Editorial

Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).

À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.

DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.

Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.

A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.

Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.

Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)

quarta-feira, agosto 31

11258º Dia

I
Rede ESTER
Despacho CC ECS EU- Reconhecimento de candidaturas
II
Portugal, o “Estado Social” e o desemprego em massa
O país pode estar em trânsito do sistema moderno (europeu) de protecção social (Estado Social), ainda que com a marca latina (baixo nível de institucionalização) para o sistema assistencialista liberal anterior à segunda guerra mundial ou o promovido pelo Estado Novo. A ser assim seria um inqualificável retrogresso numa fase em que o desemprego se massifica entre a classe média portuguesa, que, como sabemos, é dominantemente assalariada e pertencente à função pública.
Os cidadãos deveriam opor-se, por todos os meios, a que o neo-liberalismo contribuísse para o aumento do número de pessoas que se colocam fora do limiar de um modo de vida digno.
III
Burgau, 11 horas da manhã: o fim de uma vilegiatura marítima?

HAF

terça-feira, agosto 30

11257º Dia

Dia 30 de Agosto de 2011
I
Correspondência Académica
Actas da Câmara dos Deputados
Rede ESTER
II
“Sítios” locais

III
Hoje na cidade do Huambo (Angola), reinauguraram-se o “modernizado aeroporto Albano Machado” (foi encerrado em maio p.p., com as pistas muito degradadas) e a reabertura dos CFB (Caminhos de Ferro de Benguela) , no trajecto Humbo-Lobito. (Angola Press)
A pista do antigo “Aeroporto de Nova Lisboa” foi construída em 1947. Em 1975 0 Aeroporto foi rebaptizado como “Aeroporto Albano Machado”. Nas vésperas da independência, a cidade dispunha, no bairro Ferrovia, do mais extenso complexo de oficinas ferroviárias de África (Oficinas Gerais do CFB)
IV
As famílias
Há uns que partem (em breve) e outros que passam a fazer parte (também em breve). Uma troca de gente que duas pátrias permitem.
HAF

11256º Dia

Dia 29 de Agosto de 2011
I
Despacho CC ECS(Reconhecimento de Habilitações)
Apreciação dos novos planos de estudos do 1º Ciclo
Seminário da Rede ESTER
Cooperação com a DCS-UAN
II
Burgau: Banho de 29. Um clássico.
; HAF

domingo, agosto 28

11255º Dia

Dia 28 de Agosto de 2011
I
Pedro A. Garcia Bilbao : Migraciones Forzosas : análisis de un concepto, Madrid, Silente Académica, 2011.
II
Crise da Dívida e Estados Unidos da Europa
Em declarações ontem publicadas na Der Spiegel, Ursula von der Leven (1958), actualmente Ministra Federal do Trabalho e Solidariedade Social alemã, considera a criação dos Estados Unidos da Europa como um passo fundamental para superar a crise da dívida : «"Mein Ziel sind die Vereinigten Staaten von Europa - nach dem Muster der föderalen Staaten Schweiz, Deutschland oder USA", sagte von der Leyen. Dabei bliebe weiterhin viel Platz für "lebensnahe Gestaltung in den Ländern und Regionen, aber in wichtigen finanz-, steuer- und wirtschaftspolitischen Fragen nutzen wir den Größenvorteil Europas", so die CDU-Vizechefin. Um im globalen Wettbewerb zu bestehen, reiche eine gemeinsame Währung aber nicht aus. Dazu brauche es eine politische Union. Von der Leyen warnt vor einem Auseinanderbrechen Europas. in diesem Fall "werden sich unterschiedlichste Allianzen in Europa bilden, mit allen Gefahren für den Gemeinsamen Binnenmarkt und die politische Zusammenarbeit". » (cf. Speigel online politik)

