I
Chego ao último dia de um mês com júris, júris e júris e burocracia, burocracia , burocracia e burocracia. Mesmo assim o que conforta são as aulas, aulas, aulas, aulas. O dia 31 de Março não foi diferente.
09.00-12.00 : aulas (prep.)
14.30-15.30 : aulas (HPC-II)
16.00-20.00: tutoria de teses de mestrado e seminários
II
Li ontem que um grupo de colegas visionou a série produzida por J. Furtado sobre a Guerra Colonial (que comentei aqui em tempos) e que recomendou que a mesma fosse usada no ensino nas escolas. Acho uma proposta positiva , útil e mesmo indispensável. O documentário, fazendo um uso inteligente do método cruzado , é intelectualmente honesto e proporciona um nível elevado de informação que se coaduna com o paradigma actual do conhecimento histórico. Esta perspectiva consolida-se à medida que se repete o visionamento das peças e que somos capazes de cruzar informação com os conhecimentos e experiências de origem diversa. Mas também acho que é necessário preparar os docentes para lidar com este tema e as possibilidades de exploração e dificuldades que encerra.
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
segunda-feira, março 31
domingo, março 30
10009º Dia
I
A não-escrita em prol de uma mudança radical na docência no Ensino Superior … Foi mais um dia totalmente dedicado a tão modesta mas relevante causa. Não volto a “ensinar” História de Portugal sem um inclusivo quadro comparativo.
II
No Público de ontem tornou-se difícil ler “O Delito de opinão: as “mentiras” , titulo da coluna de José Pacheco Pereira, atormentado que anda com a questão iraquiana e com o apoio que desde o início expressou pela invasão americana. O argumento das boas e más mentiras que fazem parte da vida dos governos e que até não se amplicam ao caso em discussão porque “não houve mentiras porqwue Bush e Blair estavam convencidos de que as armas de destruição maciça existiam no Iraque , como também estavam Chirac, Putin e o Estado maior Iraquiano “. No mesmo nº do jornal Francisco da Mota em “Um erro Histórico”, escreve: “sabe-se , hoje, em dia, de forma clara e inequívoca , o modo como foram forjadas estas mentiras , como as informações das Nações Unidas, de organizações internacionais ou dos próprios serviços secretos norte-americanos e ingleses que contrariavam os interesses “pró-invasão” foram sistematicamente desprezadas, tendo os serviços de informação priveligiado informação pouco credível ou mesmo absolutamente descartável em desfavor das informações que afastavam a existência das armas de destruição maciça ou as ligações do Iraque á Al-Qaeda. Sabe-se, hoje em dia, que BUSH E a sua entourage neoconservadora já tinham a guerra como certa muito meses antes do seu início “.
Pacheco Pereira assina as crónicas como “Historiador” . E isso trouxe-me á memória um livro que li há uns anos . Trata-se de “ The Social Responsability of the Historian” editado por François Bédarida (in Diogenes, Vol. 42, nº 168, 1994) e dedicado à as responsabilidades sociais , morais e éticas do historiador profissional. Na introdução , Bédarida (1926-2001) - reputado Contemporanista, fundador e Director Institut d’histoire du Temps présent (1979-1990) e Secretário Geral International Committee of Historical Sciences (1990-…), e autor de uma magnifica biografia de Churchill - escreveu a dado passo: “It is for these reasons [por o historiador ser para o público um mdiador entre o presente e passado , incluindo o passado recente] that the responsability exercised by the historian in his own proper sphere is based on two conditions. There is first of all independence, be it political or intellectual, social or financial; this is the exigency of liberty. Second, there is the scrupulous and meticulous respect of the canons of the discipline; this is the exigency of truthfulness”. [Historcal Practice and Responsability”, pp. 1-6]. Um tema que gostaria de poder aqui dedicar mais uma slinhas. mas não posso. Seja como for o que me parece cada vez mais claro é que o problema do Pacheco Pereira é , no caso presente, a mentira de tanto ser repetida não se tornando verdade….O que também só é verdade enquanto o historiador não tiver condições ou oportunidad de a re-visitar.
HAF
A não-escrita em prol de uma mudança radical na docência no Ensino Superior … Foi mais um dia totalmente dedicado a tão modesta mas relevante causa. Não volto a “ensinar” História de Portugal sem um inclusivo quadro comparativo.
II
No Público de ontem tornou-se difícil ler “O Delito de opinão: as “mentiras” , titulo da coluna de José Pacheco Pereira, atormentado que anda com a questão iraquiana e com o apoio que desde o início expressou pela invasão americana. O argumento das boas e más mentiras que fazem parte da vida dos governos e que até não se amplicam ao caso em discussão porque “não houve mentiras porqwue Bush e Blair estavam convencidos de que as armas de destruição maciça existiam no Iraque , como também estavam Chirac, Putin e o Estado maior Iraquiano “. No mesmo nº do jornal Francisco da Mota em “Um erro Histórico”, escreve: “sabe-se , hoje, em dia, de forma clara e inequívoca , o modo como foram forjadas estas mentiras , como as informações das Nações Unidas, de organizações internacionais ou dos próprios serviços secretos norte-americanos e ingleses que contrariavam os interesses “pró-invasão” foram sistematicamente desprezadas, tendo os serviços de informação priveligiado informação pouco credível ou mesmo absolutamente descartável em desfavor das informações que afastavam a existência das armas de destruição maciça ou as ligações do Iraque á Al-Qaeda. Sabe-se, hoje em dia, que BUSH E a sua entourage neoconservadora já tinham a guerra como certa muito meses antes do seu início “.
Pacheco Pereira assina as crónicas como “Historiador” . E isso trouxe-me á memória um livro que li há uns anos . Trata-se de “ The Social Responsability of the Historian” editado por François Bédarida (in Diogenes, Vol. 42, nº 168, 1994) e dedicado à as responsabilidades sociais , morais e éticas do historiador profissional. Na introdução , Bédarida (1926-2001) - reputado Contemporanista, fundador e Director Institut d’histoire du Temps présent (1979-1990) e Secretário Geral International Committee of Historical Sciences (1990-…), e autor de uma magnifica biografia de Churchill - escreveu a dado passo: “It is for these reasons [por o historiador ser para o público um mdiador entre o presente e passado , incluindo o passado recente] that the responsability exercised by the historian in his own proper sphere is based on two conditions. There is first of all independence, be it political or intellectual, social or financial; this is the exigency of liberty. Second, there is the scrupulous and meticulous respect of the canons of the discipline; this is the exigency of truthfulness”. [Historcal Practice and Responsability”, pp. 1-6]. Um tema que gostaria de poder aqui dedicar mais uma slinhas. mas não posso. Seja como for o que me parece cada vez mais claro é que o problema do Pacheco Pereira é , no caso presente, a mentira de tanto ser repetida não se tornando verdade….O que também só é verdade enquanto o historiador não tiver condições ou oportunidad de a re-visitar.
HAF
sábado, março 29
10008º Dia
ELTIS David (ed.): Coerced and Free Migration: Global Perspectives. Stanford University Press Stanford, CA. , 2002
David Eltis é Robert W. Woodruff Professor of History na Emory University. Tem dedicado a sua investigação ao “early modern Atlantic World”, ao comércio transatlântico de escravos e à migrações forçadas e livres também no grande “lago” atlântico . É o autor de Economic Growth and The Ending of the Transatlantic Slave Trade [New York, Oxford Univ. Press, 1987 ; British Trevor Reese Memorial Prize] e The Rise of African Slavery in the Americas [New York, Cambridge University Press, 2000: Frederick Douglass Prize; John Ben Snow Prize e Wesley-Logan Prize] Editor do magnífico livro “Coerced and Free Migration: Global Perspectives” a que hoje dediquei o dia e do qual destaco , além do contributo de D. Altis [ “Introduction: Migration and Agency in Global History pp. 1-34 e “Free and Coerced Migrations from the Old World to The New, pp. 34-74] e magnifico capítulo de David Moon [Peasant Migration, the Abolition of Serfdom, and
the Internal Passport System in the Russian Empire, c. 1800–1914 , pp. 324-371]
HAF
David Eltis é Robert W. Woodruff Professor of History na Emory University. Tem dedicado a sua investigação ao “early modern Atlantic World”, ao comércio transatlântico de escravos e à migrações forçadas e livres também no grande “lago” atlântico . É o autor de Economic Growth and The Ending of the Transatlantic Slave Trade [New York, Oxford Univ. Press, 1987 ; British Trevor Reese Memorial Prize] e The Rise of African Slavery in the Americas [New York, Cambridge University Press, 2000: Frederick Douglass Prize; John Ben Snow Prize e Wesley-Logan Prize] Editor do magnífico livro “Coerced and Free Migration: Global Perspectives” a que hoje dediquei o dia e do qual destaco , além do contributo de D. Altis [ “Introduction: Migration and Agency in Global History pp. 1-34 e “Free and Coerced Migrations from the Old World to The New, pp. 34-74] e magnifico capítulo de David Moon [Peasant Migration, the Abolition of Serfdom, and
the Internal Passport System in the Russian Empire, c. 1800–1914 , pp. 324-371]
HAF
sexta-feira, março 28
10007º Dia
08.30-12.00: Cálculo dos custos do programa de 2º Ciclo MEHE, serviço docente 2008-09 e outras burocracias.
14.00-15.00: Lançamento de notas MEHE e outra burocracia
15.00-17.00: Recepção de mestranda: tese de mestrado sobre a Escola Médico Cirurgica do Funchal (perspectiva comparada )
17.00-20.00: MEHE / Seminário HCTN-Desenho de Tese
21.0o- 22.00: correspondencia electrónica em dia enquanto Click despertava alguma emoção na criança cá da casa.
E o resto do mundo passa-me praticamente ao lado…. paciência. Mas o IVA lá caíu. Daqui a dois ou três meses o aumento dos preços mostra que tal facto beneficou os do costume, apesar dos apelos à ética empresarial.
HAF
14.00-15.00: Lançamento de notas MEHE e outra burocracia
15.00-17.00: Recepção de mestranda: tese de mestrado sobre a Escola Médico Cirurgica do Funchal (perspectiva comparada )
17.00-20.00: MEHE / Seminário HCTN-Desenho de Tese
21.0o- 22.00: correspondencia electrónica em dia enquanto Click despertava alguma emoção na criança cá da casa.
E o resto do mundo passa-me praticamente ao lado…. paciência. Mas o IVA lá caíu. Daqui a dois ou três meses o aumento dos preços mostra que tal facto beneficou os do costume, apesar dos apelos à ética empresarial.
HAF
10006º Dia
06.45-08.30: Uma manhã fria , a caminho de Lisboa.
09.00: 10.15: uma reunião e mais uma jovem investigadora na rede EuroSubMigration com um projecto muito interessante sobre organizações clandestinas de transporte de emigrantes
10.30-14.00: reunião do projecto. Dicionário de História da 1ª República e do Republicanismo
14.20-16.10: regresso “atribulado” a Évora
17.00-20.00: ensaio do cálculo dos custos do programa de 2º Ciclo MEHE
HAF
09.00: 10.15: uma reunião e mais uma jovem investigadora na rede EuroSubMigration com um projecto muito interessante sobre organizações clandestinas de transporte de emigrantes
10.30-14.00: reunião do projecto. Dicionário de História da 1ª República e do Republicanismo
14.20-16.10: regresso “atribulado” a Évora
17.00-20.00: ensaio do cálculo dos custos do programa de 2º Ciclo MEHE
HAF
quarta-feira, março 26
10005º Dia
I
08.30-11.00: Revisão do material e preparação da reunião da equipa do projecto Dic. Hist. 1ª República e do Republicanismo (dia 27/03. IHC/FCSH.UNL
11.00- 16.30: preparação de materiais e Lição de abertura de HCTN-EXP.INV.
17.30-20.oo: Lição de Abertura de HCTN-Exp.Inv
II
Arend Lijphart: Electoral Systems and Party Systems: A Study of Twenty-Seven Democracies, 1945-1990, Oxford University Press,1995
HAF
08.30-11.00: Revisão do material e preparação da reunião da equipa do projecto Dic. Hist. 1ª República e do Republicanismo (dia 27/03. IHC/FCSH.UNL
11.00- 16.30: preparação de materiais e Lição de abertura de HCTN-EXP.INV.
17.30-20.oo: Lição de Abertura de HCTN-Exp.Inv
II
Arend Lijphart: Electoral Systems and Party Systems: A Study of Twenty-Seven Democracies, 1945-1990, Oxford University Press,1995
HAF
terça-feira, março 25
10004º Dia
I
O “regresso” às aulas (15.30-17.30) e às reuniões de tutoria (17.30-19.00). A manhã ficou reservada a mais burocracia : a FCT , que actua com um baixo nível de responsabilidade (vejam-se os sem-cumprimentos-de-prazos para todos os concursos e avaliações……uma eternidade sem qualquer escrutínio/justiticação) e sobre a qual se começam a ouvir com mais insistência dúvidas sobre procedimentos, reforça a sua burocracia de uma forma inaceitável. O pedido de um atestado /certificado de que esteve num dado congresso a apresentar uma comunicação para o qual o investigador com meses de antecipação pagou uma inscrição que ronda os 250 euros …estende aos investigadores cordenadores de projectos de investigação o anátema que não há muito tempo cobria todos os alunos (compo potenciais adeptos da fraude, pelo que , em exame deveriam ir ao wc acompanhados de um docente /vigilante). Não basta ter antecipado em meses todas as despesas com inscrição e alojamento, bem documentada por documentação electrónica das organizações (ISIG /APHES) , enviar (no caso) cópias dos papers apresentados, ter candidatado e organizado a sessão etc, etc. É ainda necessário uma declaração da organização a confirmar que o investigador esteve mesmo já. Enfim um exemplo de “complicadex”. E estou de acordo: na era das “grandes avenidas” persiste a velha tradição do “papelinho” para o Sr Dr. Nem mais…..já tomei as providências e os papelinhos já devem estar a caminho ( o colega holandês reagiu cum um “smile”: ele(s) conhecem-nos…)
II
Na crónica do dia a Helena Matos (Público) relembra o caso Carlos Cupeto, um colega da Universidade de Évora que durante meses foi maltratado e agredido por um aluno e seus familiares. E fez bem em regressar a este caso. Gostava de lhe responder Helena, dizendo que o mesmo ficou resolvido e bem resolvido penalizando Académica e/ou Civilmente os agressores. Mas desconheço a resposta e é provável que muito poucos a conheçam nesta Universidade.
Mas o assunto principal da crónica da jornalista é a questão iraquiana e as virtudes a prazo da solução modernizadora de inspiração Rostowiana em curso (a da importação da modernidade “civilizada”, claro) . Nesta matéria a divergência começa com a estratégia, os argumentos e o processo. É obvio que o resto (do desacordo) se torna uma consequência. E devo confessar ter uma vantagem: não sou dos que durmo com fantasmas….mesmo os mais radiosos. Mas que o Iarque foi um inaceitável atrevimento imperial foi. E não há impéros bons nem maus. Há só impérios. O cemitério da História está cheio deles, e duvido que já esteja lotado.
III
Há uns anos um ministro teve a ideia de vender as receitas ou dívidas do Estado a um Banco. Lembra-se agora de contratar jovens advogados a tratar dos milhares de processos de violação de regras de trânsito através do sistema do “paiement à la pièce” (piece contract system). Sugiro um completo regresso à economia pública do Ancien Regime, com os arrendatários das rendas do Estado e as experiências do trabalho proto-industrial. E não comento a tabela de preços: um euro e pouco cada processo! Imagino que em média as multas rondarão os 5-6 euros… Um preço justo, seguramente. Começou a proletarização dos jovens advogados? Não se trata de caminhar no sentido de uma sociedade moderna de assalariados (H.Perkin) mas de outra coisa…. outro caminho. Começa a faltar gente visionária como aquela que, noutros continentes de Oitocentos , prescindiu livremente dos escravos para os substituir por europeus assalariados livre: mais caros (claro), mas livres, mais motivados e mais produtivos.
HAF
O “regresso” às aulas (15.30-17.30) e às reuniões de tutoria (17.30-19.00). A manhã ficou reservada a mais burocracia : a FCT , que actua com um baixo nível de responsabilidade (vejam-se os sem-cumprimentos-de-prazos para todos os concursos e avaliações……uma eternidade sem qualquer escrutínio/justiticação) e sobre a qual se começam a ouvir com mais insistência dúvidas sobre procedimentos, reforça a sua burocracia de uma forma inaceitável. O pedido de um atestado /certificado de que esteve num dado congresso a apresentar uma comunicação para o qual o investigador com meses de antecipação pagou uma inscrição que ronda os 250 euros …estende aos investigadores cordenadores de projectos de investigação o anátema que não há muito tempo cobria todos os alunos (compo potenciais adeptos da fraude, pelo que , em exame deveriam ir ao wc acompanhados de um docente /vigilante). Não basta ter antecipado em meses todas as despesas com inscrição e alojamento, bem documentada por documentação electrónica das organizações (ISIG /APHES) , enviar (no caso) cópias dos papers apresentados, ter candidatado e organizado a sessão etc, etc. É ainda necessário uma declaração da organização a confirmar que o investigador esteve mesmo já. Enfim um exemplo de “complicadex”. E estou de acordo: na era das “grandes avenidas” persiste a velha tradição do “papelinho” para o Sr Dr. Nem mais…..já tomei as providências e os papelinhos já devem estar a caminho ( o colega holandês reagiu cum um “smile”: ele(s) conhecem-nos…)
II
Na crónica do dia a Helena Matos (Público) relembra o caso Carlos Cupeto, um colega da Universidade de Évora que durante meses foi maltratado e agredido por um aluno e seus familiares. E fez bem em regressar a este caso. Gostava de lhe responder Helena, dizendo que o mesmo ficou resolvido e bem resolvido penalizando Académica e/ou Civilmente os agressores. Mas desconheço a resposta e é provável que muito poucos a conheçam nesta Universidade.
Mas o assunto principal da crónica da jornalista é a questão iraquiana e as virtudes a prazo da solução modernizadora de inspiração Rostowiana em curso (a da importação da modernidade “civilizada”, claro) . Nesta matéria a divergência começa com a estratégia, os argumentos e o processo. É obvio que o resto (do desacordo) se torna uma consequência. E devo confessar ter uma vantagem: não sou dos que durmo com fantasmas….mesmo os mais radiosos. Mas que o Iarque foi um inaceitável atrevimento imperial foi. E não há impéros bons nem maus. Há só impérios. O cemitério da História está cheio deles, e duvido que já esteja lotado.
