Dia 13 de Agosto de 2011
I
Correspondência vária
Revisão de Memórias de tese
Ondjaki: Os da Minha Rua, 3ª ed., Leya/BIIS, 2010…
De Marrocos regressou quem queriamos que regressasse.
II
SCP-Olhanense
O inicio do Campeonato de futebol é sempre um momento de esperança de que tudo mude. Ontem o SLB não conseguiu ir além de um emapate por mérito do Gil Vicente.
Hoje, frente ao Olhanense, vimos um SCP com fio de jogo, combativo, mas perdulário. Os de Olhão colocaram a camioneta toda na grande área e tiveram um "golo caído do céu" (expressão do treinador). E vimos tAMBÉM Uma equipe de arbitragem batoteira e determinante para o desfecho do jogo. A equipe que marcou mais golos limpos somou um ponto; a equipe que sofreu mais golos limpos também somou um ponto. hoje as coisas foram "mais do mesmo".
O facto é que tais erros não terão relevância expressiva, os árbitros envolvidos continuarão a sê-lo por muitos e felizes anos na 1ª liga, e os clubes imunes a estes erros deliberados continuarão a prosperar e quando chegarmos ao natal já o campeonato está ganho. Contrariar este “esquema”, só com muito trabalho para ter alguma sorte. Ontem o SCP trabalhou, cilindrou, não teve sorte e foi ostensivamente prejudicado. É também verdade que mesmo prejudicado por uma batota grosseira, o SCP deveria ter ganho o jogo, pois criou inúmeras oportunidades de golo que, por falta de sorte ou incompetência, não foi capaz de concretizar.
A probabilidade de, amanhã, o FCP ter os mesmos problemas em matéria de aplicação das regras do jogo, é quase nula. E a probabilidade de tal acontecer ao FCP e ao SLB na próximas 10 a 12 jornadas continua a ser quase nula. Depois disso sim, para “equilibrar” as contas finais. Assim acontece o “País da Batota”, com toda a transparência. Como declarou Carlos Freitas: «Já tenho anos suficientes no futebol para saber que no início da época existem factores [externos] que condicionam». Pode não ter que ser sempre assim.
No plano desportivo vale a pena destacar a prestação da nossa selecção Sub-20 que, vencendo a Argentina, se colocou nas meias finais. A equipe de arbitragem teve um desempenho excelente, afinal como deve ser.
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)