UELine, 19-11-2011]
HAF
09,30-13,00: DHPR&R
14,00-17,00: Correspondência e despacho académicos
17,30-21,00: Seminário II/DT (DHC e MEHE)
II. uma bela 1ª página
III. O HVET e as cobaias canídeas: esclarecimento oficial
Hospital Veterinário - Repondo a Verdade
Caros Colegas, Alunos e Funcionários da Universidade de Évora
Ontem, dia 18 de Novembro respondi a várias interpelações de órgãos da comunicação social, dei entrevistas pelos mais diversos meios, quase ininterruptamente entre as 9h e as 18 horas. Espero que compreendam a razão por só agora me dirigir à academia, acreditem que é esgotante.
Começo por um breve historial, no dia 17, após sete horas de reunião do Conselho Científico da ECT-UÉ, fui surpreendido pela abordagem duma jornalista do JN, que me relata uma série de denúncias, todas anónimas, sobre a utilização dos animais do Canil pelo Curso de Medicina Veterinária dentro do Hospital Veterinário. Comecei por dizer à senhora jornalista que preferia uma discussão aberta e clara com os denunciantes para esclarecermos toda a situação, por que da forma como me foram apresentados os casos, baseado na confiança que os colegas me merecem, só podiam ser invenções ou adulterações da realidade. Informou-me que as declarações eram confidenciais e isso estaria fora de questão. Esclareci-a do que se passava na realidade, de cerca de 20 minutos de conversa telefónica a jornalista fez a selecção que é pública. Confirmei junto de docentes, alunos e funcionários que as declarações como eram apresentadas não tinham fundamento, quer durante o período que sou Director do HVET (7 meses), quer em períodos anteriores.
Enquadramento
Aos alunos de medicina veterinária da Universidade de Évora é facultada a possibilidade aprender em contexto de hands on. Preocupa-nos que os alunos adquiram conhecimentos e adquiram competências e que no day one (dia seguinte à conclusão do curso) saibam fazer de forma responsável e competente as tarefas para que estão habilitados profissionalmente, respeitando a ética e a deontologia. Lamento, nestes poucos casos, que a mensagem não tenha passado. O antedito faz parte das recomendações europeias da formação e acreditação da profissão veterinária. Muitos alunos, hoje em dia, querem seguir a sua carreira como médicos veterinários de animais de companhia (leia-se cães, gatos, aves, etc.). Para lhes dar as competências necessárias há duas hipóteses ou criamos cães destinados a esse fim, que serão abatidos após determinadas intervenções, uma vez que os alunos não podem actuar em cães que sejam utentes externos do hospital, a não ser como observadores, ou em alternativa o procedimento que temos seguido. Dizem as boas práticas de bem estar animal que deve haver redução do número de animais envolvidos para fins didácticos ou ensaios, minimização de abates, compatibilizar o uso dos mesmos animais para múltiplos fins, anular ou reduzir a dor e, preferencialmente, que as actuações nos animais resultem em benefício da própria espécie (preparar bem os veterinários que irão no futuro atender centenas de cães, enquadra-se ou não?). Nos canis das câmaras municipais abatem-se animais, quase sempre por incúria de donos irresponsáveis, é um facto que lamentamos. Perante esta realidade, a que somos totalmente alheios, abordaram-se os serviços competentes da CME com vista a cumprir com preceituado para a experimentação animal (minimização compatibilização etc.).
Acordo com a CME
O hospital Veterinário da Universidade de Évora dispõe de uma incineradora, tanto quanto julgo saber única na região, prestamos serviços de incineração a canis municipais, clínicas, serviços responsáveis pela remoção de animais mortos por atropelamento nas estradas, Liga de Protecção à Natureza, privados etc. Temos alguns protocolos em que permitem aos utentes a redução de custos da incineração e, em contrapartida, a Universidade aproveita a oportunidade para fins didácticos ou científicos do material enviado. Por exemplo estamos a colaborar num projecto para determinar até que ponto os animais silvestres atropelados são portadores de determinadas patologias que os fragilizem e lhes diminuam os reflexos de defesa, com vista a poder criar condições, no futuro, que reduzam essas mortes. È neste alinhamento que surge o acordo com a CME, nós não cobramos pela incineração e em contrapartida pudemos usar os cadáveres para utilização das aulas. Pontualmente, pedimos que nos sejam enviados alguns animais vivos cuja eutanásia esteja eminente, comprometendo-nos a usar os animais cumprindo as mais rigorosas regras de ética, se houver lugar a uma intervenção cirúrgica é sempre praticada sob anestesia profunda, da qual não acordam. È aquilo, que mesmo nos humanos, se considera eutanásia de luxo, nem sequer a agonia ante morte os animais sofrem.
Dispenso-me de comentar os disparates técnicos, que me envergonham enquanto docente e enquanto médico veterinário (só um exemplo "cesarianas em cadelas não grávidas" demonstrativo de não se saber o que é uma cesariana ou o que é um útero de cadela.).
José Tirapicos Nunes | Director do Hospital Veterinário [Cf, UELine, 19-11-2011]
HAF
quinta-feira, novembro 18
10973º Dia
Novembro,18
I
08,30-13,00: DHPR&R
15,00-18,00: Preparação de Seminário de Integração (Dout. Hist. Contemporânea) e Desenho de Tese (MEHE)
18,30-20.00: Dossier ISCED.
II. Hoje, terceira quinta feira de Novembro, Dia da Filosofia (UNESCO)
Faz falta a filosofia na Universidade: “A Filosofia assegura e garante aquele espírito crítico que é absolutamente necessário para uma atitude mais interveniente e mais responsável por parte das pessoas na vida social”[ José Gama].
A Universidade de Évora, através do seu Departamento de Filosofia, assinala o dia com a «2ª sessão das Jornadas Ibéricas "A Técnica em José Ortega y Gasset"».
Num plano mas geral é bom que o Dia da Filosofia não ande muito longe do “Dia Internacional da Tolerância” (16 de Novembro)
III
A Universidade de Évora não necessita de notícias como a que hoje foi publicada no Jornal de Notícias sobre o nosso Hospital Veterinário: “Cães vivos usados como cobaias na universidade (de Évora)“ . Um jornal que não leio mas para cuja notícia os meus amigos me chamaram a atenção. Até ao momento as explicações públicas são confusas e não se viu uma refutação substancial (que é o que importa). Aguardemos o esclarecimento institucional. E se não necessitamos desta forma de visibilidade, torna-se claro que nos é indispensável um “código de conduta académica” que lamentavelmente não temos.
III
Nuno Roque da Silveira: Um outro lado da Guerra. Zemba, Angola, 1963-1964 [Ed. Colibri, 2010].
HAF
I
08,30-13,00: DHPR&R
15,00-18,00: Preparação de Seminário de Integração (Dout. Hist. Contemporânea) e Desenho de Tese (MEHE)
18,30-20.00: Dossier ISCED.
II. Hoje, terceira quinta feira de Novembro, Dia da Filosofia (UNESCO)
Faz falta a filosofia na Universidade: “A Filosofia assegura e garante aquele espírito crítico que é absolutamente necessário para uma atitude mais interveniente e mais responsável por parte das pessoas na vida social”[ José Gama].
A Universidade de Évora, através do seu Departamento de Filosofia, assinala o dia com a «2ª sessão das Jornadas Ibéricas "A Técnica em José Ortega y Gasset"».
Num plano mas geral é bom que o Dia da Filosofia não ande muito longe do “Dia Internacional da Tolerância” (16 de Novembro)
III
A Universidade de Évora não necessita de notícias como a que hoje foi publicada no Jornal de Notícias sobre o nosso Hospital Veterinário: “Cães vivos usados como cobaias na universidade (de Évora)“ . Um jornal que não leio mas para cuja notícia os meus amigos me chamaram a atenção. Até ao momento as explicações públicas são confusas e não se viu uma refutação substancial (que é o que importa). Aguardemos o esclarecimento institucional. E se não necessitamos desta forma de visibilidade, torna-se claro que nos é indispensável um “código de conduta académica” que lamentavelmente não temos.
III
Nuno Roque da Silveira: Um outro lado da Guerra. Zemba, Angola, 1963-1964 [Ed. Colibri, 2010].
HAF
10972º Dia
Novembro,17
08,30-12,15: DHPR&R
13,00-17,00: Despacho NICPRI.UE e CC ECS EU
17,30-20,30: Seminário Desenho de Tese.
HAF
08,30-12,15: DHPR&R
13,00-17,00: Despacho NICPRI.UE e CC ECS EU
17,30-20,30: Seminário Desenho de Tese.
HAF
10971ºDia
Novembro,16
I
08,30-20,00: Preparação de Seminários do Mestrado História de Àfrica e Angola, Estudos Históricos Europeus e do programa de Doutoramento em História Contemporânea.
17,00-18.00: Revisão da proposta do Regulamento de Avaliação da Actividade dos Docentes.
II
Inácio Rebelo de Andrade: De uma Angola de Antigamente. Fotos Recolhidas e legendadas (Evocação Ilustrada) . Lisboa, Ed. Colibri, 2010
HAF
I
08,30-20,00: Preparação de Seminários do Mestrado História de Àfrica e Angola, Estudos Históricos Europeus e do programa de Doutoramento em História Contemporânea.
17,00-18.00: Revisão da proposta do Regulamento de Avaliação da Actividade dos Docentes.
II
Inácio Rebelo de Andrade: De uma Angola de Antigamente. Fotos Recolhidas e legendadas (Evocação Ilustrada) . Lisboa, Ed. Colibri, 2010
HAF
segunda-feira, novembro 15
10970º Dia
Novembro,15
I
Lisboa, Consulado de Angola, ANTT e DN
II
SZB cremado. Hoje. Em Badajoz. Até sempre...
HAF
I
Lisboa, Consulado de Angola, ANTT e DN
II
SZB cremado. Hoje. Em Badajoz. Até sempre...
HAF
domingo, novembro 14
10969º Dia
Novembro,14
I
Um dia com a mente em Badajoz e em anos de amizade.
II
Santiago Zapata Blanco (1948-2010)
A última conferência de Zapata em Portugal terá sido na Feira Internacional da Cortiça (Coruche, 28-30 de Maio), onde apresentou o livro cuja edição coordenou: Suredes i indústria surera: avui, ahir i demá. Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana. Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future(2009). Falámos disso, da minha ida a (e projectos para) Luanda, do PEG e da Teresa uns dias antes. Foi a nossa última troca de mensagens.
HAF
I
Um dia com a mente em Badajoz e em anos de amizade.
II
Santiago Zapata Blanco (1948-2010)
A última conferência de Zapata em Portugal terá sido na Feira Internacional da Cortiça (Coruche, 28-30 de Maio), onde apresentou o livro cuja edição coordenou: Suredes i indústria surera: avui, ahir i demá. Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana. Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future(2009). Falámos disso, da minha ida a (e projectos para) Luanda, do PEG e da Teresa uns dias antes. Foi a nossa última troca de mensagens.
HAF
sábado, novembro 13
10968º Dia
Novembro, 13
Santiago Zapata Blanco (23.09.1948 -13.10.2010)
Um dia doloroso. A notícia chegou assim: “Santiago Zapata ha fallecido en Badajoz esta última noche. […]”. Tinha apenas 62 anos.
Um amigo de mais de duas décadas e um dos mais importantes historiadores agrários de Espanha. Deixou importantes contributos para a História da Economia da Extremadura espanhola desde 1800, História Agrária contemporânea de Espanha, História Económica florestal contemporânea, e na última década e meia, sobre “el negocio corchero desde 1900”. Um académico exemplar.
Influenciados pelos trabalhos de Pierre Vilar, fundamos a Sociedade Espanhola de História Agrária, ainda como Seminário de História Agrária (SEHA, Murcia, 1990),de que Santi foi um dos principais mentores, e à qual logo se associou o Boletim de História Agraria, depois transformado em “História Agrária. Revista de História Rural” .
Deixou obra extensa e relevante. Das dezenas de publicações que assinou, destaco em primeiro lugar algumas das associadas ao “GEHR” : uma trintena de publicações (1979-2002), centradas na reconstituição da estatística e na análise histórica da economia agrária espanhola . A primeira foi em 1980, [GEHR (1980): Los precios del trigo y la cebada en España, 1891-1907, Madrid, Banco de España, 197 pp..] e a última em 2006 [GEHR (2006): Bibliografía económica del subsector forestal español, ss. XIX-XX, Madrid, Instituto de Investigación y Tecnología Agraria y Alimentaria. (CD-ROM). No intermédio publicaram-se livros essenciais como “Estadísticas históricas de la producción agraria española, 1859-1935” [Madrid, Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, 1.231 pp..] Para mais detalhes sobre a produção do GEHR, um dos mais importantes grupos de investigação histórica de Espanha ver: http://szapata.qwair.net/wp-content/uploads/2010/10/CV-GEHR1.pdf.
Entre as publicações mais recentes são particularmente relvantes títulos como
Zapata, S. (2010): La “revolución vitivinícola” y sus efectos sobre el negocio corchero, (s. l.), Asociación Española de Historia Económica, (Documentos de Trabajo, nº DT-AEHE-1002)
Zapata, S. (ed.) (2009) , Suredes i indústria surera: avui, ahir i demá. Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana. Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future, Barcelona, Museu del Suro de Palafrugell,
Zapata, S.; Parejo, F. M.; Branco, A.; Gutierrez, M.; Jiménez, J. I.; Piazzetta, R.; and Voth, A. (2009): “Manufacture and Trade of Cork Products: an International Perspective”, en Aronson, J.; Pereira, J. S.; y Pausas, J. G. (eds.), Cork Oak Woodlands on the Edge. Ecology, Adaptive Management, and Restoration, Washington D. C., Island Press, pp. 189-200.
Zapata, S. (2006): Series de deflactores corcheros desde 1900, Madrid, Asociación Española de Historia Económica, (Documentos de Trabajo, nº DT-AEHE-0605).
Barciela, C.; Giráldez, J.; GEHR; y López, I. (2005): “Sector agrario y pesca”, en Carreras, A. y Tafunell, X. (coords.), Estadísticas históricas de España, siglos XIX y XX, Pamplona, Fundación BBVA, Vol. I, pp. 245 356.
Zapata, S. (2002): “Del suro a la cortiça. El ascenso de Portugal a primera potencia corchera del mundo”, Revista de Historia Industrial, 22, pp. 109-137. Zapata-(2002)
Germán, L.; Llopis, E.; Maluquer de Motes, J.; y Zapata, S. (eds.) (2001): Historia económica regional de España, siglos XIX y XX, Barcelona, Crítica. 4
Zapata, S. (2001): “La madera en España (c. 1850-c. 1950). Un primer esbozo”, Revista de Historia Económica, 2, pp. 287-343
Gallego, D.; Jiménez, J. I.; Sebastián, J. A.; Zambrana, J. F.; y Zapata, S. (2000): “Forest Policy and Public Forest Production in Spain, 1855-1936”, en Agnoletti, M. y Anderson, S. (eds.), Forest History: International Studies on Socio-economic and Forest Ecosystem Change, Oxon y New York, CABI e IUFRO, pp. 313-320.
