Editorial

Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).

À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.

DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.

Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.

A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.

Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.

Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)

segunda-feira, setembro 29

10191º Dia

I
08.45… a caminho de Setubal (Clin. Medisete), faltando justitifcadamente a uma reunião [CCH – 9.45-]
12.00-12.30: Reunião com a Secretária Geral do Governo Civil de Setubal (tema; acesso a fundos documentais
14.00-17.30: Arquivo Distrital de Setubal – fundos documentais do GCS incorporados no ADS. Cf. de inventários…
II- UÉ em mudança institucional: agora é o momento de nos envolvermos
Entre Outubro e Dezembro estarão eleitos todos os novos orgãos previstos no novo Estatuto da Universsidade. Os regulamentos e calendário eleitorias já estão públicados. É uma oportunidade para limpar a Universidade de mais de uma década de mais vícios institucionais. É preciso uma boa varridela e uma profunda renovação de actores, não comprometidos com um passado de vícios. Certamente não virão apenas virtuosos mas ísso não é relevante se formos capazes de acabar com a impunidade, com o espirito da decisão tomada por cliques mas com "responsabilização colectiva ", e fazer vingar o princípio da responsablidade pessoal. Acredito que é indispensável, e possível, mudar agora radicalmente, na forma como se tomam decisões e nas práticas. Só assim nos libertaremos desta orgia institucional em que penosamente nos arrastamos.
III- O novo PREC Europeu ….ou o “PREC das Burguesias”
Enquanto decorreia com todo o seu dramatrismo mediático o PRECCEU, “Processo Revolucionário Errático do Capitalismo Estado Unidense” com o colapso de algumas das maiores instituições financeiras, a tentativa de nacionalização dos prejuizos de outras tantas, e a travagem do bushiano "Bailout Package 228-205" no Senado, facto para o qual foi decisiva a cooperação dos votos republicanos liberais (rebeldes), na Europa, alguns governos anteciparam-se e nacionalizaram já algumas das grandes instituições financeiras, iniciando assim um PRECE – Processo Revolucionário em Curso na Europa , que, em 24 horas, já envolveu o B&B [ Bradford & Bingley (UK)], uma parte da seguradora e financeira Fortis [ com um plano de resgate pelos governos do Benelux (Holanda, Bélgica e Luxemburgo], e Hypo Real Estate (Alemanha). No Reino Unido tal destino já tinham conhecido o Alliance & Leicester e HBOS e o Northen Rock (este foi “temporariamente nacionalizado” !!! em fevereiro e aparece agora envolvido nas operações de nacionalização]. E o Dexia, resultante de uma fusão franco-belga (1996), e um dos mais importantes bancos europeus, parece caminhar para um destino similar enquanto a praça de Wall Street e as bolsas europeias afundam drasticamente ..num deslise pela colina que o Euro acompanha.
interessante notar que alguns analistas estabelecem uma relação entre a decisão de nacionalizar na Europa e o fracasso (porque hoje recusado) do famoso plano Bush, pois aquele em parte só teria a possibilidade de ser bem sucedido à custa da Europa… mas pode não ser assim. O certo é que Obama no debate parecia muito pouco convencido da bondade do plano. A tormenta cá chegará…mais tarde, mas mais dura. E lá iremos então, provavelmente com muito boas razões que a retórica inventará, camuflar um 2º PREC, agora o “PRECP da (velha) Burguesia” contra as classes médias, com o Estado e os nossos impostos a pagar também aqui a incompetência “olímpica” dos nossos financeiros e gestores profissionais. Se isto ocorrer em simultâneo com a persistência da vaga de assaltos …. tornariamos o país num novo Texas, na imagem que o representa na literatura de cowboys da minha juventude. E esse revivalismo com o Marx ao contrário não pode deixar de ser uma nova aventura de um Capitalismo que, muitos juram com pés e mãos juntos, será eterno.
HAF

domingo, setembro 28

10190º Dia

I
Horas à volta das actas da CCHistória de 18 de Fevereiro e 16 de Setembro p.p. e de uma história de deploráveis práticas institucionais. O tempo que somos obrigados a perder.
Esboço do desenho de uma futura tese sobre os estudantes e a crise académica de 1968-69 em Portugal. Primeiras anotações.
II. Na discussão sobre o portátil Magalhães….e o combate à info-literacia
A minha opinião é que faz sentido avançar em força com a sua boa utilização no 1º Ciclo e que são sensatas as observações de JPP (Público, 26.09.08) mesmo que tenhamos que isso custe o parolo folclore político que o governo está a fazer à volta do assunto.
III O País da Batota.
Recomenda-se a leitura de “Pequenos Favores” (VPV, Público, 28 set.) a propósito das casas atribuidas por dirigentes da Câmara de Lisboa “amigos da vida ou do partido, artistas, jornalistas, família, família de família , protegidos desta ou daquela personagem política…» Uma rede de amiguismo que beneficou algumas figuras “com frequentes intervenções moralistas” [Pùblico, “Sobe e Desce”] a título de “caridade oficial e particular”. E VPV remata :“Que um funcionário (eleito ou não eleito) distribua como quem distribui uma mercê propriedade da câmara, ou seja, do contribuinte, não perturba a cabeça de ninguém. Então um favorzinho, que não custa nada, é agora um crime? Os portugueses sempre se trataram assim: com um "jeitinho" aqui em troca de um "jeitinho" ali. E a administração do Estado fervilha de grupinhos de influência e de pressão que promovem, despromovem, transferem e demitem - e vão, muito respeitosamente, ganhando o seu dinheirinho por fora, com uma assinatura e um carimbo. Ética de serviço? Quem ouviu falar nisso?" [Vasco Pulido Valente].
Vou é arrumar o portátil que pela manhã, além da visita ao médico tenho documentos interessantes para ver no arquivo do GCSetúbal.
HAF

sábado, setembro 27

10189º Dia

I
10.00-16.00: depois de quarto anos de trabalho intermitente e de mais de meia dúzia de apresentações internacionais, fazem-se os remates finais no paper Jaime Reis e HAF) “ The Limits of Agricultural Progress in a Fragile Eco-System: Total Factor Produtivity in Alentejo (1750-1850)”. A última apresentação foi na COST action A 35 Progressore: 3º Workshop of Working Group 2– The management of rural land /Production and productivity in European agriculture in a historical context”
Lund, Sweden, June 13-14, 2008
16.00…..Family time. Sem imprensa.
II SLB vs SCP
Um jogo entre os “lampiões” e os “lagartos” é sempre um acontecimento. Um jogo perdido e bem perdido.
HAF

sexta-feira, setembro 26

10188º Dia

I
o9.00-12.30: preparação do Seminário HCTN-Desenho da Tese (MEHE)
14.30-16.00: Provas orais e lançamento de notas
16.00- 17.00: alinhamento de agendas, tópicos e fontes para propostas de teses de mestrado
17.15-20.00: Seminário HCTN-Desenho da Tese
02.00-05.00: Debate B Omaba vs McCain (vr. comentários infra III)
II- Programa Erasmus para Professores
A agência Lusa divulgou esta noite a “proposta” de Xavier Darcos, ministro da educação francês , para a criação “de um programa Erasmus para professores”, num discurso proferido no encerramento do Dia Europeus das Línguas, uma proposta que Eva Almunia, secretária de estado espanhola para a Educação e Formação considerou a proposta "muito interessante" dado que "se os professores leccionarem por toda a Europa, ficarão mais preparados para formar os alunos". [Lusa , 26 de Setembro de 2008, 23:04]
Trata-se de facto de uma ideia/projecto que Xavier Darcos já promove há diversos meses. Europeísta convicto, e partidário do uso da Educação como factor de cidadania europeia – o seu gabinete , entre junho e agosto p.p, , teve outra iniciativa de grande interesse , a “operação” "Mon cahier d’Europe" - o Ministro da Educação da França, já em maio p.p., num débat no forum "Les rendez-vous des Européens “ (8.05.08) , defendeu um “Erasmus des professeurs”. Na altura declarou : "Peut-être que nous avons plus besoin de changer l'esprit des adultes que des jeunes, je crois, (...) pour les faire adhérer à l'Europe”. A eficácia fo projecto Erasmus como mecanismo de interconhecimento e aproximação leva mesmo forças polítricas emergentes , como os Newuropeans , a sugerir a criação de instrumentos similares para criar condições de páz estáveis em regiões vizinhas com relações históricas marcadas pela voilência (caso da Palestina-Isreal)
Seria uma boa notícia esta proposta acolher a concordância do Conselho de Educação que se reunirá em Bruxelas no próximo 21 de Novembro.
III-Debate Obama vs McCain
O serão prolongou-se madrugada dentro. Assistir debates entre os candidato democrata e republicano á Presidência dos EUA é quase um dever de cidadania global. Esta madrugada realizou-se o primeiro. Decorreu na Universidade do Mississipi ( presumo que no Gertrude Ford Performing Arts Center) , com uma sala apinhada de uma assistência disciplinada, e uma agenda previamente acordada foi a « Política externa e Segurança Nacional». O debate foi moderado pelo super-sénior Jornalista James (Jim) Charles Lehrer (73 anos) da PBS (The NewsHour ), que este mal e não foi capaz de promover o debate entre os dois candidatos que, tirando uma picardia ou outra, se limitaram a prestar declarações face ao tópico em presença.
A agenda incluíu uma bateria de tópicos susceptíveis de uma boa discussão. Em primeiro lugar, as questões internas e sua interacção com a condição de potência mundial: o poder militar vs o poder económico dos EUA; a actual e gravíssima crise financeira e o plano de recuperação, onde foi notório o apoio moderado de Obama, que não se dispôs a mudar o essenccial do seu programa eleitoral. Depois as grandes questões internacionais: as lições do Vietname e do Iraque; as soluções para o Iraque e Afganistão; a “ameaça” Irão; a “questão russa” (concorrente, inimigo, parceiro?); os problemas emergentes em Àfrica e América Latina (que passaram ao lado de McCain), onde a China e a Rússia vão crescendo em influência face a um ostensivo demissionismo tanto dos EUA (notou Obama) como da Europa ( acrescento eu); finalmente a escala real da “ameaça terrorista” nos EUA.
Apesar deste menu o debate foi “morno” e pro vezes mesmo chato. Não houve nada de realmente novo. Cada um dos candidatos limitou-se a reproduzir as posições (algumas já expressas há meses, o que não deixa de ser preocupante perante a mudança do cenário interno e externo) sobre cada um dos assuntos, revelando a existência de pouco consenso e de divergências expressivas, em matéria de política interna e externa. Presentes dois elementos tradicionais: no candidato republicano, por um lado a clássica retórica pró-falcão, por outro, a disparatada insistência na falta de experiência e de conhecimento internacional por parte do candidato democrata (não me parece que o eleitorado ainda caia no velho truque do “velhinho” de 72 anos, com 30 anos de experiência, maduro e sabichão, muito viajado mas que deixa sinais de trazer para o Sec XXI um pensamento e retórica seródios). O candidato do Partido Democrata, com 47 anos, mostrou serenidade e educação, ao contrário do que se presumia, duas ou três coisas interessantes: um bom conhecimentos das mudanças nas inter-acções no plano mundial; o domínio de mecanismos alternativos ao confronto, para a paz mundial; a não divisão do mundo entre bons e maus; o reconhecimento da necessidade dos EUA mudarem de atitude na forma como imaginam e desenham a sua intervenção no plano internacional. Um dos mais “baixos” momentos do debate foi a “treta” das pulseiras das mães de soldados abatidos no Iraque … onde os EUA já gastaram 600.000 milhões de dólares e tiveram de retorno 300.000 feridos e bons negócios privados e um forte déficit orçamental.
Seja como fôr, as divergências ficaram bem claras e nenhum dos candidatos cometeu gafes. As sondagens na Europa dão uma vitória expressiva a Obama ( o que não é uma surpresa….os europeus estão com Obama e este candidato pode efectivamente favorecer a criação de condições na Europa para avanços na União Europeia, uma dinâmica que os republicanos discretamente tem torpedeado). Nos EUA , o dado mais interessante é que para a maioria dos indecisos o candidato democrata ganhou o debate . E isso é uma boa notícia.
A frase fatal da noite foi de Obama: “We also have to recognize that this is a final verdict on eight years of failed economic policies promoted by George Bush, supported by Senator McCain — the theory that basically says that we can shred regulations and consumer protections and give more and more to the most and somehow prosperity will trickle down. […] It hasn’t worked, and I think that the fundamentals of the economy have to be measured by whether or not the middle class is getting a fair shake.”
As anedotas mais notórias foram de McCaim, como a graçola sobre oas letras do KGB que via nos olhos de Putin e, apesar da sua tão apregorada experiência e conhecimento, a atrapalhação ao pronunciar o nome do presidente do Irão, e a gafe ao pronunciar o nome do Qadari o actual presidente do Paquistão, que chamou de Qadari e não de (Asif Ali) Zardari. E ficou no ar a fobia anti-Zapatero, líder de um dos paises aliados NATO.
HAF

