I
07,00-11,00: Correspondencia do Gen. João de Almeida (1915) (1917)
II
O dia ficou mercado com as Colocações do Ensino Superior 2010 (ver Caderno do “Público” e em particular: http://www.dges.mctes.pt/coloc/2010/) O ano de 2010-2010 poderá ser o ano de crescimento mais modesto (quase estagnação) do ciclo de crescimento da procura do Ensino Superior Público (ESP) iniciado em 2005 (com um salto relevante de 2006 para 2007) . Esta fase de crescimento numérico de novas entradas (ingressos) – estimulado pela “crise”, pelas mudanças a montante (ensino secundário) e pelo marketing universitário - estendeu-se com algum atraso a algumas das universidades do “interior”. A Universidade de Évora começou a acompanhá-lo apenas desde 2009.
Da estrita óptica do preenchimento de vagas destinadas ao ensino universitário, a Universidade de Évora, vista globalmente, não dá sinais de ter melhorado o desempenho em relação ao ano transacto: a percentagem das vagas preenchidas (incluamos nestas considerações, ou não, a oferta pós-laboral) é inferior à do ano transato. Para que assim tenha sido, parece haver um contributo claro da nova oferta pós-laboral, que mostra não ser solução nem para salvar alguns cursos nem para aumentar o número de alunos, factos também observáveis noutras instituições do Ensino Superior (exceptuando os resultados registados num ou noutro curso com um perfil muito especifico). Todavia o que deve constituir o nosso principal motivo de preocupação é a fraca atratividade de alunos, de que a nota mínima de acesso é um indicador relevante. A UÉ está colocada entre o clube de Universidades onde se consegue o acesso com as notas mais baixas, e este ano a sua posição não dá sinais de ter melhorado. É claro que há cursos em que a situação parece mais confortável. Em (apenas) 8 dos 36 cursos de 1º ciclo a nota mínima de acesso é superior à nota mínima média nacional(13,4): três cursos da ECT, três da ECS e 2 da E. de Artes. Todavia, de um modo geral, a nota mínima de acesso registada em cada um dos cursos é a mais baixa ou está entre a mais baixas classificações de acesso àquele curso a nível nacional. E isto tanto é verdade para os oito cursos que estão acima da nota mínima média nacional como para os restantes. A generalidade dos Cursos da Escola de Ciências Sociais ~são exemplo do que acabo de escrever. Mais duas notas sobre estes resultados. A primeira incide sobre as colocações nas Escolas da minha Universidade. A “pequena” Escola de Artes ( 4 cursos) teve um bom (e o melhor) desempenho : vagas totalmente preenchidas na 1ª fase e a mais elevada nota mínima média (13,3) de acesso da Universidade de Évora. Segue-se a Escola de Ciências Sociais: 86% das vagas preenchidas na 1ª fase - fortemente penalizada pela baixíssima procura dos três cursos pos-laborais (16% foi a taxa de ocupação) – e uma nota mínima média de acesso (12,6) abaixo da média nacional. A Escola de Ciência e Tecnologia teve ainda uma mais baixa taxa de preenchimento de vagas (82,7%) e a classificação média mínima de acesso foi apenas de 11,2. A segunda nota para salientar que para alguns cursos, como o de História, há uma “nova” ou “última” oportunidade: voltaram a encontrar alunos. O Departamento foi mais agressivo no “mercado” e talvez tenha colhido alguns frutos.
Tudo somado, os resultados não são negativos mas também não deixam de ser preocupantes quando vemos as coisas a prazo. Não podemos navegar tendo apenas como horizonte o prolongamento por mais uns anos do ciclo de crescimento da procura do Ensino Superior Público. Também não basta estarmos preocupados: é preciso inventar soluções com algum “risco” de serem bem sucedidas. E é capaz de ser isso o que nos interessa fazer.
HAF