(ver mais em http://szapata.qwair.net/curriculo)
Uma carreira de historiador académico (profissional) que por diversas vezes se cruzou com a minha. Quando, com outros, criamos o SEHA . Na série de Congressos de História Ágraria, para onde viajamos muitas vezes juntos (assim como para os Encontros da APHES). Levou-me a António Miguel Bernal. Foi um historiador atento à História Agrária e Económica Portuguesas, sobre a qual escreveu. Santi foi vogal no Júri que discutiu a minha tese de doutoramento (1993) e mais tardearguente da tese de doutoramento de Paulo Eduardo Guimarães (Universidade de Évora) . Recenseou o meu livro, O Alentejo no século XIX. Economia e atitudes Económicas [Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda. 1996] em Historia Agraria [nº 15, (1998), pp. 269-271). (disponível em http://www.seha.info/revista/pdf/HA15_resenas.pdf).
Recentemente honrou-me com o convite como “evaluator” em Zapata, S. (ed.) (2009) , Suredes i indústria surera: avui, ahir i demá. Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana. Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future, Barcelona, Museu del Suro de Palafrugell; e Aronson, J.; Pereira, J. S.; y Pausas, J. G. (eds.) (2009, Cork Oak Woodlands on the Edge. Ecology, Adaptive Management, and Restoration, Washington D. C., Island Press.
Foi Catedrático de Universidad de Historia e Instituciones Económicas “, da la Facultad deCiencias Económicas y Empresariales de la Universidad de Extremadura, onde desempenhou várias funções de relevo. Jubilou-se em setembro de 2009, um dia depois de fazer 60 anos. Escreveu aos amigos e colegas uma longa mensagem: " Por qué me he jubilado? Razones e Intenciones ». Voltarei a este texto. Passou a viver entre Badajoz e Madrid. Foi membro da Asociación Española de Historia Económica e da APHES e esteve ligado a várias revistass. Não nos víamos há ano e meio. E não nos veremos mais . Não consigo avaliar a dimensão do que eu perco.
HAF
Santiago Zapata Blanco (23.09.1948 -13.10.2010)
Um dia doloroso. A notícia chegou assim: “Santiago Zapata ha fallecido en Badajoz esta última noche. […]”. Tinha apenas 62 anos.
Um amigo de mais de duas décadas e um dos mais importantes historiadores agrários de Espanha. Deixou importantes contributos para a História da Economia da Extremadura espanhola desde 1800, História Agrária contemporânea de Espanha, História Económica florestal contemporânea, e na última década e meia, sobre “el negocio corchero desde 1900”. Um académico exemplar.
Influenciados pelos trabalhos de Pierre Vilar, fundamos a Sociedade Espanhola de História Agrária, ainda como Seminário de História Agrária (SEHA, Murcia, 1990),de que Santi foi um dos principais mentores, e à qual logo se associou o Boletim de História Agraria, depois transformado em “História Agrária. Revista de História Rural” .
Deixou obra extensa e relevante. Das dezenas de publicações que assinou, destaco em primeiro lugar algumas das associadas ao “GEHR” : uma trintena de publicações (1979-2002), centradas na reconstituição da estatística e na análise histórica da economia agrária espanhola . A primeira foi em 1980, [GEHR (1980): Los precios del trigo y la cebada en España, 1891-1907, Madrid, Banco de España, 197 pp..] e a última em 2006 [GEHR (2006): Bibliografía económica del subsector forestal español, ss. XIX-XX, Madrid, Instituto de Investigación y Tecnología Agraria y Alimentaria. (CD-ROM). No intermédio publicaram-se livros essenciais como “Estadísticas históricas de la producción agraria española, 1859-1935” [Madrid, Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, 1.231 pp..] Para mais detalhes sobre a produção do GEHR, um dos mais importantes grupos de investigação histórica de Espanha ver: http://szapata.qwair.net/wp-content/uploads/2010/10/CV-GEHR1.pdf.
Entre as publicações mais recentes são particularmente relvantes títulos como
Zapata, S. (2010): La “revolución vitivinícola” y sus efectos sobre el negocio corchero, (s. l.), Asociación Española de Historia Económica, (Documentos de Trabajo, nº DT-AEHE-1002)
Zapata, S. (ed.) (2009) , Suredes i indústria surera: avui, ahir i demá. Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana. Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future, Barcelona, Museu del Suro de Palafrugell,
Zapata, S.; Parejo, F. M.; Branco, A.; Gutierrez, M.; Jiménez, J. I.; Piazzetta, R.; and Voth, A. (2009): “Manufacture and Trade of Cork Products: an International Perspective”, en Aronson, J.; Pereira, J. S.; y Pausas, J. G. (eds.), Cork Oak Woodlands on the Edge. Ecology, Adaptive Management, and Restoration, Washington D. C., Island Press, pp. 189-200.
Zapata, S. (2006): Series de deflactores corcheros desde 1900, Madrid, Asociación Española de Historia Económica, (Documentos de Trabajo, nº DT-AEHE-0605).
Barciela, C.; Giráldez, J.; GEHR; y López, I. (2005): “Sector agrario y pesca”, en Carreras, A. y Tafunell, X. (coords.), Estadísticas históricas de España, siglos XIX y XX, Pamplona, Fundación BBVA, Vol. I, pp. 245 356.
Zapata, S. (2002): “Del suro a la cortiça. El ascenso de Portugal a primera potencia corchera del mundo”, Revista de Historia Industrial, 22, pp. 109-137. Zapata-(2002)
Germán, L.; Llopis, E.; Maluquer de Motes, J.; y Zapata, S. (eds.) (2001): Historia económica regional de España, siglos XIX y XX, Barcelona, Crítica. 4
Zapata, S. (2001): “La madera en España (c. 1850-c. 1950). Un primer esbozo”, Revista de Historia Económica, 2, pp. 287-343
Gallego, D.; Jiménez, J. I.; Sebastián, J. A.; Zambrana, J. F.; y Zapata, S. (2000): “Forest Policy and Public Forest Production in Spain, 1855-1936”, en Agnoletti, M. y Anderson, S. (eds.), Forest History: International Studies on Socio-economic and Forest Ecosystem Change, Oxon y New York, CABI e IUFRO, pp. 313-320.
(ver mais em http://szapata.qwair.net/curriculo)
Uma carreira de historiador académico (profissional) que por diversas vezes se cruzou com a minha. Quando, com outros, criamos o SEHA . Na série de Congressos de História Ágraria, para onde viajamos muitas vezes juntos (assim como para os Encontros da APHES). Levou-me a António Miguel Bernal. Foi um historiador atento à História Agrária e Económica Portuguesas, sobre a qual escreveu. Santi foi vogal no Júri que discutiu a minha tese de doutoramento (1993) e mais tardearguente da tese de doutoramento de Paulo Eduardo Guimarães (Universidade de Évora) . Recenseou o meu livro, O Alentejo no século XIX. Economia e atitudes Económicas [Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda. 1996] em Historia Agraria [nº 15, (1998), pp. 269-271). (disponível em http://www.seha.info/revista/pdf/HA15_resenas.pdf).
Recentemente honrou-me com o convite como “evaluator” em Zapata, S. (ed.) (2009) , Suredes i indústria surera: avui, ahir i demá. Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana. Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future, Barcelona, Museu del Suro de Palafrugell; e Aronson, J.; Pereira, J. S.; y Pausas, J. G. (eds.) (2009, Cork Oak Woodlands on the Edge. Ecology, Adaptive Management, and Restoration, Washington D. C., Island Press.
Foi Catedrático de Universidad de Historia e Instituciones Económicas “, da la Facultad deCiencias Económicas y Empresariales de la Universidad de Extremadura, onde desempenhou várias funções de relevo. Jubilou-se em setembro de 2009, um dia depois de fazer 60 anos. Escreveu aos amigos e colegas uma longa mensagem: " Por qué me he jubilado? Razones e Intenciones ». Voltarei a este texto. Passou a viver entre Badajoz e Madrid. Foi membro da Asociación Española de Historia Económica e da APHES e esteve ligado a várias revistass. Não nos víamos há ano e meio. E não nos veremos mais . Não consigo avaliar a dimensão do que eu perco.
HAF
10967º Dia
Novembro, 12
07.00-12,00: DHPR&R
13.00-14,30: Despacho CC ECS UE
14,30-16,00: Reunião de Júri (Reconhecimento de Habilitações)
16,30-17,30: Despacho da Direcção do ACTAE-NICPRI.UÉ
18,00-20,00: Sessão de abertura do MEHE e Dout. H: Contemporânea
HAF
07.00-12,00: DHPR&R
13.00-14,30: Despacho CC ECS UE
14,30-16,00: Reunião de Júri (Reconhecimento de Habilitações)
16,30-17,30: Despacho da Direcção do ACTAE-NICPRI.UÉ
18,00-20,00: Sessão de abertura do MEHE e Dout. H: Contemporânea
HAF
10966º Dia
Novembro, 11
I
09,00-20,00: Reunião da Mesa do CC ECS e Sessão do CC ECS: regulamento da avaliação da docente. Prolongado por um encontro inesperado.
II
Há 35 anos atrás, desembarcado em Lisboa. Proveniência. C.R. Caira , via Windhoek.
Da memória fotográfica não se incluem registos da outra proclamação da independência (RDA). Conhecida é "a fotografia" do Presidente RPA. Ainda sobre a época há a oportunidade de ver “OS DIAS DA INDEPENDÊNCIA – ANGOLA 1975”, Fotografias de Joaquim Lobo em Exposição no Arquivo Municipal de Lisboa ( 12.11.2010 -15-01-2011).
HAF
I
09,00-20,00: Reunião da Mesa do CC ECS e Sessão do CC ECS: regulamento da avaliação da docente. Prolongado por um encontro inesperado.
II
Há 35 anos atrás, desembarcado em Lisboa. Proveniência. C.R. Caira , via Windhoek.
Da memória fotográfica não se incluem registos da outra proclamação da independência (RDA). Conhecida é "a fotografia" do Presidente RPA. Ainda sobre a época há a oportunidade de ver “OS DIAS DA INDEPENDÊNCIA – ANGOLA 1975”, Fotografias de Joaquim Lobo em Exposição no Arquivo Municipal de Lisboa ( 12.11.2010 -15-01-2011).
HAF
10965º Dia
Novembro, 10
I
07,30-14,00: DH1ªRR
16,00-17,00: Despacho Actae-Nicpri.Ué
17,00-21,00: Regulação da Avaliação da Actividade Docente
II
Artur F. Coimbra: Paiva Couceiro e a Contra-Revolução Monárquica (1910-1919) […]
HAF
I
07,30-14,00: DH1ªRR
16,00-17,00: Despacho Actae-Nicpri.Ué
17,00-21,00: Regulação da Avaliação da Actividade Docente
II
Artur F. Coimbra: Paiva Couceiro e a Contra-Revolução Monárquica (1910-1919) […]
HAF
10964º Dia
Novembro,9
I
08,30-16,00: DH1ªRR
16,00-19,00: CC ECS UE
II
Artur F. Coimbra: Paiva Couceiro e a Contra-Revolução Monárquica (1910-1919), Tese M. , Universidade do Minho, 2000
HAF
I
08,30-16,00: DH1ªRR
16,00-19,00: CC ECS UE
II
Artur F. Coimbra: Paiva Couceiro e a Contra-Revolução Monárquica (1910-1919), Tese M. , Universidade do Minho, 2000
HAF
segunda-feira, novembro 8
10963º Dia
Novembro,8
I
08,30-13,00: DH1ªRR
14,30-17,00: Despacho CC ECS e programas de DHC e MEHE
17,30-…. DH1ªRR
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. Lido o livro… uma leitura indispensável para melhor perceber a vida política angolana entre 1975 e meados dos anos 1990s.
III
08 de Novembro de 1910. Segunda-Feira (DN) […]
HAF
I
08,30-13,00: DH1ªRR
14,30-17,00: Despacho CC ECS e programas de DHC e MEHE
17,30-…. DH1ªRR
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. Lido o livro… uma leitura indispensável para melhor perceber a vida política angolana entre 1975 e meados dos anos 1990s.
III
08 de Novembro de 1910. Segunda-Feira (DN) […]
HAF
10962ºDia
Novembro,7
I
08,00- 14,00: DH1ªRR
II: A China , os Acordos e Contratos
Os acordos e contratos assinados ontem com a China são de relevantes, para a estratégia chinesa ( China vs Europa-Portugal-África Austral) e para Portugal. Mas a cerimónia em si, o semblante e o comportamento dos actores, pese embora o eventual ajustamento à cortesia oriental, indiciou agachamento.
III
07 de Novembro de 1910. Domingo (DN) […]
HAF
I
08,00- 14,00: DH1ªRR
II: A China , os Acordos e Contratos
Os acordos e contratos assinados ontem com a China são de relevantes, para a estratégia chinesa ( China vs Europa-Portugal-África Austral) e para Portugal. Mas a cerimónia em si, o semblante e o comportamento dos actores, pese embora o eventual ajustamento à cortesia oriental, indiciou agachamento.
III
07 de Novembro de 1910. Domingo (DN) […]
HAF
10962º Dia
Novembro, 6
I
08.00-13,00: DH1ªRR
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
06 de Novembro de 1910. Sábado (DN) […]
HAF
I
08.00-13,00: DH1ªRR
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
06 de Novembro de 1910. Sábado (DN) […]
HAF
10962º Dia
Novembro, 5
I
06,00-09,30: Évora-Coimbra
09,30-17,00: CC NICPRI.UÉ: Uma longa agenda. Decisões relevantes.
14,30-16,00: Ceis20
16,00-18,00: Roundtable.
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
05 de Novembro de 1910. Sexta-Feira (DN) […]
HAF
I
06,00-09,30: Évora-Coimbra
09,30-17,00: CC NICPRI.UÉ: Uma longa agenda. Decisões relevantes.
14,30-16,00: Ceis20
16,00-18,00: Roundtable.
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
05 de Novembro de 1910. Sexta-Feira (DN) […]
HAF
10961º Dia
Novembro,04
I
08,00-18,00 :DH1ªRR…à volta de João de Almeida.
19,00-20,30: Artur Ferreira COIMBRA: Paiva Couceiro e a Contra-revolução Monárquica, 1910-1919, Mestrado HICMC, U. Minho , 2000
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
04 de Novembro de 1910. Quinta-Feira (DN) […]
HAF
I
08,00-18,00 :DH1ªRR…à volta de João de Almeida.
19,00-20,30: Artur Ferreira COIMBRA: Paiva Couceiro e a Contra-revolução Monárquica, 1910-1919, Mestrado HICMC, U. Minho , 2000
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
04 de Novembro de 1910. Quinta-Feira (DN) […]
HAF
quarta-feira, novembro 3
10960º Dia
Novembro,03
I
Organização do ano lectivo do MEHE, do programa de Doutoramento em História Contemporânea e do CC do NICPRI.UÉ (Coimbra)
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
Duzentos anos depois do colapso da Monarquia Absoluta e cem anos depois da queda da Monarquia , a Terceira República está mergulhada nos vícios que enfraqueceram aquelas: o “ausentismo” da realidade e o rentismo dos negócios público-privados, no caso da primeira; a incompetência, a corrupção e o desvario da elite política no caso da segunda. O que nos safa de mais uma investida militar é o laço que nos amarrou à União Europeia. Felizmente.