quinta-feira, setembro 25

10187º Dia

I
8.00-09.00: MEHE (burocracia)
09.00-16.30: AGCEvr: pobres, passaportes e retornados…
16.45-18.00: os remates finais de um “paper” já muito rodado sobre a produtividade da agricultura alentejana, e preparativo do edital para um bolseiro para projecto FCT.
19.00: Consulta sobre processo de GSM no Arquivo da Pide
21.00: R. Pena Pires eta al: Os Retornados. Um estudo sociográfico. Lisboa, IED, 1984 (um livro já raro)
II Os Centros de Investigação… condenados a uma “grande sesta”
15 meses depois e não há ainda resultados sobre a avaliação internacional dos Centros de Investigação do país. E a grande nave de cozinha da FCT lá vai….
III- O País da Batota volta ao de cima ….mais uma vez.
O Público regressa com a questão dos cerca de 200 estudantes de instituições escolares estrangeiras que foram ilegalmente beneficiados nas classificações finais para efeitos de candidatura ao Ensino Superior. Nem o Ministério da Educação nem o Ministério da Ciência , Tecnologia e Ensino Superior, conhecedores antecipados da inacreditável irregularidade, deram ainda a cara. À portuguesa , claro.
IV: A agonia do Bushismo , os ultraliberais e o “desespero” da grande mudança
Da agonia do Bushismo fica um pesado lastro na economia mundial. E os neo-conservadores ou ultraliberais andam abananados. Não exagero se disser que um dos “missionários” nacionais assina regularmente o “Editorial” do Público , jornal de que é director. Foi o que fez hoje . E para argumentar que no fundo, no fundo, a responsabilidade da actual crise radica na política Rooseveltiana , em particular a desenhada no chamado First New Deal (1933–34), momento em que o Presidente Americano do PD lançou as bases de um novo pacto social fundado numa ampla coalisão de interesses na sociedade americana. JMF não hesita em recuperar um termo a que alguns americanos quando o modelo socio-político não imita a supostamente consensual “civilização americana” e não é uma ditadura de direita: o socialismo. Também a ALL ( American Liberty League, 1934), ligada aos meios conservadores democratas, viu Marx e Lenine por detrás do New Deal . E ainda ontem ouvi um senador republcicano declarar que , o “socialismo económico” é sinónimo de “anti-americanismo”. Lá vem outra vaga dos velhos “novos pregadores” enquanto se manifesta uma “nova espécie de conservador “ , o ultraliberal (moral tradicional, pouco Estado, impostos baixos, poucos muito ricos) em Cristo [“healing the sick, feeding the hungry, appreciating the "lilies" (God's creation), and freeing the oppressed”, cf. Joel C. Hunter: A New Kind of Conservative, 2008). Mas o mundo prepara-se para uma nova “grande mudança”.
HAF

10186º Dia

I
08.00-10.00: publicação das pautas de avaliação da “época especial” e correspondância com MC (Moçambique). Conversa com JA sobre HC e formas de combater (más) práticas institucionais
10-00-19.30: Com grupo de trabalho do NICPRI.UE tratou-se do desenho do programa de doutoramento em ESTUDOS INTERNACIONAIS E EUROPEUS (H,S,M,M,P)
II
Fixado para 14 de novembro de 2008 o acto de atribuição pela UE do Doutoramento Honoris Causa à Drª Graça Machel, um dia antes de eu viajar para Luanda, para o exercício de funções académicas num país de onde parti em definitivo (ou temporariamente?) há 33 anos, exactamente a 11 de Novembro de 1975.
HAF

terça-feira, setembro 23

10185º Dia

segunda-feira, setembro 22

10184º Dia

08.20-11.00: Pareceres e correção de provas académicas
11.00-12.30: MEHE/ horários e convocatórias
14.30-17.00: Tutoria tese de Mestrado: projectos de colonização judaica no “ultramar português”
17.00-18.30: Programa de Doutoramento EIE
18.45… saída para Lisboa...em busca de informação sobre trajecto de GM. Alojamento em Alcochete...às portas da cidade.
HAF

domingo, setembro 21

10183º Dia

I
09.00-12.00: continua a revisão final da tese de doutoramento de LFGM [Percursos de Identidade e de Resistência no Distrito de Moçambique: Os Namarrais (1857-1913)…
17.30-20.30: revisão e comentário de programas do grupo de disciplinas de HC e elaboração de pareceres académicos
II.
Tarde familar , cinema , imprensa … e futebol, claro (depois da vitória clara do SCP no velho derby que mantemos com os Belenenses)
III
O Primeiro Ministro tem alguma razão quando puxa dos galões sobre a obra feita. E é certamente generalizada a dúvida de que que o PSD no poder, mesmo com maioria absoluta, fizesse melhor. O comício de Guimarães (sábado) não foi só retórica, mas teve exageros e omissões graves na avaliação dos resultados. Pese embora as incertezas nos critérios para o apuramento dos mesmos, deram-se passos objectivamente muito importantes na Educação pré-universitária. O PM valorizou muito a reforma da Segurança Social Pública para a sua sustentabilidade, mas quase nada disse sobre o SNS. E sobre este sector essencial da vida social europeia moderna li na Lusa: "A razão mais importante para o alargamento das taxas moderadoras ao internamento e à cirurgia do ambulatório não foi nem o objectivo moderador, nem o objectivo financiador, mas sim uma preparação da opinião pública para a eventualidade de todo o sistema de financiamento ter de ser alterado, caso as medidas de boa gestão que tínhamos adoptado no SNS não se revelassem suficientes para garantir a sustentabilidade financeira do sistema" [António Correia de Campos em entrevista, a propósito de ” Reformas da Saúde - o fio condutor”, livro que chega amanhã às bancas] . Há silêncios politicos indispensáveis e compreensíveis. Por isso Pulido valente tem dificuldade em ver as “15 marcas” que o governo PS “imprimiu” no país. Não é só ele…
IV A crise financeira….deixou os neo-liberais com uma “crise de nervos” e as divergências instalaram-se mesmo entre os Republicanos radicais e “missionários”:
“O Presidente [Bush] está exausto e o vice-presidente foi marginalizado, pelo que os interesses de Washington tomaram conta da casa Branca. (…) Se víssemos a França ou a Itália a fazer algo de semmelhante diriamos que estavamos malucos » (declarações do republicano radical Newt Gingrich, ex- líder republicano da Câmara dos Representantes (1995-1999) e então responsável pela “revolução republicana” na “Hause of Representatives”
“O nosso sistema de liberdade empresarial baseia-se na convicção de que o Giverno só intervem nos mercados quando é mesmo necessário. Ora, face ao impacto da crise na vida quotidiana dos cidadãos, a intervenção do Governo tornou-se vital” (G. Bush, Declarações na WH, 19.09.08) [ Cf. Público, 21.09.08.]
V
Noite dentro, comecei a ler Patrícia McGowan Pinheiro: «Miséria do Exílio. Os ultimos meses de Humberto Delgado. Portugueses e Africanos na Argélia» , ed. electrónica, 2007 .
O livro é uma re-edição de “O Bando de Argel” (1979) e de “Miséria do Exílio” (versão impressa, editada pela contra-Regra em 1998 e que me passou ao lado). A autora explica agora que a edição de 1998 foi mais ou menos boicotada e na “Advertência informa que “ao contrário da primeira, a presente edição reproduz na integra os mais importantes documentos publicados pelas principais figuras e organizações que participaram no drama que culminou no assassinato de Badajoz.”
PMP é uma anglo-portuguesa, jornalista e tradutora literária, autora ou co-autora de outros titulos. O mais referenciado é o “Oldest Ally. Le Portugal de Salazar.” que assinou com Peter Fryer (1927-2007) , um jornalista e escritor marxista que esteve ligado ao PC britânico tal como PMP. No obituário de Peter Fryer escreveu Terry Brotherstone: « The death of Peter Fryer aged 79, comes 50 years to the week since his honest reporting of Hungary's 1956 revolution for the Daily Worker (now the Morning Star) split the Communist party of Great Britain, and changed his own life. A loyal CP member since 1945, and a Worker journalist for nine years, he immediately wrote a short, passionate book Hungarian Tragedy in defence of the revolution - and was expelled from the party. Fryer's book has been compared to John Reed's Ten Days that Shook the World on the Bolshevik uprising of 1917. A few days before he died, Fryer heard that Hungary's president had awarded him the Knight's Cross of the Order of Merit of the Republic, in recognition of his "continuous support of the Hungarian revolution and freedom fight"». (Terry Brotherstone : “ Peter Fryer: “Communist journalist who told the truth about Hungary 1956” in The Guardian , 3 Novembro de 2006).
HAF

10182º Dia

I
09.00-16.00: shopping day…para as bandas do Sado. Vale sempre pelo passeio á beira rio, a conversa com os pescadores e a visita ao Marés Vivas.
18.00-24.30. Leitura versão draft da tese de VCMG (A Americanização da Europa: O Programa Fulbright em Portugal.
II
Em tempos um homem público dizia-me que num dado momento (que referênciou) “ tinha obtido a licenciatura em Direito em três anos” (sic). Guardo isto na memória porque na verdade a expressão acaba por fazer emergir a forma como aquele resultado foi alcançado.
Do Expresso li com maior atenção o que foi incluído no dossier “O que a censura Cortou”; não me passou ao lado a batota estatística quanto à má manipulação estatística da mortalidade por acidentes na estrada; o dramático envelhecimento da população portuguesa, um movimento que só a emigração pode contrariar; a coalisão anti-amerciana na UNASUR , uma “espécie de união europeia da América Latina “!!!!) , etc… mas o título que merece aqui destaque é o dedicado à Entidade Reguladora da Comunicaçãol Social (a herdeira da AACC) . Enfatisa o Expresso que a “ERC legitima pressões de Sócrates”, dando como sub-título “Entidade Reguladora acha normal pressões entre jornalistas e políticos. Processo polémico [refere-se ao processo Sócrates sobre a questão da hipotética Licenciatura em Engenharia pela Universidade Independente] esteve escondido”. Sobre a composição desta entidade ver http://www.erc.pt/ . Não vejo necessidade de comentar nem a a notícia do Expresso nem os excertos de algumas das audições na ERC e que a seguir ficam transcritas:
“Foram sete ou oito telefonemas (...). O primeiro telefonema (do PM) foi um telefonema violento. Disse que aquilo eram rumores que andavam a correr na blogosfera, eram pessoas anónimas, que ele não respondia ao «bas fond» e que se eu pertencia ao «bas fond» isso era comigo”
Ricardo Dias Felner, jornalista e autor do artigo do ‘Público’ sobre a licenciatura
“(Do ponto de vista das relações entre o jornalismo e o poder) o caso roçou o inadmissível. Acho que David Damião (assessor) prestou um mau serviço ao PM. Há formas de pressão um bocado excessivas e aquilo vinha de Sócrates”
Francisco Sarsfield Cabral, director da RR
“Este Governo não tem feito mais telefonemas do que os outros governos. Não tenho a sensação de haver qualquer pressão. Só é condicionado quem se deixa condicionar”
David Damião, assessor de Imprensa do PM
“Este poder sabe relacionar-se com a Comunicação Social, sabe como chegar aos jornalistas, como intervir. Fá-lo de forma a que não possa considerar-se uma pressão”
José Eduardo Moniz, director da TVI
“Eu acho normal que uma entrevista seja negociada, pelo menos na data (...). Foram (os assessores do PM) absolutamente inflexíveis nisso: ‘eh pá, tem de ser nesta semana, o PM entendeu que tem de ser esta semana que vai dar a entrevista (...) ele quer falar agora’”
Luís Marinho, director de Informação da RTP sobre a entrevista a José Sócrates, feita na semana de férias de Judite de Sousa
“Em nenhum momento houve qualquer tipo de pressão que fosse exercida”
Luís Bernardo, assessor do PM
“(David Damião) ligou muito exaltado porque estávamos a dar aquela notícia, e éramos a única rádio que a estava a dar (...) Mas, sobretudo porque o nosso jornalista rematava a notícia dizendo ‘licenciado, talvez. Engenheiro, não’ (...) Falou na possibilidade de instaurar um processo”
Raquel Abecassis, subdirectora da RR
“O PM valoriza sistematicamente a comunicação pública acessível a todos, tanto quanto é sóbrio e contido no relacionamento através, por exemplo, de entrevistas, com este ou aquele órgão em particular”
José Sócrates, em resposta ao questionário enviado pela ERC
[Post-script: esta notícia pode ser lida integralmente em http://www.clubedejornalistas.pt/ cf. no dia 21.09.08]
HAF

