I
Dia semi-branco…
II
Sobre a “crise política” duas notas:
a)Há uns dias atrás , uma parte da elite politica portuguesa queria um apuramento exaustivo do estado das contas públicas portuguesas e até se colocou a possibilidade de uma auditoria, do tipo da que se realizou na Grécia. Hoje, já ninguém quer, incluindo “Bruxelas”.
b)Daniel Bessa: “Falência”, Expresso, Caderno de Economia, 26 de Março de 2011: “O Estado português está há muito em processo de falência. A culpa é de todos nós, a começar por mim, que nunca o disse, de forma audível, com esta clareza”. Que comentário merece esta afirmação de um professor universitário e ex-ministro da Economia, Industria, Comércio e Turismo (1995-96) do XIII Governo Constitucional (António Guterres)? Apenas a seguinte: o compromisso político em Portugal oblitera o radicalismo da verdade, que é sempre uma verdade (meramente) política para a nossa gente ficar agarrada ou chegar ao poder.
II
José Sócrates reeleito Secretário Geral do PS com 93,3% dos votos expressos. Opa! Ainda pensei que tivesse sido eleito para SG de um PC dos puros e duros…
III

Há todavia uma aspecto que me deixa perplexo: ser que a vespertina contestação dos sócios, face à sequência com que se conhecem os dois resultados – anuncio informal da vitória de Bruno Carvalho, com festejos; anúncio dos resultados finais já com a aplicação do critério do peso dos votos em função da antiguidade dos eleitores - , se ficou a dever ao desconhecimento público das regras de apuramento eleitoral? Talvez.
Ainda hoje falei com sócios de muitos anos que ignoravam esta regra. É verdade que na página Web do SCP há informação suficiente para o sócio conhecer as regras essenciais.
Nos estatutos do Clube (1996, com as alterações posteriores ) estabeleceram-se algumas diferenças nos direitos dos sócios efectivos consoante a antiguidade (como eleitores e elegíveis; no nº 2 do artº 20, ) e quanto ao “peso” eleitoral dos sócios efectivos. Neste último caso fixa-se que “Por cada decénio de inscrição ininterrupta, os sócios efectivos terão mais três votos, para efeitos de votação nas Assembleias Gerais, de requerimento da sua convocação e de propositura de candidaturas” (artº 43, nº 2).. Não está disponível o regulamento eleitoral (e devia estar).
“Nas eleições do Sporting Clube de Portugal apenas poderão votar todos os sócios efectivos (maiores de 18 anos), e que tenham sido admitidos na categoria em cima mencionada, pelo menos há 12 meses. Os sócios correspondentes e sócios atletas não poderão votar. Quanto aos sócios efectivos, para que possam participar no acto eleitoral, terão de ter a quota de Fevereiro de 2011 regularizada.” E seguem-se nas “informações a ter em conta”, o “sabe quantos votos tens?” que informa:
Do sócio n.º 1 ao n.º 19 - 25 votos
Do sócio n.º 20 ao n.º 113 - 22 votos
Do sócio n.º 114 ao n.º 689 - 19 votos
Do sócio n.º 690 ao n.º 2140 - 16 votos
Do sócio n.º 2141 ao n.º 4535 - 13 votos
Do sócio n.º 4536 ao n.º 9907 - 10 votos
Do sócio n.º 9908 ao n.º 20210 - 7 votos
Do sócio n.º 20211 ao n.º 43928 - 4 votos
Do sócio n.º 43929 ao n.º 83034 - 1 voto
[cf.: http://www.forumsporting1906.com/announces/candidatos-presidencia-quem-t9654-1065.html]
Foi até “ criada uma área, no sítio oficial do Sporting (http://www.sporting.pt/ Clube/eleicoes2011.asp), totalmente dedicada ao acto eleitoral, onde foram colocadas todas as informações referentes às eleições, bem como os elementos que compõem todas as listas concorrentes, os eleitores (quem pode votar e o número de votos de que dispõe).
Duas notas finais. Deveria haver informação pública (indispensável) sobre a distribuições de eleitores pelas diversas categoriais de “antiguidade”. Em segundo lugar, é indispensável discutir sobre a manutenção de um sistema baseado no diferente peso eleitoral do sócio em função da antiguidade, um modelo claramente elitista e conservador.
HAF