III
Há uns anos um ministro teve a ideia de vender as receitas ou dívidas do Estado a um Banco. Lembra-se agora de contratar jovens advogados a tratar dos milhares de processos de violação de regras de trânsito através do sistema do “paiement à la pièce” (piece contract system). Sugiro um completo regresso à economia pública do Ancien Regime, com os arrendatários das rendas do Estado e as experiências do trabalho proto-industrial. E não comento a tabela de preços: um euro e pouco cada processo! Imagino que em média as multas rondarão os 5-6 euros… Um preço justo, seguramente. Começou a proletarização dos jovens advogados? Não se trata de caminhar no sentido de uma sociedade moderna de assalariados (H.Perkin) mas de outra coisa…. outro caminho. Começa a faltar gente visionária como aquela que, noutros continentes de Oitocentos , prescindiu livremente dos escravos para os substituir por europeus assalariados livre: mais caros (claro), mas livres, mais motivados e mais produtivos.
HAF
segunda-feira, março 24
10003º Dia
Um dia dedicado à leitura de uma versão prelimiar de uma tese de mestrado sobre o andamento da meritocracia em Portugal no século XX, uma matéria sobre a qual pouco sabemos, apesar do muitos “alvites” que sobre ela podemos ler…
HAF
HAF
domingo, março 23
10002º Dia
I
A Páscoa era um dia importante no ciclo das festas da nossa família em Angola. Tal como no Natal, a Família Marques Dias ( os meus avós maternos) reunia-se na casa do Chiumbo… e nesse dia chegava “gente” de várias partes da “província” , de várias cores, de várias naturalidades e qualidades. E muita. Hoje foi também um dia de muitas pessoas cá em casa, mas foi ainda um dia de boas memórias daqueles tempos e daquelas pessoas que o tempo necessitou de separar e levar.
II
Uma “passeio” pela Web em busca de fragmentos cruzados com o (meu) passado levou-me a um pequeno texto muito interessante assinado por Carlos Alberto Ferreira: “Flâmulas Patrióticas em Angola (Guerra Colonial: 1962-1971)”, in A Filatelia Portuguesa, Revista Filatélica (http://www.caleida.pt/cnf) . E começa assim:
“A partir de 1962, em Angola, começaram a ser distribuídas pelas Estações dos Correios de toda a Província Ultramarina carimbos, não obliteradores; para serem colocados em toda a correspondência expedida nas mesmas.
Todos os dizeres nas flâmulas tinham a finalidade de fazer vincar nas consciências de que Angola era portuguesa. Foi a guerra psicológica de propaganda do regime. Consideramos tais marcas postais muito importantes, pois constituem contributos necessários para se poder fazer a História da Guerra Colonial de Angola, designadamente da década de 60, através da filatelia.” Incluo um dos doze exemplares de flâmulas editadas no dito artigo, com o interesse especial de ter sido remetido pela estação de correios da vila que o meu avô materno ajudou a fundar em 1912 e onde a família se instalou a partir de 1961.
HAF
A Páscoa era um dia importante no ciclo das festas da nossa família em Angola. Tal como no Natal, a Família Marques Dias ( os meus avós maternos) reunia-se na casa do Chiumbo… e nesse dia chegava “gente” de várias partes da “província” , de várias cores, de várias naturalidades e qualidades. E muita. Hoje foi também um dia de muitas pessoas cá em casa, mas foi ainda um dia de boas memórias daqueles tempos e daquelas pessoas que o tempo necessitou de separar e levar.
II
Uma “passeio” pela Web em busca de fragmentos cruzados com o (meu) passado levou-me a um pequeno texto muito interessante assinado por Carlos Alberto Ferreira: “Flâmulas Patrióticas em Angola (Guerra Colonial: 1962-1971)”, in A Filatelia Portuguesa, Revista Filatélica (http://www.caleida.pt/cnf) . E começa assim:
“A partir de 1962, em Angola, começaram a ser distribuídas pelas Estações dos Correios de toda a Província Ultramarina carimbos, não obliteradores; para serem colocados em toda a correspondência expedida nas mesmas.
Todos os dizeres nas flâmulas tinham a finalidade de fazer vincar nas consciências de que Angola era portuguesa. Foi a guerra psicológica de propaganda do regime. Consideramos tais marcas postais muito importantes, pois constituem contributos necessários para se poder fazer a História da Guerra Colonial de Angola, designadamente da década de 60, através da filatelia.” Incluo um dos doze exemplares de flâmulas editadas no dito artigo, com o interesse especial de ter sido remetido pela estação de correios da vila que o meu avô materno ajudou a fundar em 1912 e onde a família se instalou a partir de 1961.
HAF
sábado, março 22
10001º Dia
I
Uma “manhã curta” dedicada a outro relatório de actividades: desta vez para a unidade de investigação …
II
Uma tarde com um olho em “Europeanization and the emergence of European Society” (Juan Diez Mendrano, IBEI-WP 2008-12) e em “Post-Communist Welfare Attitudes: Was Czech Exceptionalism a Myth? “ 8 DE Steven Saxonberg , EAQ-41-1-2007) e o outro bem mais atento à ópera rock homónima de Tim Rice e A. Lloyd Webber, Jesus Christ Superstar adaptado num original e extraordinário filme (1973) dirigido por Norman Jewison . Se a interpretação de Ted Neeley é memorável ( como Jesus Cristo), voltar a ver-ouvir a interpretação do jazzista Carl Anderson (Judas Iscariotes) faz-me recuperar permanente sensaão de que “Judas Death” é o “momentum” desta obra prima que só pude ver , pela primeira vez, em 1974.. Anderson morreu em 2004 vítima de leucemia (59 anos).
III.
Sobre Educação e as declarações prestadas hoje pela Srª Ministra …no comments. E também não comento o meu SCP…..
HAF
Uma “manhã curta” dedicada a outro relatório de actividades: desta vez para a unidade de investigação …
II
Uma tarde com um olho em “Europeanization and the emergence of European Society” (Juan Diez Mendrano, IBEI-WP 2008-12) e em “Post-Communist Welfare Attitudes: Was Czech Exceptionalism a Myth? “ 8 DE Steven Saxonberg , EAQ-41-1-2007) e o outro bem mais atento à ópera rock homónima de Tim Rice e A. Lloyd Webber, Jesus Christ Superstar adaptado num original e extraordinário filme (1973) dirigido por Norman Jewison . Se a interpretação de Ted Neeley é memorável ( como Jesus Cristo), voltar a ver-ouvir a interpretação do jazzista Carl Anderson (Judas Iscariotes) faz-me recuperar permanente sensaão de que “Judas Death” é o “momentum” desta obra prima que só pude ver , pela primeira vez, em 1974.. Anderson morreu em 2004 vítima de leucemia (59 anos).
III.
Sobre Educação e as declarações prestadas hoje pela Srª Ministra …no comments. E também não comento o meu SCP…..
HAF
sexta-feira, março 21
10000º Dia
I
Dez mil dias como docente Universitário: Assistente Estagiário (por concurso, 1980), Assitente (através de Provas de Aptidão Pedagógica e Cientifica, 1984), Professor Auxiliar (pós- doutoramento, 1980), Professor Associado com nomeação definitiva (1998), Professor Associado com Agregação (2003) e Professor Catedrático do quadro (2006). 28 anos de trabalho sujeitos a um escrutínio sistemático, sem cedências. E por isso, hoje foi um dia de trabalho como os outros, mesmo que com uma pitada mais moderada.
II
11.00-13.00: Finalização da proposta de entradas de História Social para o Dicionário de História da Primeira República e do Republicanismo. Revisão de propostas dos poucos temas que falta fechar.
15.00-20.00: preparação de documentação para as aulas das próximas semanas em particular para a semana de 14 a 18 de Abril durante a qual acolheremos o professor Ian klima, especialista em História das Relações Internacionais, da Universidade de Hradec Kralov (República Checa), que, no âmbito do programa Erasmus , ministrará aulas a estudantes de licenciatura e mestrado sobre a experiência colonial e a descolonização portuguesas e proferirá uma conferência pública sobre as relações entre Portugal e a República Checa no Séc. XX. Em breve divulgar-se-á o programa desta visita nos actos públicos que encerra.
III. De “O Poço de todos os Males” ao fosso da Educação: a resposta (qualidade)
TV e Imprensa escrita deram relevo à extraordinária “cena da vida escolar portuguesa” que há alguns dias atrás se viveu numa escola secundária do país. Um dos variadíssimos exemplos de um país cujos governos não prescindem da velha tradição de sobre tudo legislarem e regularem mas tudo com um notório “valor” mais ”semântico“ ou “nominal” do que “normativo”. E a Srª Ministra da Educação lá vai cantando e rindo na sua guerra contra o “poço de todos os males” ( o funcionário público na sua variante de professor da “escola pública”) . E, para usar termos com o que MECardoso gosta de jogar, a professora que queria “roubar” o telemóvel à aluna ainda se sujeita a levar um processo disciplinar e um arraial de porrada da família de uma educanda notoriamente “agarrada” às novas tecnologias quiçá mesmo às “novas profissões”. É assim mesmo. Mas os portugueses devem ter a noção de que só uma professora profissional tem a coragem de fazer o que esta senhora fez. A maioria (de onde não tenho a certeza de estar excluído) teria provavelmente proporcionado à aluna um “complemento educativo”:um erro seguramente, mas errar é humano, e isso acontecia sistematicamente no passado, ou já nos esquecemos do nosso tempo de esudantes nas escolas públicas e privadas (com o seu famoso método "a toque de caixa")? Eramos mais disciplinados? Menos irreverentes? Não, não éramos. Por isso não é assim que se sai do fosso em que “resmas” de muito maus ministros deixaram a “Educação Nacional” desde finais dos anos 1970s. A saída está no investimento para incrementar a qualidade da escola pública: mais professores, melhores infra-estruturas, turmas mais pequenas. Escolas “pobres” não resultam em lado nenhum e em nenhum nível de ensino. A actual ministra não mudou nada de essencial nem vejo que o possa fazer entretida que anda na "guerra santa" aos professores e a reforçar a influência quase sempre nefasta dos "santos" paisinhos na Escola (cuja responsabilidade nunca é apurada/avaliada). Tudo tretas de eduquez. Fará seguramente parte da galeria dos ministros fracassados. A senhora não necessita de ficar incomodada: já são muitos, sendo mesmo difícil individualizá-los. E o país continuará a ter alguns indivíduos no top dos mais ricos do mundo. E ponto final. Um país sensato faria por ter tudo melhor…pedindo “sacrifícios” pelo que vale a pena sacrificarmo-nos: uma população com uma educação formal mais ampla e sólida. It´s quality, my friends, quality!!!
IV: Gestão Pública e Gestão Privada: quanto custam os vícios e as virtudes?
Harold Perkin identificou como um dos conflitos mais interessantes da “Prefessional Society” a competição das visões do sectores /gestores públicos e privados. Este governo há um par de anos via só virtudes públicas na transferência dos hospitais para os interesses privados. Agora volta à trás , constantando que os gestores privados não conseiguiam fazer melhor que os gestores públicos (isto é, ser mais eficientes, servindo melhor e com mais rentabilidade). Esta dança favoreceu privados e custou milhões ao erário público. E onde está a “accountability” dos decisores políticos ? Provavelmente traduzida numa bela e generosa “reforma” com um generoso complemento de integração, etc. Um mandarinato feliz… que prolifera nas instituições públicas, sem excepção. E há também sinais cada vez mais claros que o governo está a retrogredir ( ou então já anda de cabeça no ar). As prioridades estão a dar lugar à urgência (de ganhar umas eleiçõesitas…).
HAF
Dez mil dias como docente Universitário: Assistente Estagiário (por concurso, 1980), Assitente (através de Provas de Aptidão Pedagógica e Cientifica, 1984), Professor Auxiliar (pós- doutoramento, 1980), Professor Associado com nomeação definitiva (1998), Professor Associado com Agregação (2003) e Professor Catedrático do quadro (2006). 28 anos de trabalho sujeitos a um escrutínio sistemático, sem cedências. E por isso, hoje foi um dia de trabalho como os outros, mesmo que com uma pitada mais moderada.
II
11.00-13.00: Finalização da proposta de entradas de História Social para o Dicionário de História da Primeira República e do Republicanismo. Revisão de propostas dos poucos temas que falta fechar.
15.00-20.00: preparação de documentação para as aulas das próximas semanas em particular para a semana de 14 a 18 de Abril durante a qual acolheremos o professor Ian klima, especialista em História das Relações Internacionais, da Universidade de Hradec Kralov (República Checa), que, no âmbito do programa Erasmus , ministrará aulas a estudantes de licenciatura e mestrado sobre a experiência colonial e a descolonização portuguesas e proferirá uma conferência pública sobre as relações entre Portugal e a República Checa no Séc. XX. Em breve divulgar-se-á o programa desta visita nos actos públicos que encerra.
III. De “O Poço de todos os Males” ao fosso da Educação: a resposta (qualidade)
TV e Imprensa escrita deram relevo à extraordinária “cena da vida escolar portuguesa” que há alguns dias atrás se viveu numa escola secundária do país. Um dos variadíssimos exemplos de um país cujos governos não prescindem da velha tradição de sobre tudo legislarem e regularem mas tudo com um notório “valor” mais ”semântico“ ou “nominal” do que “normativo”. E a Srª Ministra da Educação lá vai cantando e rindo na sua guerra contra o “poço de todos os males” ( o funcionário público na sua variante de professor da “escola pública”) . E, para usar termos com o que MECardoso gosta de jogar, a professora que queria “roubar” o telemóvel à aluna ainda se sujeita a levar um processo disciplinar e um arraial de porrada da família de uma educanda notoriamente “agarrada” às novas tecnologias quiçá mesmo às “novas profissões”. É assim mesmo. Mas os portugueses devem ter a noção de que só uma professora profissional tem a coragem de fazer o que esta senhora fez. A maioria (de onde não tenho a certeza de estar excluído) teria provavelmente proporcionado à aluna um “complemento educativo”:um erro seguramente, mas errar é humano, e isso acontecia sistematicamente no passado, ou já nos esquecemos do nosso tempo de esudantes nas escolas públicas e privadas (com o seu famoso método "a toque de caixa")? Eramos mais disciplinados? Menos irreverentes? Não, não éramos. Por isso não é assim que se sai do fosso em que “resmas” de muito maus ministros deixaram a “Educação Nacional” desde finais dos anos 1970s. A saída está no investimento para incrementar a qualidade da escola pública: mais professores, melhores infra-estruturas, turmas mais pequenas. Escolas “pobres” não resultam em lado nenhum e em nenhum nível de ensino. A actual ministra não mudou nada de essencial nem vejo que o possa fazer entretida que anda na "guerra santa" aos professores e a reforçar a influência quase sempre nefasta dos "santos" paisinhos na Escola (cuja responsabilidade nunca é apurada/avaliada). Tudo tretas de eduquez. Fará seguramente parte da galeria dos ministros fracassados. A senhora não necessita de ficar incomodada: já são muitos, sendo mesmo difícil individualizá-los. E o país continuará a ter alguns indivíduos no top dos mais ricos do mundo. E ponto final. Um país sensato faria por ter tudo melhor…pedindo “sacrifícios” pelo que vale a pena sacrificarmo-nos: uma população com uma educação formal mais ampla e sólida. It´s quality, my friends, quality!!!
IV: Gestão Pública e Gestão Privada: quanto custam os vícios e as virtudes?
Harold Perkin identificou como um dos conflitos mais interessantes da “Prefessional Society” a competição das visões do sectores /gestores públicos e privados. Este governo há um par de anos via só virtudes públicas na transferência dos hospitais para os interesses privados. Agora volta à trás , constantando que os gestores privados não conseiguiam fazer melhor que os gestores públicos (isto é, ser mais eficientes, servindo melhor e com mais rentabilidade). Esta dança favoreceu privados e custou milhões ao erário público. E onde está a “accountability” dos decisores políticos ? Provavelmente traduzida numa bela e generosa “reforma” com um generoso complemento de integração, etc. Um mandarinato feliz… que prolifera nas instituições públicas, sem excepção. E há também sinais cada vez mais claros que o governo está a retrogredir ( ou então já anda de cabeça no ar). As prioridades estão a dar lugar à urgência (de ganhar umas eleiçõesitas…).
HAF
quinta-feira, março 20
9999º Dia
I
09.00-11.00: conclusão do relatório do Projecto FCT 2007, documentos complementares e outra burocracia associada ao reembolso de custos por activadades académicas noutras instituições.
11.30-12.30: Correspondência associada à nossa integração numa rede europeia de história transnacional: um novo canal de integração e uma aportunidade para ampliar e modernizar a agenda de investigação histórica nacional.
A visita de familiares implica disponibilidade para outras coisas…. Que sabem e fazem bem.
II. Dois anos de Bolonhização: a limitada/má experiência portuguesa.
Desde meados dos anos 1990s fiquei com a convicção que a possibilidade de mudar o modelo de ensino superior nas instituições universitárias públicas (e privadas) portuguesas era algo que só se poderia fazer por intervenção externa. O declaração de Bolonha em 1999 vi-a como a grande oportunidade de superar várias e estruturais maleitas no ES em Portugal, desde a organização, aos ciclos de formação, passando pelas más práticas universalmente instaladas (em áreas que iam/vão desde a gestão à desvalorização da competência das hierarquias académicas…). Passei a acompanhar de perto (através dos relatórios e resultados de vários grupos de trabalho e redes ) e com entusiamo os trabalhos conducentes à criação do Espaço Europeu de Ensino Superior. Não foi difícil notar como a preocupação de tudo regular (europeizar) , por vezes de forma justificada, era um factor que introduzia alguma lentidão ao processo, embora alguns países, nomeadamente os nórdicos, mostrassem uma maior capacidade de avançar com adaptações no sentido em que era claro , desde 2000, que iriamos caminhar. E isso foi um mérito que deve ser claramente contabilizado a favor dos académicos e dos seus líderes.