III
Crise da Dívida e Democracia
Porque é que os alemães mais ricos devem pagar impostos mais elevados ? A opinião de Jakob Augstein (extractos) :« Germany is a land of inequality. The gap between rich and poor has widened, and cutting public services to balance the budget will only make things worse. If we're serious about saving German democracy, we have to raise taxes on the rich.» (…)
Germany is a land of inequality. That's not some left-wing dogma, but a simple fact. Our system leads to a "redistribution of wealth from poor to rich." That was the recent conclusion of Paul Kirchhof, a conservative law professor and tax expert who Angela Merkel once wanted to appoint as finance minister. If our political system is to survive in the long term, something needs to change.
Let me describe the current situation with a few figures. The 5,000 best-earning German households have increased their share of the total national revenue by about 50 percent since the mid-1990s. At the same time, the real income of all Germans has remained about the same over this period. The net share of wages -- that is, the share of national income accounted for by wages -- was about 44 percent in West Germany up until the 1980s. Ten years later, it was just over 38 percent. Now it's about 35 percent. In the same period, the portion of income accounted for by profits has continually risen.
Huge redistributions are happening. That's a fact that has been known for some time. But most of us have just sat around and watched. Why? Because the ideology of privatization, small government and neo-liberalism has permanently fogged the minds of a generation.
(…)
If we want to save our society, there is only one answer: to raise taxes. The top tax bracket in Germany is lower than ever. In the past, 53 or 56 percent were normal levels -- now the maximum rate of income tax is 42 percent. The rich person who takes advantage of all possible tax breaks pays just over 30 percent. That's crazy. The state can no longer afford to make do without money from its wealthiest citizens.
The Berlin economics professor Giacomo Corneo has called for a tax bracket of 66 percent for the nation's top earners. He's right. » [Cf. Der Spiegel (international), 08/26/2011]
HAF

11254º Dia

Dia 27 de Agosto de 2011
Por aqui , neste dia de semana, a jorna começa com a já tradicional e prolongada visita ao « mercado » agrícola de Lagos com uma passagem também quase sempre obrigatória pelo novo mercado municipal em busca das sardinhas «de Sagres» (e não das outras…..) . Este programa dificilmente não ocupa toda a manhã. Hoje não foi excepção.
A tarde já não deu para abrir o «escritório» até porque a visita marcada para o «9. Tasca Bar» (Burgau) estava agendada para as 20 horas. E nestas coisas, como em todas as outras, impõe-se uma pontalidade « canina ». Uma estreia que augura novas visitas.
II
Ricos mimados e chorões
Depois de no início da semana um grupo de milionários franceses se mostrar solidário em relação às posições favoráveis de Warren Buffett quanto a uma descriminação fiscal positiva para o grupo do topo na escala social dos rendimentos e patrimónios (activos), o debate ter-se-á tornado mais visível na Europa Comunitária. No caso de Portugal, logo no dia 24, por iniciativa do Diário Económico, foram inquiridos os líderes das 25 famílias mais ricas de Portugal (ranking da revista Exame) e na sua ampla maioria, incluindo o grupo do topo ( Alexandre Soares dos Santos, Américo Amorim, Belmiro de Azevedo, Vasco de Mello), recusaram-se a responder à questão ou estavam «incontactáveis”. Outros, mesmo que sépticos em relação aos resultados, acharam tal “imposto extraordinário” ou “imposto de solidariedade” algo de aceitável desde que na forma de uma taxa moderada (Joe Berardo e Filipe de Botton) . Durante a semana a imprensa , aqui e ali, voltou ao assunto, com noticias mais substanciais para países da Europa como a França, Itália e Espanha - isto é , países da UÉ que, juntamente com Portugal, integram o clube dos que , no plano fiscal, mais mimam os ricos - e sempre de forma vaga quanto às posições dos mais ricos e dos políticos portugueses.
O Expresso dedica hoje uma informação mais extensa ao assunto. Ao mesmo tempo que informa porque os «Municípios acusam os ricos de “fuga aos impostos” » , o jornal dá conta de que Passos e Gaspar preparam para muito breve uma mexida fiscal que visa (ou inclui?) o «agravamento fiscal sobre os rendimentos e património dos mais ricos » mas deixam de fora a possibilidade de um «imposto extraordinário sobre as grandes fortunas» , em estudo ou aplicado noutros países. Mas dos estratagemas permitidos (e pelos vistos legalmente cobertos por acórdãos do STA) pelo “Regime especial de Tributação dos grupos de Sociedade» (REGTS) e do temor dos políticos em relação a uma descriminação social mais acentuada no tabela dos impostos directos, todos nós, conhecemos um pouco. Quando ouço e leio considerações sobre o esforço insustentável do que alguns (quase sempre opinantes oriundos de meios privilegiados de longa data) referem com algum desprezo como “estado social europeu” criado em beneficio das classes médias e populares europeias, o debate recente sugere que quem sempre o pagou (na sua mais generosa fatia), pelo menos nos países do arco latino, foram afinal as classes médias e não os ricos, que foram mimados com extensos benefícios fiscais.
O mais interessante, no Expresso, é a indagação sobre o que, em relação a esta matéria, “dizem os nossos milionários” (um artigo assinado por Joana Madeira Pereira) . O resultado de tal inquérito ilumina acima de tudo a falta de coragem deste grupo em trazer para a esfera pública a sua posição sobre a matéria . De facto, inquiridos sobre a disponibilidade de dar um contributo fiscal para a solução da dívida pública, dos “25 mais ricos” de Portugal, segundo o tal ranking da Exame, 68% não responderam; 2% estiveram incontactáveis (eu pensava que hoje isso era um dos “privilégios” dos pobres) ; 16% declararam não estar dispostos a contribuir e apenas 8% se manifestaram a favor de se lhes ser solicitado um contributo extraordinário. De igual modo, entre as dez famílias titulares das maiores fortunas no país , 70% não responderam e as restantes (30% ) manifestaram a sua disponibilidade em aceitar uma tributação adicional das maiores fortunas . Na pag. 9 do jornal encontra o leitor os argumentos do escasso número que teve a coragem de se pronunciar sobre se “os ricos(também) devem pagar a crise”. O certo é tanto num como no outro grupo estar gente de origens e percursos muito diferentes.
HAF

