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O “Dia” da República Democrática já é celebrado há 35 anos. O relatório da CiA dá conta da situação por volta das 12 horas de 25-04.74. Na madrugada de 25 de Abril 1974, Spinola prometeu mordomias (promoções) aos “rebeldes” quase triunfantes, o que alguns dos lideres do Movimento, em comando na Pontinha, recusaram. Aquelas ambições não passaram em branco e inspiraram alguns cartonistas
A principal figura do golpe, do lado dos “insurgentes”, Otelo Saraiva de Carvalho , deu recentemente um notável exemplo de desprendimento ao recusar um generoso reembolso por uma promoção que tardou cerca de duas décadas. Vale a pena ler o que sobre ele se publicou ontem no Público. Um “capitão de Abril” que soube hoje não confundir-se com a tribo das clientelas partidárias que se atira à mordomia de salários e reformas nas empresas públicas e empresas com negócios com o Estado. No período do Estado Novo saía-se da cadeia para o quadro superior de grandes empresas (de que é exemplo , em 1963 a re-integração ,como director ,de Vasco Vieira de Almeida no BPA de Arthur Cupertino de Miranda depois de passar pela segunda vez pelos calabouços da PIDE). Agora o cursus honorum mais favorável é o que dos Partidos do sistema conduz ao Governo e daqui às empresas (públicas, privadas ou semi-intervencionadas….) e das empresas ao Governo ou outras posições políticas de alto relevo, alcançando jubilações douradas. Alguém , para França, se referiu a actores com esta circulação entre instituições, como um Mandarinato da elite empresarial… mas no caso de gauleses eram dotados de elevada formação empresarial.
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HAF