Tornou-se claro que a nova era do ensino superior europeu demoraria certamente a chegar, e não era líquido que todos caminhassem, não no mesmo sentido, mas com a mesma profundidade. Contudo, mantenho hoje o mesmo optimismo que então me estimulou: cumprir o que se passou a designar o programa de Bolonha tornou-se uma meta absolutamente essencial para o progresso e aproximação “europeia” do ensino superior em Portugal, em todas as suas dimensões (training, research and development, internationalization).
Passei também a acompanhar as reformas introduzidas em algumas universidades americanas, um modelo por que nutria uma enorme simpatia e dele tinha em parte beneficado como estudante universitário entre 1975 e 1980. Por exemplo, em Havard, mais do que uma mudança no modelo geral de formação no ensino superior o enfoque concentrou-se mais na mudança no modelo curricular. O estudo ficou planeado em 2004 para vigorar só a partir de 2007[cf. Report of the Harvard College Curricular Review distribuido com uma carta do “Dean William C. Kirby na primavera de 2004, c.80 pp. ] . A solução adoptada é uma enorme revolução.
Esta capacidade de planeamento e faseamento das mudanças contrastava com o supino distanciamento e mesmo ostensivo desprezo que alguns países e instituições universitárias manifestavam face as propostas de Bolonha. Por exemplo, em Portugal uma das ideias mais vulgares era a que mais tarde ou mais cedo o Estado, isto é os políticos, tratariam do assunto, através da regulação. Às universidades restava esperar pelo farol político. Um erro, enorme.
Em março de 2006 saiu finalmente a tão esperada lei. Era o take-off para a Bolonhização, com um limite de quatro anos à vista. A pressa instalou-se , especialmente em 2007. Centenas de cursos de licenciatura adaptados ao 1º Ciclo de Bolonha sem que em muitos casos tivesse havido um pequeno, um pequeníssimo, momento de balanço do que tais cursos tinham sido e do que deveria ser a sua adequação ao espírito de Bolonha.
Em regra fez-se a adequação do 1º ciclo ou seja a redução da primeira graduação a um ciclo de três anos. Em muitos casos, como é frequente em Portugal, a adequação a Bolonha foi um desastre completo. Mais do que um ajustamento ao novo paradigma de formação inicial, a adequação tornou-se um momento de enquistamento de áreas disciplinares através das quais os docentes passaram a defender os altos interesses das suas “pequenas” capelas. Quando o espirito era a “banda larga” e a aquisição de competências para a transdisciplinaridade , a transversalidade e o transfer . Além disso, focalizados na simples adequação curricular, não existiu ou foi completamente secundarizada a reflexão e uma avaliação séria do que era essencial . E nest caso o essencial era a simultânea adopção de novas modalidades de ensino que provocassem um incremento na qualidade da aprendizagem e a crescente autonomia do estudante. Este desleixo não foi geral a todos os paises, mas foi geral em Portugal. O reitor da Universidade de Lisboa dizia à tempos que a mudança tinha sido apenas de fachada, o resto (o pior) ficara tudo na mesma. E continua hoje a ter razão. A Bolonhização em Portugal ainda não tem os ingredientes necessários para incrementar a qualidade. Uma das maiores dificuldades está naturalmente associada ao irresponsável estrangulamento financeiro das Universidades Públicas. Irresponsável porque cego, mal justificado e mal faseado.
Em alguns casos, como na UÉ, as “boas” reformas e práticas ( e escrevo boas porque assim as entendo de facto) recomendadas por instituições internacionais converteram-se num novo pesadelo de aventureirismo e pura burocracia ( e de interesses instalados…). Este ano lectivo a degradação da qualidade, isto é , das condições de trabalho e de aprendizagem prosseguem a tendência que já era chocante na viragem do século. Os professores “ burocratas” que conduziram a instituição à beira do colapso, são praticamente os mesmos que acham que a podem conduzir ao “estado” de Universidade de padrão europeu. Era preciso que houvesse uma ideia , pequena que fosse, do que isso significa. Bolonha pode tornar-se um novo fracasso na reforma do ensino superior público em Portugal (ou pelo menos de parte dele) . Nisso são responsáveis conscientes tanto o Governo como as instituições que dela não tirarem benefícios claros.
Os resultados estão há vista. Bolonhizaram-se os currículos das licenciaturas que foram (salvo as excepções já previstas no processo) reduzidas a um 1º ciclo de 3 anos sem profissionalizar (proporcionam empregabilidade, dizem eles….) . As turmas, em algumas áreas tornaram-se um pesadelo identido ao pre-25 de abril. Centenas de alunos encafuados em anfiteatros para aulas teóricas e práticas (????). Ausência e quase impossibilidade de uma tutoria eficiente. O decreto de Março de 2006 cumpre-se pela rama. E a escandalosa e irresponsável lentidão na avaliação, e sequente reorganização, da rede nacional de unidades de investigação nacional (uma das mais importantes missões da FCT), é outra peça deste magno problema.
As lições que se podem tirar até agora são claras. Não há meio de fazer reformas sem ideias. Não há meio de reformar bem, fazendo-o à pressa, sem um trabalho de casa – instituição a instituição – sério e sólido. Não há boas reformas sem conhecimento prévio da capacidade/potencial instalado. Pode ser alegado que faltam recursos financeiros: faltam, porque algumas das instituições universitárias portuguesas, na última década,fizeram escolhas erradas na aplicação dos recursos. Mas falta sobretudo sensatez, humildade, conhecimento, transparência, racionalidade informada, sentido prático eficiente e uma dura "accountability". E as instituições podem promover/ter isto comum um óptimo, um mediano ou um mau ministro. Isso podemos aprender com as institições nórdicas ou anglo-americanas.
As primeiras gerações da Bolonhização em Portugal (face à baixa percentagem dos beneficiados pelo programa Erasmus) pagarão o preço deste desleixo e ,por vezes, completo desprezo pelos estudantes. Bolonhizar no momento em que uma parcialmente “artificial” crise financeira perturbou seriamente Universidades tornou-se o calcanhar de Aquiles da única oportunidade que, continuo a acreditar, poderá permitir um enorme salto qualitativo das universidades portuguesas (como já ocorre noutros países, como os da Europa Central).
As nossas grandes barreiras são tanto a cultura “reacionária” como a cultura “sebastiânica” portuguesas. Nunca um país com tantos convictos de “ iluminados” andou tão pouco…e tão mal. E as instituições de ENSINO não estão isentas desse espírito, muitas promovem-no mesmo. Isso paga-se com anos de mais atraso.
HAF
09.00-11.00: conclusão do relatório do Projecto FCT 2007, documentos complementares e outra burocracia associada ao reembolso de custos por activadades académicas noutras instituições.
11.30-12.30: Correspondência associada à nossa integração numa rede europeia de história transnacional: um novo canal de integração e uma aportunidade para ampliar e modernizar a agenda de investigação histórica nacional.
A visita de familiares implica disponibilidade para outras coisas…. Que sabem e fazem bem.
II. Dois anos de Bolonhização: a limitada/má experiência portuguesa.
Desde meados dos anos 1990s fiquei com a convicção que a possibilidade de mudar o modelo de ensino superior nas instituições universitárias públicas (e privadas) portuguesas era algo que só se poderia fazer por intervenção externa. O declaração de Bolonha em 1999 vi-a como a grande oportunidade de superar várias e estruturais maleitas no ES em Portugal, desde a organização, aos ciclos de formação, passando pelas más práticas universalmente instaladas (em áreas que iam/vão desde a gestão à desvalorização da competência das hierarquias académicas…). Passei a acompanhar de perto (através dos relatórios e resultados de vários grupos de trabalho e redes ) e com entusiamo os trabalhos conducentes à criação do Espaço Europeu de Ensino Superior. Não foi difícil notar como a preocupação de tudo regular (europeizar) , por vezes de forma justificada, era um factor que introduzia alguma lentidão ao processo, embora alguns países, nomeadamente os nórdicos, mostrassem uma maior capacidade de avançar com adaptações no sentido em que era claro , desde 2000, que iriamos caminhar. E isso foi um mérito que deve ser claramente contabilizado a favor dos académicos e dos seus líderes.
Tornou-se claro que a nova era do ensino superior europeu demoraria certamente a chegar, e não era líquido que todos caminhassem, não no mesmo sentido, mas com a mesma profundidade. Contudo, mantenho hoje o mesmo optimismo que então me estimulou: cumprir o que se passou a designar o programa de Bolonha tornou-se uma meta absolutamente essencial para o progresso e aproximação “europeia” do ensino superior em Portugal, em todas as suas dimensões (training, research and development, internationalization).
Passei também a acompanhar as reformas introduzidas em algumas universidades americanas, um modelo por que nutria uma enorme simpatia e dele tinha em parte beneficado como estudante universitário entre 1975 e 1980. Por exemplo, em Havard, mais do que uma mudança no modelo geral de formação no ensino superior o enfoque concentrou-se mais na mudança no modelo curricular. O estudo ficou planeado em 2004 para vigorar só a partir de 2007[cf. Report of the Harvard College Curricular Review distribuido com uma carta do “Dean William C. Kirby na primavera de 2004, c.80 pp. ] . A solução adoptada é uma enorme revolução.
Esta capacidade de planeamento e faseamento das mudanças contrastava com o supino distanciamento e mesmo ostensivo desprezo que alguns países e instituições universitárias manifestavam face as propostas de Bolonha. Por exemplo, em Portugal uma das ideias mais vulgares era a que mais tarde ou mais cedo o Estado, isto é os políticos, tratariam do assunto, através da regulação. Às universidades restava esperar pelo farol político. Um erro, enorme.
Em março de 2006 saiu finalmente a tão esperada lei. Era o take-off para a Bolonhização, com um limite de quatro anos à vista. A pressa instalou-se , especialmente em 2007. Centenas de cursos de licenciatura adaptados ao 1º Ciclo de Bolonha sem que em muitos casos tivesse havido um pequeno, um pequeníssimo, momento de balanço do que tais cursos tinham sido e do que deveria ser a sua adequação ao espírito de Bolonha.
Em regra fez-se a adequação do 1º ciclo ou seja a redução da primeira graduação a um ciclo de três anos. Em muitos casos, como é frequente em Portugal, a adequação a Bolonha foi um desastre completo. Mais do que um ajustamento ao novo paradigma de formação inicial, a adequação tornou-se um momento de enquistamento de áreas disciplinares através das quais os docentes passaram a defender os altos interesses das suas “pequenas” capelas. Quando o espirito era a “banda larga” e a aquisição de competências para a transdisciplinaridade , a transversalidade e o transfer . Além disso, focalizados na simples adequação curricular, não existiu ou foi completamente secundarizada a reflexão e uma avaliação séria do que era essencial . E nest caso o essencial era a simultânea adopção de novas modalidades de ensino que provocassem um incremento na qualidade da aprendizagem e a crescente autonomia do estudante. Este desleixo não foi geral a todos os paises, mas foi geral em Portugal. O reitor da Universidade de Lisboa dizia à tempos que a mudança tinha sido apenas de fachada, o resto (o pior) ficara tudo na mesma. E continua hoje a ter razão. A Bolonhização em Portugal ainda não tem os ingredientes necessários para incrementar a qualidade. Uma das maiores dificuldades está naturalmente associada ao irresponsável estrangulamento financeiro das Universidades Públicas. Irresponsável porque cego, mal justificado e mal faseado.
Em alguns casos, como na UÉ, as “boas” reformas e práticas ( e escrevo boas porque assim as entendo de facto) recomendadas por instituições internacionais converteram-se num novo pesadelo de aventureirismo e pura burocracia ( e de interesses instalados…). Este ano lectivo a degradação da qualidade, isto é , das condições de trabalho e de aprendizagem prosseguem a tendência que já era chocante na viragem do século. Os professores “ burocratas” que conduziram a instituição à beira do colapso, são praticamente os mesmos que acham que a podem conduzir ao “estado” de Universidade de padrão europeu. Era preciso que houvesse uma ideia , pequena que fosse, do que isso significa. Bolonha pode tornar-se um novo fracasso na reforma do ensino superior público em Portugal (ou pelo menos de parte dele) . Nisso são responsáveis conscientes tanto o Governo como as instituições que dela não tirarem benefícios claros.
Os resultados estão há vista. Bolonhizaram-se os currículos das licenciaturas que foram (salvo as excepções já previstas no processo) reduzidas a um 1º ciclo de 3 anos sem profissionalizar (proporcionam empregabilidade, dizem eles….) . As turmas, em algumas áreas tornaram-se um pesadelo identido ao pre-25 de abril. Centenas de alunos encafuados em anfiteatros para aulas teóricas e práticas (????). Ausência e quase impossibilidade de uma tutoria eficiente. O decreto de Março de 2006 cumpre-se pela rama. E a escandalosa e irresponsável lentidão na avaliação, e sequente reorganização, da rede nacional de unidades de investigação nacional (uma das mais importantes missões da FCT), é outra peça deste magno problema.
As lições que se podem tirar até agora são claras. Não há meio de fazer reformas sem ideias. Não há meio de reformar bem, fazendo-o à pressa, sem um trabalho de casa – instituição a instituição – sério e sólido. Não há boas reformas sem conhecimento prévio da capacidade/potencial instalado. Pode ser alegado que faltam recursos financeiros: faltam, porque algumas das instituições universitárias portuguesas, na última década,fizeram escolhas erradas na aplicação dos recursos. Mas falta sobretudo sensatez, humildade, conhecimento, transparência, racionalidade informada, sentido prático eficiente e uma dura "accountability". E as instituições podem promover/ter isto comum um óptimo, um mediano ou um mau ministro. Isso podemos aprender com as institições nórdicas ou anglo-americanas.
As primeiras gerações da Bolonhização em Portugal (face à baixa percentagem dos beneficiados pelo programa Erasmus) pagarão o preço deste desleixo e ,por vezes, completo desprezo pelos estudantes. Bolonhizar no momento em que uma parcialmente “artificial” crise financeira perturbou seriamente Universidades tornou-se o calcanhar de Aquiles da única oportunidade que, continuo a acreditar, poderá permitir um enorme salto qualitativo das universidades portuguesas (como já ocorre noutros países, como os da Europa Central).
As nossas grandes barreiras são tanto a cultura “reacionária” como a cultura “sebastiânica” portuguesas. Nunca um país com tantos convictos de “ iluminados” andou tão pouco…e tão mal. E as instituições de ENSINO não estão isentas desse espírito, muitas promovem-no mesmo. Isso paga-se com anos de mais atraso.
HAF
9998º Dia
I
9.00-11.30: elaboração do relatório do Social Mobility in Portugal during the 19th and 20th Centuries: A Historical Study (1850-1960)” (Projecto POCI/HAR/60284/05)
11.30-12.30: correspondência electrónica com mestrandos e contactos com NST e FMS para conferências
14.30-16.00: análise dee prropostas de cooperação científica com Angola: o obstáculo da informalidade …..
16.30-19.00: preparação de documentação para aulas (selecção de textos e digitalização)
21.00…leituras soltas
II O país da Batota
1. Na avaliação dos docentes: do modelo “durex” (mas mal elaborado e calendarizado) ao modelo “simplex” / “baldex” para que se caminha ( a “margem de autonomia” que permitiu também a enorme batota que foi o concurso para os professores titulares…). Mas alguém imaginaria que as coisas pudessem correr bem?
2. A forma como se procedeu à e a justificação para a nomeação de Pedro Mexia para o cargo de sub-director da Cinemateca Portuguesa, ficando claro que será o herdeiro do cargo do director João Bénard da Costa. Sem questionar a qualidade das pessoas é inaceitável o método numa instituição pública (que sucessão parece ser patrimonial …)
III. O “Diário da Perna” e o Sistema Nacional de Saúde
Infelizmente parece ter chegado ao fim o Diário da Perna que Miguel Estves Cardoso mantevem no Pública, nos últimos dias, enquanto esteve internado no Hospital de Sant`Ana. Do último registo, editado hoje, retenho o seguinte : “ (…) Em Portugal , a saúde pública funciona. E funciona muito melhor do que em países mais ricos e habituados a essas coisas. É chato dizê-lo mas é verdade. O que querem que eu faça? (…)”
O Hospital de Sant`Ana (hoje especializado em ortopedia) começou a sua existência como sanatório (tratamento da tuberculose), algures no início do Séc. XX (1903? 1904?) …
HAF
9.00-11.30: elaboração do relatório do Social Mobility in Portugal during the 19th and 20th Centuries: A Historical Study (1850-1960)” (Projecto POCI/HAR/60284/05)
11.30-12.30: correspondência electrónica com mestrandos e contactos com NST e FMS para conferências
14.30-16.00: análise dee prropostas de cooperação científica com Angola: o obstáculo da informalidade …..
16.30-19.00: preparação de documentação para aulas (selecção de textos e digitalização)
21.00…leituras soltas
II O país da Batota
1. Na avaliação dos docentes: do modelo “durex” (mas mal elaborado e calendarizado) ao modelo “simplex” / “baldex” para que se caminha ( a “margem de autonomia” que permitiu também a enorme batota que foi o concurso para os professores titulares…). Mas alguém imaginaria que as coisas pudessem correr bem?
2. A forma como se procedeu à e a justificação para a nomeação de Pedro Mexia para o cargo de sub-director da Cinemateca Portuguesa, ficando claro que será o herdeiro do cargo do director João Bénard da Costa. Sem questionar a qualidade das pessoas é inaceitável o método numa instituição pública (que sucessão parece ser patrimonial …)
III. O “Diário da Perna” e o Sistema Nacional de Saúde
Infelizmente parece ter chegado ao fim o Diário da Perna que Miguel Estves Cardoso mantevem no Pública, nos últimos dias, enquanto esteve internado no Hospital de Sant`Ana. Do último registo, editado hoje, retenho o seguinte : “ (…) Em Portugal , a saúde pública funciona. E funciona muito melhor do que em países mais ricos e habituados a essas coisas. É chato dizê-lo mas é verdade. O que querem que eu faça? (…)”
O Hospital de Sant`Ana (hoje especializado em ortopedia) começou a sua existência como sanatório (tratamento da tuberculose), algures no início do Séc. XX (1903? 1904?) …
HAF
terça-feira, março 18
9997º Dia
I
10.00-13.00: Reunião GHContemporânea: distribuição do Serviço Docente 2008-2009 A “ideia” de transformar os cursos em projectos delineados em função não de estratégias mais amplas (investigação/centros de investigação , formação em fileira, criação /consolidação de áreas de excelência com potencial reprodutivo) , mas de uma mera contabilidade de mercearia (despesas – receita= saldo nulo ou positivo) , não é apenas peregrina é nociva da Universidade. Para reduzir custos o melhor é atribuir aos quadros mais qualificados docência de 1º ciclo…. Uma solução completamente perversa.