11253º Dia

Dia 26 de Agosto de 2011
I
09,30-13,30: Na Biblioteca Municiapal de Portimão à volta de estatística nacional
II
Pedro A. Garcia Bilbao: Migraciones Forzosas: análisis de un concepto, Madrid, Silente Académica, 2011.
III
A tarde no «Titanic» não deu para abrir o «escritório»: tornou-se numa «charla» de amigos de veraneio que se prolongou pelo lusco-fusco.
HAF

quinta-feira, agosto 25

11252º Dia

Dia 25 de Agosto de 2011
I
09,00-10.00: Correspondência
10,00-13,00: “Escritório”: Diário da Câmara de Deputados (1899) e reunião com doutorando
16,00-20,00: “Escritório”: cont. Diário da CD (1899)
II
Boas notícias de Moçambique e Angola
A agência de notação de crédito Fitch manteve o ‘rating’ da dívida de Moçambique (“B”) [a cinco níveis abaixo do ‘rating' de Portugal (BBB-) e dois degraus abaixo da classificação de Angola (BB-)] e conferiu um ‘outlook’ estável para a economia do país [Mozambique's ratings balance its impressive growth track record and judicious macroeconomic management against its low per capita income of USD436 in 2010 compared with USD2,411 for the 'B' range median, and weak private sector and investment climate” (Purvi Harlalka, the associate director at Fitch's Sovereign group)]. “Rapid economic growth seen over the past decade will continue over the medium-term as Mozambique's post-conflict catch-up growth retains momentum. Significant foreign direct investment inflows in the coal, gas, and tourism sectors will partially offset the large deficit on the country's current account. The current account shortfall should also narrow in the medium-term on the back of higher export earnings, particularly from coal. We do not expect that proposed changes to Mozambique's mining law will have a noticeable impact on foreign investor interest in the country. Although Mozambique is a low political risk country, social pressures will remain for the long-term. (see NKC Independent Economists; Source: Mozambique Quarterly Update, published August 2011.)
Angola continua a subir no Fitch Ratings e as perspectivas para o “próximo futuro” são muito optimistas: “ In contrast to the lacklustre growth performance posted in 2010, growth prospects improve in 2011 and beyond. This is based on the assumption that a) government meets its target of repaying outstanding domestic debt arrears by the end of 2011 and b) that domestic oil production picks-up in 2011 H2. A robust performance projected for the non-oil sector provides further support. Despite recent improvements, inflation still remains well above government's long-standing inflation target. Key risks to the growth outlook include a sharp decline in oil prices, and the possibility that the non-oil sector fails to rebound as anticipated. (see NKC Independent Economists; Source: Angola Quarterly Update, published August 2011.)
HAF

