9.00:12..30
14.00-20.00: preparação da discussão de um relatório em provas de agregação
II: Um "momento extraordinário " na História da Educação e dos Professores Portugueses.
Estou com a “Marcha da Indignação” pela “boa” reforma educativa: pela promoção/ hierarquia dos professores sem uma escandalosa batota (como foi o concurso para os titulares);pela avaliação transparente; pela reforma dos conteúdos e dos métodos de trabalho. E estou, como muitos, farto de políticos incompetentes (os que não conseguem reformar sem fracturas evitáveis). Dos que estão no governo e daqueles que estão em posições de topo de empresas e instituições públicas e privadas. Como há uma regular dança de cadeiras entre as posições públicas, privadas e governativas tenho reservas em relação à proposta de uma ex-pormuitopoucotempo-ministro segundo a qual uma melhoria substancial dos salários aumentaria a imunidade e insensibilidade dos politicos à troca de favores (ver Público ontem). Primeiro é preciso afastar o velho e monstruoso “mandarinato” que o “centrão” criou nas últimas décadas.
Apenas uma nota sobre a avaliação. Como noutras instituições educativas ela deve ser transparente, de preferência por júris não restritos a uma escola, e deve compreender os professores e todos os agentes educativos, incluindo os dirigentes das escolas e os burocráticas regionais e centrais de confiança política, e os representantes dos pais; ela deve ainda incidir sobre o "centro" do Ministério da Educação.
III
Só hoje reparei, ao arrumar os diários, que no sábado passado o Público incluira uma reação do Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Públicas ao «Relatório. A Procura de emprego dos diplomados com habilitação superior” [Fevereiro 2008], elaborado pelo GPEARI do MCTES e disponível no seu “site”, juntamente com os dados em excel e relatório e dados do semestre anterior). Comentei-o neste Diário (nº 9975). O Reitor da Universidade de Coimbra realça os “erros pontuais” e a pouca fiabilidade dos dados. E tem toda a razão.
IV
No final da noite passada ainda estive à janela a ver passar o “Expresso da Meia-Noite” (SIC) conduzido por Nicolau Santos e Ricardo Costa. Quando cheguei à janela já o combóio ia quase a meio da discussão sobre a "marcha da indignação" dos professores a favor da Educação, e de uma boa reforma educativa. Entre os panelistas a"arrogância era directamente proporcional à ignorância". A Helena Matos, a Maria Flôr e o Mário Bettencourt Resende tiveram a humildade e decência de realçar a complexidade do problema (nos planos tecnico-educativo, profissional e político) e os erros estratégicos da ministra e do governo. Os pivots estiveram entre a graçola e a quase absoluta ignorância. O senhor do “Expresso” fez o que foi capaz (pouco) , andou quase sempre ao lado da questão em debate e quando nela quis entrar foi com a perigrina ideia dos exames aos professores (a drivelling idiot idea is born….). De útil ficou a leitura da Maria Flôr: as experiências de maioria absoluta em Portugal (PSD ou PS) ajudaram quase nada o país a mudar os seus traços estruturais e isto por uma manifesta incapacidade dos politicos , mais afoitos ao uso da enraizada cultura do facilitismo autoritário (serôdia e parola nos tempos que correm) do que a colocar a inteligência ao serviço da negociação.
HAF