14.30-18.30: Reunião do Conselho Científico do NICPRI.UE. : uma agenda que passou pelo balanço de actividades, novas redes, organização provisória de um grupo de gestão, articulação de programas de mestrado “locais” e programas de doutoramanto inter-institucionais
II: Ainda as novas Unidades Orgânicas (Escolas) da UE
No diário anterior fui induzido em erro. Por duas razões. Em primeiro lugar, centrado nos júris das provas académicas em agenda não dei atenção ao documento “Missão e futuras escolas da Universidade de Évora” datado de 29 de fevereiro e enviado aos CC. das Áreas departamentais para votação dos três modelos propostos. Na Área Departamental das CHS foi votado na passada 4ª feira, sessão em que não participei. Em segundo lugar, tinha a informação que o Magnifico Reitor tinha apresentado uma nova proposta , divulgada através da UÉ Line, e datada de 11 de Fevereiro. A tabela que se segue mostra os três modelos apresentados aos CC. das áreas departamentais e a proposta reitoral que embora datada de início de fevereiro foi de facto elaborado em data posterior. Quanto ao resto, mantenho o que a questão essencial ontem colocada: para que servirão as Escolas?
HAF
10.00-13.00: Reunião GHContemporânea: distribuição do Serviço Docente 2008-2009 A “ideia” de transformar os cursos em projectos delineados em função não de estratégias mais amplas (investigação/centros de investigação , formação em fileira, criação /consolidação de áreas de excelência com potencial reprodutivo) , mas de uma mera contabilidade de mercearia (despesas – receita= saldo nulo ou positivo) , não é apenas peregrina é nociva da Universidade. Para reduzir custos o melhor é atribuir aos quadros mais qualificados docência de 1º ciclo…. Uma solução completamente perversa.
14.30-18.30: Reunião do Conselho Científico do NICPRI.UE. : uma agenda que passou pelo balanço de actividades, novas redes, organização provisória de um grupo de gestão, articulação de programas de mestrado “locais” e programas de doutoramanto inter-institucionais
II: Ainda as novas Unidades Orgânicas (Escolas) da UE
No diário anterior fui induzido em erro. Por duas razões. Em primeiro lugar, centrado nos júris das provas académicas em agenda não dei atenção ao documento “Missão e futuras escolas da Universidade de Évora” datado de 29 de fevereiro e enviado aos CC. das Áreas departamentais para votação dos três modelos propostos. Na Área Departamental das CHS foi votado na passada 4ª feira, sessão em que não participei. Em segundo lugar, tinha a informação que o Magnifico Reitor tinha apresentado uma nova proposta , divulgada através da UÉ Line, e datada de 11 de Fevereiro. A tabela que se segue mostra os três modelos apresentados aos CC. das áreas departamentais e a proposta reitoral que embora datada de início de fevereiro foi de facto elaborado em data posterior. Quanto ao resto, mantenho o que a questão essencial ontem colocada: para que servirão as Escolas?
HAF
segunda-feira, março 17
9996º Dia
I
9.00-12.30: preparação dos planos de serviço docente do Grupo de História Contemporânea e do 2º Ciclo-Mestrado Estudos Históricos Europeus (2008-09) agora na versão “projecto” .
II
Uma semana ausente e na UÉ nada de novo. Na versão “peculiar” de algumas instituições o ensino superior tornou-se um processo dominantemente burocrático: papeis, papelitos e papelões; Tachos, tachinhos e tachões; cálculos , calculinhos e calculões. Critérios? Rigor? Muitas regras, exigência, qualidade, para toda a gente menos para a “crescente” côrte, com sinais de nepotismo e clientelismo descarados. Deve ser a versão latina, local, da prometida visão de “universidade europeia”.
III: a Universidade de Évora e as “novas” Unidades Orgânicas
Disseram-me que na última reunião da Assembleia Estatutária o Magnífico Reitor teria apresentado uma nova proposta de organização das Escolas. Tratar-se-á da proposta disponível recentemente na UE.LINE mas datada de 11 de fevereiro [4 escolas universitárias + 1 politécnica (Saúde) + Instituto de Investigação e Pós-graduação/IIPG] ? Ela (sendo embora mais aberta) aproxima-se da versão menos concentracionária da proposta (que teve uma divulgação restrita por volta de 20 de Fevereiro) de um outro grupo representado na dita assembleia (3 ou 2 “grandes escolas” universitárias + 1 escola politécnica de saúde + 1 Instituto de Estudos Avançados/IEA) . Uma e outra não justiticam as agregações/associações propostas, mas podemos subentendê-las (ou melhor podemos inventariar vários argumentos para as justificar). Contudo nas duas propostas há uma limitada amplitude na “visão”e “missão” da Universidade de Évora. É notória a excessiva subordinação a um quadro regional tradicional (inspirado numa velha e superada “dualidade” nacional ) quando tal quadro deveria ser “transnacional “, com uma dimensão europeia (unidades regionais similares) e outra focalizada no grande lago do “Atlântico “ , vendo a emergente “comunidade lusófona” como um espaço de crescimento sustentável de longo prazo apoiado na cooperação cientifica, no domínio da investigação e formação, na transferência de conhecimento , na partilha de recursos, etc. ( poderiamos aprender algo com a “velha” experiência da HE netwook que a Commonwealth proporcionou em benefício de todos, adaptando-a ao um tempo que presumimos globalizado) . Na verdade , o pior daquelas soluções está na “visão politécnica de Universidade” que as domina e na sequente estreiteza estratégica que as conduz. Estas dificuldades explicam provavelmente o silêncio no que se refere à “marca” que cada uma das escolas deve ter, limitando-se os proponentes a distribuir as grandes e pequenas áreas departamentais existentes. Não consigo perceber porque lhe chamam “Escolas” e não “Faculdades”, porque nada do que está dito evita uma “integração” por segmentos. Uma “escola” deve ter um projecto global a conduzi-lo que deve colocar-se num patamar bastante acima do somatório dos “projectos” dos segmentos que a compõem. Se assim não for teremos simplesmente Faculdades…A mudança , a modernidade , não está de todo nas designações… E como se articularão as missões das escolas com a do dito IIPG ou IEA? Onde entram os Centros de Investigação? Formas e fórmulas há muitas. A dificuldade está em escolher a adequada e na definição dos elementos que devem presidir a essa escolha. O principal critério deve ser a capacidade instalada e o potencial de crescimento que ela apresenta. E para isso é necessário trabalhar com indicadores transparentes e objectivos. Procedimentos muito cautelosos estão a ser adoptados por outras Univeersidades. As mais importantes estão a trabalhar um plano etapista das reformas: o avanço através de uma escala de etapas com objectivos bem definidos que são superados com solidez, é uma perspectiva sensata, contêm um potencial de sucesso maior, e recomenda-se neste tipo de instituições.
HAF
9.00-12.30: preparação dos planos de serviço docente do Grupo de História Contemporânea e do 2º Ciclo-Mestrado Estudos Históricos Europeus (2008-09) agora na versão “projecto” .
II
Uma semana ausente e na UÉ nada de novo. Na versão “peculiar” de algumas instituições o ensino superior tornou-se um processo dominantemente burocrático: papeis, papelitos e papelões; Tachos, tachinhos e tachões; cálculos , calculinhos e calculões. Critérios? Rigor? Muitas regras, exigência, qualidade, para toda a gente menos para a “crescente” côrte, com sinais de nepotismo e clientelismo descarados. Deve ser a versão latina, local, da prometida visão de “universidade europeia”.
III: a Universidade de Évora e as “novas” Unidades Orgânicas
Disseram-me que na última reunião da Assembleia Estatutária o Magnífico Reitor teria apresentado uma nova proposta de organização das Escolas. Tratar-se-á da proposta disponível recentemente na UE.LINE mas datada de 11 de fevereiro [4 escolas universitárias + 1 politécnica (Saúde) + Instituto de Investigação e Pós-graduação/IIPG] ? Ela (sendo embora mais aberta) aproxima-se da versão menos concentracionária da proposta (que teve uma divulgação restrita por volta de 20 de Fevereiro) de um outro grupo representado na dita assembleia (3 ou 2 “grandes escolas” universitárias + 1 escola politécnica de saúde + 1 Instituto de Estudos Avançados/IEA) . Uma e outra não justiticam as agregações/associações propostas, mas podemos subentendê-las (ou melhor podemos inventariar vários argumentos para as justificar). Contudo nas duas propostas há uma limitada amplitude na “visão”e “missão” da Universidade de Évora. É notória a excessiva subordinação a um quadro regional tradicional (inspirado numa velha e superada “dualidade” nacional ) quando tal quadro deveria ser “transnacional “, com uma dimensão europeia (unidades regionais similares) e outra focalizada no grande lago do “Atlântico “ , vendo a emergente “comunidade lusófona” como um espaço de crescimento sustentável de longo prazo apoiado na cooperação cientifica, no domínio da investigação e formação, na transferência de conhecimento , na partilha de recursos, etc. ( poderiamos aprender algo com a “velha” experiência da HE netwook que a Commonwealth proporcionou em benefício de todos, adaptando-a ao um tempo que presumimos globalizado) . Na verdade , o pior daquelas soluções está na “visão politécnica de Universidade” que as domina e na sequente estreiteza estratégica que as conduz. Estas dificuldades explicam provavelmente o silêncio no que se refere à “marca” que cada uma das escolas deve ter, limitando-se os proponentes a distribuir as grandes e pequenas áreas departamentais existentes. Não consigo perceber porque lhe chamam “Escolas” e não “Faculdades”, porque nada do que está dito evita uma “integração” por segmentos. Uma “escola” deve ter um projecto global a conduzi-lo que deve colocar-se num patamar bastante acima do somatório dos “projectos” dos segmentos que a compõem. Se assim não for teremos simplesmente Faculdades…A mudança , a modernidade , não está de todo nas designações… E como se articularão as missões das escolas com a do dito IIPG ou IEA? Onde entram os Centros de Investigação? Formas e fórmulas há muitas. A dificuldade está em escolher a adequada e na definição dos elementos que devem presidir a essa escolha. O principal critério deve ser a capacidade instalada e o potencial de crescimento que ela apresenta. E para isso é necessário trabalhar com indicadores transparentes e objectivos. Procedimentos muito cautelosos estão a ser adoptados por outras Univeersidades. As mais importantes estão a trabalhar um plano etapista das reformas: o avanço através de uma escala de etapas com objectivos bem definidos que são superados com solidez, é uma perspectiva sensata, contêm um potencial de sucesso maior, e recomenda-se neste tipo de instituições.
HAF
domingo, março 16
9995º Dia
Um dia branco… entre jornais, família e algum descanço, para enfrentar uma semana de “férias escolares” mas de agenda cheia (turoriais com mestrandos em tese (MRIEE), reunião do NICPRI.UE (institucionalização) , reunião do GHP (serviço docente) , Dicionário de HRR, programa de doutormanto, etc. E “accountability”: presta contas (relatório de projecto) e cobrar despesas (adiantamentos…..) .
HAF
HAF
9994º Dia
I
9.00….-16.20: regresso a casa. Um olho no Público (interessante a noticia sobre a natureza e destino do espólio bibliográfico do EPC) e outro em Queba-Sambu: “ Dos fuzilamentos ao caso das bombas da Embaixada da Guiné” (ed.Referendo, 1989, : 1,5 euros algures num livreiro da capital do “norte”. Interessante porque inclui a viagem de um guerrilheiro nacionalista a episódios da guerra colonial na Guiné que encontrei em memórias de militares do exército colonial português. Além disso trata da era pós-colonial, o da construção do estado nacional, na fragmentação do PAIGC e da emergência de oposições internas e de exílio, acolhidos tanto nos paises vizinhos como na antiga “metrópole”. Um dia estas histórias terão de ser cruzadas numa escrita profissional. Este é um dos mais importantes caminhos a seguir na Históriogrfia portuguesa do Século XX.
II
A “Festa do PS” (comício no Porto? Porquê? Da pxróxima vez será em Vigo?): vi as imagens, ouvi os discursos dos políticos do poder e da oposição. Banalizou-se entre a elite politica e alguns meios universitários o recurso à frase mais célebre de JFK . “And so, my fellow Americans, ask not what your country can do for you; ask what you can do for your country.” (20-01-1961) Os ministros e reitores , novos e velhos, que a ela recorreram (em discurso directo ou por interposta pessoa) deveriam ter começado por dar o exemplo, como políticos e académicos. E , já agra, se conhecessem de facto o discurso na integra poderiam ter ponderado uma boa adaptação ao país do que a seguir Kennedy acrescentou: “My fellow citizens of the World, ask not what America will do for you, but what together we can do for the freedom of man. (20-01-1961)”. A diferença entre o que precisamos e o que temos é muito grande. Concordo globalmente com os comentários da Filomena Mónica á situação geral do país (SIC): profunda degradação da via social; avaliação e organização do ensino público; urgente revisão dos processos de representação politica ; e o demérito da obstinação numa reforma globalmente intressante mas pessimamente conduzida. Isso a festa do PS do conseguiu esconder nas quatro paredes que juntou uns poucos milhares de militantes. Já agora os professores “silenciosos” não deveriam ter andado lá por perto.
III
O que continuo a dizer aos meus filhos e aos jovens candidatos a licenciados mantem-se: no estado actual do país o futuro passa muito para além das nossas frontreiras (trabalho para pagar mais formação, novas oportunidades e ficar, ficar onde se pode progredir pelo mérito).
HAF
9.00….-16.20: regresso a casa. Um olho no Público (interessante a noticia sobre a natureza e destino do espólio bibliográfico do EPC) e outro em Queba-Sambu: “ Dos fuzilamentos ao caso das bombas da Embaixada da Guiné” (ed.Referendo, 1989, : 1,5 euros algures num livreiro da capital do “norte”. Interessante porque inclui a viagem de um guerrilheiro nacionalista a episódios da guerra colonial na Guiné que encontrei em memórias de militares do exército colonial português. Além disso trata da era pós-colonial, o da construção do estado nacional, na fragmentação do PAIGC e da emergência de oposições internas e de exílio, acolhidos tanto nos paises vizinhos como na antiga “metrópole”. Um dia estas histórias terão de ser cruzadas numa escrita profissional. Este é um dos mais importantes caminhos a seguir na Históriogrfia portuguesa do Século XX.
II
A “Festa do PS” (comício no Porto? Porquê? Da pxróxima vez será em Vigo?): vi as imagens, ouvi os discursos dos políticos do poder e da oposição. Banalizou-se entre a elite politica e alguns meios universitários o recurso à frase mais célebre de JFK . “And so, my fellow Americans, ask not what your country can do for you; ask what you can do for your country.” (20-01-1961) Os ministros e reitores , novos e velhos, que a ela recorreram (em discurso directo ou por interposta pessoa) deveriam ter começado por dar o exemplo, como políticos e académicos. E , já agra, se conhecessem de facto o discurso na integra poderiam ter ponderado uma boa adaptação ao país do que a seguir Kennedy acrescentou: “My fellow citizens of the World, ask not what America will do for you, but what together we can do for the freedom of man. (20-01-1961)”. A diferença entre o que precisamos e o que temos é muito grande. Concordo globalmente com os comentários da Filomena Mónica á situação geral do país (SIC): profunda degradação da via social; avaliação e organização do ensino público; urgente revisão dos processos de representação politica ; e o demérito da obstinação numa reforma globalmente intressante mas pessimamente conduzida. Isso a festa do PS do conseguiu esconder nas quatro paredes que juntou uns poucos milhares de militantes. Já agora os professores “silenciosos” não deveriam ter andado lá por perto.
III
O que continuo a dizer aos meus filhos e aos jovens candidatos a licenciados mantem-se: no estado actual do país o futuro passa muito para além das nossas frontreiras (trabalho para pagar mais formação, novas oportunidades e ficar, ficar onde se pode progredir pelo mérito).
HAF
sexta-feira, março 14
9993º Dia
I
10.00-13.15: conclusão do concurso catedrático para 2 posições em HMMC_FLP. E um regresso adiado por razões de horário ferroviário deu para tratar outros assuntos académicos (programa 3º ciclo) e fazer uma incursão pelas livrarias e alfarrabistas.
II
A “educação” ganhou, entre a opinião publicada, um estatuto similar ao do desporto rei entre o “povo”. Todos se acham treinadores de bancada. No Público de ontem lá cruzei com mais um desses treinadores-avaliadores. Extraordinaria a ideia peregrina segunda a qual os professores constituem um grupo profissional com (“pequenos”, “grandes”, “médios”, privilégios, depois de quase uma década e meia de progressiva desclassificação/proletarização e até “diabolização” (real e nas representações) deste grupo profissional. Um andamento que tem de ser invertido. A indiscutível qualidade profissional é uma dos elementos da revalorização do grupo , que deve recuperar autoridade, autonomia e ser sujeito a “accountability”. Esta estratégia é indispensável para o país e para a sociedade do conhecimento. Mas deve ser opracionalizada com sensatez. Parece ser esta a vontade actual (não a de dua semanas atrás) do governo (ME) ao recuar (e fez muito bem) e aceitar negociar com os sindicatos (os representantes profissionais dos professores). Esperamos uma negociação de boa fé e positiva para todos. mas as notícias que correm mostram que o sentido da coisa poderá ser outro. Não há pachorra para esta gente.
III
Gosto do Porto tripeiro e deste “pequeno hotel “ que há muitos anos acolheu um rei que por amor não quis ser rei nas terras de SM…. Mas o que preciso mesmo é de regressar a casa.
HAF
10.00-13.15: conclusão do concurso catedrático para 2 posições em HMMC_FLP. E um regresso adiado por razões de horário ferroviário deu para tratar outros assuntos académicos (programa 3º ciclo) e fazer uma incursão pelas livrarias e alfarrabistas.