quarta-feira, agosto 24

11251º Dia

Dia 24 de Agosto de 2011
I
09,00-10,00: correspondência académica
16.00-20,00: No “escritório” titaniciano, entre o Diário da Câmara de Deputados de 1899, a “sociologia transnacional” e “Passionate Histories” [LITTLE Frances-Peters, Ann Curthoys and Jonh Docker (eds): Passionate Histories. Myth, Memory and Indigenous Australia, ANU E-Press, 2010]

II
O PP e a Liberdade de Imprensa na Ilha da Madeira
A dimensão de um líder mede-se pela coerência em matérias fundamentais. Paulo Portas sempre me pareceu um líder "pequeno", porque em questões fundamentais muda de opinião consoante as circunstâncias. A posição (hoje, no Parlamento)do Partido Popular - CDS a favor da não discussão da liberdade de imprensa no quintal do João Jardim é uma posição nova, diferente da que tinha há um ano, cinicamente ditada pelo "interesse nacional" de não criar fissuras na aliança governamental. Mediocre calculismo. Um líder pequeno nos princípios dificilmente se torna um grande líder. Os políticos não fogem à regra.
HAF

terça-feira, agosto 23

11250º Dia

Dia 23 de Agosto de 2011
I
Burgau e as suas cores...temporárias.

II
Olga Maria Lopes Serrão Iglésias Neves, O Movimento Associativo Africano em Moçambique. Tradição e Luta (1926-1962), Lisboa: tese de Doutoramento, UNL (Universidade Nova de Lisboa), 2009
III
Em Portimão, para o “Cowboys e Alliens”, onde o clássico oeste americano, com a sua corrida ao ouro, se mistura com a guerra das estrelas, e nos diverte, a todos.
IV
Alguns dos milionários franceses, seguindo Warren Buffett, querem (e acham justo dever) pagar mais impostos, pois reconhecem que tem sido beneficiados no plano fiscal. Aqui fica a sua declaração, publicada esta manhã no Nouvel Observateur, e a lista dos signatários:
"Nous, présidents ou dirigeants d’entreprises, hommes ou femmes d’affaires, financiers, professionnels ou citoyens fortunés, souhaitons l’instauration d’une "contribution exceptionnelle" qui toucherait les contribuables français les plus favorisés. Cette contribution serait calculée dans des proportions raisonnables, dans le souci d’éviter les effets économiques indésirables tels que la fuite des capitaux ou l’accroissement de l’évasion fiscale.
Nous sommes conscients d’avoir pleinement bénéficié d’un modèle français et d’un environnement européen auxquels nous sommes attachés et que nous souhaitons contribuer à préserver. Cette contribution n’est pas une solution en soi : elle doit s’inscrire dans un effort plus global de réforme, tant sur les dépenses que sur les recettes.
Au moment où le déficit des finances publiques et les perspectives d’aggravation de la dette de l’Etat menacent l’avenir de la France et de l’Europe, au moment où le gouvernement demande à tous un effort de solidarité, il nous semble nécessaire d’y contribuer."
[Jean-Paul Agon, PDG de L’Oréal ; Liliane Bettencourt, actionnaire de L’Oréal ; Antoine Frérot, PDG de Veolia Environnement ; Denis Hennequin, PDG d’Accor ; Marc Ladreit de Lacharrière, président de Fimalac ; Maurice Lévy, PDG de Publicis ; Christophe de Margerie, PDG de Total ; Frédéric Oudéa, PDG de la Société générale ; Claude Perdriel, président du conseil de surveillance du Nouvel Observateur ; Jean Peyrelevade, président de Leonardo & Co France ; Franck Riboud, PDG de Danone ; Stéphane Richard, PDG d’Orange ; Louis Schweitzer, président de Volvo et d’AstraZeneca ; Marc Simoncini, président de Meetic, fondateur de Jaïna Capital ; Jean-Cyril Spinetta, président d’Air France-KLM, président du conseil de surveillance d’Areva ; Philippe Varin, président du directoire de PSA Peugeot Citroën.]
Porque é que os políticos europeus não tomaram uma iniciativa neste sentido? O que pensarão disto aos milionários portugueses? Questões cujas respostas substanciais são improváveis.
HAF