Seja como fôr, considerando o desempenho geral das elites dirigentes portuguesas na última década, o comportamento recente do governo e dos partidos que estão de uma forma ou de outra na esfera de acesso ao poder, a assustadora incompetência de que dão sinais ostensivos (a história do “esquecimento” da orçamentação de 800 milhões de euros nas despesas primárias é um exemplo degradante), se os tivesse enfiados numa carruagem do metropolitano e dispusesse de um spray amarelo , escreveria no vidro das janelas, como “Na mais alta solidão” de Lobo Antunes, “vão os dois (ou três) à merda” , e já , que bem merecem.
IV
03 de Novembro de 1910. Quarta-Feira(DN) […]
HAF
I
Organização do ano lectivo do MEHE, do programa de Doutoramento em História Contemporânea e do CC do NICPRI.UÉ (Coimbra)
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
Duzentos anos depois do colapso da Monarquia Absoluta e cem anos depois da queda da Monarquia , a Terceira República está mergulhada nos vícios que enfraqueceram aquelas: o “ausentismo” da realidade e o rentismo dos negócios público-privados, no caso da primeira; a incompetência, a corrupção e o desvario da elite política no caso da segunda. O que nos safa de mais uma investida militar é o laço que nos amarrou à União Europeia. Felizmente.
Seja como fôr, considerando o desempenho geral das elites dirigentes portuguesas na última década, o comportamento recente do governo e dos partidos que estão de uma forma ou de outra na esfera de acesso ao poder, a assustadora incompetência de que dão sinais ostensivos (a história do “esquecimento” da orçamentação de 800 milhões de euros nas despesas primárias é um exemplo degradante), se os tivesse enfiados numa carruagem do metropolitano e dispusesse de um spray amarelo , escreveria no vidro das janelas, como “Na mais alta solidão” de Lobo Antunes, “vão os dois (ou três) à merda” , e já , que bem merecem.
IV
03 de Novembro de 1910. Quarta-Feira(DN) […]
HAF
terça-feira, novembro 2
10959º Dia
Novembro,02
08,00-13,00 :DH1ªRR…
14,15-18,30: Sessão do CC UÉ
18,30-20,00: Despacho CC ECS UÉ (reconhecimentos)
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
02 de Novembro de 1910. Terça-Feira (DN) […]
HAF
08,00-13,00 :DH1ªRR…
14,15-18,30: Sessão do CC UÉ
18,30-20,00: Despacho CC ECS UÉ (reconhecimentos)
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
02 de Novembro de 1910. Terça-Feira (DN) […]
HAF
segunda-feira, novembro 1
10958º Dia
Novembro, 01
DH1ªRR…. E o regresso....
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
01 de Novembro de 1910. Segunda-Feira (DN) […]
HAF
DH1ªRR…. E o regresso....
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. [cont.]
III
01 de Novembro de 1910. Segunda-Feira (DN) […]
HAF
10957º Dia
Outubro, 31
I
DH1ªRR
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. Lisboa, Sextante Editora, 2010
«Quero partilhar com os leitores desta obra parte da experiência que vivi quando jovem, durante o pro-cesso de independência do país, os anos de guerrilha que se seguiram à proclamação da independência, e o processo de negociação que conduziu às primeiras eleições da história de Angola. Esta é, antes de mais, uma narração dos acontecimentos, vistos do meu ponto de vista, como parte de uma geração, na altura adolescente, que se viu arrastada pelo vendaval da revolução, numa corrida imposta por vontades, desacordos e ambições da geração mais velha. (…) Esta obra não pretende ser história absoluta. Ela é, como disse acima, apenas uma narração da minha trajectória na luta pela inclusão democrática, relato de uma vida entregue e moldada pela "revolução".» [Jardo Muekalia [Preâmbulo] ]
Jardo Muekalia nasceu (1959) e viveu os primeiros 18 anos de vida no mesmo território onde nasceu [uma parte] e viveu toda a minha família. Estudou, em parte, onde eu estudei ou estudaram os meus irmãos e amigos “de sempre”. É um filho da Missão do Dondi (Bela Vista/ Cachiungo, Huambo) Não o conheci pessoalmente naquela época: cinco anos de diferença na idade (eu nasci em 1954) eram uma grande distância. Não o conheço actualmente. Mas mantemos amigos comuns. Fez um trajecto que foi comum a muitos outros e poderia ter sido o de outros tantos. Aderiu à UNITA (JURA) em 1974, e tornou-se guerrilheiro do Movimento aos 16 anos (1976) . “Fez a sua formação militar em Rabat, Marrocos, tendo mais tarde integrado a Missão Externa da UNITA (1983). Chefiou a representação da UNITA em Londres e, durante 10 anos, representou oficialmente o Partido em Washington (1988) , onde assegurou o programa mais ambicioso de ajuda norte-americana a uma entidade não-estatal africana.” Representação que na fase final teve o formato de “ Centre for Democracy in Angola” a que presidiu. As notas biográficas com que cruzei destacam ainda o facto de ter “ conduzi[do] várias missões diplomáticas em África e na Europa, particip[ado] nas negociações de paz em Abidjan e Lusaka e [ter estado] presente em todas as cimeiras Eduardo dos Santos/Jonas Savimbi realizadas no exterior. » É reformado das forças armadas angolanas com a patente de brigadeiro. É Mestre em Relações Internacionais pelo Institute of World Politics, “a Graduate School of National Security and International Affairs, Washington). Nas eleições angolanas de 2008, foi o coordenador eleitoral da UNITA.
Sobre o livro escreveu Jerry Bender ( Universidade da Califórnia Sul): « Este é o tipo de livros que nos faz virar as páginas rapidamente para descobrirmos o que vem a seguir. Durante duas décadas considerei Jardo como um amigo mas nunca imaginei que fosse capaz de escrever um livro tão impressionante. Este livro deve ser lido em todo o espaço de expressão portuguesa e eventualmente traduzido para outras línguas» (ver badana). Foi de facto assim: 122 páginas esta noite.
III
31 de Outubro de 1910.Domingo(DN) [...]
HAF
I
DH1ªRR
II
Jardo Muekalia: Angola: A Segunda Revolução. Memórias da Luta pela Democracia. Lisboa, Sextante Editora, 2010
«Quero partilhar com os leitores desta obra parte da experiência que vivi quando jovem, durante o pro-cesso de independência do país, os anos de guerrilha que se seguiram à proclamação da independência, e o processo de negociação que conduziu às primeiras eleições da história de Angola. Esta é, antes de mais, uma narração dos acontecimentos, vistos do meu ponto de vista, como parte de uma geração, na altura adolescente, que se viu arrastada pelo vendaval da revolução, numa corrida imposta por vontades, desacordos e ambições da geração mais velha. (…) Esta obra não pretende ser história absoluta. Ela é, como disse acima, apenas uma narração da minha trajectória na luta pela inclusão democrática, relato de uma vida entregue e moldada pela "revolução".» [Jardo Muekalia [Preâmbulo] ]
Jardo Muekalia nasceu (1959) e viveu os primeiros 18 anos de vida no mesmo território onde nasceu [uma parte] e viveu toda a minha família. Estudou, em parte, onde eu estudei ou estudaram os meus irmãos e amigos “de sempre”. É um filho da Missão do Dondi (Bela Vista/ Cachiungo, Huambo) Não o conheci pessoalmente naquela época: cinco anos de diferença na idade (eu nasci em 1954) eram uma grande distância. Não o conheço actualmente. Mas mantemos amigos comuns. Fez um trajecto que foi comum a muitos outros e poderia ter sido o de outros tantos. Aderiu à UNITA (JURA) em 1974, e tornou-se guerrilheiro do Movimento aos 16 anos (1976) . “Fez a sua formação militar em Rabat, Marrocos, tendo mais tarde integrado a Missão Externa da UNITA (1983). Chefiou a representação da UNITA em Londres e, durante 10 anos, representou oficialmente o Partido em Washington (1988) , onde assegurou o programa mais ambicioso de ajuda norte-americana a uma entidade não-estatal africana.” Representação que na fase final teve o formato de “ Centre for Democracy in Angola” a que presidiu. As notas biográficas com que cruzei destacam ainda o facto de ter “ conduzi[do] várias missões diplomáticas em África e na Europa, particip[ado] nas negociações de paz em Abidjan e Lusaka e [ter estado] presente em todas as cimeiras Eduardo dos Santos/Jonas Savimbi realizadas no exterior. » É reformado das forças armadas angolanas com a patente de brigadeiro. É Mestre em Relações Internacionais pelo Institute of World Politics, “a Graduate School of National Security and International Affairs, Washington). Nas eleições angolanas de 2008, foi o coordenador eleitoral da UNITA.
Sobre o livro escreveu Jerry Bender ( Universidade da Califórnia Sul): « Este é o tipo de livros que nos faz virar as páginas rapidamente para descobrirmos o que vem a seguir. Durante duas décadas considerei Jardo como um amigo mas nunca imaginei que fosse capaz de escrever um livro tão impressionante. Este livro deve ser lido em todo o espaço de expressão portuguesa e eventualmente traduzido para outras línguas» (ver badana). Foi de facto assim: 122 páginas esta noite.
III
31 de Outubro de 1910.Domingo(DN) [...]
HAF
10956º Dia
Outubro, 30
I
30 anos de carreira universitária. De facto tudo começou, formalmente com a tomada de posse, após concorrido concurso público , às 11,30 de 30 de Outubro de 1980. Tinha então 26 anos, acabara de me licenciar em História na FLU Coimbra, e queria ser um historiador profissional centrado na História Agrária Portuguesa do Séc. XIX. Assim acabou por ser até aos anos 1990. Do ponto de vista da instituição, uns dias antes abrira a licenciatura em História e Ciências Sociais. Em breve o Departamento de História e Literatura seria dividido em dois departamentos, sendo um deles o de História. Uma boa razão para um dia branco e solitário.
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977),…. Chegou ao fim. Finalmente liberto-me desta história terrível. E , definitivamente, Sita Valles estava em 2ª gravidez quando foi presa. O que falta saber é se foi fuzilada naquele estado ou pós-parto ? E, na segunda hipótese, onde para a criança ? Uma adopção à moda dos militares argentinos ? Uma história “envergonhante”.
III
30 de Outubro de 1910. Sábado Feira (DN) [...]
HAF
I
30 anos de carreira universitária. De facto tudo começou, formalmente com a tomada de posse, após concorrido concurso público , às 11,30 de 30 de Outubro de 1980. Tinha então 26 anos, acabara de me licenciar em História na FLU Coimbra, e queria ser um historiador profissional centrado na História Agrária Portuguesa do Séc. XIX. Assim acabou por ser até aos anos 1990. Do ponto de vista da instituição, uns dias antes abrira a licenciatura em História e Ciências Sociais. Em breve o Departamento de História e Literatura seria dividido em dois departamentos, sendo um deles o de História. Uma boa razão para um dia branco e solitário.
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977),…. Chegou ao fim. Finalmente liberto-me desta história terrível. E , definitivamente, Sita Valles estava em 2ª gravidez quando foi presa. O que falta saber é se foi fuzilada naquele estado ou pós-parto ? E, na segunda hipótese, onde para a criança ? Uma adopção à moda dos militares argentinos ? Uma história “envergonhante”.
III
30 de Outubro de 1910. Sábado Feira (DN) [...]
HAF
10955º Dia
Outubro, 29
I
09.00-13.00: Despacho Mesa CC ECS e Reconhecimento de habilitações dos candidatos aos mestrados
14,30-17.00: Dicionário de História da 1º República e do Republicanismo ( DH1ªRR)
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977)….
III
29 de Outubro de 1910. Sexta Feira (DN) […]
HAF
I
09.00-13.00: Despacho Mesa CC ECS e Reconhecimento de habilitações dos candidatos aos mestrados
14,30-17.00: Dicionário de História da 1º República e do Republicanismo ( DH1ªRR)
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977)….
III
29 de Outubro de 1910. Sexta Feira (DN) […]
HAF
10954º Dia
Outubro, 28
I
7.00-10.00: Lisboa, Consulado de A.
10,30-14,00: ANTT
14,30-21,00: ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas : reunião e biblioteca.
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977)….
III
28 de Outubro de 1910. Quinta Feira (DN)[...]
HAF
I
7.00-10.00: Lisboa, Consulado de A.
10,30-14,00: ANTT
14,30-21,00: ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas : reunião e biblioteca.
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977)….
III
28 de Outubro de 1910. Quinta Feira (DN)[...]
HAF
quarta-feira, outubro 27
10953º Dia
Outubro, 27
I
09,00-13,00: Despacho do CC e preparação dos dossiers para sessão
14,00-18,00: Sessões Extraordinária e Ordinária do CC ECS EU
18.00-18,45: Reunião para planeamento do Seminário Interdisciplinar (programas de doutoramento em TJ e HC)
II
27 de Outubro de 1910. Quarta Feira (DN). Na “Chronica Agrícola”, D. Luís da Cunha tratou do “Crédito Agrícola Democrático” avocando os modelos de França e da Prússia .
À subscrição nacional a favor da vitimas sobreviventes da mudança de regime junta a “grande subscripção nacional para o pagamento da dívida externa”, publicando-se a lista dos primeiros ofertantes.
A “Academia das Sciencias de Portugal”, fundada em 16 de Abril de 1907, vê promulgados os seus estatutos (20.10.1910) , como “corporação (instituída em Lisboa) “ com “caracter permanente” cuja finalidade era o “progresso e a integração filosófica dos principais ramos do saber humano”, através da publicação de trabalhos, atribuição de prémios e promoção de conferências”
A greve dos carroceiros chegou ao fim, “aceitando os restantes industriais as resoluções dos seus colegas “ ( aceitou-se a nova tabela salarial) , mas permaneceu o “protesto dos proprietários de transportes de materiais”. Os operários das oficinas da Alfândega de Lisboa , através da sua associação, reivindicam junto da administração o horário de 8 horas, reivindicação que estava também na agenda dos operários matalúrgicos. Os funcionários públicos e municipais mobilizavam m-se para uma reunião em Lisboa , com vista a aprovar uma representação da classe ao Ministério do Interior “ em que se solicita que na próxima reforma administrativa seja melhorada a sua situação”, ou seja, fixação de vencimentos com base “ no projecto lei apresentado no parlamento”(Projecto Bellard da Fonseca); organização de um quadro de todo o funcionalismo, “effectuando-se dentro delle, por concurso devidamente regulamentado a nomeação e promoção de lugar para lugar pela ordem de acesso, de forma a que os lugares de secretários sejam providos por amanuenses” ; aposentação dos funcionários nos termos do artº 353 do Cód. Adm. De 1878, sem o limite de idade fixado no Cod. Adm. 1906; garantia da mobilidade no caso de extinção de serviços e instituições.