II
A “educação” ganhou, entre a opinião publicada, um estatuto similar ao do desporto rei entre o “povo”. Todos se acham treinadores de bancada. No Público de ontem lá cruzei com mais um desses treinadores-avaliadores. Extraordinaria a ideia peregrina segunda a qual os professores constituem um grupo profissional com (“pequenos”, “grandes”, “médios”, privilégios, depois de quase uma década e meia de progressiva desclassificação/proletarização e até “diabolização” (real e nas representações) deste grupo profissional. Um andamento que tem de ser invertido. A indiscutível qualidade profissional é uma dos elementos da revalorização do grupo , que deve recuperar autoridade, autonomia e ser sujeito a “accountability”. Esta estratégia é indispensável para o país e para a sociedade do conhecimento. Mas deve ser opracionalizada com sensatez. Parece ser esta a vontade actual (não a de dua semanas atrás) do governo (ME) ao recuar (e fez muito bem) e aceitar negociar com os sindicatos (os representantes profissionais dos professores). Esperamos uma negociação de boa fé e positiva para todos. mas as notícias que correm mostram que o sentido da coisa poderá ser outro. Não há pachorra para esta gente.
III
Gosto do Porto tripeiro e deste “pequeno hotel “ que há muitos anos acolheu um rei que por amor não quis ser rei nas terras de SM…. Mas o que preciso mesmo é de regressar a casa.
HAF
quinta-feira, março 13
9992º Dia
09.00-12.15 e 15.00-20:300: cf documentos dos candidatos a 2 lugares de Catedrático em História FLUP (19 cxs).
HAF
HAF
quarta-feira, março 12
9991º Dia
09.00-12.15 e 15.00-20:00: cf documentos dos candidatos a 2 lugares de Catedrático em História FLUP (19 cxs). O almoço deu para ficar a conhecer a visão de alguns colegas sobre as mudanças em curso no SEU.
Entretanto o mail enche-se de trabalho “burocrático”, sempre urgente (este é um país de urgências) mas raramente prioritário. A agenda da próxima semana (férias!!!!) está esgotada.
Fechado num gabinete não dei pelo mundo … e amanhã a agenda será a mesma. Mas esta programado um “jantar” que promete reunir uma tertúlia interessante. E agora vou passar os olhos pelo Público. Faz-me falta e ajuda a adormecer. Vou evitar ler alguns dos colunistas para retardar o sono….ou notícias do ME onde ainda me cruzo com declarações algum SE a enfatisar que avança recuando. E se agora tiverem algum bom senso se calhar conseguem mesmo.
HAF
Entretanto o mail enche-se de trabalho “burocrático”, sempre urgente (este é um país de urgências) mas raramente prioritário. A agenda da próxima semana (férias!!!!) está esgotada.
Fechado num gabinete não dei pelo mundo … e amanhã a agenda será a mesma. Mas esta programado um “jantar” que promete reunir uma tertúlia interessante. E agora vou passar os olhos pelo Público. Faz-me falta e ajuda a adormecer. Vou evitar ler alguns dos colunistas para retardar o sono….ou notícias do ME onde ainda me cruzo com declarações algum SE a enfatisar que avança recuando. E se agora tiverem algum bom senso se calhar conseguem mesmo.
HAF
terça-feira, março 11
9990º Dia
I
9.oo-12.00: revisão da arguição lição PA MAC e relatório
15.00-18.00: provas de arguição (conclusão).
18.30-19.00: reunião com DHEPRI (um avanço no programa DHC)
22.00-23.00: re-visitar grelha de avaliação acordada para Concurso Prov. Catedráticos
II
Professores e Ministério começam a negociar e agora a palavra chave é “flexibilização”. Finalmente algum juízo. Porque é que os novos modelos de carreira e avaliação nos Açores e Madeira podem ser tão diferentes dos adoptados no continente?
HAF
9.oo-12.00: revisão da arguição lição PA MAC e relatório
15.00-18.00: provas de arguição (conclusão).
18.30-19.00: reunião com DHEPRI (um avanço no programa DHC)
22.00-23.00: re-visitar grelha de avaliação acordada para Concurso Prov. Catedráticos
II
Professores e Ministério começam a negociar e agora a palavra chave é “flexibilização”. Finalmente algum juízo. Porque é que os novos modelos de carreira e avaliação nos Açores e Madeira podem ser tão diferentes dos adoptados no continente?
HAF
segunda-feira, março 10
9989º Dia
I
07.00-12.30: viagem CP para o Porto a caminho de mais umas provas. Uma boa oportunidade para passar os olhos por Staffan Zetterholm (eds.) , National Cultures & European Integration.
13.00-14.30: um almoço interessante para apreciar as diversas soluções que outras universidades estão a encontrar no desenho dos novos estatutos : a orientação dominante nas principais instituições parece ser no sentido de uma grande flexibilidade dos estatutos no que toca à definição das áreas de conhecimento/ faculdades/ escolas/ etc.. deixando para uma segunda fase uma discussão mais sólida e fundamentada das associações/fusões, etc….)
15.00-17.00: Provas de Agregação.
18.30-20.00: revisão de dossiers de avaliação do MEHE
II: Contratos programa Universidades e MCES.
Ouvi dizer que a UÉ já assinou o contracto programa com o Governo. Deve ser boato pois estou seguro que em tal matéria já teria havido informação à Academia. Não digo que os catedráticos tomassem conhecimento dos cenários possíveis. Isso nem pensar. A coisa deve ficar entre um grupo mais íntimo, de forma a conciliar as “velhas boas práticas” com uma “universidade europeia do século XXI”. E o que me vem á cabela e o Jorge Palma. Seja como for conheço alguém que leu documentos sobre o assunto.
É por isso que gosto do método de trabalho decente e transparente do Reitor da Universidade de Lisboa: pouco espetáculo, poucas tiradas dramáticas para os media, mas assertivo no essencial, reorganizar a universidade não para servir clientelas instaladas mas para aumentar e potenciar a capacidade/qualidade instalada. O homem certo no momento certo. Faz-nos falta.
III: Ainda o protesto dos docentes e a “Avaliação dos professores”
Sobre a questão “quente” da avaliação dos professores só numa comunidade de políticos incompetentes se pode deixar de ter em conta o que sobre o assunto escreveu ontem, no Público, António Barreto (Retrato da Semana, 9.03.2008) . Conhecedor profundo do país não tem grandes dúvidas sobre o resultado: “ o sistema de avaliação é a dissolução da autoridade e da hierarquia, assim como um obstáculo ao trabalho em equipa e ao diálogo entre os profissionais. É um programa de desumanização da escola e da profissão docente. Este sistema burocrático é incapaz de avaliara qualidade das pessoas e de perceber o que os professores realmente fazem. É uma cortina de fundo atrás da qual se escondem burocratas e covardes, incapazes de criticar e eelogiar cara a cara um profissional.” Acrescenta ainda que proposta apresentada pelo ME não é uma invenção mas uma cópia recriada… e tem razão. Mas não o sigo na visão de que em si a avaliação é má, porque em muitos paises (onde funcionam padrões de ética politica e profissional muito elevados) estas coisas funcionam com dignidade. Na minha carreira universitária a progressão implicou 6 provas (duas em concurso público) : nelas fui sempre avaliado por colegas com graus académicos e posições universitárias superiores à minha. Não vejo que isso não possa fazer-se noutros níveis do sistema educativo. O que não pode fazer-se é com os professores titulares actuais uma vez que a sua “seleção” foi uma transparente batota, como é sabido.
Hoje não li os jornais mas tive oportunidade de ouvir um militante do PS no seu programa semanal de comentário político. O Dr. António Vitorino tem todo o direito de fazer os comentários que entender . O que me parece ilegítimo e irresponsável é querer fazer passar a ideia de que os professores não querem é ser avaliados. E isso é rotundamente falso. Talvez o comentador tenha dificuldade em perceber que uma avaliação não deve ser “burocrática” . Ela deve fazer-se com transparência profissional, deve impedir que se transforme num pólo de conflito interno para cada uma das escolas (por isso a necessidade de painéis de avaliação de professores inter-escolas), os critérios devem ser harmonizados ( e não como os do concurso de titulares que proporcionou um padrão de desigualdade de critérios díficil de superar) e os membros do júri devem ter qualificações académicas e profissionais acima dos avaliados. Além disso, a avaliação deve fazer-se conhecendo os avaliados com antecipação as regras do jogo. Finalmente , para ser assertiva, todos os agentes do sistema educativo ( políticos, delegados políticos, gestores, quadros intermédios, professores, e progenitores….) devem ser avaliados.
São aliás estes os critérios que defendo para a avaliação do desempenho dos docentes universitários. Um director/presidente de um departamento /Conselho Cientifico7 esocla , faculdade (etc…) pode ter muitas responsabilidades nos resultados dos docentes que integram a unidade .
É claro que colocar a avaliação dos professores no contexto institucional em que a sua acção se concretiza, relativiza muito o seu desempenho e tranfere/reparte uma parte expressiva das responsabilidades para outros actores. Nós sabemos que o ME é insensível a estas matérias e por isso a regular judicialização da sua relação com os professores, funcionários e alunos (a questão da repetição dos exames apenas para uns é uma daquelas coisas que só é aceitável num país contaminado pela cultura da batota).
Por razões circunstanciais há quase vinte anos que passo regularmente junto de uma escola pública na zona do Barreiro/Lavradio. Um horror. Só. Há quase vinte anos. Porque os politicos de facto não são nem avaliados nem responsabilizados, apenas penalisados pelo voto. E isso é muito pouco e pouco mexe com a sua vida , o seu futuro e o futuro dos seus descendentes. Os politicos tem que começar a interiorizar que as pessoas estão a perder a paciência e as coisas podem complicar-se.
E já perceberam que em Portugal o pior que pode acontecer ao país, em “Democracia” é a maioria absoluta partidária. Nenhuma delas foi bem sucedida pela incapacidade democratica dos seus politicos gerarem soluções consensuais (entre os partidos e com a sociedade). E quando olham para a Espanha, que voltou a descolar expressivamente em relação a Portugal , verificam que quer o PP quer o PSOE com uma maioria relativa tem sido globalmente bem sucedidos a acrescentar progresso e bem estar em beneficio dos seus cidadãos. E entre nós, apesar dos enormes recursos solidários proporcionados pela UE, temos um notório retrogresso social nos últimos cinco-seis anos (sendo os melhores indicativos disso, não os níveis de probreza, que não se alteraram , mas o retrogresso da classe média e 60.000 licenciados desempregados… e muitos outros a engrossar a sociedade do “precariato” , em trabalho quase sempre pouco qualificado. E a estatística, que por vezes parece regressar á era da “estadística” esconde muita coisa…
Bem.... vou deitar o olho ao “embate” Monarquia vs República que espero não se limite a disputas ideológicas entre Opus Dei /Causa Monárquica e Maçonaria republicana. Mas se tal acontecer também não serei apanhado de surpresa.
HAF
07.00-12.30: viagem CP para o Porto a caminho de mais umas provas. Uma boa oportunidade para passar os olhos por Staffan Zetterholm (eds.) , National Cultures & European Integration.
13.00-14.30: um almoço interessante para apreciar as diversas soluções que outras universidades estão a encontrar no desenho dos novos estatutos : a orientação dominante nas principais instituições parece ser no sentido de uma grande flexibilidade dos estatutos no que toca à definição das áreas de conhecimento/ faculdades/ escolas/ etc.. deixando para uma segunda fase uma discussão mais sólida e fundamentada das associações/fusões, etc….)
15.00-17.00: Provas de Agregação.
18.30-20.00: revisão de dossiers de avaliação do MEHE
II: Contratos programa Universidades e MCES.
Ouvi dizer que a UÉ já assinou o contracto programa com o Governo. Deve ser boato pois estou seguro que em tal matéria já teria havido informação à Academia. Não digo que os catedráticos tomassem conhecimento dos cenários possíveis. Isso nem pensar. A coisa deve ficar entre um grupo mais íntimo, de forma a conciliar as “velhas boas práticas” com uma “universidade europeia do século XXI”. E o que me vem á cabela e o Jorge Palma. Seja como for conheço alguém que leu documentos sobre o assunto.
É por isso que gosto do método de trabalho decente e transparente do Reitor da Universidade de Lisboa: pouco espetáculo, poucas tiradas dramáticas para os media, mas assertivo no essencial, reorganizar a universidade não para servir clientelas instaladas mas para aumentar e potenciar a capacidade/qualidade instalada. O homem certo no momento certo. Faz-nos falta.
III: Ainda o protesto dos docentes e a “Avaliação dos professores”
Sobre a questão “quente” da avaliação dos professores só numa comunidade de políticos incompetentes se pode deixar de ter em conta o que sobre o assunto escreveu ontem, no Público, António Barreto (Retrato da Semana, 9.03.2008) . Conhecedor profundo do país não tem grandes dúvidas sobre o resultado: “ o sistema de avaliação é a dissolução da autoridade e da hierarquia, assim como um obstáculo ao trabalho em equipa e ao diálogo entre os profissionais. É um programa de desumanização da escola e da profissão docente. Este sistema burocrático é incapaz de avaliara qualidade das pessoas e de perceber o que os professores realmente fazem. É uma cortina de fundo atrás da qual se escondem burocratas e covardes, incapazes de criticar e eelogiar cara a cara um profissional.” Acrescenta ainda que proposta apresentada pelo ME não é uma invenção mas uma cópia recriada… e tem razão. Mas não o sigo na visão de que em si a avaliação é má, porque em muitos paises (onde funcionam padrões de ética politica e profissional muito elevados) estas coisas funcionam com dignidade. Na minha carreira universitária a progressão implicou 6 provas (duas em concurso público) : nelas fui sempre avaliado por colegas com graus académicos e posições universitárias superiores à minha. Não vejo que isso não possa fazer-se noutros níveis do sistema educativo. O que não pode fazer-se é com os professores titulares actuais uma vez que a sua “seleção” foi uma transparente batota, como é sabido.
Hoje não li os jornais mas tive oportunidade de ouvir um militante do PS no seu programa semanal de comentário político. O Dr. António Vitorino tem todo o direito de fazer os comentários que entender . O que me parece ilegítimo e irresponsável é querer fazer passar a ideia de que os professores não querem é ser avaliados. E isso é rotundamente falso. Talvez o comentador tenha dificuldade em perceber que uma avaliação não deve ser “burocrática” . Ela deve fazer-se com transparência profissional, deve impedir que se transforme num pólo de conflito interno para cada uma das escolas (por isso a necessidade de painéis de avaliação de professores inter-escolas), os critérios devem ser harmonizados ( e não como os do concurso de titulares que proporcionou um padrão de desigualdade de critérios díficil de superar) e os membros do júri devem ter qualificações académicas e profissionais acima dos avaliados. Além disso, a avaliação deve fazer-se conhecendo os avaliados com antecipação as regras do jogo. Finalmente , para ser assertiva, todos os agentes do sistema educativo ( políticos, delegados políticos, gestores, quadros intermédios, professores, e progenitores….) devem ser avaliados.
São aliás estes os critérios que defendo para a avaliação do desempenho dos docentes universitários. Um director/presidente de um departamento /Conselho Cientifico7 esocla , faculdade (etc…) pode ter muitas responsabilidades nos resultados dos docentes que integram a unidade .
É claro que colocar a avaliação dos professores no contexto institucional em que a sua acção se concretiza, relativiza muito o seu desempenho e tranfere/reparte uma parte expressiva das responsabilidades para outros actores. Nós sabemos que o ME é insensível a estas matérias e por isso a regular judicialização da sua relação com os professores, funcionários e alunos (a questão da repetição dos exames apenas para uns é uma daquelas coisas que só é aceitável num país contaminado pela cultura da batota).
Por razões circunstanciais há quase vinte anos que passo regularmente junto de uma escola pública na zona do Barreiro/Lavradio. Um horror. Só. Há quase vinte anos. Porque os politicos de facto não são nem avaliados nem responsabilizados, apenas penalisados pelo voto. E isso é muito pouco e pouco mexe com a sua vida , o seu futuro e o futuro dos seus descendentes. Os politicos tem que começar a interiorizar que as pessoas estão a perder a paciência e as coisas podem complicar-se.
E já perceberam que em Portugal o pior que pode acontecer ao país, em “Democracia” é a maioria absoluta partidária. Nenhuma delas foi bem sucedida pela incapacidade democratica dos seus politicos gerarem soluções consensuais (entre os partidos e com a sociedade). E quando olham para a Espanha, que voltou a descolar expressivamente em relação a Portugal , verificam que quer o PP quer o PSOE com uma maioria relativa tem sido globalmente bem sucedidos a acrescentar progresso e bem estar em beneficio dos seus cidadãos. E entre nós, apesar dos enormes recursos solidários proporcionados pela UE, temos um notório retrogresso social nos últimos cinco-seis anos (sendo os melhores indicativos disso, não os níveis de probreza, que não se alteraram , mas o retrogresso da classe média e 60.000 licenciados desempregados… e muitos outros a engrossar a sociedade do “precariato” , em trabalho quase sempre pouco qualificado. E a estatística, que por vezes parece regressar á era da “estadística” esconde muita coisa…
Bem.... vou deitar o olho ao “embate” Monarquia vs República que espero não se limite a disputas ideológicas entre Opus Dei /Causa Monárquica e Maçonaria republicana. Mas se tal acontecer também não serei apanhado de surpresa.
HAF
9989º Dia
I
07.00-12.30: viagem CP para o Porto a caminho de mais umas provas. Uma boa oportunidade para passar os olhos por Staffan Zetterholm (eds.) , National Cultures & European Integration.
13.00-14.30: um almoço interessante para apreciar as diversas soluções que outras universidades estão a encontrar no desenho dos novos estatutos : a orientação dominante nas principais instituições parece ser no sentido de uma grande flexibilidade dos estatutos no que toca à definição das áreas de conhecimento/ faculdades/ escolas/ etc.. deixando para uma segunda fase uma discussão mais sólida e fundamentada das associações/fusões, etc….)
15.00-17.00: Provas de Agregação.
18.30-20.00: revisão de dossiers de avaliação do MEHE
II: Contratos programa Universidades e MCES.
Ouvi dizer que a UÉ já assinou o contracto programa com o Governo. Deve ser boato pois estou seguro que em tal matéria já teria havido informação à Academia. Não digo que os catedráticos tomassem conhecimento dos cenários possíveis. Isso nem pensar. A coisa deve ficar entre um grupo mais íntimo, de forma a conciliar as “velhas boas práticas” com uma “universidade europeia do século XXI”. E o que me vem á cabela e o Jorge Palma. Seja como for conheço alguém que leu documentos sobre o assunto.