11249º Dia

Dia 22 de Agosto de 2011
06,00-13.30: Pedreira (Cabanas Velhas). È sempre uma "aventura", pois um descuido pode ocasionar lesões incomodas. Foi o que aocnteceu ao meu parceiro (A.)
17.00-20.00: Às voltas com os códigos do império
HAF

11242º a 11248ª Dia

Dia 15 a 21 de Agosto de 2011
1.
Ainda às voltas com o “Dr. Valdez” do João Paulo Borges Coelho, com as actas das sessões da Câmara dos Deputados de 1899, e com a “ Carta Orgânica do Império Colonial Português» e a «Reforma Administrativa Ultramarina» ambas de 15 de Novembro de 1933 aprovadas em decretos com números 23228 e 23229. Quase tudo a partir do “escritório” da Prateleira…. qual Titanic agora embaraçado pelas carripanas dos novos banhistas.

2. O regresso do Tic-Tac
Trata-se de um “bote” de 5 metros. Quase um ano e meio imobilizado obrigou a serviços de estaleiro com base em “trabalho doméstico”. Reparação dos interiores nos bombordos e amura, substituição do bujão de escoamento de água (carcomidos pelo sal) da popa, verificação da quilha, limpeza geral, verificação do e reposição do material da palamenta e cordame. Três dias de trabalho. E assim, num dia fresco, ao final da tarde, o Tic-Tac, em vésperas de ser rebaptizado, regressa à água , depois de um longo interregno imposto por um motor colapsado. Agora a cavalagem que movimenta a hélice que o empurra contra as pequenas vagas da praia de Burgau à Luz ou à Salema, das Cabanas Velhas ao Serro dos Toiros, é-lhe fornecida por um Honda que hoje (17) se estreou nestas andanças.
3. Os pescadores e o mar…
O “pescador” mantêm uma regular atenção às condições locais do mar. O regresso do Tic-Tac ou se fazia na tarde da passada 4ª feira ou teria de ser adiada quase uma semana. E isto porque , antecipando a mudança da lua, o mar pôs-se de sueste , com vagas de metro a metro e meio, que , se permitem a navegabilidade do bote, dificultam a saída para a praia ou para as duas rampas que durante muitas décadas asseguraram a pesca tradicional local e alimentaram a velha lota agora só em parte utilizada para o reparo de redes dos três barcos profissionais pertencentes a pequenos patrões, que com as suas pequenas companhas (4 a 5 homens), são cá da terra e todas as noites sem defeso e com mar a jeito, percorrem até às 2-3 milhas a costa de Portimão a Sines, à “caça” dos cardumes (sardinhas, carapaus, cavalas, besugos…) cujas manchas as sondas localizam e uma operação de redes (cerco) pode capturar.
A transição da semana foi de com mar de sueste e canas nos pesqueiros da praia ( na “pedra do Florival”) e na Pedreira (Cabanas Velhas). E as longas horas foram compensadas com muitas e boas capturas, algumas perdas importantes ( verdade de pescador), bons banhos de mar (águas de sueste), e muito descanso (indispensável).