10181º Dia

I
09.00-10.00: Início da revisão final da tese de doutoramento de LFGM [Percursos de Identidade e de Resistência no Distrito de Moçambique: Os Namarrais (1857-1913)…
10.00-12.30: exames de HPC.
13.00-14.30: almoço com consulta jurídica
14.30-19.30: O inicial plano para uma reunião vom vista ao desenho de um programa de doutoramento em EIEE acabou por tornar-se numa longa conversa sobre as soluções concretas para o preenchimento dos novos orgãos da EU em virtude da entrada em vigor dos novos estatutos, cuja publicação em DR está eminente.
20.00-01.00: Regresso à revisão final da dissertação de doutoramento de LFGM : preparação e envio electrónico de anotações, recomendação de revisão de um par de leituras, detalhes teóricos, etc. .
II
O “Jornal de Negócios” de hoje enfatisa a “captura” do já chamado “CARTEL DA CANTINA”, um grupo de sete empresas da área do “datering” alimentar (fornecimento de refeições) que, actuando de forma concertada, torpediou o mercado, prejudicou empresas e instituições e burlou o Estado durante em 10 anos. O rasto documental desta prática foi fatal. O jornal fornece detalhes interessantes (nomes, actos e pactos assinados). Noutros sectores tal lastro de concluio não deve existir , embora a imagem pública seja a de um notório comportamento em cartel.
Guardei o Caderno “Weekend” do Jornal pelos artigos dedicados ao Centenário da CUF no Barreiro, com a inauguração por Alfredo da Silva , a 19 de setembro de 1907 , das duas primeiras fábricas de extração de azeite. Os autores fornecem uma cronologia sumária, a descrição da situação actual do complexo industrial, o registo de testemunhos de antigos trabalhadores e quadros de várias gerações (Eduardo Catroga, José Miguel Leal da Silva e Samuel Levy ) do grupo CUF . Oferece-se ainda uma nota biográfica dedicada ao industrial e assinada por Miguel Faria ( Alfredo da Silva: Mito e História) , um históriador que tem dedicado uma parte do seu estudo à escrita da biografia do “maior capitão da indústria portuguesa” e seus sucessor (o genro Manuel de Mello) . Trata-se de um assunto que historiograficamente também me interessa e em breve escreverei algo sobre o assunto, para realçar , com base em novos documentos, a acção e papel como “golpista” monárquico de Alfredo da Silva durante o seu exílio no período da 1º República.
Mas o apontamento que aqui quero deixar registado é apenas de fragmentos de análises que foram feitas à actual crise financeira que se desenhou a partir dos Estados Unidos, com o rebentamento da bolha “subprime”, o colapso da banca de investimento amerciana e a “emergência” da mão vísivel que o Poder Político Republicano meteu por baixo…logo que o “mercado touro” deu lugar ao “mercado urso”.
Fragmento 1: Opinião de Carlos (Paiva Corrêa) Almeida Andrade , docente univeristário (UCP) e Economista Chefe do BES (em “Ditos e Escritos”, p. 32)
“A crise actual – desde as suas origens, à forma como está a ser combatida pelas autoridades – levanta questões importantes sobre o funcionamento dos mercados e sobre o papel do Estado na economia. Em particular, foi já dito que esta crise mostraria a "falência" do sistema de mercado ("o mercado não pode funcionar sozinho") e, consequentemente, mostraria que o Estado não pode intervir apenas nas horas más (com as "nacionalizações" e os "bail-outs" que temos visto nos Estados Unidos, por exemplo). Isto é, não poderíamos ter um sistema de benefícios privados, quando tudo corre bem, e de custos públicos, quando as coisas correm mal.
Acredito que esta visão é demasiado simplista. É certo que, na origem da crise actual (por exemplo, no desenvolvimento e disseminação do crédito "subprime"), encontramos comportamentos que podem ser considerados, no mínimo, complacentes e irresponsáveis. Mas dificilmente estaríamos a falar de um mercado a funcionar "sozinho". De facto, todos os desenvolvimentos da crise do crédito podem ser enquadrados num sistema de mercado regulado e supervisionado pelo Estado (aliás, qualquer visão de bom senso sobre um sistema liberal de mercado inclui este papel do Estado). O que falhou não foi um sistema de "liberalismo selvagem", foi este sistema de mercado regulado. Nos Estados Unidos, falharam as instituições do mercado e falhou o Estado nas suas funções de estabilização, regulação e supervisão. Logo à partida, ao prolongar um ambiente de juros baixos e demasiada liquidez. Mas, também, ao não acompanhar devidamente a maior sofisticação dos produtos e das práticas dos mercados financeiros. Assim, para além do mercado, também o Estado deve extrair lições da crise actual. No futuro, devemos esperar, certamente, um quadro mais apertado ao nível da regulação. Mas devemos procurar também um Estado mais bem preparado e mais qualificado para supervisionar o dinamismo natural dos mercados, não podendo estes deixar de ser a base de funcionamento de uma economia. Receio que, no lugar disto, se aproveite a crise actual para fazer avançar uma agenda que negue as virtudes de um sistema de mercado bem regulado e que procure antes impor um Estado mais pesado e asfixiante.” (A inabalável fé neo-liberal)

2º Fragmento: Leonel Moura ( “O Regresso do bolchevique”, caderno Weekend, p. XV)
“ […] o mercado capitalista, tal como o conhecemos, é tudo menos livre. E nunca o foi apesar da propaganda e da ideologia do liberalismo económico. Acima de tudo pela interferência do Estado, menos na defesa do interesse público como diz, mas pelo seu papel na protecção dos mais os ricos.
Os quais beneficiam de uma espécie de discriminação positiva que os favorece objectivamente, através de ajudas, incentivos, fiscalidade comparativa favorável, tratamento social diferenciado, etc.; e ainda por via de um vasto conjunto de entidades e instituições cujo único objectivo é ajudar os ricos a tornarem-se mais ricos no pressuposto de que isso levará os pobres a deixarem de ser tão pobres. Toda a economia actual é dominada por esta ideia não comprovada cientificamente mas, pelo contrário, até desmentida pelas estatísticas.
Assim os Estados intervêm permanentemente na economia, quer directamente por meio de subsídios, incentivos fiscais, doações, facilidades avulsas concedidas a certas empresas e não a outras; forte "subsidiação" de alguns sectores, por exemplo a agricultura e pescas; definição de áreas de negócios privilegiados, em Portugal chamam-se PIN (Projectos de Interesse Nacional); quer indirectamente através dos bancos centrais, os quais apesar de serem independentes do poder político não o são do Estado, com os seus múltiplos instrumentos de manipulação económica.
Existe ainda um outro tipo de intervenção que distorce totalmente a realidade do mercado livre: o comportamento das empresas. … Mas é certo que a realidade do mundo dos negócios a alto nível, em que se exige um lucro permanente e desmedido, favorece o recurso a todos os meios para atingir os fins, desde as práticas mais indignas às abertamente ilegais como aliás se tem comprovado com os frequentes escândalos.
Por outro lado, a fusão de empresas ao ponto de tornar inviável qualquer concorrência, a cartelização e os abusos de posição dominante são realidades do dia-a-dia que só têm par na ineficácia dos organismos reguladores. Estes dedicam-se aliás sobretudo a dificultar e eliminar a intervenção dos poderes públicos e revelam ser claramente incompetentes quando se trata de evitar as más práticas das empresas.
[…Em suma…] Ou seja, apesar de se chamar mercado livre na verdade existe na nossa sociedade capitalista muita gente a fazer o papel do funcionário bolchevique a distribuir batatas de Odessa a Vladivostok. Sendo que o mais recente foi George Bush que nacionalizou várias empresas falidas com o dinheiro dos contribuintes americanos em nome da salvação da economia. Os soviéticos não diriam outra coisa. Em conclusão: o nosso mercado só é livre quando dá lucro e tudo corre bem. Quando há problema passamos ao modo bolchevique.»
E fica ainda o prognóstico de George Soros : “É provavel que a Europa se veja afectada quase tão negativamente com os Estados Unidos da América” (citação JN, 19.09.08, p. 25)
HAF

quinta-feira, setembro 18

10180º Dia

I.
09.00-11.30: leitura de tese (mestrado, versão draft)
11.30-13.00: correspondencia e preparação de elementos de avaliação
15.00-18.00: leitura de tese de doutoramento (versão final)
18..00-20.00: BOJE Thomas P. , Bart van STEENBERGEN e Sylvia WALBY (eds): European Societies: Fusion or Fission?, Routledge, London, 1999
II. De Israel são raras as boas noticias
Mas desta vez parece haver algo de novo. A eleição para a liderança do partido do Governo (Kadima) foi ganha (tangencialmente) por Tzipi Livni, a actual Ministra dos Negócios Estrangeiros, que se apresenta como a Srª Limpa ( uma alusão aos sucessivos escandalos de corrupção envolvendo dirigentes do partido). A moderação do seu conservadorismo e o empenho com que tem acompanhado o processo de paz com a Palestina tem sido apontado como elementos que podem ser positivos para superar as dificuldades regionais… Veremos.
III. Os estragos em Cuba provocados pelos furacões Gustav e Ike tem sido estimados entre os 5-6 mil milhões de dólares. Se eu entender dever ser solidário vou ajudar Cuba e para isso não necessito de enviar a inspecção de nenhuma “equipe de avaliação humanitária”. A União Europeia faz bem em dar apoio humanitário e em intensificar o diálogo político com Cuba e toda a região caribenha . Muitos países (incluindo muitos do espaço lusófono) o estão a fazer sem pré-condições, através dos governos e de campanhas organizadas pela sociedade civil. HAF

10179º Dia

I
09.00-10.00: revisão das comunicações Seminário do NICPRI
10.00-11.30: desconstruir processos: colecta de informação sobre procedimentos internos (…onde acabamos por ser obrigados a perder tempo….)
11.30 -12,30: Pareceres
14.30-17.00: MEHE: horários, burocracia, etc.
17.00-20.00: Recepção de mestrando (tese sobre migrações na Europea /um programa de colonização do Alentejo no sec XVIII)
21.00-…. Diamante de Sangue [real. Edward Zwick, 2006] ….dois percursos que se cruzam durante a guerra civil em Serra Leoa, em 1991. Uma história com dados com “história”. V hoje pela primeira vez um filme que sempre quis ver. Já estava desperto para a assunto devido ao debate sobre as fontes de financiamento da UNITA durante a guerra civil angolana, e por ter cruzado com um artigo de Vanessa Motta Patton, “O Regime Internacional dos Direitos Humanos. “Diamantes de Sangue”: 1. A Violência sexual e a Mutilação dos Cidadãos em Serra Leoa “ in Revista Electrónica de Produção Cientifica, Unibero, Março de 2005 . Um filme sério, com várias histórias verosímeis. Conheci alguns personagens reais que estão ali representados.
24.00….. Rumo, Revista de Problemas Actuais, Ano 1 (1957). Uma revista mensal que teve como director Mário Pacheco (até 1964) , e que que durou até 1971 (sob a direção de F.Oliveira Dias). Tenho parcelas dos primeiros anos em que se editou. No seu editorial Rumo apresentou-se como “uma revista aberta á mais ampla visão do nosso tempo, de uma época culturalmente complexa” e que “pretende ser uma revista de problemas actuais”, e de inspiração cristã. Nos primeiros números organizava-se em cinco secções,“Ensaios e Estudos”,“Notas e Comentários”, “Panorama da Actualidade,“Artes-Letras-Livros” e uma mais reduzida secção dedicada a “Notícias breves”. Em 1963 houve um pequeno ajuste neste modelo. O certo é que até então deu um grande ênfase a questões interncionais, especialmente às de natureza colonial (Secções Notas e Comentários e Panorama da Actualidade). Para mais detalhes, incluindo os principais colaboradores, ver Daniel Pires, «Dicionário da Imprensa Periódica Portuguesa do Século XX (1941-1974)», Vol. II, 2º Tomo, Ed Grifo, 2000.
II.
Nos últimos dias o colapso de grandes empresas financeiras do sector privado americano e a intervenção selectiva da mão visível do Estado acabam com o mito do neo-liberalismo. E lá está o cidadão com os seus impostos a ajudar o sector privado...
HAF

