08.00-10.00: Leituras (textos de teses em curso…)
10.00-12.30: preparação de aulas
14.00-15.30: Aula HPC
15.45-17.00: recepção de alunos e tutoria suplementar
17.00-19,30: aula SP_SC-TSC (MEHE)
19.00-20.00: Reunião sobre doutoramentos, NICPRI etc…
II- Portugal e o Investimento Estrangeiro em 2007: tudo ao contrário dos restantes paises da UE (que seguramente são todos uns nabos e deveriam estar preocupados)
Eu sei que os noticiários falaram todos nisso e até ouvi os comentários extraordinários dos comentadores de serviço afectos ao governo. Mas mesmo assim quero que aqui fique registado o patamar onde se localiza a nossa incompetência (as nossas elites políticas e empresariais). O extracto que a seguir vai ler foi hoje incluso em Notícia.rtp.pt:
«Portugal recebeu menos investimento em 2007 e também investiu menos lá fora. Os dados do Eurostat revelam uma tendência contrária à generalidade da UE. O ministro da Economia desvaloriza estes números.
O investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal originário de outros países da União Europeia desceu 56,25%, para os 2,8 mil milhões de euros. Também em 2007, o IDE originário de países fora dos 27 caiu 51,8%, para os 1,3 mil milhões de euros.
O organismo responsável pelas estatísticas europeias, Eurostat, indica que de igual forma os investimentos realizados por Portugal no estrangeiro desceu 22% em 2007.
O IDE português nos 27 baixou de 3,6 mil milhões de euros em 2006 para 2,8 mil milhões de euros em 2007. Para países fora da União Europeia, a quebra foi de 10,7%, para 1,7 mil milhões de euros (1,9 mil milhões em 2006).
Números contrários à generalidade da União Europeia
O Eurostat avança que os Estados-membros da União Europeia receberam mais 23,3 mil milhões de euros de IDE comunitário. O IDE de países fora do bloco comunitário cresceu 90%, de 168,9 mil milhões de euroes em 2006 para os 319,2 mil milhões em 2007. A Europa a 27 também investiu mais 50% lá fora do que em igual período de 2006.
Ministro da Economia desvaloriza dados do Eurostat
O ministro da Economia afirmou que os valores avançados pelo Eurostat incluem vários dados, mas que o mais importante é o relativo a investimentos de raíz. E esses, diz, estão a crescer em Portugal : “É um número que inclui desde o investimento dos chamados projectos novos, que aumentou substancialmente, ao investimento no sector imobiliário, que diminuiu”, disse Manuel Pinho. "O que interessa para um país é conseguir atrair mais projectos novos. Isso é o investimento de raiz. E o investimento de raiz está a aumentar, felizmente”.
”Não nos podemos resignar”
Já o Presidente da República reagiu aos dados hoje conhecidos com uma mensagem de persistência. “Esta fase da economia pode criar um certo sentimento de descrença nos portugueses, mas não nos podemos resignar e não podemos dessitir”, disse Cavaco silva.
“Nós temos que ir para a frente e eu acredito que Portugal irá ultrapassar esta fase mais difícil da sua situação económica. Estou convencido que Portugal há-de encontrar o caminho de aproximação à média de desenvolvimento da União Europeia”, afirmou o Presidente. »
Pode ver os múmeros em e ainda as séries históricas recentes (1996-2007) em Eugénio Rosa (O Investimento Português no Estrangeiro e o Investimento Estrangeiro em Portugal”; http://resistir.info/e_rosa/ide_set07.html , cf a 20 de Maio de 2008]
III Mas somos bons em matéria de ASAE
A ASAE é a designação da nossa instituição governamental que garante a “Segurança Alimentar e Económica” . As notícias do dia a dia mostram o disparatado fundamentalismo que a orienta (além do caderno de objectivos que orienta a sua acção). O mesmo fundamentalismo tonto que levou o Primeiro Ministro a deixar de fumar…. Na verdade o Governo “Nacional” é um género de ASAE da União Europeia ? Faz tudo para Europeizar ( o que é bom) , mas alterna essencialmente entre o exagero e o fazer mal. O que poderiamos chamar de “baixa política”. Pense nisso…..
IV… e “óptimos” na transição para a Sociedade do Precariato…
Pode ler-se n o Jornal de Negócios de hoje: “Jovens qualificados em risco de viver pior que os pais”… como a “Joana, 37 anos, com uma filha, ainda recebe mesada dos pais” ….Já não se trata apenas da dita Geração Jesus Cristo, mas da “Geração da Reforma”, isto é que chega à reforma sem entrar no mercado de trabalho. Se não quer contribuir para a baixa auto-estima nacional não leia nada mais. Se quer conhecer os dados sintéticos e envergonhar-se aqui estão
- Salário Médio no total da Economia (Média Nacional) (2007)- 726 euros
- Salário médios entre os jovens (25-35 anos) a termo (2007): 634 euros
- Salário Médio entre os trabalhadores a termo (contratos a prazo, 2007): 594
Uma transição fulgurante entre a uma Sociedade de Assalariados para uma Sociedade de Pracariato…
V- Tudo isto faz lembrar um Poster de Maio de 1968 ..
Há fenómenos históricos repetíveis mesmo que com outras cores … e nada é eterno, incluíndo a “Democracia” de baixo nível que nos caracteriza. "Não nos podemos resignar", é uma ideia inspiradora que pode ter vários caminhos. E um dia destes podemos ter os nossos jovens a expressar a sua não resignação. Há políticas activas para superar este caldo perigoso: estimular uma boa mobilidade /emigração de quadros em formação ou já formados....é uma delas. Tenho-a recomendado vivamente aos meus filhos. O "país" não os merece e eles, dotados de recursos de "empregabilidade", não podem fazer nada pelo "país" a não ser promover telemóveis e outras quinquilharias modernas ou ter " novas janelas de oportunidades" como porteiros de cinemas, recepcionistas e famílio-dependentes. Uma miserável indignidade.
HAF