4. Para lá de Burgau…
O governo potuguês afinal não sabe se quer ou não quer o TGV – primeiro decide-se depois pensa-se (???) - e por isso vem de Madrid deixando lá um “nim” e trazendo mais um compromisso ferroviário ( a ligação ao Porto de Sines…com uma bitola adequada). Enquanto o país se esforça por pagar a “crise” criada por uma minoria “desanove dos vinte grupos que constituem o principal índice da bolsa lisboeta têm, no total, 74 sociedades com sedes em países que oferecem vantagens fiscais em relação a Portugal ou são paraísos fiscais” (Público, 21 de Agosto) . Não vejo esta prática empresarial – deslocalização fiscal - como objecto de censura. As coisas são assim mesmo. O que também dispenso é o discurso “patriótico” de alguns grandes empresários (proprietários ou gestores) nacionais.
Os governantes europeus continuam à volta dos “eurobonds” (sim ou não….) enquanto a ditadura de Khadafi, esse grande amigo de Portugal, segundo Socrates, entra em irreversível colapso (cercada e com fim à vista).
A Sábado brindou-nos com “A Vida de Luxo na Cidade mais cara do mundo” (Luanda), um artigo que ilustra a profunda desigualdade social típica de países com aquelas características em termos de recursos (generosos) e mecanismos de regulação societal e responsabilidade social (fracos). Quem, como eu, esteve nesta cidade uma dúzia de vezes nos últimos três anos não tem outra percepção ainda que se possa acrescentar que houve também mudanças relevantes e para o bem comum dos luandenses. O artigo da Sábado teria um interesse acrescido que tal matéria tivesse uma abordagem comparativa. Trata-se de uma originalidade da elite luandense ou um modo de vida genericamente comum à nata da elite “neo-liberal” de outros países , mesmo que pertencentes a outros “clubes “ ou “clusters”? Não nos deixemos impressionar pelas apreciações absolutas, mesmo que chocantes como elas se manifestam na cidade de Luanda.
5. A Categoria dos árbitros.
O Jogo do Beira-mar –SCP foi arbitrado por uma equipe de árbitros da 2ª distrital de Aveiro. O “árbitro que veio da bancada”, o senhor Fernando Idalécio Martins, empregado de armazém, e o seu par de juízes de linha, sem beneficiarem das mordomias e remunerações do senhor João Ferreira e seus pares e assistentes, fizeram um trabalho que não consigo distinguir em nada da que teria feito o árbitro da 1ª categoria que boicotou o jogo e contou com a solidariedade geral dos seus pares e assistentes, assim como do "líder sindical", numa posição meramente corporativa (lá terão as suas boas e más razões). A pergunta a fazer é: porque é que o senhor Fernando Idalécio Martins não chegou a árbitro da 1ª Categoria? Não quis? Não pode? Não o deixaram?
Sobre o boicote protagonizado pelo árbitro de Setúbal. Nada a dizer. Quem não se sente capaz é melhor não o fazer do que fazer asneira. Mas entendamo-nos. Há ainda nesta sociedade, que se pretende moderna, quem não perceba o lugar “institucional” da crítica , mesmo a crítica radical (que não foi sequer o caso). Os mundos sociológicos da “batota” são curiosos. Pois eu acho que o SCP e os restantes clubes devem manter, em relação às arbitragens, a “pressão alta”, mesmo muito alta, para reduzir ao mínimo os falsos resultados desportivos. As limitações psicológicas só existem quando não se tem uma visão clara do que deve ser uma equipa de arbitragem.
HAF

domingo, agosto 14

11241º Dia

Dia 14 de Agosto de 2011
Um dia pasmado ... com alguma imprensa e o Dr Valdez.
HAF

11240º Dia

Dia 13 de Agosto de 2011
I
Correspondência vária
Revisão de Memórias de tese
Ondjaki: Os da Minha Rua, 3ª ed., Leya/BIIS, 2010…
De Marrocos regressou quem queriamos que regressasse.
II
SCP-Olhanense
O inicio do Campeonato de futebol é sempre um momento de esperança de que tudo mude. Ontem o SLB não conseguiu ir além de um emapate por mérito do Gil Vicente.
Hoje, frente ao Olhanense, vimos um SCP com fio de jogo, combativo, mas perdulário. Os de Olhão colocaram a camioneta toda na grande área e tiveram um "golo caído do céu" (expressão do treinador). E vimos tAMBÉM Uma equipe de arbitragem batoteira e determinante para o desfecho do jogo. A equipe que marcou mais golos limpos somou um ponto; a equipe que sofreu mais golos limpos também somou um ponto. hoje as coisas foram "mais do mesmo".
O facto é que tais erros não terão relevância expressiva, os árbitros envolvidos continuarão a sê-lo por muitos e felizes anos na 1ª liga, e os clubes imunes a estes erros deliberados continuarão a prosperar e quando chegarmos ao natal já o campeonato está ganho. Contrariar este “esquema”, só com muito trabalho para ter alguma sorte. Ontem o SCP trabalhou, cilindrou, não teve sorte e foi ostensivamente prejudicado. É também verdade que mesmo prejudicado por uma batota grosseira, o SCP deveria ter ganho o jogo, pois criou inúmeras oportunidades de golo que, por falta de sorte ou incompetência, não foi capaz de concretizar.
A probabilidade de, amanhã, o FCP ter os mesmos problemas em matéria de aplicação das regras do jogo, é quase nula. E a probabilidade de tal acontecer ao FCP e ao SLB na próximas 10 a 12 jornadas continua a ser quase nula. Depois disso sim, para “equilibrar” as contas finais. Assim acontece o “País da Batota”, com toda a transparência. Como declarou Carlos Freitas: «Já tenho anos suficientes no futebol para saber que no início da época existem factores [externos] que condicionam». Pode não ter que ser sempre assim.
No plano desportivo vale a pena destacar a prestação da nossa selecção Sub-20 que, vencendo a Argentina, se colocou nas meias finais. A equipe de arbitragem teve um desempenho excelente, afinal como deve ser.
HAF

