Contrariamente às perspectivas menos optimistas a Universidade de Évora saiu-se razoavelmente bem nas colocações da 1ª fase do acesso ao 1ºciclo do Ensino Superior. Uma leitura que se retira de uma leitura muito sumária dos dados .
Em 2007-08, a UÉ ofereceu 966 vagas distribuidas por 33 licenciaturas. Na primeira fase preencheu 88% (851) das vagas e no final teve 975 estudantes colocados (considerando todas as fases de acesso). No actual concurso, e num ano mediaticamente negativo para a instituição ( questão da crise financeira…), a UÉ volta a oferecer 965 vagas, em igual número de licenciaturas e, na 1ª fase das colocações, consegue recrutar 857 estudantes (88,8 % das vagas). A taxa de recrutamento na 1ª fase manteve-se equivalente à do ano passado, quando no conjunto das universades esta taxa aumentou objectiamene 5% (7% no Politécnico). 70% dos nossos cursos ficaram cheios (fizeram o pleno ocupando todas das vagas). Dos restantes, dois tem as vagas praticamente preenchidas (Geo.a e L.L.Culturas); três cursos tem uma taxa de entradas que oscila entre os 45 e 60% ( CID, Soc. , Eng. Geo; CTA); dois cursos ficam-se pelopreenchimento de 44-45% das vagas ( CTA e Ciências da Educação); e, na pior posição, temos dois cursos que apresentam uma capacidade de atracção muito baixa, o de História e de Engenharia Química, com 30% e 10% de entradas, respectivamente [a que se pode juntar o de LLCulturas na versão pós-laboral, também com apenas 10% de entradas).
O baixo nível de atracção do Curso de História não pode ser explicado nem pelo factor regional/demográfico nem pela redução da procura geral deste tipo de formação inicial superior. O pimeiro argumento é contrariado pelo desempenho geral da Universidade de Évora, que é bastante positivo. O segundo argumento não cola pelo facto de os cursos de História e Arqueologia (formações completamente separadas ou combinadas) oferecidos por outras Universidades terem taxas de preenchimento na ordem dos 100% (a excepção mais notória é a FLUC que em História apenas preencheu 78% das vagas..). As notas mínimas de entrada (História, Arqueologia, Arqueologia e História, e História da Arte) não coincidem completamente com os cursos onde a taxa de preenchimento foram as mais baixas (História, UÉ e FLUC) o que sugere que o resultado tem sido provavelmente influenciado pelo factor “prestígio” mas também pela uma procura regional diferenciada. No caso da oferta formativa de 1º Ciclo na Universidade de Évora, já disse nos (e escrevi para os) orgãos “competentes” ainda em vigor o que penso sobre o assunto. Sumariamente atribuo uma grande importância ao “factor interno”. E acho que chegou o tempo de prestar comntas, assumir responsabilidade, tirar lições e, se possível, criar as condições para mudar o rumo dos acontecimentos (se nos fôr dado tempo para , ou se considerar valer a pena tentar, tentar mudar de rumo). Isto 26 anos depois, e depois de um período de 7/8 anos marcado por um reformismo “inventivo”, um adjctivo ambíguo mas que aqui está prenhe de uma notória conotação negativa. [Ver NOTA ADICIONAL infra]
II A “Berkeley Student Revolt “ começou a 14 de Setembro de 1964 (2ª feira)....
E no que atrás fica dito, acrescido da leitura de três trabalhos de estudantes (época especial), consumi a fatia mais expressiva do dia 14 de Setembro de 2008, um dia que preferia ter usado para acabar de ler um texto seminal sobre a “Berkeley Student Revolt” (University of California campus de Berkeley ou UC Berkeley ), iniciada a 14 de Setembro de 1964, sob a liderança do FSM (Free Speech Movement] . O primeiro capítulo [A New Generation of Students] abre assim:
It had everything in terms of American superlatives: the largest and longest mass blockade of a police operation ever seen, the biggest mobilization of police force ever set up on any campus; the biggest mass arrest ever made in California, or of students, or perhaps ever made in the country; the most massive student stake ever organized here. It was, in sum, by far the most gigantic student protest movement ever mounted in the United States on a single campus.
There must have been a reason -- an equally gigantic reason. Berkeley gets the most brilliant students in California, by and large, and a good portion of the best from the rest of the country. In turn, the FSM included a good portion of the best at Berkeley.
'The real question" said the head of the university's History Department, Professor Henry May, "is why such a large number of students -- and many of them our best students, who have engaged in no prior political activity -- followed the Free Speech leaders." [cf. Hal Draper: Berkeley: The New Student Revolt, 1965]
Nesse mesmo mês, Leslie Lipson, professor de Ciência Política da UC Berkeley publicava, com a chancela da Oxford University Press, "The Democratic Civilization", um estudo que contribuiu para a discussão sobre as forças e fraquezas, as virtudes e os desvios, da Democracia
HAF
NOTA ADICIONAL[de 16 de Set 2008]: na análise sobre a procura em História na 1ª fase do concurso de acesso ao ensino superior não foi considerado o Curso de História Moderna e Contemporânea do ISCTE, onde a taxa de colocação foi de 57% (isto é , 20 das 35 vagas disponíveis) sendo a classificação do último colocado de 10,85, um valor abaixo ao registado no curso de História da Universidade de Évora (11,6) , facto que matiza a ideia da esperada des-regionalização.