I
07.00-16.00:Dicionário de História da 1ºRepública e do Republicanismo.....
II
16.00………: Viagem de visita ao “interior” para uma quase semana de arquivo (Guarda) mas com outros inesperados focos de interesse. Um telefonema ocasional ao Director Regional de Cultura para uma noite coimbrã acabou,por sugestão de APP, com um encontro em Tondela, no espaço do ACERT- Associação Cultural e Recreativa de Tondela,onde decorre o 18º Festival de Músicas do Mundo. O programa de hoje,3º e penúltimo dia,foi um tributo ao Dr. Nelson Rolihlahla Mandela (Madiba), no dia em que, por todo o mundo, se celebra o 90º aniversário do antigo prisioneiro do apartheid [ 46664]e primeiro presidente eleito da RAS democrática. Depois de um jantar agradável na confortável esplanada do restaurante Novo Ciclo, passeamo-nos pelo complexo, esperamos pelo final dos sons da banda portuguesa os Balla com o seu 3º album “A Grande Mentira “, e sentamo-nos no anfiteatro exterior do auditório para ouvir uma das “novas grandes vozes femininas “, a sul-africana Simphiwe Dana – a “diva divine” da “SA music”[SAI, 20.11 2007]- e a sua banda , com um coro fantástico, e um interessante reportório em xhosa. No blogue DIVAS INTERNATIONAL (pt), a jovem cantora de afro-jazz tem uma canção e um verbete onde se refere haver quem a compare à lendária Miriam Makeba [http://www.bbc.co.uk/music/release/3w4h/]. Uma noite fantástica que prosseguiu com os Rapa de Tacho, um grupo instrumental de Samba e Chôro, que, madrugada iniciada, não pudemos acompanhar com a Teresa vencida pelo cansaço. A ACERT foi formada em 1979 e nasceu de um projecto teatral que se instalou em Tondela , a terra de Flausino Torres , lembrete que, pelo que ouvi, aqui faz muito sentido. A Associação é uma bem sucedida estrutura cultural que me surprendeu pela pela qualidade e diversidade :
• das insfraestruturas [jardim, palcos vários , um deles um auditório convertível para interior e exterior , galeria, restaurantes, salas diversas ] para servir cultura e lazer comercial : teatro, concertos, cinema, escalada, basquetebol, aulas de inglês, gastronomia, etc…] ;
• das actividades que promove;
• da população que é capaz de mobilizar ….
Para quem a conhece bem, a ACERT, que sem fazer cedências toscas tornou-se ao um importante factor de desenvolvimento local, pode ser um bom “case study” de fruição socio-cultural e um exemplo inspirador para cidades como a quela em que resido [http://www.acert.pt/novociclo/]
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)