terça-feira, setembro 16

10178º Dia

I
08.30-10.00: Correspondência Vária
10.00-13.50: CC DHUE e CD DHUE...Reuniões sem interesse de maior, com a necessidade de enfrentar algumas más práticas (canalhices) académicas que sendo individuais desprestigiam externamente o conjunto. Noutros detalhes tratou-se de mais uma ilus-tração de orgãos em notória fase de declínio e a aguardar os substituirão com os novos estatutos (publicação iminente) pondo fim a uma dezena de anos de ineficiên-ciência e irresponsabilidades pessoal e institucional. Um manhã inútil, que passou pela prossecução da diabolização de um membro da equipe reitoral, o anunciar de algumas restrições da auditoria do ministério da educação e terminou com a descrição do baixíssimo grau de colocações na 1º fase... Conheço os dados, não fiquei para ouvir. E já passou o tempo em que valia a pena ensaiar nestes orgãos explicações consistentes. Quanto às responsabilidades, a vulgata do colectivo, sem consequên-cias. Em suma, sinais da morte desgastante deste formato institucional que encaro como uma morte abençoada.
14.00-15.00: um almoço com colegas do GHC.UE e deu para comentar a situação departamental e que permitiu conhecer uma descrição superficial da história de um colega de departamento [com uma dedicação elevada a actividades do DH e de um centro de investigação)que só pode entregar a tese... depois de pagar uma inscrição à UÉ !!!!!!
15.00-17.00: recepção de alunos de mestrado e Seminário NICPRI (planeamento)
17.30: abastecimento de material escolar
II
Por iniciativa de Bob Geldof dispomos, desde o fim de semana , de um portal web dedicado à paz e à resolução dos conflitos mundiais. O Peace Channel (ainda na versão BETA) tem como missão tornar-se « a global arena for anyone who wants to share and access knowledge and information about ongoing conflicts and the work for peace. It will provide insight into both the reasons for conflicts and their possible solutions” [cf. About Us , http://www.peacechannel.tv] Esta “global online TV website”, em seis línguas, merece ser visitada e entrar para os “favoritos”.
III
FCB 3-SCP 1 ... e por hoje nada mais.
HAF

10177º Dia

I
09.00-12.00: Correspondência e encontro do NICPRI
14.00-17.00: atendimento e avaliação de alunos
17.30-20.30: “Assembleia Geral” da Associação de Pais do Agrupamento Escolar nº 2 de Évora para “eleger” os representantes dos pais /encarregados de educação ao Conselho Geral Provisório previsto no DL 75/2008. Considerando o que por lá vi, o mais importante é agilizar as coisas ( o tal simplex) sem perder a dignidade e representatividade formal. Mas na verdade os portugueses dão-se mal no exercício de uma cidadania responsável e transparante e acham que tudo se pode fazer de qualuqer maneira: sem metodologia nas candidaturas, sem definição clara do corpo eleitoral e sem actas… um ingénuo real porreireismo…
II. A “Grande Reportagem” (SIC, 14 de Setembro, c. 21.00 horas) partiu de um exercício comparativo interessante: as condições de vida e de ensino na Guiné-Bissau, um dos países com mais baixos índices de desenvolvimento humano do mundo, Portugal e Noruega ( um dos paises com mais elevado índice de desenvolvimento humano…) visto pelo prisma de três famílias em que pelo menos um dos conjuges é professor (no caso norueguês eram os dois) . A distância que vai da Guiné aos outros dois paises não esconde a distância enorme que separa Portugal da Noruega. O documentário mostra ainda como um Estado eficiente e rigoroso desempenha ainda hoje, sem melhor alternativa, um papel essencial na distribuição da riqueza e na aproximação dos níveis económicos, sociais e culturais entre os cidadãos…
III .“Pensar Portugal”
No final da noite ainda apanhei uma boa parte programa Prós e Contras que regressou com fórum especial em directo da Academia das Ciências., centrado no “Pensar Portugal”. Gostei do programa pese embora a já recorrente dificuldade e falta de informação básica da pivot. Houve um par de intervenções interessantes em especial os problemas colocados pelo Prof. Pedrosa, antigo Ministro da Educação (governo Guterres, se bem me recordo) , que tornou público alguns dados já conhecidos e meios mais informados em matéria do desempenho do sistema escolar português. Mas os melhores contributos vieram “curiosamente” do Prof. Adriano Moreira, Presidente da instituição que acolheu o programa, e do Prof. Barata Moura, Catedrático de Filosofia e antigo Reitor da U. Clássica. O “conhecimento” como pilar da soberania e como instrumento de interacção na cooperação partilhada entre a Portugal , a Comunidade Europeia e o espaço lusófono. Um facto essencial a que a UÉ deveria dar um ênfase maior e assente em mecanismos mais sólidos., que não a simples extensão de actividades de formação de ensino superior. Para sustentabilidade destes processos há mais, e coisas muito mais importantes, que é necessário fazer.
HAF

10177º Dia

I
09.00-12.00: Correspondência e encontro do NICPRI
14.00-17.00: atendimento e avaliação de alunos
17.30-20.30: “Assembleia Geral” da Associação de Pais do Agrupamento Escolar nº 2 de Évora para “eleger” os representantes dos pais /encarregados de educação ao Conselho Geral Provisório previsto no DL 75/2008. Considerando o que por lá vi, o mais importante é agilizar as coisas ( o tal simplex) sem perder a dignidade e representatividade formal. Mas na verdade os portugueses dão-se mal no exercício de uma cidadania responsável e transparante e acham que tudo se pode fazer de qualuqer maneira: sem metodologia nas candidaturas, sem definição clara do corpo eleitoral e sem actas… um ingénuo real porreireismo…
II. A “Grande Reportagem” (SIC, 14 de Setembro, c. 21.00 horas) partiu de um exercício comparativo interessante: as condições de vida e de ensino na Guiné-Bissau, um dos países com mais baixos índices de desenvolvimento humano do mundo, Portugal e Noruega ( um dos paises com mais elevado índice de desenvolvimento humano…) visto pelo prisma de três famílias em que pelo menos um dos conjuges é professor (no caso norueguês eram os dois) . A distância que vai da Guiné aos outros dois paises não esconde a distância enorme que separa Portugal da Noruega. O documentário mostra ainda como um Estado eficiente e rigoroso desempenha ainda hoje, sem melhor alternativa, um papel essencial na distribuição da riqueza e na aproximação dos níveis económicos, sociais e culturais entre os cidadãos…
III .“Pensar Portugal”
No final da noite ainda apanhei uma boa parte programa Prós e Contras que regressou com fórum especial em directo da Academia das Ciências., centrado no “Pensar Portugal”. Gostei do programa pese embora a já recorrente dificuldade e falta de informação básica da pivot. Houve um par de intervenções interessantes em especial os problemas colocados pelo Prof. Pedrosa, antigo Ministro da Educação (governo Guterres, se bem me recordo) , que tornou público alguns dados já conhecidos e meios mais informados em matéria do desempenho do sistema escolar português. Mas os melhores contributos vieram “curiosamente” do Prof. Adriano Moreira, Presidente da instituição que acolheu o programa, e do Prof. Barata Moura, Catedrático de Filosofia e antigo Reitor da U. Clássica. O “conhecimento” como pilar da soberania e como instrumento de interacção na cooperação partilhada entre a Portugal , a Comunidade Europeia e o espaço lusófono. Um facto essencial a que a UÉ deveria dar um ênfase maior e assente em mecanismos mais sólidos., que não a simples extensão de actividades de formação de ensino superior. Para sustentabilidade destes processos há mais, e coisas muito mais importantes, que é necessário fazer.
HAF

domingo, setembro 14

10176º Dia

I. Colocações no Ensino Superior
Contrariamente às perspectivas menos optimistas a Universidade de Évora saiu-se razoavelmente bem nas colocações da 1ª fase do acesso ao 1ºciclo do Ensino Superior. Uma leitura que se retira de uma leitura muito sumária dos dados .
Em 2007-08, a UÉ ofereceu 966 vagas distribuidas por 33 licenciaturas. Na primeira fase preencheu 88% (851) das vagas e no final teve 975 estudantes colocados (considerando todas as fases de acesso). No actual concurso, e num ano mediaticamente negativo para a instituição ( questão da crise financeira…), a UÉ volta a oferecer 965 vagas, em igual número de licenciaturas e, na 1ª fase das colocações, consegue recrutar 857 estudantes (88,8 % das vagas). A taxa de recrutamento na 1ª fase manteve-se equivalente à do ano passado, quando no conjunto das universades esta taxa aumentou objectiamene 5% (7% no Politécnico). 70% dos nossos cursos ficaram cheios (fizeram o pleno ocupando todas das vagas). Dos restantes, dois tem as vagas praticamente preenchidas (Geo.a e L.L.Culturas); três cursos tem uma taxa de entradas que oscila entre os 45 e 60% ( CID, Soc. , Eng. Geo; CTA); dois cursos ficam-se pelopreenchimento de 44-45% das vagas ( CTA e Ciências da Educação); e, na pior posição, temos dois cursos que apresentam uma capacidade de atracção muito baixa, o de História e de Engenharia Química, com 30% e 10% de entradas, respectivamente [a que se pode juntar o de LLCulturas na versão pós-laboral, também com apenas 10% de entradas).
O baixo nível de atracção do Curso de História não pode ser explicado nem pelo factor regional/demográfico nem pela redução da procura geral deste tipo de formação inicial superior. O pimeiro argumento é contrariado pelo desempenho geral da Universidade de Évora, que é bastante positivo. O segundo argumento não cola pelo facto de os cursos de História e Arqueologia (formações completamente separadas ou combinadas) oferecidos por outras Universidades terem taxas de preenchimento na ordem dos 100% (a excepção mais notória é a FLUC que em História apenas preencheu 78% das vagas..). As notas mínimas de entrada (História, Arqueologia, Arqueologia e História, e História da Arte) não coincidem completamente com os cursos onde a taxa de preenchimento foram as mais baixas (História, UÉ e FLUC) o que sugere que o resultado tem sido provavelmente influenciado pelo factor “prestígio” mas também pela uma procura regional diferenciada. No caso da oferta formativa de 1º Ciclo na Universidade de Évora, já disse nos (e escrevi para os) orgãos “competentes” ainda em vigor o que penso sobre o assunto. Sumariamente atribuo uma grande importância ao “factor interno”. E acho que chegou o tempo de prestar comntas, assumir responsabilidade, tirar lições e, se possível, criar as condições para mudar o rumo dos acontecimentos (se nos fôr dado tempo para , ou se considerar valer a pena tentar, tentar mudar de rumo). Isto 26 anos depois, e depois de um período de 7/8 anos marcado por um reformismo “inventivo”, um adjctivo ambíguo mas que aqui está prenhe de uma notória conotação negativa. [Ver NOTA ADICIONAL infra]
II A “Berkeley Student Revolt “ começou a 14 de Setembro de 1964 (2ª feira)....
E no que atrás fica dito, acrescido da leitura de três trabalhos de estudantes (época especial), consumi a fatia mais expressiva do dia 14 de Setembro de 2008, um dia que preferia ter usado para acabar de ler um texto seminal sobre a “Berkeley Student Revolt” (University of California campus de Berkeley ou UC Berkeley ), iniciada a 14 de Setembro de 1964, sob a liderança do FSM (Free Speech Movement] . O primeiro capítulo [A New Generation of Students] abre assim:
«From the middle of September 1964 until the end of the year, followed by an armistice-like lull in January, the University of California campus at Berkeley was the scene of the largest-scale war between students and administration ever seen in the United States. It was also the scene of the largest-scale victory ever won in such a battle by students, organized as the Free Speech Movement.
It had everything in terms of American superlatives: the largest and longest mass blockade of a police operation ever seen, the biggest mobilization of police force ever set up on any campus; the biggest mass arrest ever made in California, or of students, or perhaps ever made in the country; the most massive student stake ever organized here. It was, in sum, by far the most gigantic student protest movement ever mounted in the United States on a single campus.
There must have been a reason -- an equally gigantic reason. Berkeley gets the most brilliant students in California, by and large, and a good portion of the best from the rest of the country. In turn, the FSM included a good portion of the best at Berkeley.
'The real question" said the head of the university's History Department, Professor Henry May, "is why such a large number of students -- and many of them our best students, who have engaged in no prior political activity -- followed the Free Speech leaders." [cf. Hal Draper: Berkeley: The New Student Revolt, 1965]
Nesse mesmo mês, Leslie Lipson, professor de Ciência Política da UC Berkeley publicava, com a chancela da Oxford University Press, "The Democratic Civilization", um estudo que contribuiu para a discussão sobre as forças e fraquezas, as virtudes e os desvios, da Democracia
HAF
NOTA ADICIONAL[de 16 de Set 2008]: na análise sobre a procura em História na 1ª fase do concurso de acesso ao ensino superior não foi considerado o Curso de História Moderna e Contemporânea do ISCTE, onde a taxa de colocação foi de 57% (isto é , 20 das 35 vagas disponíveis) sendo a classificação do último colocado de 10,85, um valor abaixo ao registado no curso de História da Universidade de Évora (11,6) , facto que matiza a ideia da esperada des-regionalização.