É por isso que gosto do método de trabalho decente e transparente do Reitor da Universidade de Lisboa: pouco espetáculo, poucas tiradas dramáticas para os media, mas assertivo no essencial, reorganizar a universidade não para servir clientelas instaladas mas para aumentar e potenciar a capacidade/qualidade instalada. O homem certo no momento certo. Faz-nos falta.
III: Ainda o protesto dos docentes e a “Avaliação dos professores”
Sobre a questão “quente” da avaliação dos professores só numa comunidade de políticos incompetentes se pode deixar de ter em conta o que sobre o assunto escreveu ontem, no Público, António Barreto (Retrato da Semana, 9.03.2008) . Conhecedor profundo do país não tem grandes dúvidas sobre o resultado: “ o sistema de avaliação é a dissolução da autoridade e da hierarquia, assim como um obstáculo ao trabalho em equipa e ao diálogo entre os profissionais. É um programa de desumanização da escola e da profissão docente. Este sistema burocrático é incapaz de avaliara qualidade das pessoas e de perceber o que os professores realmente fazem. É uma cortina de fundo atrás da qual se escondem burocratas e covardes, incapazes de criticar e eelogiar cara a cara um profissional.” Acrescenta ainda que proposta apresentada pelo ME não é uma invenção mas uma cópia recriada… e tem razão. Mas não o sigo na visão de que em si a avaliação é má, porque em muitos paises (onde funcionam padrões de ética politica e profissional muito elevados) estas coisas funcionam com dignidade. Na minha carreira universitária a progressão implicou 6 provas (duas em concurso público) : nelas fui sempre avaliado por colegas com graus académicos e posições universitárias superiores à minha. Não vejo que isso não possa fazer-se noutros níveis do sistema educativo. O que não pode fazer-se é com os professores titulares actuais uma vez que a sua “seleção” foi uma transparente batota, como é sabido.
Hoje não li os jornais mas tive oportunidade de ouvir um militante do PS no seu programa semanal de comentário político. O Dr. António Vitorino tem todo o direito de fazer os comentários que entender . O que me parece ilegítimo e irresponsável é querer fazer passar a ideia de que os professores não querem é ser avaliados. E isso é rotundamente falso. Talvez o comentador tenha dificuldade em perceber que uma avaliação não deve ser “burocrática” . Ela deve fazer-se com transparência profissional, deve impedir que se transforme num pólo de conflito interno para cada uma das escolas (por isso a necessidade de painéis de avaliação de professores inter-escolas), os critérios devem ser harmonizados ( e não como os do concurso de titulares que proporcionou um padrão de desigualdade de critérios díficil de superar) e os membros do júri devem ter qualificações académicas e profissionais acima dos avaliados. Além disso, a avaliação deve fazer-se conhecendo os avaliados com antecipação as regras do jogo. Finalmente , para ser assertiva, todos os agentes do sistema educativo ( políticos, delegados políticos, gestores, quadros intermédios, professores, e progenitores….) devem ser avaliados.
São aliás estes os critérios que defendo para a avaliação do desempenho dos docentes universitários. Um director/presidente de um departamento /Conselho Cientifico7 esocla , faculdade (etc…) pode ter muitas responsabilidades nos resultados dos docentes que integram a unidade .
É claro que colocar a avaliação dos professores no contexto institucional em que a sua acção se concretiza, relativiza muito o seu desempenho e tranfere/reparte uma parte expressiva das responsabilidades para outros actores. Nós sabemos que o ME é insensível a estas matérias e por isso a regular judicialização da sua relação com os professores, funcionários e alunos (a questão da repetição dos exames apenas para uns é uma daquelas coisas que só é aceitável num país contaminado pela cultura da batota).
Por razões circunstanciais há quase vinte anos que passo regularmente junto de uma escola pública na zona do Barreiro/Lavradio. Um horror. Só. Há quase vinte anos. Porque os politicos de facto não são nem avaliados nem responsabilizados, apenas penalisados pelo voto. E isso é muito pouco e pouco mexe com a sua vida , o seu futuro e o futuro dos seus descendentes. Os politicos tem que começar a interiorizar que as pessoas estão a perder a paciência e as coisas podem complicar-se.
E já perceberam que em Portugal o pior que pode acontecer ao país, em “Democracia” é a maioria absoluta partidária. Nenhuma delas foi bem sucedida pela incapacidade democratica dos seus politicos gerarem soluções consensuais (entre os partidos e com a sociedade). E quando olham para a Espanha, que voltou a descolar expressivamente em relação a Portugal , verificam que quer o PP quer o PSOE com uma maioria relativa tem sido globalmente bem sucedidos a acrescentar progresso e bem estar em beneficio dos seus cidadãos. E entre nós, apesar dos enormes recursos solidários proporcionados pela UE, temos um notório retrogresso social nos últimos cinco-seis anos (sendo os melhores indicativos disso, não os níveis de probreza, que não se alteraram , mas o retrogresso da classe média e 60.000 licenciados desempregados… e muitos outros a engrossar a sociedade do “precariato” , em trabalho quase sempre pouco qualificado. E a estatística, que por vezes parece regressar á era da “estadística” esconde muita coisa…
Bem.... vou deitar o olho ao “embate” Monarquia vs República que espero não se limite a disputas ideológicas entre Opus Dei /Causa Monárquica e Maçonaria republicana. Mas se tal acontecer também não serei apanhado de surpresa.
HAF
07.00-12.30: viagem CP para o Porto a caminho de mais umas provas. Uma boa oportunidade para passar os olhos por Staffan Zetterholm (eds.) , National Cultures & European Integration.
13.00-14.30: um almoço interessante para apreciar as diversas soluções que outras universidades estão a encontrar no desenho dos novos estatutos : a orientação dominante nas principais instituições parece ser no sentido de uma grande flexibilidade dos estatutos no que toca à definição das áreas de conhecimento/ faculdades/ escolas/ etc.. deixando para uma segunda fase uma discussão mais sólida e fundamentada das associações/fusões, etc….)
15.00-17.00: Provas de Agregação.
18.30-20.00: revisão de dossiers de avaliação do MEHE
II: Contratos programa Universidades e MCES.
Ouvi dizer que a UÉ já assinou o contracto programa com o Governo. Deve ser boato pois estou seguro que em tal matéria já teria havido informação à Academia. Não digo que os catedráticos tomassem conhecimento dos cenários possíveis. Isso nem pensar. A coisa deve ficar entre um grupo mais íntimo, de forma a conciliar as “velhas boas práticas” com uma “universidade europeia do século XXI”. E o que me vem á cabela e o Jorge Palma. Seja como for conheço alguém que leu documentos sobre o assunto.
É por isso que gosto do método de trabalho decente e transparente do Reitor da Universidade de Lisboa: pouco espetáculo, poucas tiradas dramáticas para os media, mas assertivo no essencial, reorganizar a universidade não para servir clientelas instaladas mas para aumentar e potenciar a capacidade/qualidade instalada. O homem certo no momento certo. Faz-nos falta.
III: Ainda o protesto dos docentes e a “Avaliação dos professores”
Sobre a questão “quente” da avaliação dos professores só numa comunidade de políticos incompetentes se pode deixar de ter em conta o que sobre o assunto escreveu ontem, no Público, António Barreto (Retrato da Semana, 9.03.2008) . Conhecedor profundo do país não tem grandes dúvidas sobre o resultado: “ o sistema de avaliação é a dissolução da autoridade e da hierarquia, assim como um obstáculo ao trabalho em equipa e ao diálogo entre os profissionais. É um programa de desumanização da escola e da profissão docente. Este sistema burocrático é incapaz de avaliara qualidade das pessoas e de perceber o que os professores realmente fazem. É uma cortina de fundo atrás da qual se escondem burocratas e covardes, incapazes de criticar e eelogiar cara a cara um profissional.” Acrescenta ainda que proposta apresentada pelo ME não é uma invenção mas uma cópia recriada… e tem razão. Mas não o sigo na visão de que em si a avaliação é má, porque em muitos paises (onde funcionam padrões de ética politica e profissional muito elevados) estas coisas funcionam com dignidade. Na minha carreira universitária a progressão implicou 6 provas (duas em concurso público) : nelas fui sempre avaliado por colegas com graus académicos e posições universitárias superiores à minha. Não vejo que isso não possa fazer-se noutros níveis do sistema educativo. O que não pode fazer-se é com os professores titulares actuais uma vez que a sua “seleção” foi uma transparente batota, como é sabido.
Hoje não li os jornais mas tive oportunidade de ouvir um militante do PS no seu programa semanal de comentário político. O Dr. António Vitorino tem todo o direito de fazer os comentários que entender . O que me parece ilegítimo e irresponsável é querer fazer passar a ideia de que os professores não querem é ser avaliados. E isso é rotundamente falso. Talvez o comentador tenha dificuldade em perceber que uma avaliação não deve ser “burocrática” . Ela deve fazer-se com transparência profissional, deve impedir que se transforme num pólo de conflito interno para cada uma das escolas (por isso a necessidade de painéis de avaliação de professores inter-escolas), os critérios devem ser harmonizados ( e não como os do concurso de titulares que proporcionou um padrão de desigualdade de critérios díficil de superar) e os membros do júri devem ter qualificações académicas e profissionais acima dos avaliados. Além disso, a avaliação deve fazer-se conhecendo os avaliados com antecipação as regras do jogo. Finalmente , para ser assertiva, todos os agentes do sistema educativo ( políticos, delegados políticos, gestores, quadros intermédios, professores, e progenitores….) devem ser avaliados.
São aliás estes os critérios que defendo para a avaliação do desempenho dos docentes universitários. Um director/presidente de um departamento /Conselho Cientifico7 esocla , faculdade (etc…) pode ter muitas responsabilidades nos resultados dos docentes que integram a unidade .
É claro que colocar a avaliação dos professores no contexto institucional em que a sua acção se concretiza, relativiza muito o seu desempenho e tranfere/reparte uma parte expressiva das responsabilidades para outros actores. Nós sabemos que o ME é insensível a estas matérias e por isso a regular judicialização da sua relação com os professores, funcionários e alunos (a questão da repetição dos exames apenas para uns é uma daquelas coisas que só é aceitável num país contaminado pela cultura da batota).
Por razões circunstanciais há quase vinte anos que passo regularmente junto de uma escola pública na zona do Barreiro/Lavradio. Um horror. Só. Há quase vinte anos. Porque os politicos de facto não são nem avaliados nem responsabilizados, apenas penalisados pelo voto. E isso é muito pouco e pouco mexe com a sua vida , o seu futuro e o futuro dos seus descendentes. Os politicos tem que começar a interiorizar que as pessoas estão a perder a paciência e as coisas podem complicar-se.
E já perceberam que em Portugal o pior que pode acontecer ao país, em “Democracia” é a maioria absoluta partidária. Nenhuma delas foi bem sucedida pela incapacidade democratica dos seus politicos gerarem soluções consensuais (entre os partidos e com a sociedade). E quando olham para a Espanha, que voltou a descolar expressivamente em relação a Portugal , verificam que quer o PP quer o PSOE com uma maioria relativa tem sido globalmente bem sucedidos a acrescentar progresso e bem estar em beneficio dos seus cidadãos. E entre nós, apesar dos enormes recursos solidários proporcionados pela UE, temos um notório retrogresso social nos últimos cinco-seis anos (sendo os melhores indicativos disso, não os níveis de probreza, que não se alteraram , mas o retrogresso da classe média e 60.000 licenciados desempregados… e muitos outros a engrossar a sociedade do “precariato” , em trabalho quase sempre pouco qualificado. E a estatística, que por vezes parece regressar á era da “estadística” esconde muita coisa…
Bem.... vou deitar o olho ao “embate” Monarquia vs República que espero não se limite a disputas ideológicas entre Opus Dei /Causa Monárquica e Maçonaria republicana. Mas se tal acontecer também não serei apanhado de surpresa.
HAF
domingo, março 9
9988º Dia
I
Um dia à volta de uma agregação, duas cátedras e uma mala de viagem.
II
Ontem a “Escola Pública na rua” enfrentou a amargurada arrogância do Poder de Maioria Absoluta na mais importante manifestação “profissional” da História Portuguesa (e de dimensões raras na Europa)
[Fotos da Lusa e de Vera Moutinho]
Por detrás destas fotografias estiveram 70% dos professores do Ensino Público (não superior) do país (143.000). Muitos mais ficaram nas suas aldeias, vilas e cidades porque esgotou-se o parque de aluguer de autocarros. É apenas insultuoso considerar “mal informados” (desconhecimento) um dos sectores profissionais mais qualificados do país.
Parece sensato considerar ter chegado ao limite a oportunidade da Srª Ministra da Educação ter sido um exemplo de competência técnica e política na operacionalização de uma indispensável reforma educativa. A senhora não foi capaz de fazer com sensatez um trabalho difícil. Fez o mais fácil: TENTAR REFORMAR SEM CONCERTAÇÃO, SEM TRANSPARÊNCIA E CONTRA AS PESSOAS. A partir de agora, com ela no Governo, o país está a perder tempo, dinheiro e qualificação. A perder muito tempo e muito dinheiro e, o pior de tudo, a tramar o futuro de muitos jovens. A SRª MINISTRA DEVERIA EVITAR DEIXAR O PAÍS HERDEIRO DESTE CONTRIBUTO E LIBERTO DE UMA MEMÓRIA TÃO NEGATIVA. Os Sindicatos (e não gostei de tudo o que vi) e os Professores devem ponderar a forma como fazer a transição da rua para um patamar mais criativo (sem becos). Vi hoje alguns sinais deste risco. Estou convicto que Mário Nogueira, o SG da FRENPROF, que soube ser o homem certo que estando no lugar certo criou o “momento certo” não se deixará deslumbrar e saberá sair da rua no momento certo. O país ficará melhor. Os próximos dias serão decisivos….
O Governo não deve dar importância nenhuma às considerações do impagável SEE Valter Lemos sobre o fim do sindicalismo (uma das marcas dos ditos peritos em Eduquês é a ignorância do contexto) mas pensar no extraodinário significado da declaração de uma das professoras que esteve entre centena de milhar de manifestantes: «Mais do que fazer aquilo que me dizem os sindicatos, faço o que quero fazer por mim». [Paula Cristina Fernandes, professora de inglês na Escola dos Marrazes, em Leiria]. Cá por casa, a pessoa mais envolvida na matéria deixou este breve comentário: “ ontem recuperei o orgulho de ser professora “.
Uma nota final para a extraordinária reacção do dr. Augusto Santos Silva , típico ministro do lado triste do regime (estava a ver se me lembrava de algo útil e duradouro que ele como ministro de tantas coisas nos tivesse legado ….).
HAF
Um dia à volta de uma agregação, duas cátedras e uma mala de viagem.
II
Ontem a “Escola Pública na rua” enfrentou a amargurada arrogância do Poder de Maioria Absoluta na mais importante manifestação “profissional” da História Portuguesa (e de dimensões raras na Europa)
[Fotos da Lusa e de Vera Moutinho]
Por detrás destas fotografias estiveram 70% dos professores do Ensino Público (não superior) do país (143.000). Muitos mais ficaram nas suas aldeias, vilas e cidades porque esgotou-se o parque de aluguer de autocarros. É apenas insultuoso considerar “mal informados” (desconhecimento) um dos sectores profissionais mais qualificados do país.
Parece sensato considerar ter chegado ao limite a oportunidade da Srª Ministra da Educação ter sido um exemplo de competência técnica e política na operacionalização de uma indispensável reforma educativa. A senhora não foi capaz de fazer com sensatez um trabalho difícil. Fez o mais fácil: TENTAR REFORMAR SEM CONCERTAÇÃO, SEM TRANSPARÊNCIA E CONTRA AS PESSOAS. A partir de agora, com ela no Governo, o país está a perder tempo, dinheiro e qualificação. A perder muito tempo e muito dinheiro e, o pior de tudo, a tramar o futuro de muitos jovens. A SRª MINISTRA DEVERIA EVITAR DEIXAR O PAÍS HERDEIRO DESTE CONTRIBUTO E LIBERTO DE UMA MEMÓRIA TÃO NEGATIVA. Os Sindicatos (e não gostei de tudo o que vi) e os Professores devem ponderar a forma como fazer a transição da rua para um patamar mais criativo (sem becos). Vi hoje alguns sinais deste risco. Estou convicto que Mário Nogueira, o SG da FRENPROF, que soube ser o homem certo que estando no lugar certo criou o “momento certo” não se deixará deslumbrar e saberá sair da rua no momento certo. O país ficará melhor. Os próximos dias serão decisivos….
O Governo não deve dar importância nenhuma às considerações do impagável SEE Valter Lemos sobre o fim do sindicalismo (uma das marcas dos ditos peritos em Eduquês é a ignorância do contexto) mas pensar no extraodinário significado da declaração de uma das professoras que esteve entre centena de milhar de manifestantes: «Mais do que fazer aquilo que me dizem os sindicatos, faço o que quero fazer por mim». [Paula Cristina Fernandes, professora de inglês na Escola dos Marrazes, em Leiria]. Cá por casa, a pessoa mais envolvida na matéria deixou este breve comentário: “ ontem recuperei o orgulho de ser professora “.
Uma nota final para a extraordinária reacção do dr. Augusto Santos Silva , típico ministro do lado triste do regime (estava a ver se me lembrava de algo útil e duradouro que ele como ministro de tantas coisas nos tivesse legado ….).
HAF
sábado, março 8
9987º Dia
I
9.00:12..30
14.00-20.00: preparação da discussão de um relatório em provas de agregação
II: Um "momento extraordinário " na História da Educação e dos Professores Portugueses.
Estou com a “Marcha da Indignação” pela “boa” reforma educativa: pela promoção/ hierarquia dos professores sem uma escandalosa batota (como foi o concurso para os titulares);pela avaliação transparente; pela reforma dos conteúdos e dos métodos de trabalho. E estou, como muitos, farto de políticos incompetentes (os que não conseguem reformar sem fracturas evitáveis). Dos que estão no governo e daqueles que estão em posições de topo de empresas e instituições públicas e privadas. Como há uma regular dança de cadeiras entre as posições públicas, privadas e governativas tenho reservas em relação à proposta de uma ex-pormuitopoucotempo-ministro segundo a qual uma melhoria substancial dos salários aumentaria a imunidade e insensibilidade dos politicos à troca de favores (ver Público ontem). Primeiro é preciso afastar o velho e monstruoso “mandarinato” que o “centrão” criou nas últimas décadas.