No plano político foram ainda notícia a prisão e envio para Lisboa de Francisco Homem Christo, redactor do jornal “Povo de Aveiro”: “vestia sobretudo preto, chapéu mole da mesma cor e lunetas azuis claras; a mão direita segurava uma manta de viagem presa a uma correia” e foi publicamente insultado. Entretanto corriam “boatos [considerados] infundados” sobre “o «complot» monarchico”, mas a verdade é que os meios militares, “descontentes” , conheciam alguma agitação e até ocorreu uma sublevação nos “Caçadores 5” que o ministro da guerra reduziu a um levantamento de rancho. R. Castilho voltou a escrever sobre “A nova Bandeira”
Da Europa, uma nota sobre o “Times” , o “mais importante diário londrino”, onde se publicou uma noticia sobre a comemoração da Batalha do Buçaco; e a referência ao “Congresso contra a Escravatura Branca” a decorrer em Madrid.
HAF
I
09,00-13,00: Despacho do CC e preparação dos dossiers para sessão
14,00-18,00: Sessões Extraordinária e Ordinária do CC ECS EU
18.00-18,45: Reunião para planeamento do Seminário Interdisciplinar (programas de doutoramento em TJ e HC)
II
27 de Outubro de 1910. Quarta Feira (DN). Na “Chronica Agrícola”, D. Luís da Cunha tratou do “Crédito Agrícola Democrático” avocando os modelos de França e da Prússia .
À subscrição nacional a favor da vitimas sobreviventes da mudança de regime junta a “grande subscripção nacional para o pagamento da dívida externa”, publicando-se a lista dos primeiros ofertantes.
A “Academia das Sciencias de Portugal”, fundada em 16 de Abril de 1907, vê promulgados os seus estatutos (20.10.1910) , como “corporação (instituída em Lisboa) “ com “caracter permanente” cuja finalidade era o “progresso e a integração filosófica dos principais ramos do saber humano”, através da publicação de trabalhos, atribuição de prémios e promoção de conferências”
A greve dos carroceiros chegou ao fim, “aceitando os restantes industriais as resoluções dos seus colegas “ ( aceitou-se a nova tabela salarial) , mas permaneceu o “protesto dos proprietários de transportes de materiais”. Os operários das oficinas da Alfândega de Lisboa , através da sua associação, reivindicam junto da administração o horário de 8 horas, reivindicação que estava também na agenda dos operários matalúrgicos. Os funcionários públicos e municipais mobilizavam m-se para uma reunião em Lisboa , com vista a aprovar uma representação da classe ao Ministério do Interior “ em que se solicita que na próxima reforma administrativa seja melhorada a sua situação”, ou seja, fixação de vencimentos com base “ no projecto lei apresentado no parlamento”(Projecto Bellard da Fonseca); organização de um quadro de todo o funcionalismo, “effectuando-se dentro delle, por concurso devidamente regulamentado a nomeação e promoção de lugar para lugar pela ordem de acesso, de forma a que os lugares de secretários sejam providos por amanuenses” ; aposentação dos funcionários nos termos do artº 353 do Cód. Adm. De 1878, sem o limite de idade fixado no Cod. Adm. 1906; garantia da mobilidade no caso de extinção de serviços e instituições.
No plano político foram ainda notícia a prisão e envio para Lisboa de Francisco Homem Christo, redactor do jornal “Povo de Aveiro”: “vestia sobretudo preto, chapéu mole da mesma cor e lunetas azuis claras; a mão direita segurava uma manta de viagem presa a uma correia” e foi publicamente insultado. Entretanto corriam “boatos [considerados] infundados” sobre “o «complot» monarchico”, mas a verdade é que os meios militares, “descontentes” , conheciam alguma agitação e até ocorreu uma sublevação nos “Caçadores 5” que o ministro da guerra reduziu a um levantamento de rancho. R. Castilho voltou a escrever sobre “A nova Bandeira”
Da Europa, uma nota sobre o “Times” , o “mais importante diário londrino”, onde se publicou uma noticia sobre a comemoração da Batalha do Buçaco; e a referência ao “Congresso contra a Escravatura Branca” a decorrer em Madrid.
HAF
10952º Dia
Outubro, 26
I
09,00-13,00: Correspondência do Gen. J.A.
14,30-16,00: Tutoria do MEEE
16,00-19,30: Documentos do CC .UÉ e CC ECS UÉ incluindo proposta de regulamento de avaliação dos docentes
II
26 de Outubro de 1910. Terça Feira (DN). No Conselho de Ministros do dia anterior deliberou-se publicar “em breve um decreto reconhecendo o direito à greve”, nomear uma comissão para “tomar conhecimento das reclamações do operariado e regular as relações d`este com o governo” , entendendo o governo que a “greve actual não produzirá a mínima alteração da ordem pública”; relatadas as condições contratuais do casamento de D. Maria Pia; e apresentados projectos de novas leis sobre a liberdade de imprensa e do divórcio; e , entre outras matérias, “resolveu-se” enviar uma navio ao Rio Janeiro “no próximo aniversário da República Brasileira”. No Diário do Governo ficou nomeada a comissão para “elaborar o projecto de código administrativo da República”: João Jacintho Nunes, Francisco António de Almeida, José Maria de Sousa Andrade, Francisco José Fernandes Costa e António Cateano Macieira. Um código que nunca vera a luz do dia…..
Um grupo de comerciantes de Lisboa representou ao ministro das finanças solicitando a reintegração do antigo presidente do Banco de Portugal, Mello e Sousa, evocando os “relevantes serviços prestados ao commercio e ao paiz”. J. Neuparth, que assinava a “Chronical Musical” do DN, geralmente centrada na História da Música, para tratar de “um assumpto da maior actualidade”, a “escolha do Hino Nacional […]”, para contrariar os argumentos dos que, considerando a “Portuguesa” sem brilho, carácter e alegria, defendiam a adopção como hino nacional o da Maria da Fonte., que “é vivo, heróico e cheio de enthusiasmo”. O autor acha que o hino que Alfredo keil escrevera duas décadas antes não era espontâneo e brilhante mas , analisando os diversos compassos, tinha vigor , vida, virilidade.
A inquietação no ensino superior acentuava-se. Agora eram os alunos da Escola Politécnica de Lisboa, cuja “comissão de alumnos” nomeada em assembleia (Amilcar Albuquerque, Jayme Hespanha e Luis Passos) , que solicitou ao ministro do interior “a regularização do ano lectivo”, a “revisão e remodelação dos programas e regulamentos da escola”, o “aperfeiçoamento do ensino prático”, “cursos livres”, e ao ministro da Guerra, a ”egualdade de coeficientes e classificações para a admissão à Escola do Exército” nas disciplinas correspondentes.
No plano social, a greve dos carroceiros já tinha dois dias , um conflito entre os condutores das carroças e os seus proprietários sobre salários, tabelas dos preços e dispensa de pessoal. A mediação da Associação dos Lojistas parecia não estar a dar grandes resultados imediatos. Entretanto outros grupos , como os estivadores (salários) e os impressores tipográficos (horário de 9 horas) apresentavam também a sua agenda reivindicativa.
E se em Montemor-o-Velho o povo podia andar entretido em busca da “mulher com forma e feições de homem” , isto é, “um supposte jesuíta disfarçado” a “Empreza Portugueza Cinematographica , Lta fazia saber aos seus clientes e público, através de “Aviso Importante”, “que a fita dos funerais dos cidadãos dr. Miguel Bombarda e vice-almirante Cândido dos Reis, apresentada ultimamente em alguns salões animatographicos de Lisboa , não [era] propriedade da mesma emrpeza. A que esta possue, e que hotem obteve justificado sucesso nos principais salões de Lisboa, é uma verdadeira maravilha produzida pela afamadíssima casa Gaumont.” Deixando “o cuidado do confronto ao público, podendo no entanto afirmar que dos mais curiosos, aos mais insfignifcantes detalhes de tão imponente cortejo fúnebre, são apreciados na citada fitta”.
HAF
I
09,00-13,00: Correspondência do Gen. J.A.
14,30-16,00: Tutoria do MEEE
16,00-19,30: Documentos do CC .UÉ e CC ECS UÉ incluindo proposta de regulamento de avaliação dos docentes
II
26 de Outubro de 1910. Terça Feira (DN). No Conselho de Ministros do dia anterior deliberou-se publicar “em breve um decreto reconhecendo o direito à greve”, nomear uma comissão para “tomar conhecimento das reclamações do operariado e regular as relações d`este com o governo” , entendendo o governo que a “greve actual não produzirá a mínima alteração da ordem pública”; relatadas as condições contratuais do casamento de D. Maria Pia; e apresentados projectos de novas leis sobre a liberdade de imprensa e do divórcio; e , entre outras matérias, “resolveu-se” enviar uma navio ao Rio Janeiro “no próximo aniversário da República Brasileira”. No Diário do Governo ficou nomeada a comissão para “elaborar o projecto de código administrativo da República”: João Jacintho Nunes, Francisco António de Almeida, José Maria de Sousa Andrade, Francisco José Fernandes Costa e António Cateano Macieira. Um código que nunca vera a luz do dia…..
Um grupo de comerciantes de Lisboa representou ao ministro das finanças solicitando a reintegração do antigo presidente do Banco de Portugal, Mello e Sousa, evocando os “relevantes serviços prestados ao commercio e ao paiz”. J. Neuparth, que assinava a “Chronical Musical” do DN, geralmente centrada na História da Música, para tratar de “um assumpto da maior actualidade”, a “escolha do Hino Nacional […]”, para contrariar os argumentos dos que, considerando a “Portuguesa” sem brilho, carácter e alegria, defendiam a adopção como hino nacional o da Maria da Fonte., que “é vivo, heróico e cheio de enthusiasmo”. O autor acha que o hino que Alfredo keil escrevera duas décadas antes não era espontâneo e brilhante mas , analisando os diversos compassos, tinha vigor , vida, virilidade.
A inquietação no ensino superior acentuava-se. Agora eram os alunos da Escola Politécnica de Lisboa, cuja “comissão de alumnos” nomeada em assembleia (Amilcar Albuquerque, Jayme Hespanha e Luis Passos) , que solicitou ao ministro do interior “a regularização do ano lectivo”, a “revisão e remodelação dos programas e regulamentos da escola”, o “aperfeiçoamento do ensino prático”, “cursos livres”, e ao ministro da Guerra, a ”egualdade de coeficientes e classificações para a admissão à Escola do Exército” nas disciplinas correspondentes.
No plano social, a greve dos carroceiros já tinha dois dias , um conflito entre os condutores das carroças e os seus proprietários sobre salários, tabelas dos preços e dispensa de pessoal. A mediação da Associação dos Lojistas parecia não estar a dar grandes resultados imediatos. Entretanto outros grupos , como os estivadores (salários) e os impressores tipográficos (horário de 9 horas) apresentavam também a sua agenda reivindicativa.
E se em Montemor-o-Velho o povo podia andar entretido em busca da “mulher com forma e feições de homem” , isto é, “um supposte jesuíta disfarçado” a “Empreza Portugueza Cinematographica , Lta fazia saber aos seus clientes e público, através de “Aviso Importante”, “que a fita dos funerais dos cidadãos dr. Miguel Bombarda e vice-almirante Cândido dos Reis, apresentada ultimamente em alguns salões animatographicos de Lisboa , não [era] propriedade da mesma emrpeza. A que esta possue, e que hotem obteve justificado sucesso nos principais salões de Lisboa, é uma verdadeira maravilha produzida pela afamadíssima casa Gaumont.” Deixando “o cuidado do confronto ao público, podendo no entanto afirmar que dos mais curiosos, aos mais insfignifcantes detalhes de tão imponente cortejo fúnebre, são apreciados na citada fitta”.
HAF
segunda-feira, outubro 25
10951º Dia
Outubro, 25
09,00-13,00: Correspondência do General João de Almeida (1938-39)
12,00-16,00: Tutoria (teses de Mestrado)
16,00-18,00: Reunião da Mesa do CC ECS UÉ
18,00-20,00: Correspondência e Diversos
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977), Lisboa, Aletheia Editores, 2010. Há já uns dias que ando com esta história incómoda que culmina num olhar complementar sobre o golpe-purga-massacre de 27 de Maio 1977 em Angola. A fotografia da capa do livro, a mesma da revista expresso de 1992, é uma das mais conhecidas desta jovem revolucionária romântica e ousada, maldita para o PCP e o MPLA. Há alguma literatura sobre o assunto mas a pesquisa mais consistente parece ser a de Dalila e Álvaro Mateus: Purga em Angola. O 27 de Maio de 1977 (ed. ASA, 2º ed. 2007)
III
25 de Outubro de 1910. Terça Feira (DN). O “Assumpto do dia” foi o« “O Reconhecimento da República Portuguesa”, num momento em que “já dois estados” o tinham feito (Brasil e Argentina) aqui interpretado como um acto de “confraternidade internacional” daquelas repúblicas da América do Sul, que agiram pelo interesse de “Estado” e pelo “coração”. A expectativa é que estados da Europa, mesmo que apenas movidos pelos interesses de Estado “o reconhecimento não se fará esperar por muito tempo” sendo certo que Portugal “não irá mendigar o reconhecimento das suas novas instituições”. Enquanto isso, especulava-se sobre a possibilidade do rei deposto ir residir para Bruxelas.
Por iniciativa do Ministério do Interior e decisão do Conselho de Ministros foi constituía uma “comissão encarregada de um plano integral da reforma da instrucção pública” .
Noticia de revelo foi ainda o naufrágio do paquete português “Lisboa”, “no promontório de Paternoster-Point, ao norte do Cabo da Boa Esperança “ havendo alguns mortos e perda do navio da “Empreza Nacional de Navegação” que custra 136.000 libras andava segurado em 80 mil libras. Era a segunda viagem que fazia para “as nossas possessões”. No “bello barco” -- de 145 metros, 7,5 toneladas, com duas maquinas de 7300 cavalos que consumiam 65 toneladas de carvão por dia; com 10 barcos salva-vidas (para 600 pessoas) , 4 guindastres hidráulicos, rede telefónica, 2 telégrafos; 40 camarotes de 1ª classe (108 passageiros) , 16 camarotes de 2ª classe (70 pessoas), 18 camarotes de 3º classe (150 passageiros) e uma “coberta especial com beliches para 200 colonos”; três cozinhas, uma delas “a vapor, na qual se podia fazer uma refeição para 1000 pessoas em duas horas e meia”; e tinha ainda “padaria, lavandaria, estendal de secar a roupa, 45 retretes, 25 casas de banho, barbearia, tipografia, 4 “hospitais para 20 doentes” e outros serviços – saíram de Lisboa cerca de 160 passageiros , metade dos quais com destino a África Oriental.