10175º Dia

I
09.00-12.00 : BOJE Thomas P. , Bart van STEENBERGEN e Sylvia WALBY (eds) European Societies: Fusion or Fission? Routledge, London, 1999
12.00-13.30: A situação na América Latina…. 1973 e 2008. Temos razões para estarmos preocupados. O “anti-americanismo” eleitoralmente oportuno para os Republicanos.
II..O folclore da Educação e as preocupações no Ensino Superior
Li no Público: quase um quarteirão (exactamente 23….) de ministros e secretários de estado mobilizados ontem para entregar diplomas à meia centena de milhar de alunos que em 2007-2008 concluíu o 12º ano (com prémios para os melhores). Na verdade além da imagem de uma “propaganda” um pouco bera, esta gente não tem trabalho ou será o dito síndrome pós-férias?
Hoje tornar-se-ão públicas, noite dentro, as colocações do ensino superior (acesso ao 1º Ciclo). Aqui se concentram as minhas preocupações, no que certamente sou acompanhado por muitos outros colegas. A procura universitária certamemente aumentará: os resultados do 12º ano foram generosos, aumentaram os mecanismos de apoio/financiamento aos estudantes, generalizou-se a redução do tempo de acesso ao diploma ( em geral 3 anos por efeito da Bolonhização) e o mercado de emprego é particularmente desfavorável aos não diplomados. A procura de educação superior tende, nestas circunstâncias, a aumentar e é muito bom que isso aconteça. E não ficaria surpreendido se o crescimento fosse acompanhado por sinais de des- regionalização da procura.
Na Universidade de Évora a coisa parece não estar a correr bem nos 2º ciclos. (veremos o que vai acontecer na fase de candidaturas ainda em curso), Será grave que na 1º fase de colocações no acesso ao 1º ciclo ocorra um colapso. Apesar dos disparates acumulados ao longo do ano, acho improvável tal facto acontecer massivamente. Mas temo que isso possa ocorrer em áreas como a História e a Literatura. Conheço bem as razões porque tenho de estar preocupado com o Curso de História. Mas nada como esperar para ver. É importânte que o resultado tenha responsáveis.
HAF

sexta-feira, setembro 12

10174º Dia

I
09-12.00: Leituras: trabalhos escolares e
BOJE Thomas P. , Bart van STEENBERGEN e Sylvia WALBY (eds) European Societies: Fusion or Fission? Routledge, London, 1999
14.30….: Quando as “condições de saúde” o permitiaram passei os olhos por documentos parlamentares da 1º República portuguesa … mas foi um resto de dia de quase nada...
II. Hoje pela madrugada serão tornadas públicas as colocações dos candidatos ao acesso ao 1º Ciclo do Ensino Superior. Na UE há muitas pessoas com expectativas baixas...Logo se ficará a saber.
III. Évora: tempos difíceis…
Escrevi no DC nº 10170-10171 que a região atravessava tempos difíceis parece estar com dificuldade em manter alguns dos elementos da chamado consumo cultural comercial (o encerramento das duas salas de cinema que dispõe), mantem uma relação quase de mútua inutilidade entre a cidade e a Universidade, e alguns projectos de investimento criadores de emprego avançam com uma enorme lentidão (não sendo segura a conclusão de alguns em curso… como o forum…) ou escapam para outras regiões do país ou da Europa . Mas hoje li algures (pag. web Público, economia ) uma noticia que parece matizar o cenário mais pessimista: “Conselho de Ministros aprova fábricas da Embraer em Évora. O Conselho de Ministros aprovou hoje dois contratos de investimento do construtor aeronáutico brasileiro Embraer dirigidos a Évora e que envolvem montantes de 170 milhões de euros.” Quem conhece os projectos disse-me que oprojecto Embraer não tem a mesma relevância , do ponto de vista do valor acrescentado, que o Skylander, que inplicaria uma maior captação regional de quadros qualificados. E se assim é a possibilidade de mobilidade internacional do investimento é maior….. , muito maior.. Mas para os tempos que correm é melhor que não ter nada, porque para a larga maioria dos jovens quadros trabalhar hoje em condições que compensam o esforço,a relaização profissional e o mérito significa em definitivo emigrar…
HAF

10173º Dia

I
08.30-12.00: Documentos Parlamentares (1ª República)
15.00-17.00; Cf. NYT, USA National Security Archives
17.30-9.30: Visita simpática do P..: pareceu-me animado.
II . 11 de SETEMBRO, um dia ínfame, uma data inconveniente.... na História do Estados Unidos da América, do Chile , da Liberdade e e do Terrrorismo
Passei os olhos pela principal imprensa nacional. Com maior ou menor destaque evoca-se apenas o 7º aniversário do atentado terrorista conduzido por um comando da Al-Qaeda que literalmente pulverisou duas das mais emblemáticas torres do World Trade Center (cuja inauguração data de 1973) em New York , matando 2.998 pessoas , e terá provocado estragos não conhecidos no Pentágono. Referindo-se a este primeiro “dia negro” da história do Séc XXI, a nossa imprensa evoca essencialmente o debate sobre as teorias da conspiração (Sol) ou o valor simbólico do dia como marca do declínio do império americano (Pùblico), o respeito pelas vítimas (O silêncio em NY, JN) ou a data que marcou a era Bush (ou seja o início do seu declínio) [ DN: que tem a noticia na primeira página com uma infografia interessante). Referem ainda , a propósito, a trégua de quatro dias (as “comemorações nos EUA começaram no dia 7 de Setembro) mantida pelas campanhas d Obana e McCain.
Na imprensa internacional o panorama não é muito diferente: na Europa, o “destque” resume-se a nota curtas sobre as comemorações e a paragem na campanha política em curso (The Sun, The Independent) e a inclusão de um ou outro artigo mais reflexivo sobre as questões de segurança, da vigilância e das liberdades sacrificadas (Le Monde). Nos Estados Unidos a imprensa está naturalmente mais atenta a esta data enfatisando o acto terrotista de 2001 : jornais como o NYT têm desde o dia 7 o assunto na agenda. Não evocam apenas o traumático episódio , as “torres da memória” , as perdas humanas e a humilhação nacional mas expressam também uma atitude positiva imaginando as “ torres do futuro” , já em construção. Sobre este tópico compreende-se o foco americano e não deixa de surpreender s o mininalismo/distanciamento europeu. Mas no dia 11 de Setembro é incontornável uma outra evocação histórica, à qual os EUA não são de todo alheios e também não a deviam esquecer. Antes de a ela me referir gostaria de notar dois factos hoje ocorridos que poderão não ter (e provavelmente não terão) um lugar de segundo plano no plano das relações internacionais e especialmente inter-americanas : refiro-me naturalmente à axceleração da tensão entre os EUA e alguns países sul-americanos. Na Bolívia, o Presidente Morales declarou o embaixador americano “persona non grata”, acusando-o (e ao país que representa) de incitar os bolivianos às manifestções e violência civil em curso em alhumas das regiões mais ricas do país (gaz natural, petróleeo) , como Tarija e Santa Cruz. Na Venezuela , Hugo Chavéz, que acaba de acolher meios militares russos (com potencial atómico) para manobras connjuntas, desmonta uma golpe militar em preparação, um facto a que os americanos a que os americanos podem não estar ausentes. Nãome surpreenderia se também na Venezuela, Chaves respondesse com a expulsão do embaixador americano. Tudo isto enquanto, surpreendentemente, o preço do petróleo desce com alguma vertigem….Estes episódios estão naturalmente bem presentes em toda a imprensa electrónica.
Mas o que eu pretendo aqui evocar é o 11 de Setembro de há 35 anos atrás. O dia 11 de Setembro de 1973, o dia mais longo e traumático da “Batalha do Chile”, no qual um golpe militar conduzido por militares chilenos com o apoio e consentimento americano, derrubou, numa das mais antigas e sólidas democracias da América Latina, o poder legítimo e democrático liderado Presidente Salvador Allende Gossens, e instalou uma ditatura, capitaneada por uma junta militar emque pontificou o General Augusto Pinochet Ugarte, meses antes promovido, pelo governo democrático, a Chefe de Estado Maior do Exército Chileno. Pinochet durante duas décadas governou o país com o sistemático recurso ao terrorismo de Estado, sempre com o generoso apoio dos governos americamos republicanos. Com o colapso da Democracia Chilena morreria também Pablo Neruda, na Ilha Negra (22-09-1973) embora não assassinado como entretanto ocorrera com o cantante Victor Jara e muitos outros milhares de chilenos.
Ora uma das experiência mais terríveis – com dezenas de milhares de vítimas, dos últimos 20 anos da Guerra Fria, não pode deixar de ser evocada…e imagino que aos cidadãos americanos não a grade a evocação. O facto é que a generalidade da imprensa de hoje ignorou-a completamente, apesar das nuvens negras que , 35 anos depois, voltam a pairar sobre a América Latina e a sua relação com os EUA. Mas há uma excepção . o Jornal El País dá-lhe a merecida atenção. O artigo principal é dedicadoa novos documentos históricos [“Nuevos archivos de Nixon y Kissinger revelan que querían evitar la llegada al poder de Salvador Allende”] A noticia inclui ainda uma nota biográfica sobre os principais protagonistas desta história [ o médico, político socialista e líder da Unidad Popular e Presidente do Chile, democratica e constitucionalmente eleito (1970), Salvador Allende Gossens (1908-1973); o oficial militar, General Augusto Pinochet Ugarte (1915-2006); O Presidente Americano, o republicano Richard Nixon (1913-…) e o seu “Assistant to the Presidente for National Security Affairs , Henry A. Kissinger (1923-…), que por esta ordem aparecem no friso infra: A história da Presidência de Salvador Allende e da ditadura de Pinochet é naturalmente alvo de grande atenção historiográfica.
Robert J. Alexander: The Tragedy of Chile , Westport, Greenwood Press, 1978 (Questia OL)
Thomas C. Wright, Rody Oñate, Irene B. Hodgson: Flight from Chile: Voices of Exile. University of New Mexico Press, Albuquerque, 1998,
Stefan De Vylder: Allende's Chile: The Political Economy of the Rise and Fall of the Unidad Popular, Cambridge University Press, Cambridge, England, 1976. (Questia ON)
Katherine Hite: When the Romance Ended: Leaders of the Chilean Left, 1968-1998, Columbia University Press, NY, 2000.
Thomas C. Wright: Latin America in the Era of the Cuban Revolution, Praeger Publishers, 2001
Arturo Valenzuela e Pamela Constable: A Nation of Enemies: Chile under Pinochet, W. W. Norton, NY 1991 1991
Lisa Baldez: Why Women Protest: Women's Movements in Chile, Cambridge University Press. Place of Publication: Cambridge, UK, 2002.
Robert Barros: Constitutionalism and Dictatorship: Pinochet, the Junta, and the 1980 Constitution, Cambridge University Press, Cambridge, UK, 2002.
Darren G. Hawkins: International Human Rights and Authoritarian Rule in Chile, University of Nebraska Press, 2002
Alexandra Barahona De Brito: Human Rights and Democratization in Latin America: Uruguay and Chile, Oxford University Press, UK, 1997
Laurence Whitehead:The International Dimensions of Democratization: Europe and the Americas, Oxford University Press, 2001
Peter Kornbluh: The Pinochet File: A desclassified Dossier on Atrocity and Accountability, LAT, 2003
Frederick H. Gareau, State Terrorism and the United States: From Counterinsurgency to the War on Terrorism, Clarity Press, 2004
John Dinges: The Condor Years: How Pinochet and His Allies Brought Terrorism to Three Continents , New Press, NY, 2005 ......etc....
Tal como a generalidade da imprensa escrita ou digital, também os media parace não terem dado qualquer relvância ao tema. Pelo menos foi o que aconteceu na TV. Nem canais públicos ou privados dedicaram um programa ao assunto ou aproveitaram a circunstância para substituir um dos muitos filmes e programas mediocres que nos oferecem diariamente por um dos filmes dedicados a ao Chile, nos nos tempos de Allende e/ ou do Pinochet. E no entanto a matéria mereceu também a atenção cinematográfica, nomeadamente por parte do cinema internacional e do cinema de exílio. Destaco uma série documental e provavelmente o filme mais visto. O filme vi-o duas ou três vezes:
IL PLEUT SUR SANTIAGO / IT IS RAINING ON SANTIAGO / NAD SANTIAGO VALI / RAIN OVER SANTIAGO / CHOVE SOBRE SANTIAGO (1975), de Helvio Soto (Chileno, exilado: 1930-2001) com música original de Astor Piazzola : rodado em França e Bulgária, e assumidamente uma ““una película de propaganda” (Elvio Soto) que relata o golpe de Estado de 1973
Menos conhecida é a vigorosa série de documentários realizados por Patricio Guzman, o cinesta chileno (1941-…..) para quem “Um país que no tiene cine documental es comouna família sin album de fotografias”. O destaque vai para o série dedicada ao que ajustadamente chamou a Batalha do Chile:
Patrício Guzmán assinará ainda mais três películas que , dedicados ao mesmo tema, constituirão também referências essenciais do cinema documental e como aanterior série terá um grande acolhimento internacional entre a crítica e os jurados dos vários prémios que amealhou na sua carreira cinematográfica.
Nos próximos dias regressarei seguramente ao Chile dos anos 1960s-70 e à América Latina actual.
HAF

