A Páscoa era um dia importante no ciclo das festas da nossa família em Angola. Tal como no Natal, a Família Marques Dias ( os meus avós maternos) reunia-se na casa do Chiumbo… e nesse dia chegava “gente” de várias partes da “província” , de várias cores, de várias naturalidades e qualidades. E muita. Hoje foi também um dia de muitas pessoas cá em casa, mas foi ainda um dia de boas memórias daqueles tempos e daquelas pessoas que o tempo necessitou de separar e levar.
II
Uma “passeio” pela Web em busca de fragmentos cruzados com o (meu) passado levou-me a um pequeno texto muito interessante assinado por Carlos Alberto Ferreira: “Flâmulas Patrióticas em Angola (Guerra Colonial: 1962-1971)”, in A Filatelia Portuguesa, Revista Filatélica (http://www.caleida.pt/cnf) . E começa assim:
“A partir de 1962, em Angola, começaram a ser distribuídas pelas Estações dos Correios de toda a Província Ultramarina carimbos, não obliteradores; para serem colocados em toda a correspondência expedida nas mesmas.
Todos os dizeres nas flâmulas tinham a finalidade de fazer vincar nas consciências de que Angola era portuguesa. Foi a guerra psicológica de propaganda do regime. Consideramos tais marcas postais muito importantes, pois constituem contributos necessários para se poder fazer a História da Guerra Colonial de Angola, designadamente da década de 60, através da filatelia.” Incluo um dos doze exemplares de flâmulas editadas no dito artigo, com o interesse especial de ter sido remetido pela estação de correios da vila que o meu avô materno ajudou a fundar em 1912 e onde a família se instalou a partir de 1961.
HAF