HAF
09,00-13,00: Correspondência do General João de Almeida (1938-39)
12,00-16,00: Tutoria (teses de Mestrado)
16,00-18,00: Reunião da Mesa do CC ECS UÉ
18,00-20,00: Correspondência e Diversos
II
Leonor Figueiredo: Sita Valles, Revolucionária, Comunista até à Morte (1951-1977), Lisboa, Aletheia Editores, 2010. Há já uns dias que ando com esta história incómoda que culmina num olhar complementar sobre o golpe-purga-massacre de 27 de Maio 1977 em Angola. A fotografia da capa do livro, a mesma da revista expresso de 1992, é uma das mais conhecidas desta jovem revolucionária romântica e ousada, maldita para o PCP e o MPLA. Há alguma literatura sobre o assunto mas a pesquisa mais consistente parece ser a de Dalila e Álvaro Mateus: Purga em Angola. O 27 de Maio de 1977 (ed. ASA, 2º ed. 2007)
III
25 de Outubro de 1910. Terça Feira (DN). O “Assumpto do dia” foi o« “O Reconhecimento da República Portuguesa”, num momento em que “já dois estados” o tinham feito (Brasil e Argentina) aqui interpretado como um acto de “confraternidade internacional” daquelas repúblicas da América do Sul, que agiram pelo interesse de “Estado” e pelo “coração”. A expectativa é que estados da Europa, mesmo que apenas movidos pelos interesses de Estado “o reconhecimento não se fará esperar por muito tempo” sendo certo que Portugal “não irá mendigar o reconhecimento das suas novas instituições”. Enquanto isso, especulava-se sobre a possibilidade do rei deposto ir residir para Bruxelas.
Por iniciativa do Ministério do Interior e decisão do Conselho de Ministros foi constituía uma “comissão encarregada de um plano integral da reforma da instrucção pública” .
Noticia de revelo foi ainda o naufrágio do paquete português “Lisboa”, “no promontório de Paternoster-Point, ao norte do Cabo da Boa Esperança “ havendo alguns mortos e perda do navio da “Empreza Nacional de Navegação” que custra 136.000 libras andava segurado em 80 mil libras. Era a segunda viagem que fazia para “as nossas possessões”. No “bello barco” -- de 145 metros, 7,5 toneladas, com duas maquinas de 7300 cavalos que consumiam 65 toneladas de carvão por dia; com 10 barcos salva-vidas (para 600 pessoas) , 4 guindastres hidráulicos, rede telefónica, 2 telégrafos; 40 camarotes de 1ª classe (108 passageiros) , 16 camarotes de 2ª classe (70 pessoas), 18 camarotes de 3º classe (150 passageiros) e uma “coberta especial com beliches para 200 colonos”; três cozinhas, uma delas “a vapor, na qual se podia fazer uma refeição para 1000 pessoas em duas horas e meia”; e tinha ainda “padaria, lavandaria, estendal de secar a roupa, 45 retretes, 25 casas de banho, barbearia, tipografia, 4 “hospitais para 20 doentes” e outros serviços – saíram de Lisboa cerca de 160 passageiros , metade dos quais com destino a África Oriental.
HAF
domingo, outubro 24
10950º Dia
Outubro, 24
I
Dia Branco....em Casas Brancas e Baleal
II
24 de Outubro de 1910. Segunda Feira (DN). Na “Chronica Marítima”, Pedro Diniz procurou justificar a necessidade do país ser dotado de uma “Marinha de guerra” : “ a marinha é precisa, é indispensável para a defesa da pátria; a marinha deve ressurgir agora”. A “Chronica do Porto” centrou-se em “A cidade (do Porto) e o porto de Leixões”. Criticando as preocupações nacionais com o fazer as grandes obras sem cuidar da sua manutenção e perante os danos na infra-estrutura portuária de Leixões e o autor- João Grave – vê a cidade do Porto , com uma “barra … primitiva e hostil” e desprovida de um “porto comercial” à altura das necessidades de uma cidade de “duzentas mil almas” que “ […] pela sua população, pela sua fortuna, pela sua actividade commercial e fabril, pela sua extensão, é a segunda do reino” .
Prosseguia a actividade dos “bandos precatórios” que participavam na recolha de fundos para apoio às famílias das vítimas da Revolução, com destaque para o cortejo organizado por uma “comissão de sargentos do ultramar” que angariam de “esmolas” cerca de 1,277$480 réis.
E enquanto se expressavam “vozes” em prol da indispensável “descentralização administrativa” como “factor de progresso social e político”( Fernando Emygdio da Silva, Congresso Internacional de Ciências Administrativas, Bruxelas) o Governo fazia publicar vários “Decretos respeitantes à Universidade de Coimbra”, extinguindo a Faculdade de Teologia, tornando livre a frequência dos cursos, tornando facultativo o “uso de capa e batina, e abolindo tanto o “foro académico” como os tradicionais “ juramentos” dos lentes, reitor, graduados, secretário e oficiais da UC, incluindo o célebre juramento da “Immaculada Conceição”. Ainda sobre a Universidade de Coimbra, e a propósito das recentes “Ocorrências graves na Universidade” (ver registo 19 de Outubro) e as reformas acima referidas Hipólito Raposo [José Hipólito Vaz Raposo, 1855-1953], ainda na fase pré-integralismo lusitanista, escreve e publica “Pela Universidade”. Assim:
«Ainda agora não sei o motivo porque a proclamação da República armou para vários excessos de vandalismo um grupo de estudantes de direito. […] Os ueus autores nunca pensaram cinco minutos no trabalho e na competência que semelhante reforma exige, […]. Nem eles nem eu, nenhum dos nossos camaradas tem elementos para estabelecer bases para uma remodelação do ensino: apenas podemos dizer, e isso com segurança, que isto não está bem e que exigimos um regime pedagógico que não inutilize quase completamente o nosso esforço e o esforço dos mestres que, na verdade, não são culpados de tudo.
[…] A Universidade há muito que não é para o paiz o que já foi e tomou até carácter axiomático a afirmação de que a sua única utilidade era o grau. Estas verdades confirmam-nas quantos por cá passaram e conhecem-nas bem alhuns membros do governo […]
Numa oração inaugural notava o ilustre professor Sobral Cid que os espíritos de mais larga influência […]. A Universidade perdendo com a centralização do constitucionalismo a autonomia corporativa , não pôde realizar jamais a sua função directora e ficou vivendo de glórias passadas, com um prestigio ficticio , como um fidalgo arruinado[…]. E seria injusto supor que não há em Coimbra professores com vontade e com faculdades […] . Para este ano, como remédio provisório a velhas reclamações , o Sr. Ministro do Interior veio a Coimbra prometer-nos as seguintes concessões: abolição do foro académico e do juramento religioso, cursos livres, uso facultativo da capa e batina e proibição de matricula no primeiro ano da faculdade de Teologia.[…]
O Foro académico era uma instituição anacrónica […]. A obrigação do juramento […] era uma velharia que ninguém, tomava a sério
Os cursos livres que uns desejam e outros abominam, não sei porquê, virão este ano em que condições? A Faculdade de Direito não tem programa – é preciso que isto se saiba – de sorte que, não fazendo o professor imprimir as projecções, ninguém sabe o que é a matéria do acto […].
Venha o programa, provisório, seja como for, de outro modo teremos de voltar à nojentíssima sebenta e ficar presos ao velho magister dexit [sic] , tomando para Canon a palavra do professor.
Suprimindo o regime de faltas, como é lógico num curso livre e não estabelecendo exames de frequência, à moda alemã, as presenças diminuirão sucessivamente porque a maioria dos rapazes dispensarão prelecções e ares de Coimbra […]. Vira a hecatombe do fim do anno […].
Não se compreendem cursos livres com farda, é verdade. Mas há razões de comodidade e economia […] De restos os únicos interessados na supressão da capa e batina são os alfaiates…
A supressão da Faculdade de Teologia , que ela mesma já tinha pedido ao governo Franco era necessária desde que o episcopado a vinha inutilizando de há muito para a vida eclesiástica portuguesa . Em substituição dela deve vir a criar-se uma faculdade de filosofia e letras que possa d`algum modo tomar a direcção intelectual do país, preparando para po magistério secundário e que inclua no seu quadro muitas sciencias que em Portugal ninguém ensina e pouquíssimos estudam: sociologia, psicologia, história da civilização, psicofisiologia, o alto humanismo greco-romano que os povos germânicos cultivam com ardor e que naturalmente se impõe à civilização de um povo de tão funda tradição humanista.
Se em Portugal não há competências não é vergonha reconhece-lo , é honesto remediá-lo, lembrando-nos de que assim procederam Dom João III e o Marquez de Pombal para que a universidade fosse gloriosa e illustre entre as do seu tempo, em toda a Europa . Hippolyto Raposo." E nos meios operários intensificavam-se as “Reclamações […] “ . Os Caixeiros de Lisboa, através da sua Associação de Classe, que achava representar em epírito os 40.000 individuos que “em Portugal mourejam no commercio”, tornaram claro que não aclamavam “a mudança de regime como simples remodelação política” mas como um facto de “uma reflectida e constante transformação social” e levam ao governo, uma representação sobre o “descanso semanal” , reivindicando o gozo de “24 horas seguidas” .
HAF
I
Dia Branco....em Casas Brancas e Baleal
II
24 de Outubro de 1910. Segunda Feira (DN). Na “Chronica Marítima”, Pedro Diniz procurou justificar a necessidade do país ser dotado de uma “Marinha de guerra” : “ a marinha é precisa, é indispensável para a defesa da pátria; a marinha deve ressurgir agora”. A “Chronica do Porto” centrou-se em “A cidade (do Porto) e o porto de Leixões”. Criticando as preocupações nacionais com o fazer as grandes obras sem cuidar da sua manutenção e perante os danos na infra-estrutura portuária de Leixões e o autor- João Grave – vê a cidade do Porto , com uma “barra … primitiva e hostil” e desprovida de um “porto comercial” à altura das necessidades de uma cidade de “duzentas mil almas” que “ […] pela sua população, pela sua fortuna, pela sua actividade commercial e fabril, pela sua extensão, é a segunda do reino” .
Prosseguia a actividade dos “bandos precatórios” que participavam na recolha de fundos para apoio às famílias das vítimas da Revolução, com destaque para o cortejo organizado por uma “comissão de sargentos do ultramar” que angariam de “esmolas” cerca de 1,277$480 réis.
E enquanto se expressavam “vozes” em prol da indispensável “descentralização administrativa” como “factor de progresso social e político”( Fernando Emygdio da Silva, Congresso Internacional de Ciências Administrativas, Bruxelas) o Governo fazia publicar vários “Decretos respeitantes à Universidade de Coimbra”, extinguindo a Faculdade de Teologia, tornando livre a frequência dos cursos, tornando facultativo o “uso de capa e batina, e abolindo tanto o “foro académico” como os tradicionais “ juramentos” dos lentes, reitor, graduados, secretário e oficiais da UC, incluindo o célebre juramento da “Immaculada Conceição”. Ainda sobre a Universidade de Coimbra, e a propósito das recentes “Ocorrências graves na Universidade” (ver registo 19 de Outubro) e as reformas acima referidas Hipólito Raposo [José Hipólito Vaz Raposo, 1855-1953], ainda na fase pré-integralismo lusitanista, escreve e publica “Pela Universidade”. Assim:
«Ainda agora não sei o motivo porque a proclamação da República armou para vários excessos de vandalismo um grupo de estudantes de direito. […] Os ueus autores nunca pensaram cinco minutos no trabalho e na competência que semelhante reforma exige, […]. Nem eles nem eu, nenhum dos nossos camaradas tem elementos para estabelecer bases para uma remodelação do ensino: apenas podemos dizer, e isso com segurança, que isto não está bem e que exigimos um regime pedagógico que não inutilize quase completamente o nosso esforço e o esforço dos mestres que, na verdade, não são culpados de tudo.
[…] A Universidade há muito que não é para o paiz o que já foi e tomou até carácter axiomático a afirmação de que a sua única utilidade era o grau. Estas verdades confirmam-nas quantos por cá passaram e conhecem-nas bem alhuns membros do governo […]
Numa oração inaugural notava o ilustre professor Sobral Cid que os espíritos de mais larga influência […]. A Universidade perdendo com a centralização do constitucionalismo a autonomia corporativa , não pôde realizar jamais a sua função directora e ficou vivendo de glórias passadas, com um prestigio ficticio , como um fidalgo arruinado[…]. E seria injusto supor que não há em Coimbra professores com vontade e com faculdades […] . Para este ano, como remédio provisório a velhas reclamações , o Sr. Ministro do Interior veio a Coimbra prometer-nos as seguintes concessões: abolição do foro académico e do juramento religioso, cursos livres, uso facultativo da capa e batina e proibição de matricula no primeiro ano da faculdade de Teologia.[…]
O Foro académico era uma instituição anacrónica […]. A obrigação do juramento […] era uma velharia que ninguém, tomava a sério
Os cursos livres que uns desejam e outros abominam, não sei porquê, virão este ano em que condições? A Faculdade de Direito não tem programa – é preciso que isto se saiba – de sorte que, não fazendo o professor imprimir as projecções, ninguém sabe o que é a matéria do acto […].
Venha o programa, provisório, seja como for, de outro modo teremos de voltar à nojentíssima sebenta e ficar presos ao velho magister dexit [sic] , tomando para Canon a palavra do professor.
Suprimindo o regime de faltas, como é lógico num curso livre e não estabelecendo exames de frequência, à moda alemã, as presenças diminuirão sucessivamente porque a maioria dos rapazes dispensarão prelecções e ares de Coimbra […]. Vira a hecatombe do fim do anno […].
Não se compreendem cursos livres com farda, é verdade. Mas há razões de comodidade e economia […] De restos os únicos interessados na supressão da capa e batina são os alfaiates…
A supressão da Faculdade de Teologia , que ela mesma já tinha pedido ao governo Franco era necessária desde que o episcopado a vinha inutilizando de há muito para a vida eclesiástica portuguesa . Em substituição dela deve vir a criar-se uma faculdade de filosofia e letras que possa d`algum modo tomar a direcção intelectual do país, preparando para po magistério secundário e que inclua no seu quadro muitas sciencias que em Portugal ninguém ensina e pouquíssimos estudam: sociologia, psicologia, história da civilização, psicofisiologia, o alto humanismo greco-romano que os povos germânicos cultivam com ardor e que naturalmente se impõe à civilização de um povo de tão funda tradição humanista.
Se em Portugal não há competências não é vergonha reconhece-lo , é honesto remediá-lo, lembrando-nos de que assim procederam Dom João III e o Marquez de Pombal para que a universidade fosse gloriosa e illustre entre as do seu tempo, em toda a Europa . Hippolyto Raposo." E nos meios operários intensificavam-se as “Reclamações […] “ . Os Caixeiros de Lisboa, através da sua Associação de Classe, que achava representar em epírito os 40.000 individuos que “em Portugal mourejam no commercio”, tornaram claro que não aclamavam “a mudança de regime como simples remodelação política” mas como um facto de “uma reflectida e constante transformação social” e levam ao governo, uma representação sobre o “descanso semanal” , reivindicando o gozo de “24 horas seguidas” .
HAF
sábado, outubro 23
10949º Dia
Outubro, 23
I
08,00-14,00: CC.ECS.UÉ [Reconhecimento de Habilitações dos candidatos aos cursos de mestrado] e preparação de conteúdos para página do ACTAE-NICPRI.UE.