10172º Dia

I.
09.00-12.00: Cf. Arquivo FJA (doc. dig.)
14.00-17.00: NICPRI , preparação do Seminário Anual doNICPRI (EU, 29-30/11/08), contactos com Moçambique, programa de doutoramento
17.30-20.00: Reunião com SRC: NICPRI, Doutoramento , NERI.UE, Semana de Relações Internacionais, etc…
II.
Ouvi dizer que está em curso uma pressão para que ainda este ano haja uma avaliação dos funcionários e professores da Universidade e ouvi dizer também que os Presidentes dos Departamentos foram intimados a apresentar um Plano de Actividade com especificação dos Objectivos (para docentes e funcionários?) para 2008(???).
Há muito que sou defensor que que na Universidade os principais orgãos administrativos e orgânicos deveriam elaborar na anualmente um relatório das actividades seguido de um plano de actividades e orçamento para ono sequente. Foi essa a metodologia que adoptei, por livre inciiativa quando nos anos 1990 assumi a direcção do Departamento de História (1993-1997) .
O que é intolerável, e no meu entender objecto de recurso administrativo e civil, é a tontice dos procedimentos retroactivos , uma completa tontice que expressa o facilistismo , real porreirismo, e irresponsabilidade com que se actua na administração pública portuguesa, abrindo o caminho a muito “sacanismo”.
HAF

terça-feira, setembro 9

10171º Dia

I
8,30-11.00: Actas da Assembleia Constituinte (1911)
11.00-13.00: Burocracia do MEHE, NICPRI e Honoris C.
15.00-16.00: Corrrespondência Projectos de Investigação
16.15-20.00: Actas da Assembleia Constuinte
II
Ainda o Discurso de MFL (Manuela Ferreira Leite).
Trascrevo do jornal Público de ontem: « “ Ao longo de três anos fomos atordoados por títulos de jornais e anúncios de grandes realizações e hoje confrontamo-nos com a realidade de uma pobreza crescente” » [o que é uma verdade claríssima, e uma fortíssima desigualdade social que beneficia uma faixa seguramente muito estreira da Sociedade Portuguesa, uma faixa que pelos vistos não tem dificuldade em comprar em Troia , e sobre isso nada disse] . Mas continuo a citar o dito jornal: « “Na administração pública , na vida económica, no associativismo, nos mais variados sectores podemos recolher testemunhos e exemplos de um clima antidemocrático, puco suadável”». A que parte do espaço nacional a Drª MFL se estava a referir: Continente? Madeira?. Quem lidera o partido que é responsável, há décadas, por um governo regional como o da Madeira, se quer mostrar que se orienta por padrões diferentes dos que compõem a tentação autoritária das maiorias absolutas em Portugal – por deficiente preparação dos principais actores políticos – deverá começar por demarcar-se do lado sinistro daquela experiência…
III A Fundação ResPública
Há muito que defendo (e já o expressei em diversos contextos [em notas deste Diário e em diversas oportunidades na Universidade onde trabalho) que deveria existir um programa académico orientado para a formação de políticos (não de cientistas políticos), com um plano de estudos transversal. A Universidade de Verão do PSD ajuda a formar os jovens políticos do PSD , mas é um momento muito circunstancial e unidirecionado. O anúncio, por parte do PS, da criação de uma Fundação [ResPública] com esse propósito é também uma notícia interessante. Mas será sempre ums instrumento partidário ou partidarizável. Eu acho que o que faz realmente falta é algo como o Salzburg Global Seminar, podendo assumir diversas modalidades institucionais. Uma visita à sua página web é suficientemente inspiradora: http://www.salzburgseminar.org. Pelo menos desde 1970, alguns portugueses tiveram oportunidade de frequentar esta instituição como Fulbrighters: com tal estatuto os primeiros foram José Sasportes e Joaquim Cabeça Padrão (1970-1971).
IV: Évora: tempos difícieis…e sinais perigosos…
a) os aviões a passar
b) o desaparecimento de um elemento básico…salas de cinema~
c) a não-relação cidade-universidade…
V. Moçambique : evocação do 7 de Setembro de 1974
No passado domingo foi feriado nacional em Moçambique, evocando o Acordo de Lusaka
O dia 7 de Setembro é feriado nacional em Moçambique. A data, evoca o Acordo de Lusaka , assinado em 1974 na capital da Zambia, entre o Estado Português, com uma comitiva por Ernesto Augusto Melo Antunes (Ministro sem Pasta). e pela FRELIMO, representada pelo seu Presidente, Samora Moisés Machel . O acto foi naturalmente antecedido de três meses negociações preparatórias em Lusaka e Dar-Es-Salam entre representante do Governo Português [ Dr. Mário Soares, brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho, Dr Almeida Santos, major Melo Antunes e Presidente da Frelimo ). Nelse se fixou criar um governo e período de transição durante o qual se deveria proceder (como se procedeu) à “transferência progressiva dos poderes” , com a data limite de 25 de Junho de 1975 como o dia da proclamação da “ independência completa de Moçambique , […]dia do aniversário da fundação da FRELIMO” [Cf. Diário do Governo, I Série, n.° 210, de 9 de Setembro de 1974.]
Mas na História de Moçambique e de Portugal o dia 7 de setembro representa também o início da Revolta Branca em Lourenço Marques/Maputo [A Revolta do 7 de Setembro] , cidade que foi “palco de graves motins raciais (4 dias) que causaram centenas de vítimas e destruição avaliada em três milhões de contos, numa derradeira tentativa dos colonos portugueses para proclamarem uma “independência” do país sem a Frelimo, mobilizando brancos portugueses rodezianos. Segundo o NYT “A clandestine organization of 'former Portuguese soldiers, which calls itself the Dragons of Death, seized control of Mozambique's main radio station tonight and called for immediate independence for the territory without' the participation of the Front for the Liberation of Mozambique. (NYT 8 Set 1974) [cf.http://www.jornalnoticias.co.mzhttp://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/09/moambique_7_de_.html; http://www.macua.org/livros/revolta.htm]
O leitor pode ter ainda ler alguns testemunhos [http://doismaisdoisigualacinco.blogspot.com/2005/09/7-de-setembro.html; http://lanternaacesa.blogspot.com/; http://groups.msn.com/xiconhoca/; etc] ou mesmo uma “outra leitura” , nacionalista, radical e fantasiosa, deste “primeiro” episódio dramático da descolonização portuguesa como a da “Rede de blogues de Apoio ao PNR” [p.ex. http://politicaportugal.wordpress.com/2008/09/07/o-7-de-setembro/].
HAF

segunda-feira, setembro 8

10170º Dia

I.
09.00-12.00: correspondência da Ccurso do MEHE
14.30-17.30: recepção de alunos e doutorandos
17.30-20.00: correspondência associada a novos projectos de investigação
II. O rendimento dos portugueses…
“Cerca de 151 mil pessoas não ganhavam mais do que 310 euros líquidos por mês, em 2007, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. Em Portugal, metade dos trabalhadores ganha menos de 600 euros por mês….Em Portugal, para se ser oficialmente pobre, não se pode ganhar mais do que 370 euros, mas quem gere a vida com o salário mínimo (426 euros), ou pouco mais, não se considera propriamente de classe média. E o salário líquido de quase metade dos trabalhadores por conta de outrem não passa dos 600 euros, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE) [….]. O que falta, assegura Agostinho Jardim Moreira [Presidente em Portugal da Rede Europeia Anti-Pobreza], é distribuir a riqueza que existe. "Não é verdade que a produção [de riqueza] acabe automaticamente com a pobreza", afirmou, lembrando que Portugal é o país da União Europeia com mais desigualdade na distribuição de rendimento entre os mais ricos e os mais pobres. “ [cf. artigo de Alexandra Figueira, DN, 07-09-08].
Este pesadelo que nos envergonha a todos não é apenas fruto de um país pequeno, sem oportunidades e sem recursos. É também (e principalmente) fruto de uma elite desprovida de ética social. Ponto final. Já deviam ter aprendido com a História.
III. M.F. Leite, o discurso da “reentré” da Líder do PSD
1. "Portugal está longe de beneficiar da democracia na sua plenitude" e é preciso "libertar o país e as instituições do sectarismo partidário".
2. O Governo tem "uma máquina de comunicação e de acção pouco democrática" e procura controlar os cargos públicos,
3. O Governo PS colocou o Estado numa situação "muito vulnerável à corrupção".
4. "são cada vez mais abafadas as vozes dos que sabem que isto não vai bem, mas que não podem falar muito alto porque há uma impressionante máquina socialista que controla, que persegue, que corta apoios, que gere favores ou simplesmente que demite". […] "Na Administração Pública, na vida económica, no associativismo, nos mais variados sectores podemos recolher testemunhos e exemplos de um clima antidemocrático, pouco saudável"
5. "Sem uma nova cultura de responsabilidade, mérito e isenção, o Estado é muito vulnerável à corrupção, ao tráfico de influências e ao enriquecimento ilícito".
6. "Salvo para o pequeno grupo que caiu nas graças ou na dependência do poder socialista, para a maioria das
7. "O PS canalizou recursos para projectos sem rentabilidade ou justificação e vai deixar o país endividado como nunca e sem perspectivas de ultrapassar a estagnação, como o próprio primeiro-ministro confidenciou recentemente a um presidente estrangeiro", referiu Manuela Ferreira Leite, que prometeu não desistir de "conhecer e avaliar os critérios" que levaram a "decisões sobre grandes obras públicas".
Quase todos os observadores atentos à realidade nacional e não sectários não deixarão de concordar com estas críticas dirigidas ao governo PS e ao “Estado Rosa”. Mas o PSD, que tem já um longo passado de poder, tem sido um exemplo de práticas políticas diferentes? Alguém se esquece do “Estado Laranja”? Acho que a Presidente do PSD deveria começar pela auto-crítica pois o Partido tem um longo lastro na matéria. Há no seu discurso uma ideia essencial que subscrevo – a do fomento de uma nova cultura de responsabilidade, mérito e isenção . O problema é que não temos uma elite política, burocrática e empresarial efectiva e maioritariamente sensível a esta cultura pelo que até agora o que fica dito nada mais é que retórica de oposição. Acho que neste momento nenhum português sensato acredita que algo mude no “centrão“, ou seja na velha rotação/alternância ps-psd-ps-psd…com ou sem apêndices… Além disso, o discurso de MFL foi decepcionante: tirando a ideia da redução dos impostos para os criadores de emprego….que mais tem a propor para superar esta era “negra”? Algumas instituições internacionais dizem que nada de relevante acontecerá na economia deste país até 2014? Será este prognóstico incontornável?
HAF