Apenas uma nota sobre a avaliação. Como noutras instituições educativas ela deve ser transparente, de preferência por júris não restritos a uma escola, e deve compreender os professores e todos os agentes educativos, incluindo os dirigentes das escolas e os burocráticas regionais e centrais de confiança política, e os representantes dos pais; ela deve ainda incidir sobre o "centro" do Ministério da Educação.
III
Só hoje reparei, ao arrumar os diários, que no sábado passado o Público incluira uma reação do Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Públicas ao «Relatório. A Procura de emprego dos diplomados com habilitação superior” [Fevereiro 2008], elaborado pelo GPEARI do MCTES e disponível no seu “site”, juntamente com os dados em excel e relatório e dados do semestre anterior). Comentei-o neste Diário (nº 9975). O Reitor da Universidade de Coimbra realça os “erros pontuais” e a pouca fiabilidade dos dados. E tem toda a razão.
IV
No final da noite passada ainda estive à janela a ver passar o “Expresso da Meia-Noite” (SIC) conduzido por Nicolau Santos e Ricardo Costa. Quando cheguei à janela já o combóio ia quase a meio da discussão sobre a "marcha da indignação" dos professores a favor da Educação, e de uma boa reforma educativa. Entre os panelistas a"arrogância era directamente proporcional à ignorância". A Helena Matos, a Maria Flôr e o Mário Bettencourt Resende tiveram a humildade e decência de realçar a complexidade do problema (nos planos tecnico-educativo, profissional e político) e os erros estratégicos da ministra e do governo. Os pivots estiveram entre a graçola e a quase absoluta ignorância. O senhor do “Expresso” fez o que foi capaz (pouco) , andou quase sempre ao lado da questão em debate e quando nela quis entrar foi com a perigrina ideia dos exames aos professores (a drivelling idiot idea is born….). De útil ficou a leitura da Maria Flôr: as experiências de maioria absoluta em Portugal (PSD ou PS) ajudaram quase nada o país a mudar os seus traços estruturais e isto por uma manifesta incapacidade dos politicos , mais afoitos ao uso da enraizada cultura do facilitismo autoritário (serôdia e parola nos tempos que correm) do que a colocar a inteligência ao serviço da negociação.
HAF
9.00:12..30
14.00-20.00: preparação da discussão de um relatório em provas de agregação
II: Um "momento extraordinário " na História da Educação e dos Professores Portugueses.
Estou com a “Marcha da Indignação” pela “boa” reforma educativa: pela promoção/ hierarquia dos professores sem uma escandalosa batota (como foi o concurso para os titulares);pela avaliação transparente; pela reforma dos conteúdos e dos métodos de trabalho. E estou, como muitos, farto de políticos incompetentes (os que não conseguem reformar sem fracturas evitáveis). Dos que estão no governo e daqueles que estão em posições de topo de empresas e instituições públicas e privadas. Como há uma regular dança de cadeiras entre as posições públicas, privadas e governativas tenho reservas em relação à proposta de uma ex-pormuitopoucotempo-ministro segundo a qual uma melhoria substancial dos salários aumentaria a imunidade e insensibilidade dos politicos à troca de favores (ver Público ontem). Primeiro é preciso afastar o velho e monstruoso “mandarinato” que o “centrão” criou nas últimas décadas.
Apenas uma nota sobre a avaliação. Como noutras instituições educativas ela deve ser transparente, de preferência por júris não restritos a uma escola, e deve compreender os professores e todos os agentes educativos, incluindo os dirigentes das escolas e os burocráticas regionais e centrais de confiança política, e os representantes dos pais; ela deve ainda incidir sobre o "centro" do Ministério da Educação.
III
Só hoje reparei, ao arrumar os diários, que no sábado passado o Público incluira uma reação do Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Públicas ao «Relatório. A Procura de emprego dos diplomados com habilitação superior” [Fevereiro 2008], elaborado pelo GPEARI do MCTES e disponível no seu “site”, juntamente com os dados em excel e relatório e dados do semestre anterior). Comentei-o neste Diário (nº 9975). O Reitor da Universidade de Coimbra realça os “erros pontuais” e a pouca fiabilidade dos dados. E tem toda a razão.
IV
No final da noite passada ainda estive à janela a ver passar o “Expresso da Meia-Noite” (SIC) conduzido por Nicolau Santos e Ricardo Costa. Quando cheguei à janela já o combóio ia quase a meio da discussão sobre a "marcha da indignação" dos professores a favor da Educação, e de uma boa reforma educativa. Entre os panelistas a"arrogância era directamente proporcional à ignorância". A Helena Matos, a Maria Flôr e o Mário Bettencourt Resende tiveram a humildade e decência de realçar a complexidade do problema (nos planos tecnico-educativo, profissional e político) e os erros estratégicos da ministra e do governo. Os pivots estiveram entre a graçola e a quase absoluta ignorância. O senhor do “Expresso” fez o que foi capaz (pouco) , andou quase sempre ao lado da questão em debate e quando nela quis entrar foi com a perigrina ideia dos exames aos professores (a drivelling idiot idea is born….). De útil ficou a leitura da Maria Flôr: as experiências de maioria absoluta em Portugal (PSD ou PS) ajudaram quase nada o país a mudar os seus traços estruturais e isto por uma manifesta incapacidade dos politicos , mais afoitos ao uso da enraizada cultura do facilitismo autoritário (serôdia e parola nos tempos que correm) do que a colocar a inteligência ao serviço da negociação.
HAF
sexta-feira, março 7
9986º Dia
I
09.00-11.30: Relatório de Agregação
11.00-13.00: Júri Prémio ENEH 08
14.30-18.00: Preparação de comunicação: Novos Paradigmas Historiográficos, a escrita da História da Europa, a formação de historiadores profissionais e as condições para oportunidades de trabalho num mercado global. (ENEH 08)
II
Amanhã estarei com a Manifestação da Indignação, pela Educação, pela Avaliação dos Professores, pela Transparência e contra o Portugal da Batota, o do amiguismo, e do dobra-espinhismo, e o da incompetência política.
HAF
09.00-11.30: Relatório de Agregação
11.00-13.00: Júri Prémio ENEH 08
14.30-18.00: Preparação de comunicação: Novos Paradigmas Historiográficos, a escrita da História da Europa, a formação de historiadores profissionais e as condições para oportunidades de trabalho num mercado global. (ENEH 08)
II
Amanhã estarei com a Manifestação da Indignação, pela Educação, pela Avaliação dos Professores, pela Transparência e contra o Portugal da Batota, o do amiguismo, e do dobra-espinhismo, e o da incompetência política.
HAF
quinta-feira, março 6
9985º Dia
I
10.00-12.00: leitura textos Candidatos ao Prémio ENEH
12..00-13.00: preparação textos HCTN-DTese
14.30-16.15: Leituras paper ao ENEH
16.30-17.30: burocracia MEHE
17.30-20.30: Seminário HCTN-Dtese
II
Morreu Joel Serrão, um Historiador “hermenêutico”. Ouvi-o numa notícia breve de rádio. Não sei se não faço parte da última geração que leu tudo o que ele publicou sobre a história nacional. Dele me distanciaram as minhas investigações em alguns campos . Mas se houve literatura histórica profissional que me estimulou foi a deste historiador, muitas vezes ensaísta, com com cruzei apenas duas ou três vezes na minha carreira. Para os incautos deixou entre outras uma obra grande, planeada a partir de um outro projecto desenhado no final dos anos 1950s, e organizada e dirigida nos anos 1960: O Dicionário de História de Portugal, que obedeceu a um desenho moderno na escrita da história nacional e abriu o caminho ao que outros chamaram a “Era de Caim” e do “Diabo à Solta”: os estudos históricos nacionais sobre os Séculos XIX e XX. Sendo nós tributários disso, dele herdamos um grande legado que deve ser lido como os grandes historiadores, os pioneiros, merecem: com sentido crítico. É melhor homenagem que os historidadores profissionais podem prestar-lhe.
HAF
10.00-12.00: leitura textos Candidatos ao Prémio ENEH
12..00-13.00: preparação textos HCTN-DTese
14.30-16.15: Leituras paper ao ENEH
16.30-17.30: burocracia MEHE
17.30-20.30: Seminário HCTN-Dtese
II
Morreu Joel Serrão, um Historiador “hermenêutico”. Ouvi-o numa notícia breve de rádio. Não sei se não faço parte da última geração que leu tudo o que ele publicou sobre a história nacional. Dele me distanciaram as minhas investigações em alguns campos . Mas se houve literatura histórica profissional que me estimulou foi a deste historiador, muitas vezes ensaísta, com com cruzei apenas duas ou três vezes na minha carreira. Para os incautos deixou entre outras uma obra grande, planeada a partir de um outro projecto desenhado no final dos anos 1950s, e organizada e dirigida nos anos 1960: O Dicionário de História de Portugal, que obedeceu a um desenho moderno na escrita da história nacional e abriu o caminho ao que outros chamaram a “Era de Caim” e do “Diabo à Solta”: os estudos históricos nacionais sobre os Séculos XIX e XX. Sendo nós tributários disso, dele herdamos um grande legado que deve ser lido como os grandes historiadores, os pioneiros, merecem: com sentido crítico. É melhor homenagem que os historidadores profissionais podem prestar-lhe.
HAF
quarta-feira, março 5
9984º Dia
I
8.30-15.00: Preparação de seminários do MEHE
15.00-17.00: Reunião com o corpo docente do MEHE (2º semestre, avaliação e articulação de programas e modelos de avalição; preparação da sessão de abertura do 2º semestre )
17.30- 19.30: Sessão de abertura MEHE.
22.00: leitura de relatório de provas de agregação (lição)
II- Literatura e Educação
Anunciada a morte de Maria Gabriela Llansol, a “escritora quase secreta” , pelo menos para mim e apesar do prémio APE 2006. Pelo que entretanto li, tomo consciência não só do que tenho perdido mas dos meus limites.
Acho que muitos portugueses e professsores subscrevem o editorial ontem assinado pelo José Manuel Fernandes (com quem quase sempre discordo em matéria de Educação), pelo menos quando escreve: “A forma como a ministra Maria de Lurdes Rodrigues começou bem, cheia de intenções correctas, e depois passou a cometer erros mortais derivados da obsessão de tudo controlar e de nunca ceder, mesmo quando o elementar bom senso recomendava que o fizesse, é um “case study” de desperdício de capital político. Mas pior ainda é a maneira como procurou passar a mensagem de que tinha o apoio dos pais contra os profissionais » (e no essencial prossegue narrando o triste episódio da Confederação dos Pais e de Gondomar..). De facto não é fácil fazer pior.
Uma nota apenas sobre a crónica de Vital Moreira no mesmo jornal: “Os prfessores. Não há reformas absolutamente consensuais , pois quase todas afectam interesses de grupo”. Uma reflexão legítima mas enraizada no velho ou novo autoritarismo de que o país não necessita. A tese é disparatada porque ninguém pensa que em democracia haja consensos absolutos. Mas pode haver e na história das democracias da Europa do pós-IIGM são milhentos os exemplos de que é possível um máximo consenso comum entre os politicos e a sociedade. O académico tem dado mostras de que descolou definitivamente do país e a sua afeição partidária, comovedora, obliterou alguém que em tempos era capaz de ajudar a identificar e solucionar problemas .
Sobre a possibilidade de consenso , acho que é dificílimo haver retorno na fractura equipa ministerial – professores. Prevejo mesmo que as coisas se venham a complicar. Mas não sou ainda totalmente céptico à possibilidade de “vigorosos” mediadores ajudaram no essencial: evitar mais um fracasso.
Do ponto de vista da ministra o resultado (bom ou mau) não tem qualquer relevância. Continuará a sua vida prosperamente. Mas do ponto de vista do país tem, pois , além dos recursos desperdiçados, necessitamos urgentemente de uma “boa reforma” educativa (sistema, infra-estrutura, organização , massa crítica, conteúdos, etc.) .
A grande lição que tiro disto é ser este país , em regra, mal governado tanto com autoritarismos ilegítmos como com maiorias absolutas democraticas. Coisas da “cultura”, algo como um bacilo que em Portugal passa das velhas para as novas elites políicas. Não me surpreende que algo venha a ocorrer no Ensino Superior: o “caldo” é o mesmo.
HAF
8.30-15.00: Preparação de seminários do MEHE
15.00-17.00: Reunião com o corpo docente do MEHE (2º semestre, avaliação e articulação de programas e modelos de avalição; preparação da sessão de abertura do 2º semestre )
17.30- 19.30: Sessão de abertura MEHE.
22.00: leitura de relatório de provas de agregação (lição)
II- Literatura e Educação
Anunciada a morte de Maria Gabriela Llansol, a “escritora quase secreta” , pelo menos para mim e apesar do prémio APE 2006. Pelo que entretanto li, tomo consciência não só do que tenho perdido mas dos meus limites.
Acho que muitos portugueses e professsores subscrevem o editorial ontem assinado pelo José Manuel Fernandes (com quem quase sempre discordo em matéria de Educação), pelo menos quando escreve: “A forma como a ministra Maria de Lurdes Rodrigues começou bem, cheia de intenções correctas, e depois passou a cometer erros mortais derivados da obsessão de tudo controlar e de nunca ceder, mesmo quando o elementar bom senso recomendava que o fizesse, é um “case study” de desperdício de capital político. Mas pior ainda é a maneira como procurou passar a mensagem de que tinha o apoio dos pais contra os profissionais » (e no essencial prossegue narrando o triste episódio da Confederação dos Pais e de Gondomar..). De facto não é fácil fazer pior.
Uma nota apenas sobre a crónica de Vital Moreira no mesmo jornal: “Os prfessores. Não há reformas absolutamente consensuais , pois quase todas afectam interesses de grupo”. Uma reflexão legítima mas enraizada no velho ou novo autoritarismo de que o país não necessita. A tese é disparatada porque ninguém pensa que em democracia haja consensos absolutos. Mas pode haver e na história das democracias da Europa do pós-IIGM são milhentos os exemplos de que é possível um máximo consenso comum entre os politicos e a sociedade. O académico tem dado mostras de que descolou definitivamente do país e a sua afeição partidária, comovedora, obliterou alguém que em tempos era capaz de ajudar a identificar e solucionar problemas .
Sobre a possibilidade de consenso , acho que é dificílimo haver retorno na fractura equipa ministerial – professores. Prevejo mesmo que as coisas se venham a complicar. Mas não sou ainda totalmente céptico à possibilidade de “vigorosos” mediadores ajudaram no essencial: evitar mais um fracasso.
Do ponto de vista da ministra o resultado (bom ou mau) não tem qualquer relevância. Continuará a sua vida prosperamente. Mas do ponto de vista do país tem, pois , além dos recursos desperdiçados, necessitamos urgentemente de uma “boa reforma” educativa (sistema, infra-estrutura, organização , massa crítica, conteúdos, etc.) .
A grande lição que tiro disto é ser este país , em regra, mal governado tanto com autoritarismos ilegítmos como com maiorias absolutas democraticas. Coisas da “cultura”, algo como um bacilo que em Portugal passa das velhas para as novas elites políicas. Não me surpreende que algo venha a ocorrer no Ensino Superior: o “caldo” é o mesmo.
HAF
terça-feira, março 4
9983º Dia
09.oo-12.00: Documentos de agregações (FLUP/FLUL)
12.00- 14.30: Prep. Aulas
15.30-16.20: Aula HPC II
16.25-17.00: Reunião júri agregação (em video-conferência)
17.15-18.30 : Cont. aula HPC II
18.30-19.13 : Tutoria IIHC
HAF
12.00- 14.30: Prep. Aulas
15.30-16.20: Aula HPC II
16.25-17.00: Reunião júri agregação (em video-conferência)
17.15-18.30 : Cont. aula HPC II
18.30-19.13 : Tutoria IIHC
HAF
segunda-feira, março 3
9982º Dia
I
09.00-11.30 : Leitura de documentos presentes uma prova de agregação (FLUL)
11.30-13.00: Revisão PP da aula HPC.II
14.00-15.30: Aula de HPC II
16.00-17.00: Tutorias
18.00-20.00: revisão papers em discussão na aula HPC II
21.00-22.00: preparação paper III ENEH
22.00- …. Prós e Contras… sobre a educação
II
A Educação de novo nos Prós e Contras. Além da questão “quente” (a ruptura entre os professores e a equipa governativa da Educação), que só é uma surpresa para os peritos em “eduques” e para os ingénuos, o que tem menos interesse é a já recorrente “confusão” da Fátima Campos Pereira. A senhora dificulta o debate. Os convidados estiveram muito bem e apesar das ópticas diferentes com que abordaram o problema em debate foram em geral sérios (e quase desvastadores para o desempenho político da ministra).
É claro que eu também tenho memória dos colégios privados e do liceu que eu frequentei nos anos 60s. Eramos tão poucos alunos. E havia tantos professores… e as coisas ficavam tão dispendiosas às famílias. E era tudo tão perfeito…que nunca necessitou de ser avaliado, nem por alunos, nem por país, nem por professores. Nada. E deles sairam, como hoje saiem, um grupo privilegiado que teve percursos excepcionais, proporcionados por oportunidades excepcionais ou por uma luta titânica.Torna-se invisível a ideia de que a maior parte daquela gente foi de facto mal sucedida, abandonando os estudos precocemente,incluindo alguns com muitíssimo talento e trabalhadores. Conheci alguns deles. Gostava de ter ouvido neste debate sobre a educação testemunhos, que há muitos, dos trajectos educativos de “fracasso relativo”. Há muitos casos e estudos sobre isso.
A democratização do ensino fez-se sem recursos adequados e/ou com recursos mal aplicados. É uma verdade transparente. Mas a FCP aproveitou a deixa da “crise da escola pública “(aquela que democratizou o acesso ao ensino, algo que a escola privada nunca o faria ou fez em qualquer lado) para se agarrar ao triste chavão do falhanço da escola pública. O melhor momento da senhora: «afinal o país do precisa ou não de reformas? Então fecha-se o país? » Mon dieu….