11239º Dia

Dia 12 de Agosto de 2011
I
Burgau.
Revisão de memórias de tese
Diário da Câmara dos Deputados, 1899
O “Dr. Valdez” do João Paulo Borges Coelho….
II
Ontem saiu a lista das escolas do ensino básico que vão encerrar. Chegou a vez de Burgau e de Barão de s. Miguel no Concelho de Vila do Bispo. Os garotos juntar-se-ão todos na sede da freguesia (Budens). Em Burgau os dias de inverno serão mais silenciosos e encerra-se uma escola (edifício) que foi totalmente remodelada há apenas dois anos. Um país rico é assim: primeiro faz, depois pensa.
HAF

11238º Dia

Dia 11 de Agosto de 2011
I
09.00-11.00: Reunião com IPC. Transferências de curso.
11.00-12,00. Reunião sobre cooperação com a UAN-FCS
II
A Universidade de Évora e a Cooperação e o Ensino Universitário Internacionais
No dia em que participo n uma reunião sobre a cooperação com a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto (Luanda) recebo noticias boas para as universidades públicas portuguesas e más para a Universidade de Évora. No dia (28 de Julho) em que, em Dili, se procedeu ao lançamento do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Nacional de Timor Lorosae e se assinou o “ Memorando de Entendimento” entre esta Universidade , o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho dos Laboratórios Associados (CLA), através do qual estas se comprometem a “prestar assistência especializada na coordenação e revisão curricular de cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, no desenvolvimento de actividades de investigação e extensão e na planificação de novas ofertas formativas”, neste dia fundamental, estiveram todas as universidades públicas portuguesas representadas ao mais alto nível excepto a Universidade de Évora, que lá tem importantes interesses instalados. Tal ausência, injustificável, deveria ter consequências em termos de responsabilidade pois ficam lesados interesses da instituição.
O empenho da Universidades Portuguesas na cooperação dentro do espaço dos países da Comunidade de Língua Portuguesa é uma matéria essencial não só para a afirmação internacional das universidades portuguesas nos domínios do ensino e investigação, como para a sustentabilidade a longo prazo de algumas delas, entre as quais a Universidade de Évora. A ilusão “regionalista” era aceitável há vinte anos, hoje é um erro monumental.
Universidades como a nossa não podem encarar este assunto como um instrumento de oportunidades ocasionais, suscitadas por “comunidades académicas erráticas”. Por ausentismo (gerado pela ignorância, temor e/ou desconfiança), calculismo (por ganância fácil) ou incompetência estamos a perder oportunidades essenciais e a deixar que outras universidades portuguesas nos passem a perna no que toma a cooperação sistémica com as universidades públicas dos países de expressão portuguesa. Nesta matéria temos de deixar de andar a reboque das circunstâncias e passar a criar factos de cooperação. Não basta estarmos disponíveis para isso é vital mostrarmos (activamente) que estamos interessados nisso, e que temos (escolhemos) parceiros estratégicos para o fazer. Nós devíamos ter estado representados ao mais alto nível no dia 28 de Julho no acto que ocorreu na UNTL. Não se teria tratado de um gasto secundário mas de investimento fundamental.
A reunião de hoje não me permitiu mudar de opinião sobre o que estamos a fazer mal nesta matéria.
HAF