II
23 de Outubro de 1910. Domingo (DN). Na “Chronica Financeira” apreciou-se a situação nos principais “mercados monetários” estrangeire depois centrou-se na “Nova Nau [do Estado] ” que , no país, o governo provisório construía porá substituir “o velho e por vezes glorioso batel”. Mas “antes de construir a nova nau”, o governo provisório da República estava a preparar-lhe “ o estaleiro adequado” , a escolher “os materiais” e a “tripulação”. E comandavam-nos duas ideias base: “ a reforma da administração pública , […] a base de umas boas finanças” , que deveria proporcionar a “redução de todas as despezas inúteis e o augmento da produtividade do trabalho”. Com este propósito o governo apertara a exigência do “cumprimento do horário das repartições do estado e a diminuição do numero irrisório dos feriados”, o “inquérito a certos serviços”, as resoluções para superar a “penúria de numerário com que lutava a praça”, a nacionalização da “dívida flutuante externa” e a normalização do “mercado monetário”
Do conselho de ministros saiu o decreto “avisando as casas de venda, em que se apresentarem jornais pornographicos e outras publicações periódicas que se destinem a alteração da ordem pública, de que serão fechadas, procedendo-se judicialmente contra o abuso”. Com o Ministro da Marinha reuniu o presidente da C.M. de Luanda, Álvaro Pimenta, que abordou questões como a do álcool, a reorganização administrativa , reforma da pauta e a colonização do planalto de Benguela.
No dia que se tornou ”definitivamente assente” que o Curso Superior de Letras seria “transformado n`uma Faculdade [de Letras] e integrar a futura Universidade de Lisboa, ” os seus alunos, preocupados com as oportunidades profissionais, reivindicavam junto do Director Geral da Instrução Secundária a não contratação de professores para aquele nível de ensino que não tivessem “concluído o respectivo curso”. Entretanto alguns jornais tornam pública uma lista de funcionários do Estado que eram exemplos de “açambarcadores de Empregos” isto é , as acumulações. O Médico Agostinho Lúcio, em carta ao DN procura justificar o seu caso.
Do Ultramar vários assuntos a merecer a atenção da imprensa , destacando eu as noticias sobre a “construção”do Caminho de Ferro de Benguela, cuja exploração já se podia estender até ao quilómetro 320 km. Já agora vale a pena lembrar que a obra foi regulada em 1899, a construção foi iniciada em 1903 e ficou concluída em 1929.
HAF
I
08,00-14,00: CC.ECS.UÉ [Reconhecimento de Habilitações dos candidatos aos cursos de mestrado] e preparação de conteúdos para página do ACTAE-NICPRI.UE.
II
23 de Outubro de 1910. Domingo (DN). Na “Chronica Financeira” apreciou-se a situação nos principais “mercados monetários” estrangeire depois centrou-se na “Nova Nau [do Estado] ” que , no país, o governo provisório construía porá substituir “o velho e por vezes glorioso batel”. Mas “antes de construir a nova nau”, o governo provisório da República estava a preparar-lhe “ o estaleiro adequado” , a escolher “os materiais” e a “tripulação”. E comandavam-nos duas ideias base: “ a reforma da administração pública , […] a base de umas boas finanças” , que deveria proporcionar a “redução de todas as despezas inúteis e o augmento da produtividade do trabalho”. Com este propósito o governo apertara a exigência do “cumprimento do horário das repartições do estado e a diminuição do numero irrisório dos feriados”, o “inquérito a certos serviços”, as resoluções para superar a “penúria de numerário com que lutava a praça”, a nacionalização da “dívida flutuante externa” e a normalização do “mercado monetário”
Do conselho de ministros saiu o decreto “avisando as casas de venda, em que se apresentarem jornais pornographicos e outras publicações periódicas que se destinem a alteração da ordem pública, de que serão fechadas, procedendo-se judicialmente contra o abuso”. Com o Ministro da Marinha reuniu o presidente da C.M. de Luanda, Álvaro Pimenta, que abordou questões como a do álcool, a reorganização administrativa , reforma da pauta e a colonização do planalto de Benguela.
No dia que se tornou ”definitivamente assente” que o Curso Superior de Letras seria “transformado n`uma Faculdade [de Letras] e integrar a futura Universidade de Lisboa, ” os seus alunos, preocupados com as oportunidades profissionais, reivindicavam junto do Director Geral da Instrução Secundária a não contratação de professores para aquele nível de ensino que não tivessem “concluído o respectivo curso”. Entretanto alguns jornais tornam pública uma lista de funcionários do Estado que eram exemplos de “açambarcadores de Empregos” isto é , as acumulações. O Médico Agostinho Lúcio, em carta ao DN procura justificar o seu caso.
Do Ultramar vários assuntos a merecer a atenção da imprensa , destacando eu as noticias sobre a “construção”do Caminho de Ferro de Benguela, cuja exploração já se podia estender até ao quilómetro 320 km. Já agora vale a pena lembrar que a obra foi regulada em 1899, a construção foi iniciada em 1903 e ficou concluída em 1929.
HAF
sexta-feira, outubro 22
10948º Dia
Outubro,22
I
09,00-12,30: Apreciação de candidaturas de 2ª fase MEHE e D.HC, validação de candidaturas, e correspondência CC.ECS.UE
14.00-20,00: Vária , incluindo correspondência do Gen. J.A:
II
22 de Outubro de 1910. Sábado (DN). Na actualidade política nacional os temas da “separação da Igreja do Estado”, as atitudes de alguns dos antigos líderes monárquicos em relação o novo regime (o caso de Teixeira de Sousa), a suspensão do Bispo de Beja e o destino a dar aos edifícios das associações religiosas de Lisboa, e a questão da “sustentação dos presos indigentes” merecem uma particular atenção do jornal ao lado da actividade geral do governo provisório.
Nas colónias, além do velho problema da tributação do “Alcool em Angola” e das “culturas em África e na India” [obviamente as culturas comerciais, como a borracha, algodão, açúcar, etc.] a nota mais relevante é a que refere o envio da canhoeira Zambeze, estacionada na Guiné, para Cabo Verde “por se ter declarado “uma greve n`aquela província ultramarina”.
A Crónica do dia foi dedicada a “Portugal perante o Mundo” onde se escreve: “A revolução de 5 de Outubro causou por certo extranheza na política europeia, que não nos ssuppunha capazes de tamanha audácia e ainda capazes de tamanha serenidade depois do triumpho. O sucesso qualquer que seja o ponto de vista sob o qual se encare, surpreendeu por conseguinte as grandes potencias, que parece estarem ainda duvidosas da realidade dos factos. […]”.
O tema da revolução continuava bem presente e a rubrica “Para a História da Revolução” prosseguia, Todavia o povo, ou melhor uma parte do “público”, tinha bons motivos para se interessar por outras coisas mais agradáveis. Por exemplo , pelas “excursões ao paiz”, iniciativa da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e as da Beira Alta e Ramal de Vizeu, num “serviço especial a preços reduzidos” , destinado a “promover o Turismo em Portugal”. Publicava-se inclusivé um “mappa onde se acham indicadas a traço duplo as linhas que constituem o circuito das Beiras e a traço simples as restantes linhas onde também podem ser empregados bilhetes especiais”:
HAF
I
09,00-12,30: Apreciação de candidaturas de 2ª fase MEHE e D.HC, validação de candidaturas, e correspondência CC.ECS.UE
14.00-20,00: Vária , incluindo correspondência do Gen. J.A:
II
22 de Outubro de 1910. Sábado (DN). Na actualidade política nacional os temas da “separação da Igreja do Estado”, as atitudes de alguns dos antigos líderes monárquicos em relação o novo regime (o caso de Teixeira de Sousa), a suspensão do Bispo de Beja e o destino a dar aos edifícios das associações religiosas de Lisboa, e a questão da “sustentação dos presos indigentes” merecem uma particular atenção do jornal ao lado da actividade geral do governo provisório.
Nas colónias, além do velho problema da tributação do “Alcool em Angola” e das “culturas em África e na India” [obviamente as culturas comerciais, como a borracha, algodão, açúcar, etc.] a nota mais relevante é a que refere o envio da canhoeira Zambeze, estacionada na Guiné, para Cabo Verde “por se ter declarado “uma greve n`aquela província ultramarina”.
A Crónica do dia foi dedicada a “Portugal perante o Mundo” onde se escreve: “A revolução de 5 de Outubro causou por certo extranheza na política europeia, que não nos ssuppunha capazes de tamanha audácia e ainda capazes de tamanha serenidade depois do triumpho. O sucesso qualquer que seja o ponto de vista sob o qual se encare, surpreendeu por conseguinte as grandes potencias, que parece estarem ainda duvidosas da realidade dos factos. […]”.
O tema da revolução continuava bem presente e a rubrica “Para a História da Revolução” prosseguia, Todavia o povo, ou melhor uma parte do “público”, tinha bons motivos para se interessar por outras coisas mais agradáveis. Por exemplo , pelas “excursões ao paiz”, iniciativa da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e as da Beira Alta e Ramal de Vizeu, num “serviço especial a preços reduzidos” , destinado a “promover o Turismo em Portugal”. Publicava-se inclusivé um “mappa onde se acham indicadas a traço duplo as linhas que constituem o circuito das Beiras e a traço simples as restantes linhas onde também podem ser empregados bilhetes especiais”:
HAF
10947º Dia
Outubro, 21
I
06,00-.......Lisboa
09,30- ANTT/AOS
10,30-13,00: Júri Concurso Professor Associado (ISCTE)
14,00-19,00: ANTT/ AOS
II
21 de Outubro de 1910. Sexta Feira (DN). A “Carta de Itália” de E.T., do “correspondente particular” do DN , abre com a ideia de que “A revolução em Portugal “ era algo também esperado nos meios políticos e opinião publicada entre os romanos: “Havia já alguns mezes que nos principais jornaes italianos liamos com frequência «interviews» celebradas pelos seus correspondentes de Paris , com o Sr. Magalhães Lima ou o Sr. João Chagas, bem como cartas dos correspondentes de Lisboa , dos mais importantes diários de Londres, todos pintando com as mais sombrias cores a situação politica portuguesa e anunciando-nos como imminente a Revolução e a consequente proclamação da República em Portugal. Contudo [….] a noticia do movimento recolucionário portuguez resultou, para a immensa maioria dos italiannos, quasi inteiramente inesperada.[…] “. E o correspondente prossegue desdecrevendo a “ Sensação enorme – Os suplementos dos jornais – Sympathias por D. Maria Pia – A commiseração por D. Manuel – o que se pensa em Itália do ex-soberano – Os italianos apreciam o patriotismo dos revolucionários portuguezes – esperando os jornais de Lisboa – admiração pelos chefes da Revolução – o entusiasmo dos republicanos italianos - As suas illusões – O Deputado Chiesa em Lisboa – A Itália reconhecerá dentre em pouco a República Portugueza - Declaração de um auctorizado diplomata – Os juízos da Imprensa.”
Entretanto, da reunião de “Os Credores das Casas Reais”, tornam-se público o rol provisório das dívidas com os gastos diários do Paço da Ajuda , do Paço das Necessidades e, numa diminuta parte, das “Contas especiais de D. Manuel “. Tudo somado atingia um montante superior a 82 contos de reis, um valor expressivo que se distribuía pelas categoriais de fornecimentos (bens e serviços de consumo geral) da forma seguinte:
O Conselho de Ministros, em reunião, suspendeu “das temporalidades, como de sede vacante” o Bispo de Beja por se ter ausentado para Espanha sem autorização do governo; revogou várias leis entre as quais as “ leis excepcionais “ que prolongavam a deportação por tempo indeterminado ( Leis de 13 Fev. de 1886, 21 de Abril de 1892 e de 3 de Abril de 1896 )., a lei “repressiva da imprensa” (11 de Abril de 1907).
Enquanto os líderes das igrejas protestantes de Porto e Gaia eram recebidos e apresentavam cumprimentos ao Presidente da República, em Beja tomava posse a “nova vereação municipal republicana” presidida pelo advogado e “abastado proprietário” Laranja Gomes Palma, acto a que se seguiram festejos com banda, teatro e corrida de touros com vista a angariação de fundos de apoio às vitimas da revolução, campanha que igualmente mobilizou a empresa do Campo Pequeno .
Em Assembleia Geral a “Academia das Sciências de Lisboa” deliberou apresentar cumprimentos ao “poder constituído”, reformar os estatutos, aceitar o pedido de demissão de Ramalho Ortigão (1º oficial de secretaria”) ,, um empregado “excepcional” da biblioteca e “ilustre escritor “ que foi de imediato proposto (por iniciativa de Teixeira de Queiroz) como sócio efectivo (aprovado por aclamação de “ambas das classes” da Academia)
E se o povo de Lisboa fosse “hoje” ao “Chiado Terrasse no Theatro República” em “Soirée elegante” podia disfrutar de três estreias: “Viviam dois gallos em paz…..; Os Chapéus; Maior o susto que o mal…. e ainda a “exhibição da fita representativa dos últimos acontecimentos”.
Um povo mais votado às questões de interesse nacional poderá ter assistido à conferência sobre “O Desenvolvimento das Forças Produtivas do paiz” proferida por Augusto Edmond Santos um dos vice-presidentes da “Sociedade de Sciências Económicas e Sociais”, na sede da agremiação. O conferencista tratou de “assuntos de interesse palpitante [Tratados Comerciais, Pautas, etc.] , entre os quais figurou, no primeiro plano, o desenvolvimento a dar ao commercio externo portuguez, de modo a chamar a atenção do governo para inscrever no seu programma como o mais importante dos interesses políticos.
Tendo a Sociedade de Sciências Económicas e Sociais sido constituida com o fim de contribuir para o bem da Pátria, a sua secção commercialista tem trabalhado denodadamente na imprensa periódica e nos congressos para tornar evidente a necessidade do paiz entrar no campo da politica comercial orientada”. Do que isso se trata é desenvolvido ao longo da coluna e que em termos de mecanismos político deve incluir a criação, junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, de uma secção verdadeiramente comercial , composta por comerciantes , industriais e “caixeiros” .
HAF
I
06,00-.......Lisboa
09,30- ANTT/AOS
10,30-13,00: Júri Concurso Professor Associado (ISCTE)
14,00-19,00: ANTT/ AOS
II
21 de Outubro de 1910. Sexta Feira (DN). A “Carta de Itália” de E.T., do “correspondente particular” do DN , abre com a ideia de que “A revolução em Portugal “ era algo também esperado nos meios políticos e opinião publicada entre os romanos: “Havia já alguns mezes que nos principais jornaes italianos liamos com frequência «interviews» celebradas pelos seus correspondentes de Paris , com o Sr. Magalhães Lima ou o Sr. João Chagas, bem como cartas dos correspondentes de Lisboa , dos mais importantes diários de Londres, todos pintando com as mais sombrias cores a situação politica portuguesa e anunciando-nos como imminente a Revolução e a consequente proclamação da República em Portugal. Contudo [….] a noticia do movimento recolucionário portuguez resultou, para a immensa maioria dos italiannos, quasi inteiramente inesperada.[…] “. E o correspondente prossegue desdecrevendo a “ Sensação enorme – Os suplementos dos jornais – Sympathias por D. Maria Pia – A commiseração por D. Manuel – o que se pensa em Itália do ex-soberano – Os italianos apreciam o patriotismo dos revolucionários portuguezes – esperando os jornais de Lisboa – admiração pelos chefes da Revolução – o entusiasmo dos republicanos italianos - As suas illusões – O Deputado Chiesa em Lisboa – A Itália reconhecerá dentre em pouco a República Portugueza - Declaração de um auctorizado diplomata – Os juízos da Imprensa.”