domingo, setembro 7

10169º Dia

I

“ Angola's ruling MPLA headed on Sunday for a landslide victory in a parliamentary election which opposition parties have branded illegitimate, preliminary results showed.
The MPLA, which has ruled the oil-rich African nation since independence from Portugal in 1975, has taken almost 82 percent of the vote at the national level, the electoral commission announced.
The African country's main opposition party UNITA, a former rebel group, was far behind.
The ruling party was also seen crushing the opposition at the provincial level on the basis of about 50 percent of the votes after the two-day poll.” [Fonte: Reuters]
II
II Festa do Avante
Estive lá há 30 anos atrás…. e nunca mais lá voltei. Não tenho nenhuma boa razão cultural para o não ter feito. …. HAF

sábado, setembro 6

10168º Dia

I
Revisão de artigo pós-referee para a C&C. [concluído]
II. A Educação e Investigação em Portugal: boas e más notícias
[“Education is the civil rights issue of this century” (John McCain, 5 set. 2008]
A boa notícia: são anunciadas medidas úteis para incrementar de forma objectiva a igualdade de oportunidades no acesso e frequência do Ensino Básico e Secundário com uma ampla extensão da acção escolar . Veremos se isso funcionará mesmo durante este ano como foi anunciado ou se uma parte é mera retórica e propaganda, como estamos habituados. Finalmente.
A má notícia afecta o Ensino Superior: 14 meses depois de iniciado o processo de avaliação ou de proposição de novos dos Centros de Investigação a FCT continua sem divulgar os resultados das avaliações. Um ineficiência completamente caricata, e por isso só justificável com outro tipo de propósitos e calendário (retórica de aumento de financiamento da investigação há um ano atrás…. sem efeitos concretos porque os centros não estão avaliados; 2009 o ano de encher o papo …….]
III
Évora perde projecto do Skylander (125 milhões de euros da responsabilidade do aeronáutico francês GECI International,/Sky Aircraft Industries, 3000 postos de trabalho) em benefício de região de Lorraine (Cf. Público de hoje) .O Presidente da CME já reagiu declarando em comunicado que iria pedir um esclarecimento à empresa….. porqu optou pela “nacionalização” do investimento. Muitos "planos locais" foram hoje ao fundo.
IV
A SIC relembrou hoje, 13 anos depois (1995-2008), a brutal e miserável violência das polícias sobre os trabalhores da vidreira (em chapa) MPR (Manuel Pereira Roldão & Filhos Lda (Marinha Grande)…em defesa do direito ao trabalho. Vivia-se o fim do Cavaquismo e uma era de enorme (e recorrente )insensibilidade social. Um momento que envergonhou todo os portugueses com algum sentimento de dignidade humana. O património da empresa foi vendido em hasta pública em meados de 2000. Os trabalhadores ainda foram indemnizados (eram credores de mais de 5 milhão de euros), relemba o Jornal Avante de 4.Set.2008
HAF

10167º Dia

I
Revisão de artigo pos-referee para a C&C.
II Eleições em Angola
As eleições parlamentares em curso em Angola começaram a prepara-se há muito tempo. Para o seu desenho contribuíu o estudo “Angola. Relatório de Avaliação da Situação Pré-Eleitoral . Maio de 2002”[36 pp.] assinado por David J. Krammer (ex-Director do IRI para Angola, Chefe de Equipa), Horácio Boneo (especialista em Eleições e ex- Director da Divisão das Nações Unidas para a Assistência Eleitoral, Laurie Cooper (Oficial Sénio de Programas do IFES para a Àfrica e Próximo Oriente), Joxean Fernandez (ex. Director do NDI para Angola ) e Isabel Emerson (Directora do NDI para Angola, e preprado sob o patrocínio da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais, Instituto Republicano Internacional e o Instituto Democrártico para os Assuntos Internacionais , um “consórcio para as eleiçõe e para o fortalecimento do processo político”
Hoje poderão votar 8.302.657 eleitores, na sua maioria mulheres, numa poluçção total estimada , para julho de 2008, em 12.531.357 [http://www.indexmundi.com/pt] ou 16800.000 [Nota de Imprensa do INE Angolano de 10 de Julho de 2008 que indica uma Tx. Cres. médio anual explosivo ( 2,8%) ]. Os mais de 8 milhões de eleitores repartam-se da seguinte forma:

O acto eleitoral abriu (deveria ter aberto nas 12440 seccções de voto às 7.30 da manhã. As notícias ao longo do dia indicavam que isso não aonteceu em algumas secções eleitorais de Luanda onse se instalou alguma confusão. Os observadores da União Europeia pronunciaram-se sobre o assunto de forma contraditória, e depois circunscreveram as dificuldades a problemas pontuais. Os partidos angolanos parecem mais moderados nos comentários. E a população parace comportar-se com elevado civismo, havendo mesmo sinais de “festa” , o que a confirmar-se é um acto de grande civismo. Aguardemos pelas próximas horas, uma vez que se admite o prolongamento do acto eleitoral para amanhã.
III. Convenção Nacional Republicana (EUA), chegou ao fim com promessas de mudar o Bushismo....


John McCain’s Acceptance Speech
[The following is a transcript of Senator John McCain's acceptance speech at the Republican National Convention in St. Paul, as recorded by CQ Transcriptions. See NYT September 4, 2008 ]
“[Accepts Nomination ]
Thank you. Thank you all very much. Thank you. Tonight, I have a privilege given few Americans: the privilege of accepting our party's nomination for president of the United States.
[Thanks]
Thank you. Thanks. And I accept it with...Thank you. I -- and I accept it with gratitude, humility, and confidence.
In my life, no success has come without a good fight, and this nomination wasn't any different. That's a tribute to the candidates who opposed me and their supporters. They're leaders of great ability who love our country and wish to lead it to better days. Their support is an honor that I won't forget. I'm grateful to the president of the United States for leading us in these dark days following the worst attack in American history.
The worst attack on American soil in our history and keeping us safe from another attack that many -- many thought was inevitable.
And to the first lady... And to the first lady, Laura Bush, a model of grace and kindness in
public and in private. And I'm grateful to the 41st president and his bride of 63 years for
their outstanding example...... for their outstanding example of honorable service to our country.
As always, I'm indebted to my wife, Cindy, and my seven children. You know, the pleasures of family life can seem like a brief holiday from the crowded calendar of our nation's business. But I have treasured them all the more and can't imagine a life without the happiness that you've given me. You know, Cindy said a lot of nice things about me tonight. But, in truth, she's more my inspiration than I am hers.
Her concern for those less blessed than we are -- victims of land mines, children born in poverty, with birth defects -- shows the measure of her humanity. And I know that she will make a great first lady.
My friends, when I was growing up, my father was often at sea, and the job of raising my brother, sister and me would fall to my mother alone. Roberta McCain gave us her love of life, her deep interest in the world, her strength, and her belief that we're all meant to use our opportunities to make ourselves useful to our country.
I wouldn't be here tonight but for the strength of her character.
And she doesn't want me to say this, but she's 96 years young. My heartfelt thanks to all of you who helped me win this nomination and stood by me when the odds were long. I won't let you down. I won't let you down. I won't let you down.
To Americans who have yet to decide who to vote for, thank you for your consideration and the opportunity to win your trust. I intend to earn it.
[Message to Obama]
And, finally, a word to Senator Obama and his supporters. We'll go at it -- we'll go at it over the next two months -- you know that's the nature of this business -- and there are big differences between us. But you have my respect and my admiration. Despite our differences, much more unites us than divides us. We are fellow Americans, and that's an association that means more to me than any other.
We're dedicated to the proposition that all people are created equal and endowed by our creator with inalienable rights. No country – no country ever had a greater cause than that. And I wouldn't be an American worthy of the name if I didn't honor Senator Obama and his supporters for their achievement. But let there be no doubt, my friends:

[We´re Going to Win]
We're going to win this election.
And after we've won, we're going to reach out our hand to any willing patriot, make this government start working for you again, and get this country back on the road to prosperity and peace.
[Protesters]
I know these are tough times for many of you. You're worried about...
Please, please, please. My friends, my dear friends, please. Please don't be diverted by the ground noise and the static. You know, I'm going to talk about it some more. But Americans want us to stop yelling at each other, OK?
[Tough Times]
These are tough times for many of you. You're worried about keeping your job or finding a new one, and you're struggling to put food on the table and stay in your home.
All you've ever asked of your government is to stand on your side and not in your way. And that's what I intend to do: stand on your side and fight for your future.
[Sara Palin]
And I've found just the right partner to help me shake up Washington, Governor Sarah...
Governor Sarah Palin of the great state of Alaska.
And I want to thank everyone here and all over America for the tremendous, wonderful, warm reception you gave her last night. Thank you so much. She deserves it. What a great beginning. You know, she has an executive experience and a real record of accomplishment. She's tackled tough problems, like energy independence and corruption. She's balanced a budget, cut taxes, and she's taken on the special interests. She's reached across the aisle and asked Republicans, Democrats, and independents to serve in her administration. She's the wonderful mother of five children.
She's -- she's helped run a small business. She's worked with her hands and knows -- and knows what it's like to worry about mortgage payments, and health care, and the cost of gasoline and groceries.
She knows where she comes from, and she knows who she works for. She stands up for what's right, and she doesn't let anyone tell her to sit down.
I'm very proud to have introduced our next vice president to the country, but I can't wait until I introduce her to Washington.
[Change]
And let me just offer an advance warning to the old, big- spending, do-nothing, me-first, country-second crowd: Change is coming.
I'm not -- I'm not in the habit of breaking my promises to my country, and neither is Governor Palin. And when we tell you we're going to change Washington and stop leaving our country's problems for some unluckier generation to fix, you can count on it. And we've...
We've got a record of doing just that, and the strength, experience, judgment, and backbone to keep our word to you.
[Maverick]
You well know I've been called a maverick, someone who... ... someone who marches to the beat of his own drum. Sometimes it's meant as a compliment; sometimes it's not. What it really means is I understand who I work for. I don't work for a party. I don't work for a special interest. I don't work for myself. I work for you. I`ve fought corruption, and it didn't matter if the culprits were Democrats or Republicans. They violated their public trust, and they had to be held accountable. I've fought the big spenders... I've fought the big spenders in both parties, who waste your money on things you neither need nor want, and the first big-spending pork-barrel earmark bill that comes across my desk, I will veto it. I will make them famous, and you will know their names. You will know their names.
We're not going to allow that while you struggle to buy groceries, fill your gas tank, and make your mortgage payment. I've fought to get million-dollar checks out of our elections. I've fought lobbyists who stole from Indian tribes. I've fought crooked deals in the Pentagon. I've fought tobacco companies and trial lawyers, drug companies and union bosses.
[Iraq]
I've fought for the right strategy and more troops in Iraq when it wasn't the popular thing to do.
And when the pundits said -- when the pundits said my campaign was finished, I said I'd rather lose an election than see my country lose a war.
And thanks -- thanks to the leadership of a brilliant general, David Petraeus, and the brave men and women he has the honor to command...... that -- that strategy succeeded, and it rescued us from a defeat that would have demoralized our military, risked a wider war, and threatened the security of all Americans.
[The Good Fight]
I don't mind a good fight. For reasons known only to God, I've had quite a few tough ones in my life. But I learned an important lesson along the way: In the end, it matters less that you can fight. What you fight for is the real test.
I fight for Americans. I fight for you. I fight for Bill and Sue Nebe from Farmington Hills, Michigan, who lost... ... lost their real estate investments in the bad housing market. Bill got a temporary job after he was out of work for seven months. Sue works three jobs to help pay the bills. I fight for Jake and Toni Wimmer of Franklin County, Pennsylvania. Jake... Jake works on a loading dock, coaches Little League, and raises money
for the mentally and physically disabled. Toni is a schoolteacher, working toward her master's degree. They have two sons. The youngest, Luke, has been diagnosed with autism. Their lives should matter to the people they elect to office. And they matter to me. And they matter to you.
I fight for the family of Matthew Stanley of Wolfeboro, New Hampshire. Matthew died serving our country in Iraq. I wear his bracelet and think of him every day. I intend to honor their sacrifice by making sure the country their son loved so well and never returned to remains safe from its enemies.
I fight to restore the pride and principles of our party. We were elected to change Washington, and we let Washington change us.
[Trust]
We lost -- we lost the trust of the American people when some Republicans gave in to the temptations of corruption. We lost their trust when rather than reform government, both parties made it bigger.
We lost their trust when instead of freeing ourselves from a dangerous dependence on foreign oil, both parties -- and Senator Obama – passed another corporate welfare bill for oil companies. We lost their trust when we valued our power over our principles. We're going to change that.
We're going to recover the people's trust by standing up again to the values Americans admire. The party of Lincoln, Roosevelt and Reagan is going to get back to basics.
In this country, we believe everyone has something to contribute and deserves the opportunity to reach their God-given potential, from the boy whose descendents arrived on the Mayflower to the Latina daughter of migrant workers. We're all God's children, and we're all Americans.
[What we believe]
We believe -- we believe in low taxes, spending discipline, and open markets. We believe in rewarding hard work and risk-takers and letting people keep the fruits of their labor.
We believe...We believe -- we believe in a strong defense, work, faith, service, a culture of life...... personal responsibility, the rule of law, and judges who dispense justice impartially and don't legislate from the bench. We believe in the values of families, neighborhoods, and communities. We believe in a government that unleashes the creativity and initiative of Americans, government that doesn't make your choices for you, but works to make sure you have more choices to make for yourself.
I will keep taxes low and cut them where I can. My opponent will raise them. I will open...
I will open new markets to our goods and services. My opponent will close them.
I will cut government spending. He will increase it.
[Taxes and Spending]
My tax cuts will create jobs; his tax increases will eliminate them. My health care plan will make it easier for more Americans to find and keep good health care insurance. His plan will force small businesses to cut jobs, reduce wages, and force families into a government-run health care system where a bureaucrat...... where a bureaucrat stands between you and your doctor.
We all know that keeping taxes low helps small businesses grow and create new jobs. Cutting the second-highest business tax rate in the world will help American companies compete and keep jobs from going overseas.
Doubling the child tax exemption from $3,500 to $7,000 will improve the lives of millions of American families.
Reducing government spending and getting rid of failed programs will let you keep more of your own money to save, spend, and invest as you see fit.
[New Economy]
Opening new markets and preparing workers to compete in the world economy is essential to our future prosperity. I know some of you have been left behind in the changing economy, and it often sees that your government hasn't even noticed. Government assistance for the unemployed workers was designed for the economy of the 1950s. That's going to change on my watch.
Now, my opponent promises to bring back old jobs by wishing away the global economy. We're going to help workers who've lost a job that won't come back find a new one that won't go away.
We will prepare them for the jobs of day -- of today. We will use our community colleges to help train people for new opportunities in their communities.
For workers in industries -- for workers in industries that have been hard-hit, we'll help make up part of the difference in wages between their old job and a temporary, lower paid one, while they receive re-training that will help them find secure new employment at a decent wage.
[Education]
Education -- education is the civil rights issue of this century. Equal access to public education has been gained, but what is the value of access to a failing school? We need... We need to shake up failed school bureaucracies with competition, empower parents with choice.
Let's remove barriers to qualified instructors, attract and reward good teachers, and help bad teachers find another line of work. When a public school fails to meet its obligations to students, parent -- when it fails to meet its obligations to students, parents deserve a choice in the education of their children. And I intend to give it
to them.
Some may choose a better public school. Some may choose a private one. Many will choose a charter school. But they will have the choice, and their children will have that opportunity. Senator Obama wants our schools to answer to unions and entrenched
bureaucrats. I want schools to answer to parents and students.
And when I'm president, they will.
[National Energy Project]
My fellow Americans, when I'm president, we're going to embark on the most ambitious national project in decades. We're going to stop sending $700 billion a year to countries that don't like us very much, and some of that money... We'll attack -- we'll attack the problem on every front. We'll produce more energy at home. We will drill new wells off-shore, and we'll drill them now. We'll drill them now.
We'll -- we'll -- my friends, we'll build more nuclear power plants. We'll develop clean-coal technology. We'll increase the use of wind, tide, solar, and natural gas. We'll encourage the development and use of flex-fuel, hybrid and electric automobiles.
Senator Obama thinks we can achieve energy independence without more drilling and without more nuclear power. But Americans know better than that.
We must use all resources and develop all technologies necessary to rescue our economy from the damage caused by rising oil prices and restore the health of our planet. My friends...... it's an ambitious plan, but Americans are ambitious by nature, and
we've faced greater challenges. It's time for us to show the world again how Americans lead. This great national cause will create millions of new jobs, many in industries that will be the engine of our future prosperity, jobs that will be there when your children enter the workforce. Today -- today, the prospect of a better world remains within our
reach. But we must see the threats to peace and liberty in our time clearly and face them as Americans before us did: with confidence, wisdom, and resolve. We have dealt...
[Threats to Peace]
We have dealt a serious blow to Al Qaeda in recent years, but they're not defeated, and they'll strike us again, if they can. Iran remains the chief state sponsor of terrorism and is on the path to acquiring nuclear weapons.
Russia's leaders, rich with oil wealth and corrupt with power, have rejected democratic ideals and the obligations of a responsible power. They invaded a small, democratic neighbor to gain more control over the world's oil supply, intimidate other neighbors, and further their ambitions of re-assembling the Russian empire. And the brave people of Georgia need our solidarity and our prayers.
As president, I'll work to establish good relations with Russia so that we need not fear a return to the Cold War. But we can't turn a blind eye to aggression and international lawlessness that threatens the peace and stability of the world and the security of the American people. We face many dangerous threats in this dangerous world, but I'm not
afraid of them. I'm prepared for them.
I know how the military works, what it can do, what it can do better, and what it shouldn't do. I know how the world works. I know the good and the evil in it.
I know how to work with leaders who share our dreams of a freer, safer and more prosperous world, and how to stand up to those who don't. I know how to secure the peace.
[History of Service]
My friends, when I was 5 years old, a car pulled up in front of our house. A Navy officer rolled down the window and shouted at my father that the Japanese had bombed Pearl Harbor. I rarely saw my father again for four years. My grandfather came home from that same war exhausted from the burdens he had borne and died the next day. In Vietnam, where I formed the closest friendships of my life, some of those friends never came home with me. I hate war. It's terrible beyond imagination.
I'm running for president to keep the country I love safe and prevent other families from risking their loved ones in war as my family has. I will draw on all my experience with the world and its leaders, and all the tools at our disposal -- diplomatic, economic, military, and the power of our ideals -- to build the foundations for a stable and
enduring peace.
[Changing Government]
In America, we change things that need to be changed. Each generation makes its contribution to our greatness. The work that is ours to do is plainly before us; we don't need to search for it. We need to change the way government does almost everything: from the way we protect our security to the way we compete in the world economy; from the way we respond to disasters to the way we fuel our transportation network; from the way we train our workers to the way we educate our children. All these functions of government were designed before the rise of the global economy, the information technology revolution, and the end of the Cold War. We have to catch up to history, and we have to change the way we do business in Washington.
[Bipartisansh]
The -- the constant partisan rancor that stops us from solving these problems isn't a cause. It's a symptom. It's what happens when people go to Washington to work for themselves and not for you. Again and again -- again and again, I've worked with members of both parties to fix problems that need to be fixed. That's how I will govern as president. I will reach out my hand to anyone to help me get this country moving again. My friends... ... I have that record and the scars to prove it. Senator Obama does not.
Instead -- instead of rejecting good ideas because we didn't think of them first, let's use the best ideas from both sides. Instead of fighting over who gets the credit, let's try sharing it. This amazing country... This amazing country can do anything we put our minds to. I'll ask Democrats and Independents to serve with me. And my administration
will set a new standard for transparency and accountability. We're...
We're going to finally start getting things done for the people who are counting on us, and I won't care who gets the credit. My friends, I've been an imperfect servant of my country for many years. But I've been her servant first, last, and always. And I've never ... I've never lived a day, in good times or bad, that I didn't thank God
for the privilege.
[P.O.W. Story]
Long ago, something unusual happened to me that taught me the most valuable lesson of my life. I was blessed by misfortune. I mean that sincerely. I was blessed because I served in the company of heroes and I witnessed a thousand acts of courage, and compassion, and love.
On an October morning, in the Gulf of Tonkin, I prepared for my 23rd mission over North Vietnam. I hadn't any worry I wouldn't come back safe and sound. I thought I was tougher than anyone. I was pretty independent then, too. I liked to bend a few rules and pick a few fights for the fun of it. But I did it for my own pleasure, my own pride. I didn't think there was a cause that was more important than me. Then I found myself falling toward the middle of a small lake in the city of Hanoi, with two broken arms, a broken leg, and an angry crowd waiting to greet me.
I was dumped in a dark cell and left to die. I didn't feel so tough anymore. When they discovered my father was an admiral, they took me to a hospital. They couldn't set my bones properly, so they just slapped a cast on me. And when I didn't get better and was down to about a hundred pounds, they put me in a cell with two other Americans. I couldn't do anything. I couldn't even feed myself. They did it for me. I was beginning to learn the limits of my selfish independence. Those men saved my life.
I was in solitary confinement when my captors offered to release me. I knew why. If I went home, they would use it as propaganda to demoralize my fellow prisoners. Our code said we could only go home in the order of our capture, and there were men who had been shot down long before me. I thought about it, though. I wasn't in great shape, and I missed everything about America, but I turned it down. A lot of prisoners had it much worse...
A lot of -- a lot of prisoners had it a lot worse than I did. I'd been mistreated before, but not as badly as many others. I always liked to strut a little after I'd been roughed up to show the other guys I was tough enough to take it.
But after I turned down their offer, they worked me over harder than they ever had before, for a long time, and they broke me. When they brought me back to my cell, I was hurt and ashamed, and I didn't know how I could face my fellow prisoners. The good man in the cell next door to me, my friend, Bob Craner, saved me. Through taps on a wall, he told me I had fought as hard as I could. No man can always stand alone. And then he told me to get back up and fight again for my country and for the men I had the honor to serve with, because every day they fought for me.
[Love of Country]
I fell in love with my country when I was a prisoner in someone else's. I loved it not just for the many comforts of life here. I loved it for its decency, for its faith in the wisdom, justice, and goodness of its people.
I loved it because it was not just a place, but an idea, a cause worth fighting for. I was never the same again; I wasn't my own man anymore; I was my country's. I'm not running for president because I think I'm blessed with such personal greatness that history has anointed me to save our country in its hour of need. My country saved me. My country saved me, and I cannot forget it. And I will fight for her for as long as I draw breath, so help me God. My friends, if you find faults with our country, make it a better one. If you're disappointed with the mistakes of government, join its ranks and work to correct them. Enlist... Enlist in our Armed Forces. Become a teacher. Enter the ministry. Run for public office. Feed a hungry child. Teach an -- an illiterate adult to read. Comfort the afflicted. Defend the rights of the oppressed. Our country will be the better, and you will be the happier, because nothing brings greater happiness in life than to serve a cause greater than yourself.
[Call to Fight]
I'm going to fight for my cause every day as your president. I'm going to fight to make sure every American has every reason to thank God, as I thank him, that I'm an American, a proud citizen of the greatest country on Earth. And with hard work -- with hard word, strong faith, and a little courage, great things are always within our reach.
Fight with me. Fight with me.
Fight for what's right for our country. Fight for the ideals and character of a free people. Fight for our children's future. Fight for justice and opportunity for all. Stand up to defend our country from its enemies. Stand up for each other, for beautiful, blessed, bountiful America. Stand up, stand up, stand up, and fight.
Nothing is inevitable here. We're Americans, and we never give up. We never quit. We never hide from history. We make history.
Thank you, and God bless you, and God bless America. »
HAF