11237º Dia

Dia 10 de Agosto de 2011
Burgau: O Dia do Cardume…… na Pedra do Florival.
HAF

terça-feira, agosto 9

11236º Dia

Dia 9 de Agosto de 2011
I
Diário da Câmara dos Deputados, 1899
II
O “Dr. Valdez” do João Paulo Borges Coelho..
III
Anunciada a morte, por velhice (1912-2011) do «rato branco» , a espiã aliada (Nancy Wake) assim baptizada pela GESTAPO, que a perseguiu sem sucesso. Tornada heroína da resistência francesa, não gostou que a guerra tivesse acabado (!!!!).
IV
A Europa e a Juventude a arder
Londes parece a ferro e fogo. A responsabilidade é de jovens , que os políticos e os media identificam como vândalos e com tal se preparam para os tratar. As prisões parece já estarem cheias de miúdos e mais crescidinhos. A Europa necessita decidir se quer uma quota de população de jovens ou se estes são um peso social insuportável e mesmo desnecessário. Se não são , que se lhes dê a oportunidade de um futuro. De outra forma em breve poderemos ler em jornais australianos ou de outros azeimutes o que se lia nos idos anos de 1840s: “ A Europa em revolução”. Pensam precipitadamente os que pensam que isto é um problema com “desordeiros” que se resolve com “ordem”, isto é, com polícia e exército.
HAF

11235º Dia

Dia 8 de Agosto de 2011
I
A bibliografia de Alfredo Margarido (1928-2010).
II
João Paulo Borges Coelho: As visitas do Dr. Valdez, 2010…
III
Foram hoje nomeados e empossados em Luanda 36 oficiais generais. Entre eles alguns amigos de longa data e orientandos. Trata-se do processo em curso de “reedificação do exército nacional” há quase um ano liderado pelo prestigiado General Geraldo Sachipengo Nunda. Gente que me merece o maior apreço.
IV
O País e a Meritocracia
Na Democracia portuguesa , os partidos da área do poder, quando na oposição, fazem juramentos de fidelidade à sociedade meritocrática, cuja retórica ficou definitivamente fixada na expressão gueterriana de “no jobs for the boys”. O actual partido dominante na aliança do poder não fugiu à regra e o seu líder e actual primeiro ministro fez numerosas declarações públicas nesse sentido. Depois dos sinais dados na CGD, ficamos hoje a saber por um ministro acabrunhado o valor de tal compromisso nas nomeações para os institutos públicos. Provavelmente teme-se que a maioria dos dirigente recrutados com base no mérito detectem, numa avaliação quase sumária, a inutilidade pública (não a “privada”) da maioria de tais institutos e proponham a sua extinção quase em massa. Ora, ora… O país, mais do que não ter juízo, tem um mau juízo das coisas. E por isso aqui estamos, no lugar que conquistamos à dimensão do nosso mérito.
HAF

domingo, agosto 7

11229º a 11234º

Dias 2 a 7 de Agosto de 2011
I
Burgau ….com (e para) todos (mesmo que seja na óptica dos que a vêem como uma “drinking village with a fishing problem”). Uma praia cheia e uma semana para reencontros.
Charanga Habanera (Portimão, Festival da Sardinha, 6 de Agosto, 22.30)
De Luanda anunciam-se novidades…
II
Agência de Acreditação recusou 187 novos cursos superiores.
O Expresso tem um Guia do Estudante online que fornece informação sobre a oferta formativa do ensino superior. Trata-se naturalmente de informação institucional. Fui espreitar a oferta formativa da Universidade de Évora. Apesar de todos os anos aos Directores de Curso ser solicitado, pelo menos uma vez, a informação básica sobre os cursos (matéria de edital), são vários aqueles que no Guia de estudante tem items com a referência “informação não comunicada” e/ou informação desactualizada. Não há pachorra. A responsabilidade não é do mensageiro.
HAF

segunda-feira, agosto 1

11228º Dia

Dia 01 de Agosto de 2011
Rumar a sul:Vizeu (07.00)-Évora (12,00)-Burgau(22.00)
HAF