Entretanto, da reunião de “Os Credores das Casas Reais”, tornam-se público o rol provisório das dívidas com os gastos diários do Paço da Ajuda , do Paço das Necessidades e, numa diminuta parte, das “Contas especiais de D. Manuel “. Tudo somado atingia um montante superior a 82 contos de reis, um valor expressivo que se distribuía pelas categoriais de fornecimentos (bens e serviços de consumo geral) da forma seguinte:
O Conselho de Ministros, em reunião, suspendeu “das temporalidades, como de sede vacante” o Bispo de Beja por se ter ausentado para Espanha sem autorização do governo; revogou várias leis entre as quais as “ leis excepcionais “ que prolongavam a deportação por tempo indeterminado ( Leis de 13 Fev. de 1886, 21 de Abril de 1892 e de 3 de Abril de 1896 )., a lei “repressiva da imprensa” (11 de Abril de 1907).
Enquanto os líderes das igrejas protestantes de Porto e Gaia eram recebidos e apresentavam cumprimentos ao Presidente da República, em Beja tomava posse a “nova vereação municipal republicana” presidida pelo advogado e “abastado proprietário” Laranja Gomes Palma, acto a que se seguiram festejos com banda, teatro e corrida de touros com vista a angariação de fundos de apoio às vitimas da revolução, campanha que igualmente mobilizou a empresa do Campo Pequeno .
Em Assembleia Geral a “Academia das Sciências de Lisboa” deliberou apresentar cumprimentos ao “poder constituído”, reformar os estatutos, aceitar o pedido de demissão de Ramalho Ortigão (1º oficial de secretaria”) ,, um empregado “excepcional” da biblioteca e “ilustre escritor “ que foi de imediato proposto (por iniciativa de Teixeira de Queiroz) como sócio efectivo (aprovado por aclamação de “ambas das classes” da Academia)
E se o povo de Lisboa fosse “hoje” ao “Chiado Terrasse no Theatro República” em “Soirée elegante” podia disfrutar de três estreias: “Viviam dois gallos em paz…..; Os Chapéus; Maior o susto que o mal…. e ainda a “exhibição da fita representativa dos últimos acontecimentos”.
Um povo mais votado às questões de interesse nacional poderá ter assistido à conferência sobre “O Desenvolvimento das Forças Produtivas do paiz” proferida por Augusto Edmond Santos um dos vice-presidentes da “Sociedade de Sciências Económicas e Sociais”, na sede da agremiação. O conferencista tratou de “assuntos de interesse palpitante [Tratados Comerciais, Pautas, etc.] , entre os quais figurou, no primeiro plano, o desenvolvimento a dar ao commercio externo portuguez, de modo a chamar a atenção do governo para inscrever no seu programma como o mais importante dos interesses políticos.
Tendo a Sociedade de Sciências Económicas e Sociais sido constituida com o fim de contribuir para o bem da Pátria, a sua secção commercialista tem trabalhado denodadamente na imprensa periódica e nos congressos para tornar evidente a necessidade do paiz entrar no campo da politica comercial orientada”. Do que isso se trata é desenvolvido ao longo da coluna e que em termos de mecanismos político deve incluir a criação, junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, de uma secção verdadeiramente comercial , composta por comerciantes , industriais e “caixeiros” .
HAF
quarta-feira, outubro 20
10946º Dia
Outubro, 20
I
07.00-09,00: Ginásio
09,00-11,00: Despacho do CC ECS UE
11,00-13,00: Despacho e Reunião da direcção do ACTAE-NICPRI.UÉ
14,00-18,00: Documentação “Concurso Professor Associado: História” (ISCTE): 5 candidatos
18,30-20.00: Correspondência
II
20 de Outubro de 1910. Quinta Feira (DN). As “Residências Reais“ merecem o editorial: “A exaucturação da dinastia de Bragança deixou devolutos uns poucos de palácios, àcerca dos quais o novo governo não deixará de adoptar immediatamente providências, já sobre a sua conservação e destino, já sobre o arralomento e guarda dos móveis, que n`elles se conteem.
Se não estamos em erro , são estas as residências que ficam ao dispor do Estado e que eram já todas, exceptuando umas três ou quatro, propriedade da nação: Mafra, Cintra, Pena, Ajuda, Belém, Necessidades, Alfeite, Porto, Vila Viçosa, Os três últimos, e ainda mais algum, como a Quinta da Bacalhoa e o chalet do Estoril, cremos que são propriedade particular, sobretudo o de Vila Viçosa que é o solar dos Duques de Bragança.” E seguem sugestões para o uso republicano dos edifícios da nação, como instalações do chefe do estado, museus artísticos , etc.. “
O amortecimento da agitação Coimbrã [ tomada de posse do novo reitor, recepção do Ministro do interior, etc] foi alvo de apreciação do Conselho de Ministros, e prosseguiram os rituais de homenagem a figuras republicanas.
Nos meus operários destaca-se a realização do Congresso da Indústria Textil – “é preciso não só salvaguardar os interesses dos industriais, mas dos operários e do público, dizem as associações operárias”-, e a diligência efectuada pela Confederação Metalúrgica de Lourenço Marques junto da Associação de Operários Metalúrgicos com vista ao recrutamento “ de operários metalúrgicos com competência profissional” para aquela colónia , solicitação a associações lisboeta acabou por não acolher porque “as condições indicadas no telegrama são de tal natureza inaceitáveis que se resolveu responder que a associação não convidada qualquer sócio a ir trabalhar para aquela colónia”
“Um operário” dirigiu ao director do jornal uma carta sobre “ O dia normal de 8 horas de trabalho” que rezou assim: “Sr Director. Permiti que um operário , há anos ansioso de reivindicar direitos por ter sempre cumprido deveres , exponha as suas impressões angustiosas pelo que está presenceando com o horário do dia normal de oito horas de trabalho. É do conhecimento de todas as pessoas mais ou menos lidas nos mais rudimentares estudos das questões sociais baseadas na moderna sociologia, que com o advento da República em Portugal, o governo provisório, sem necessidade de estudo, por já ter sido objecto de resoluções de congressos e nomeadamente no último em Setúbal, devia decretar para os estabelecimentos do Estado o dia de oito horas, e escusado será dizer que esse horário é para os operários, porque a burocracia tem sola quando entra para as repartições às dez, o que tem sido até ao presente letra morta.
É certo que em alguns municípios, nos arsenais , cordoaria e obras públicas, por terem `à sua frente indivíduos antigos e verdadeiros republicanos, estabeleceram o horário; mas estabelecimentos do estado existem em cuja direcção continuam antigos monarchicos, que proclamada a República a ela aderiram sem fogo nem paixão, nem a mais leve preocupação de quanto tem que evolucionar no campo sociológico para demonstrarem que não são simples christãos novos. O espírito em antítese com a democracia ficou imperando, perdendo-se tempo e dinheiro em exterioridades mais ou menos theatrais para darem nas vistas, , e o que diz respeito a melhorar situações de classes desprotegidas, continua a prevalecer o systema de reacção de maldita memória.
Se numa habitação onde a vida periga pelas péssimas condições de higiene, depois da visita da sanidade e de convenientemente desinfectada, não se mantiver a aragem …que vivifica, o ambiente tornar-se-a a breve trecho infecto e todo o trabalho de sanidade que se pôs em practica na melhor das intensões ficou nullo[…].
Assim se o governo provisório […] não se preocupar com a conducta politica dos antigos monarchicos, espécie de “pau para todas as obras”, ou, para melhor classificação, “christãos novos”, deixados por diversas causas ou razões à frente de estabelecimentos , elles esmagarão as aspirações dos subordinados , que à causa deram anos de sacrifícios e o descontentamento justificado será a ruína da mesma causa.
Não se compreende que se continuem a manter regulamentos diferentes em estabelecimentos do mesmo Estado. As injustiças eram grandes, se continuarem é caso para os operários reunirem-se nas suas associações e falarem alto.
O estabelecimento do dia de 8 horas não necessita de estudos nem de derivações de verbas especiais ou extraordinárias; necessita apenas de um bafejo de justiça acalentada pelo lampejo da equidade. Pela publicação desta se confessa grato. Um Operário”
HAF
I
07.00-09,00: Ginásio
09,00-11,00: Despacho do CC ECS UE
11,00-13,00: Despacho e Reunião da direcção do ACTAE-NICPRI.UÉ
14,00-18,00: Documentação “Concurso Professor Associado: História” (ISCTE): 5 candidatos
18,30-20.00: Correspondência
II
20 de Outubro de 1910. Quinta Feira (DN). As “Residências Reais“ merecem o editorial: “A exaucturação da dinastia de Bragança deixou devolutos uns poucos de palácios, àcerca dos quais o novo governo não deixará de adoptar immediatamente providências, já sobre a sua conservação e destino, já sobre o arralomento e guarda dos móveis, que n`elles se conteem.
Se não estamos em erro , são estas as residências que ficam ao dispor do Estado e que eram já todas, exceptuando umas três ou quatro, propriedade da nação: Mafra, Cintra, Pena, Ajuda, Belém, Necessidades, Alfeite, Porto, Vila Viçosa, Os três últimos, e ainda mais algum, como a Quinta da Bacalhoa e o chalet do Estoril, cremos que são propriedade particular, sobretudo o de Vila Viçosa que é o solar dos Duques de Bragança.” E seguem sugestões para o uso republicano dos edifícios da nação, como instalações do chefe do estado, museus artísticos , etc.. “
O amortecimento da agitação Coimbrã [ tomada de posse do novo reitor, recepção do Ministro do interior, etc] foi alvo de apreciação do Conselho de Ministros, e prosseguiram os rituais de homenagem a figuras republicanas.
Nos meus operários destaca-se a realização do Congresso da Indústria Textil – “é preciso não só salvaguardar os interesses dos industriais, mas dos operários e do público, dizem as associações operárias”-, e a diligência efectuada pela Confederação Metalúrgica de Lourenço Marques junto da Associação de Operários Metalúrgicos com vista ao recrutamento “ de operários metalúrgicos com competência profissional” para aquela colónia , solicitação a associações lisboeta acabou por não acolher porque “as condições indicadas no telegrama são de tal natureza inaceitáveis que se resolveu responder que a associação não convidada qualquer sócio a ir trabalhar para aquela colónia”
“Um operário” dirigiu ao director do jornal uma carta sobre “ O dia normal de 8 horas de trabalho” que rezou assim: “Sr Director. Permiti que um operário , há anos ansioso de reivindicar direitos por ter sempre cumprido deveres , exponha as suas impressões angustiosas pelo que está presenceando com o horário do dia normal de oito horas de trabalho. É do conhecimento de todas as pessoas mais ou menos lidas nos mais rudimentares estudos das questões sociais baseadas na moderna sociologia, que com o advento da República em Portugal, o governo provisório, sem necessidade de estudo, por já ter sido objecto de resoluções de congressos e nomeadamente no último em Setúbal, devia decretar para os estabelecimentos do Estado o dia de oito horas, e escusado será dizer que esse horário é para os operários, porque a burocracia tem sola quando entra para as repartições às dez, o que tem sido até ao presente letra morta.
É certo que em alguns municípios, nos arsenais , cordoaria e obras públicas, por terem `à sua frente indivíduos antigos e verdadeiros republicanos, estabeleceram o horário; mas estabelecimentos do estado existem em cuja direcção continuam antigos monarchicos, que proclamada a República a ela aderiram sem fogo nem paixão, nem a mais leve preocupação de quanto tem que evolucionar no campo sociológico para demonstrarem que não são simples christãos novos. O espírito em antítese com a democracia ficou imperando, perdendo-se tempo e dinheiro em exterioridades mais ou menos theatrais para darem nas vistas, , e o que diz respeito a melhorar situações de classes desprotegidas, continua a prevalecer o systema de reacção de maldita memória.
Se numa habitação onde a vida periga pelas péssimas condições de higiene, depois da visita da sanidade e de convenientemente desinfectada, não se mantiver a aragem …que vivifica, o ambiente tornar-se-a a breve trecho infecto e todo o trabalho de sanidade que se pôs em practica na melhor das intensões ficou nullo[…].
Assim se o governo provisório […] não se preocupar com a conducta politica dos antigos monarchicos, espécie de “pau para todas as obras”, ou, para melhor classificação, “christãos novos”, deixados por diversas causas ou razões à frente de estabelecimentos , elles esmagarão as aspirações dos subordinados , que à causa deram anos de sacrifícios e o descontentamento justificado será a ruína da mesma causa.
Não se compreende que se continuem a manter regulamentos diferentes em estabelecimentos do mesmo Estado. As injustiças eram grandes, se continuarem é caso para os operários reunirem-se nas suas associações e falarem alto.
O estabelecimento do dia de 8 horas não necessita de estudos nem de derivações de verbas especiais ou extraordinárias; necessita apenas de um bafejo de justiça acalentada pelo lampejo da equidade. Pela publicação desta se confessa grato. Um Operário”
HAF
terça-feira, outubro 19
10945º Dia
Outubro, 19
I
08,30-09,30: Despacho do CC ECS UÉ
09,30.11,00: Apreciação preliminar dos documentos dos Candidatos ao Mestrado EHE e ao programa de doutoramento HC
11,00-19,30: Documentação “Concurso Professor Associado: História” (ISCTE): 5 candidatos
II
19 de Outubro de 1910. Quarta Feira (DN). A primeira página do jornal foi em grande parte ocupado por questões universitárias. Além da extensa nota sobre “Ocorrências graves na Universidade” de Coimbra (e os prejuízos materiais), protagonizadas do dia anterior por um “grupo de estudantes revoltosos” que fez distribuir um manifesto ao “pais e ao governo provisório da Republica” reclamando reformas profundas , e a nomeação governamental do Dr. Manuel Arriaga como Reitor daquela Universidade , onde mereceu uma “ enthusiastica recepção”, o editorial foi dedicado “A Universidade de Lisboa”, cabeçalho da carta ao director assinada por Affonso Vargas [provavelmente António Maria Affonso Vargas, antigo tipógrafo e depois fundador e director de “A Imprensa”, uma revista científica, literária e artística que se publicou nos anos 1880 (1985-1891) [cf. Helena Bruto da Costa: “A IMPRENSA – Revista científica, literária e artística”, Hemeroteca Digital – CML, Estudos Internos]. Grafou aquele “escritor e Jornalista”:
“Se me dá licença continuarei abusando […] do Diário de Notícias, para , por intermédio d`elle, pedir ao governo provisório da República Portuguesa que aproveitando os dictatoriais poderes […]crie finalmente a Universidade de Lisboa, tantas vezes esboçada e até já mais ou menos prometida e acerca da qual na hoje adormecida Liga da Educação Nacional [org. cívica fundada em Lisboa em 1908, voltada para a promoção da educação popular ; juntas regionais e locais, colónias ver arqbiblioteca haf] alguma coisa se tentou embora sem resultados práticos
Agora mesmo que Berlim celebra o centenário da fundação da sua , seria uma ocasião própria para lançar os fundamentos dessa instituição sagrada, pois ella constituía o elemento basilar do Portugal moderno. [um símbolo equivalente como o da criação da Universidade de Berlim para a “germnania moderna”]. Ora não será demasiado solicitar para a capital da pátria nova que se levanta, a consagração de um instituto novo também no seu ensino, que disciplinando as unidades dispersas, chamadas escolas médicas, Polytecnica, Curso Superior de Lettras, Institutos Agricola e Commercial e Industrial, e agrupando-as n`um todo harmónico e ligado por um nexo philosophico, ministrasse a essa pátria , a razão de ser social da sua existência e o ideal do seu destino,, preparando ao mesmo tempo para as batalhas da vida , e para os conflitos de interesses, as novas gerações que desapontam e em cujas frontes agora bate em cheio o fulgurante sol da democracia e da liberdade. […].