O restante e reduzido número de interlocutores foi mais sério e procurou dar um contributo positivo. Alguns deles mostraram a distinção entre o velho passado escolarf e o que se fez em Portugal nos últimos 30 anos (que foi muito, muito mais do que o EN fez em 50 anos);a dirença entre a reforma necessária e a reforma imposta; entre a “reforma” como caminho único e a “reforma” como algo que se se pode fazer por diversos caminhos; entre fazer “a reforma” e fazer“uma reforma boa”; e, finalmente, como é possível com sensatez, consenso e transparênia mudar bem as coisas. O resto é o facilitismo dos incapazes, poderosos ... mas incapazes.
HAF
09.00-11.30 : Leitura de documentos presentes uma prova de agregação (FLUL)
11.30-13.00: Revisão PP da aula HPC.II
14.00-15.30: Aula de HPC II
16.00-17.00: Tutorias
18.00-20.00: revisão papers em discussão na aula HPC II
21.00-22.00: preparação paper III ENEH
22.00- …. Prós e Contras… sobre a educação
II
A Educação de novo nos Prós e Contras. Além da questão “quente” (a ruptura entre os professores e a equipa governativa da Educação), que só é uma surpresa para os peritos em “eduques” e para os ingénuos, o que tem menos interesse é a já recorrente “confusão” da Fátima Campos Pereira. A senhora dificulta o debate. Os convidados estiveram muito bem e apesar das ópticas diferentes com que abordaram o problema em debate foram em geral sérios (e quase desvastadores para o desempenho político da ministra).
É claro que eu também tenho memória dos colégios privados e do liceu que eu frequentei nos anos 60s. Eramos tão poucos alunos. E havia tantos professores… e as coisas ficavam tão dispendiosas às famílias. E era tudo tão perfeito…que nunca necessitou de ser avaliado, nem por alunos, nem por país, nem por professores. Nada. E deles sairam, como hoje saiem, um grupo privilegiado que teve percursos excepcionais, proporcionados por oportunidades excepcionais ou por uma luta titânica.Torna-se invisível a ideia de que a maior parte daquela gente foi de facto mal sucedida, abandonando os estudos precocemente,incluindo alguns com muitíssimo talento e trabalhadores. Conheci alguns deles. Gostava de ter ouvido neste debate sobre a educação testemunhos, que há muitos, dos trajectos educativos de “fracasso relativo”. Há muitos casos e estudos sobre isso.
A democratização do ensino fez-se sem recursos adequados e/ou com recursos mal aplicados. É uma verdade transparente. Mas a FCP aproveitou a deixa da “crise da escola pública “(aquela que democratizou o acesso ao ensino, algo que a escola privada nunca o faria ou fez em qualquer lado) para se agarrar ao triste chavão do falhanço da escola pública. O melhor momento da senhora: «afinal o país do precisa ou não de reformas? Então fecha-se o país? » Mon dieu….
O restante e reduzido número de interlocutores foi mais sério e procurou dar um contributo positivo. Alguns deles mostraram a distinção entre o velho passado escolarf e o que se fez em Portugal nos últimos 30 anos (que foi muito, muito mais do que o EN fez em 50 anos);a dirença entre a reforma necessária e a reforma imposta; entre a “reforma” como caminho único e a “reforma” como algo que se se pode fazer por diversos caminhos; entre fazer “a reforma” e fazer“uma reforma boa”; e, finalmente, como é possível com sensatez, consenso e transparênia mudar bem as coisas. O resto é o facilitismo dos incapazes, poderosos ... mas incapazes.
HAF
domingo, março 2
9981º Dia
I
Exerci hoje plenamente “The right to be lazy” (1883) consagrado pelo socialista Paul Lafarge (1841/42?-1911) , “franco-cubano”, médico e genro de Marx) - não confundir com o novaiorquino Paul LaFarge, autor do “invisible citizen” (2003) que por sua vez não pode confundido com o “Invisible Man” de H.G. Wells (1866-1946)
II
Por isso deixo apenas um longo extracto da crónica que o Carlos Fiolhais assinou ontem no Público. Deste Catedrártico de Física da Universidade de Coimbra e actual Director da BGUC, que frequentei assiduamente durante cinco anos, sou leitor atentento não dos seus trabalhos da especialidade. Mesmo pela sua “física divertida” (acho que é este o título) apenas passei os olhos…. .. Aqui fica uma parte do “Oportunidades para os Novos?” (Público, 1-03-2008)
“O número alto de desempregados com licenciatura, fruto em larga medida do insuficiente crescimento económico, não nos deve enganar: precisamos ainda de mais licenciados. A nossa proporção de pessoas com formação superior é menos de metade da que existe na Europa desenvolvida. Aliás, o grande drama nacional é a falta de suficiente qualificação dos portugueses, isto é, o desempenho claramente insuficiente do nosso sistema escolar a todos os níveis. Estão equivocados os que preconizam a redução na formação superior por ela não ser hoje garantia de emprego imediato: as pessoas com mais habilitações estão mais bem protegidas do ponto de vista profissional.
Vou ser claro: as universidades, descontadas alguns cursos especiais, não são escolas de formação profissional e o diploma de licenciatura ou de mestrado ou de doutoramento não é uma chave que abra logo a porta de um posto de trabalho. Uma universidade não é uma escola de hotelaria que forma cozinheiros (profissão muito necessária e pela qual tenho a maior admiração a respeito) que vão logo cozinhar para o hotel. Uma universidade é um sítio onde se transmitem conhecimentos ao mais alto nível assim como as atitudes para os receber e criar. A criação de conhecimentos é essencial à sua transmissão. Sem ela transmitir-se-ão conhecimentos em segunda ou terceira mão, requentados, que pouco valem em comparação com conhecimentos novos. É bom que as universidades olhem para a empregabilidade dos seus cursos – deviam olhar mais! – mas essa visão não pode ser única nem míope na organização dos cursos. Um cidadão deve ter a possibilidade de fazer Estudos Clássicos ou Filosofia, mesmo que, olhando para o mercado de trabalho, veja que os especialistas em grego e em epistemologia não têm pleno emprego nas respectivas áreas.
Outro equívoco frequente neste contexto é o das “habilitações a mais”. Muitos empregadores recusam candidatos por estes terem “habilitações a mais”. Ora a expressão vai entre aspas porque não sei o que são habilitações a mais. Acho que as habilitações nunca são a mais. Se uma pessoa estudou mais, o saber que tem a mais em nada a pode diminuir. A questão deve ser outra: se a pessoa é ou não capaz de desempenhar bem as funções em causa. (….)
Cada desempregado é, bem sei, um drama pessoal. E é um drama social, pois a formação que teve não está a ser aproveitada. Há, entre nós, um problema dramático com recém-licenciados em busca de prometidas oportunidades, em particular ao fim de certos cursos. O relatório acima mencionado é esclarecedor sobre o desemprego nalguns cursos de papel e lápis (Psicologia, Serviço Social, Direito e Economia estão no topo dos cursos que fornecem mais desempregados, embora também haja cursos de outro tipo como Enfermagem e Design). Alguns desses jovens terão de procurar e estar preparados para aceitar empregos noutras áreas. Por outro lado, as respectivas escolas terão de fazer todas as adaptações que se revelem necessárias. Mas há outras responsabilidades, bem maiores que as das escolas. Houve alguém que prometeu 150 000 novos postos de trabalho. Quem foi? »
A versão integral deste texto pode ainda ler-se no Blog “De Rerum Natura”, um blogue em sete mãos incluindo a de Fiolhais.
HAF
Exerci hoje plenamente “The right to be lazy” (1883) consagrado pelo socialista Paul Lafarge (1841/42?-1911) , “franco-cubano”, médico e genro de Marx) - não confundir com o novaiorquino Paul LaFarge, autor do “invisible citizen” (2003) que por sua vez não pode confundido com o “Invisible Man” de H.G. Wells (1866-1946)
II
Por isso deixo apenas um longo extracto da crónica que o Carlos Fiolhais assinou ontem no Público. Deste Catedrártico de Física da Universidade de Coimbra e actual Director da BGUC, que frequentei assiduamente durante cinco anos, sou leitor atentento não dos seus trabalhos da especialidade. Mesmo pela sua “física divertida” (acho que é este o título) apenas passei os olhos…. .. Aqui fica uma parte do “Oportunidades para os Novos?” (Público, 1-03-2008)
“O número alto de desempregados com licenciatura, fruto em larga medida do insuficiente crescimento económico, não nos deve enganar: precisamos ainda de mais licenciados. A nossa proporção de pessoas com formação superior é menos de metade da que existe na Europa desenvolvida. Aliás, o grande drama nacional é a falta de suficiente qualificação dos portugueses, isto é, o desempenho claramente insuficiente do nosso sistema escolar a todos os níveis. Estão equivocados os que preconizam a redução na formação superior por ela não ser hoje garantia de emprego imediato: as pessoas com mais habilitações estão mais bem protegidas do ponto de vista profissional.
Vou ser claro: as universidades, descontadas alguns cursos especiais, não são escolas de formação profissional e o diploma de licenciatura ou de mestrado ou de doutoramento não é uma chave que abra logo a porta de um posto de trabalho. Uma universidade não é uma escola de hotelaria que forma cozinheiros (profissão muito necessária e pela qual tenho a maior admiração a respeito) que vão logo cozinhar para o hotel. Uma universidade é um sítio onde se transmitem conhecimentos ao mais alto nível assim como as atitudes para os receber e criar. A criação de conhecimentos é essencial à sua transmissão. Sem ela transmitir-se-ão conhecimentos em segunda ou terceira mão, requentados, que pouco valem em comparação com conhecimentos novos. É bom que as universidades olhem para a empregabilidade dos seus cursos – deviam olhar mais! – mas essa visão não pode ser única nem míope na organização dos cursos. Um cidadão deve ter a possibilidade de fazer Estudos Clássicos ou Filosofia, mesmo que, olhando para o mercado de trabalho, veja que os especialistas em grego e em epistemologia não têm pleno emprego nas respectivas áreas.
Outro equívoco frequente neste contexto é o das “habilitações a mais”. Muitos empregadores recusam candidatos por estes terem “habilitações a mais”. Ora a expressão vai entre aspas porque não sei o que são habilitações a mais. Acho que as habilitações nunca são a mais. Se uma pessoa estudou mais, o saber que tem a mais em nada a pode diminuir. A questão deve ser outra: se a pessoa é ou não capaz de desempenhar bem as funções em causa. (….)
Cada desempregado é, bem sei, um drama pessoal. E é um drama social, pois a formação que teve não está a ser aproveitada. Há, entre nós, um problema dramático com recém-licenciados em busca de prometidas oportunidades, em particular ao fim de certos cursos. O relatório acima mencionado é esclarecedor sobre o desemprego nalguns cursos de papel e lápis (Psicologia, Serviço Social, Direito e Economia estão no topo dos cursos que fornecem mais desempregados, embora também haja cursos de outro tipo como Enfermagem e Design). Alguns desses jovens terão de procurar e estar preparados para aceitar empregos noutras áreas. Por outro lado, as respectivas escolas terão de fazer todas as adaptações que se revelem necessárias. Mas há outras responsabilidades, bem maiores que as das escolas. Houve alguém que prometeu 150 000 novos postos de trabalho. Quem foi? »
A versão integral deste texto pode ainda ler-se no Blog “De Rerum Natura”, um blogue em sete mãos incluindo a de Fiolhais.
HAF
sábado, março 1
9980º Dia
08.20-10.10 : Regresso matinal a casa via CP.
E uma dia para correio, agradecimentos, jornais, etc.etc.
HAF
E uma dia para correio, agradecimentos, jornais, etc.etc.
HAF
9979º Dia
A ESSHC foi também um momento para rever alguns dos velhos amigos e colegas que por lá andaram e conhecer outros. Além da gente da rede (14 anos de contactos) foi excelente rever a minha estimada amiga Kristine Bruland -uma brilhante historiadora das “mudanças tecnológicas e industrialização”, da “difusão internacional da tecnologia” e da “produção e gestão do conhecimento” - que me abriu as portas do mundo académico londrino. A sua mudança da Universidade de Oslo para a Faculté des Sciences Économiques et Sociales (Dept. Histoire Économique) da Université de Géneve foi uma grande surpresa. Nas primeiras versões do Mestrado de EHE foi uma conferencista regular. Na Rede ESTER muits vezes fizemos equipe. Com o Kees Mandemakers já mantinha contactos há uma meia dúzia de anos: um almoço informal colocou-nos lado a lado mas só no fim de uma longa conversa sobre temas de de circunstância que uma mesa grande sempre proporciona, nos reconhecemos. E a partir daí regressamos aos “nossos aasuntos”. Vim de lá bem mais rico do que esperava. Uma pena outras orbigações terem impedido mais tempo um dos maiores e melhores comgressos de História que se organiza na Europa. Não estive na assembleia geral e fiquei sem saber onde se realizará o próximo , em 2010: mas lá marcaremos a nossa presença nas sessões de Mobilidade Social e numa nova sessão que o PG e um colega brasileiro organizarão dedicada às Migrações e Mobilidade Social.
Ainda houve tempor para uma conversa de fim de tarde com o Vitor Pereira (um jovem historiador “franco-português”(?) dedicado ao estudo dos imigrantes e exilados europeus (temos interesses comuns pela frente). A noite acabou com um jantar em casa de uma amiga e com outros amigos (e colegas) de velha data com um longo “debate” sobre a 1ª República, o Estado Novo, os “colegas de estimação”, as tradições universitárias e sobretudo com uma longa conversa sobre projectos concorrentes. Os interesses pessoais não podem sobrepor-se a interesses institucionais.
HAF
9978º Dia
I
Ultimou-se o que era necessário em relação ao ESSHC
II
Mas o dia foi “especial” , como tem sido há já muitos anos e foi no que ele teve de especial para a família que me concentrei. Uma surpresa no final do dia – a visita dos dois “pródigos” - ainda trouxe mais felicidade a quem a merece.
III
Quanto ao resto deve ter sido um dia que não deve ter conhecido novidades de maior. A “crise educativa” e a “crise social” prosseguem o seu generoso rumo, com uma equipa ministerial certamente obcecada com a missão da “grande reforma” não só sem as pessoas mas mesmo contra as pessoas, e as pessoas – essa massa de bloqueio (certamente ingrata, ignorantes, insensível e até mesmo tonta (porque por mais que se explique não percebem) a correr (via sms, mails, etc.) para os braços de perigosos e talentosos comunistas que só querem arrazar o país e evitar o progresso. O mais interessante fenómeno social da últuma década" é a mobilização das “tias” e “tios” ao lado dos radicalismos esquerdistas. Um olho no noticiário da noite ainda deu para perceber que, pelo menos na retórica, ministros e líderes da oposição aproximaram-se da situação de muitos portugueses (calote, caloteiro, etc…) . Eu recomendo desde já a regulamentação pela maioria de uma “manual dos insultos autorizados entre os políticos”.
Entre os mais ingratos estão os professores do ensino público não superior. Todos os dias (na próximo passado, no provável presente e no breve futuro) lá estão eles ao final do dia…em manifestações públicas de protesto contra uma das grandes reformas à portuguesa com algumas , insisto, algumas boas ideias, um plano deficiente e uma má operacionalização. Certamente ficará a meio, deixando tudo pior, muito pior do que estava, até que chegue a nova equipe ministerial com a sua missão no bolso muito bem definidinha: uma reforma do sistema educativo , Não podemos afastar a possibilidade de em breve termos mais reformas educativas desde 1974 do que anos de República Democrática. E são estas particularidades que nos agarram ao atraso enquanto servem de fascínio a qualquer historiador dos particularismos nacionais.
Ao ouvir uma antiga secretária de estado do sector, que também não terá deixado muitas saudades durante a paixão gueterrista pela educação, é provavel que haja uma troca de galhardetes entre os políticos do ramo. Recomendo de novo o “manual de insultos autorizados…..”, ou isto ainda se torna uma sociedade democrática e moderna “normal”, sem este sangue quente que achamos que merecemos.
HAF
Ultimou-se o que era necessário em relação ao ESSHC
II
Mas o dia foi “especial” , como tem sido há já muitos anos e foi no que ele teve de especial para a família que me concentrei. Uma surpresa no final do dia – a visita dos dois “pródigos” - ainda trouxe mais felicidade a quem a merece.
III
Quanto ao resto deve ter sido um dia que não deve ter conhecido novidades de maior. A “crise educativa” e a “crise social” prosseguem o seu generoso rumo, com uma equipa ministerial certamente obcecada com a missão da “grande reforma” não só sem as pessoas mas mesmo contra as pessoas, e as pessoas – essa massa de bloqueio (certamente ingrata, ignorantes, insensível e até mesmo tonta (porque por mais que se explique não percebem) a correr (via sms, mails, etc.) para os braços de perigosos e talentosos comunistas que só querem arrazar o país e evitar o progresso. O mais interessante fenómeno social da últuma década" é a mobilização das “tias” e “tios” ao lado dos radicalismos esquerdistas. Um olho no noticiário da noite ainda deu para perceber que, pelo menos na retórica, ministros e líderes da oposição aproximaram-se da situação de muitos portugueses (calote, caloteiro, etc…) . Eu recomendo desde já a regulamentação pela maioria de uma “manual dos insultos autorizados entre os políticos”.
Entre os mais ingratos estão os professores do ensino público não superior. Todos os dias (na próximo passado, no provável presente e no breve futuro) lá estão eles ao final do dia…em manifestações públicas de protesto contra uma das grandes reformas à portuguesa com algumas , insisto, algumas boas ideias, um plano deficiente e uma má operacionalização. Certamente ficará a meio, deixando tudo pior, muito pior do que estava, até que chegue a nova equipe ministerial com a sua missão no bolso muito bem definidinha: uma reforma do sistema educativo , Não podemos afastar a possibilidade de em breve termos mais reformas educativas desde 1974 do que anos de República Democrática. E são estas particularidades que nos agarram ao atraso enquanto servem de fascínio a qualquer historiador dos particularismos nacionais.
Ao ouvir uma antiga secretária de estado do sector, que também não terá deixado muitas saudades durante a paixão gueterrista pela educação, é provavel que haja uma troca de galhardetes entre os políticos do ramo. Recomendo de novo o “manual de insultos autorizados…..”, ou isto ainda se torna uma sociedade democrática e moderna “normal”, sem este sangue quente que achamos que merecemos.
HAF
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