Ora se queremos fazer um Portugal maior que o Portugal pequeno que recebemos, quer-me parecer que o órgão destinado a tal função terá de ser a Universidade, e pois que vale a pena por au lado Da que existre em Coimbra, e onde a tradição se abrigou sendo difícil e moroso modificá-la a valer, - não ostante açlguma coisa poder fazer-se e decerto se fará – uma outra vasada em outros moldes, lance o Governo Provisório da República Portuguesa as bases da Universidade de Lisboa […] que será [a iniciativa] mais bella, a mais promettedora e a mais radicalmente revolucionária , no sentido generoso e levantado d`este vocábulo […]”Ainda na área da educação , ficou anotada a solução encontrada pelo governo provisório para o prosseguimento de estudos doa “alumnos dos extinctos colégios da Companhia de Jesus: fazer ainda no mês que corria exames de admissão aos liceus. Notícia foi também o encerramento do “Congresso do Livre Pensamento depois de prestar homenagem a Gomes Freire de Andrade”. No contexto desta última, Boto Machado disse: “ A revolução de 48 foi obra da maçonaria, o mesmo se deu com as revoluções de 71 em França e 1910 em Portugal”.
No plano internacional destacou-se , por informação prestada pelo “Correspondente” em Madrid, uma polémica no Congresso espanhol sobre “ a causa da revolução portuguesa”: o parlamento espanhol dividiu-se entre os que naquela revolução viram obra dos “anti-clericais”- “ o principal motivo da revolução fora o ódio das massas populares contra a religião” (Conde de San Luiz) e os que consideravam que “a mudança de regime fora produzida pela corrupção quasi podridão dos vários governos monarchicos” (Ascarato) , “controvérsia” que foi neutralizada pela maioria dos parlamentares por consideraram que naquele espaço “só deveria tratar-se de assumptos parlamentares”. Já em Berlim a Gazeta dos Vogos criticou a “opinião da imprensa clerical” segundo a qual o novo regime português não deveria ser reconhecido : “é aos cidadãos desse paiz que compete decidir se querem uma monarchia ou uma república [….] não devendo o ódio clerical impedir esse reconhecimento pelos homens d`estado e dirigentes das potencias e sobretudo os da Alemanha, que são obrigados a fazer politica de interesses e não de sentimento […]. E os interesses eram de facto grandes.
Segundo o jornal o “Dia” « “ as colónias portuguesas continuam a atrair as atenções da imprensa alemã. Os “Drosdner” e “Nachricten” pensam também que a Allemanha e a Inglaterra tem o dever de se entender sobre a partilha d`essas colónias, para evitar que as perturbações, que n´essas regiões fatalmente se darão, não venham a reflectir-se nas suas próprias possessões ultramarinas. De resto acrescenta o jornal saxão: A combinação relativa ao Congo, acaba de demonstrar que é possível um acordo semelhante, respectivamente às colónias portuguesas entre a Inglaterra e a Alemanha.
A “Gazette de Magdebourg” é menos expressiva e categórica, mas também tem esperança que as dificuldades financeiras de Portugal o forçarão, mais tarde ou masi cedo, a desfazer-se das suas colónias
O Jornal inglês “Daily Chronicle” (?) diz que a questão das colónias portuguesas estimula não só o interesse , mas desperta, também, uma certa “anciedade” [sic] porque pode provocar uma conflagração europeia.
A questão interessa mais directamente a Inglaterra e a Alemanha , possuidoras de colónias vizinhas das de Portugal, em África.
O tratado de 1898, assinado por Lord Salisbury e pelo conde Hatyfeld, com assentimento de Portugal, proviu essas dificuldades eventuais. Não foi publicado esse tratado mas o seu conteúdo é bem conhecido e muito desejamos não ter que invocá-lo.
O novo governo português tenciona conceder a «autonomia» às suas colónias; estarão, ellas, porém, no estado de poderem governar-se e de desempenhar as importantes obrigações internacionais, cujas responsabilidade pertencem inteiramente a Portugal ? Permitam-nos que duvidemos absolutamente, conclui o Daily Chronicle
Os recentes embaraços por causa dos plantadores de S. Thomé e dos traficantes de escravos em Angola não são de molde a produzir-nos um grande entusiasmo pela emancipação d`essas colónias
Parecem um bando de aves de rapina, voavam à volta de um cadáver putrefacto. Mas afigura-se-nos que se enganam” [Cf. “Opiniões estrangeiras – As nossas colónias ameaçadas “, em Dia, 18 de Outubro de 1910]
Mas no dia a dia do pais, anunciava-se um novo jornal - “A Victoria- Diário Republicano da noite” , tendo como director A. Machado Santos-, corria a subscrição nacional das “víctimas sobreviventes da mudança de regime” , mantinha-se a “ Crise [de trabalho] typographica” , mobilizavam-se os membros da Associação dos Corticeiros de Poço do Bispo - reunidos em grande número para ouvir dos delegados de Silves e Portimão “sobre o movimento corticeiro no sul do paiz” , em particular José Negrão Buriel, “professor do ensino livre em Portimão, delegado dos corticeiros d`aquella cidade, que, declarou ele, “não sendo corticeiro em toda a sua vida se tem preocupado com as questões operárias, visto as suas ideias serem as mais generosas indo até ao humanismo”. José Barbosa prestava o seu depoimento “Para a História da Revolução” ao jornal “ A Capital” e os mutualistas preparavam o seu congresso (Congresso Nacional da Mutualidade) e os escrivães da fazenda reuniam nos com concelhos a fim de proceder à constituição dos “grémios (industriais) que devem proceder à repartição do contingente respectivo a cada industria” , aqui entendida no sentido lato.
O período era favorável à publicidade do receituário comercial para as doenças de época. A Bayer destacava-se.
HAF
I
08,30-09,30: Despacho do CC ECS UÉ
09,30.11,00: Apreciação preliminar dos documentos dos Candidatos ao Mestrado EHE e ao programa de doutoramento HC
11,00-19,30: Documentação “Concurso Professor Associado: História” (ISCTE): 5 candidatos
II
19 de Outubro de 1910. Quarta Feira (DN). A primeira página do jornal foi em grande parte ocupado por questões universitárias. Além da extensa nota sobre “Ocorrências graves na Universidade” de Coimbra (e os prejuízos materiais), protagonizadas do dia anterior por um “grupo de estudantes revoltosos” que fez distribuir um manifesto ao “pais e ao governo provisório da Republica” reclamando reformas profundas , e a nomeação governamental do Dr. Manuel Arriaga como Reitor daquela Universidade , onde mereceu uma “ enthusiastica recepção”, o editorial foi dedicado “A Universidade de Lisboa”, cabeçalho da carta ao director assinada por Affonso Vargas [provavelmente António Maria Affonso Vargas, antigo tipógrafo e depois fundador e director de “A Imprensa”, uma revista científica, literária e artística que se publicou nos anos 1880 (1985-1891) [cf. Helena Bruto da Costa: “A IMPRENSA – Revista científica, literária e artística”, Hemeroteca Digital – CML, Estudos Internos]. Grafou aquele “escritor e Jornalista”:
“Se me dá licença continuarei abusando […] do Diário de Notícias, para , por intermédio d`elle, pedir ao governo provisório da República Portuguesa que aproveitando os dictatoriais poderes […]crie finalmente a Universidade de Lisboa, tantas vezes esboçada e até já mais ou menos prometida e acerca da qual na hoje adormecida Liga da Educação Nacional [org. cívica fundada em Lisboa em 1908, voltada para a promoção da educação popular ; juntas regionais e locais, colónias ver arqbiblioteca haf] alguma coisa se tentou embora sem resultados práticos
Agora mesmo que Berlim celebra o centenário da fundação da sua , seria uma ocasião própria para lançar os fundamentos dessa instituição sagrada, pois ella constituía o elemento basilar do Portugal moderno. [um símbolo equivalente como o da criação da Universidade de Berlim para a “germnania moderna”]. Ora não será demasiado solicitar para a capital da pátria nova que se levanta, a consagração de um instituto novo também no seu ensino, que disciplinando as unidades dispersas, chamadas escolas médicas, Polytecnica, Curso Superior de Lettras, Institutos Agricola e Commercial e Industrial, e agrupando-as n`um todo harmónico e ligado por um nexo philosophico, ministrasse a essa pátria , a razão de ser social da sua existência e o ideal do seu destino,, preparando ao mesmo tempo para as batalhas da vida , e para os conflitos de interesses, as novas gerações que desapontam e em cujas frontes agora bate em cheio o fulgurante sol da democracia e da liberdade. […].
Ora se queremos fazer um Portugal maior que o Portugal pequeno que recebemos, quer-me parecer que o órgão destinado a tal função terá de ser a Universidade, e pois que vale a pena por au lado Da que existre em Coimbra, e onde a tradição se abrigou sendo difícil e moroso modificá-la a valer, - não ostante açlguma coisa poder fazer-se e decerto se fará – uma outra vasada em outros moldes, lance o Governo Provisório da República Portuguesa as bases da Universidade de Lisboa […] que será [a iniciativa] mais bella, a mais promettedora e a mais radicalmente revolucionária , no sentido generoso e levantado d`este vocábulo […]”Ainda na área da educação , ficou anotada a solução encontrada pelo governo provisório para o prosseguimento de estudos doa “alumnos dos extinctos colégios da Companhia de Jesus: fazer ainda no mês que corria exames de admissão aos liceus. Notícia foi também o encerramento do “Congresso do Livre Pensamento depois de prestar homenagem a Gomes Freire de Andrade”. No contexto desta última, Boto Machado disse: “ A revolução de 48 foi obra da maçonaria, o mesmo se deu com as revoluções de 71 em França e 1910 em Portugal”.
No plano internacional destacou-se , por informação prestada pelo “Correspondente” em Madrid, uma polémica no Congresso espanhol sobre “ a causa da revolução portuguesa”: o parlamento espanhol dividiu-se entre os que naquela revolução viram obra dos “anti-clericais”- “ o principal motivo da revolução fora o ódio das massas populares contra a religião” (Conde de San Luiz) e os que consideravam que “a mudança de regime fora produzida pela corrupção quasi podridão dos vários governos monarchicos” (Ascarato) , “controvérsia” que foi neutralizada pela maioria dos parlamentares por consideraram que naquele espaço “só deveria tratar-se de assumptos parlamentares”. Já em Berlim a Gazeta dos Vogos criticou a “opinião da imprensa clerical” segundo a qual o novo regime português não deveria ser reconhecido : “é aos cidadãos desse paiz que compete decidir se querem uma monarchia ou uma república [….] não devendo o ódio clerical impedir esse reconhecimento pelos homens d`estado e dirigentes das potencias e sobretudo os da Alemanha, que são obrigados a fazer politica de interesses e não de sentimento […]. E os interesses eram de facto grandes.
Segundo o jornal o “Dia” « “ as colónias portuguesas continuam a atrair as atenções da imprensa alemã. Os “Drosdner” e “Nachricten” pensam também que a Allemanha e a Inglaterra tem o dever de se entender sobre a partilha d`essas colónias, para evitar que as perturbações, que n´essas regiões fatalmente se darão, não venham a reflectir-se nas suas próprias possessões ultramarinas. De resto acrescenta o jornal saxão: A combinação relativa ao Congo, acaba de demonstrar que é possível um acordo semelhante, respectivamente às colónias portuguesas entre a Inglaterra e a Alemanha.
A “Gazette de Magdebourg” é menos expressiva e categórica, mas também tem esperança que as dificuldades financeiras de Portugal o forçarão, mais tarde ou masi cedo, a desfazer-se das suas colónias
O Jornal inglês “Daily Chronicle” (?) diz que a questão das colónias portuguesas estimula não só o interesse , mas desperta, também, uma certa “anciedade” [sic] porque pode provocar uma conflagração europeia.
A questão interessa mais directamente a Inglaterra e a Alemanha , possuidoras de colónias vizinhas das de Portugal, em África.
O tratado de 1898, assinado por Lord Salisbury e pelo conde Hatyfeld, com assentimento de Portugal, proviu essas dificuldades eventuais. Não foi publicado esse tratado mas o seu conteúdo é bem conhecido e muito desejamos não ter que invocá-lo.
O novo governo português tenciona conceder a «autonomia» às suas colónias; estarão, ellas, porém, no estado de poderem governar-se e de desempenhar as importantes obrigações internacionais, cujas responsabilidade pertencem inteiramente a Portugal ? Permitam-nos que duvidemos absolutamente, conclui o Daily Chronicle
Os recentes embaraços por causa dos plantadores de S. Thomé e dos traficantes de escravos em Angola não são de molde a produzir-nos um grande entusiasmo pela emancipação d`essas colónias
Parecem um bando de aves de rapina, voavam à volta de um cadáver putrefacto. Mas afigura-se-nos que se enganam” [Cf. “Opiniões estrangeiras – As nossas colónias ameaçadas “, em Dia, 18 de Outubro de 1910]
Mas no dia a dia do pais, anunciava-se um novo jornal - “A Victoria- Diário Republicano da noite” , tendo como director A. Machado Santos-, corria a subscrição nacional das “víctimas sobreviventes da mudança de regime” , mantinha-se a “ Crise [de trabalho] typographica” , mobilizavam-se os membros da Associação dos Corticeiros de Poço do Bispo - reunidos em grande número para ouvir dos delegados de Silves e Portimão “sobre o movimento corticeiro no sul do paiz” , em particular José Negrão Buriel, “professor do ensino livre em Portimão, delegado dos corticeiros d`aquella cidade, que, declarou ele, “não sendo corticeiro em toda a sua vida se tem preocupado com as questões operárias, visto as suas ideias serem as mais generosas indo até ao humanismo”. José Barbosa prestava o seu depoimento “Para a História da Revolução” ao jornal “ A Capital” e os mutualistas preparavam o seu congresso (Congresso Nacional da Mutualidade) e os escrivães da fazenda reuniam nos com concelhos a fim de proceder à constituição dos “grémios (industriais) que devem proceder à repartição do contingente respectivo a cada industria” , aqui entendida no sentido lato.
O período era favorável à publicidade do receituário comercial para as doenças de época. A Bayer destacava-se.
HAF
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