09.00-12.00: Leituras preguiçosas.....e um olho por "Os Retornados".
15.30-20.00: Viseu-Porto-Santiago de Compostela
22.00-…. Organização de trabalho e Correspondência.
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
domingo, maio 25
10063º Dia
I
Um dia dedicado ao outro lado da família, pelas terras do Satão e Silvã de Cima , uma aldeia de idosos, mas ainda bastante cuidada. Se a “fábrica” de pinhões e avelãs fechou, as terras ainda estão tratadas e a vinha prospera. Todavia já se vê mato onde antes não havia. Não se vê gente e os velhos sons de há duas décadas já não estão na aldeia. Pressente “La Fin des Paysans” (H. Mendras, 1967). Temos a certeza de que não faz falta este mundo que estamos a perder (P. Laslett,1965)?
II
Nestes meios nota-se um grande desprezo pelo actual governo e em especial pelo Primeiro Ministro, o “empregado dos ricos”. Não “pelo que faz” aos velhos mas “pela forma como trata as profissões e os trabalhadores”, para usar a forma como um deles se expressou…!!!!
HAF
Um dia dedicado ao outro lado da família, pelas terras do Satão e Silvã de Cima , uma aldeia de idosos, mas ainda bastante cuidada. Se a “fábrica” de pinhões e avelãs fechou, as terras ainda estão tratadas e a vinha prospera. Todavia já se vê mato onde antes não havia. Não se vê gente e os velhos sons de há duas décadas já não estão na aldeia. Pressente “La Fin des Paysans” (H. Mendras, 1967). Temos a certeza de que não faz falta este mundo que estamos a perder (P. Laslett,1965)?
II
Nestes meios nota-se um grande desprezo pelo actual governo e em especial pelo Primeiro Ministro, o “empregado dos ricos”. Não “pelo que faz” aos velhos mas “pela forma como trata as profissões e os trabalhadores”, para usar a forma como um deles se expressou…!!!!
HAF
sábado, maio 24
10062º Dia
I
À volta de escolas e programas de doutoramento…. e um passeio pela “capital” das Beiras, uma cidade que cresce…
II. Paris, Maio 1968
Enquanto prosseguiam as manifestações de estudantes em Paris, a polícia aplicava gás lacrimogéneo e canhões de água e revelava as primeiras hesitações sobre o seu lugar na barricada, a Sociéte des Gens de Lettres de France era ocupada por centenas de autores. A instituição - constituída em Paris em 1838, por H. Balzac, Victor Hugo ( o “cidadão europeu”), A. Dumas e G. Sande. A SGDL, actualmentre presidida por Alain ABSIRE promoverá no próximo dia 28 de maio a re-ocupação da sua sede [Hôtel de Massa – 38 rue du Faubourg Saint-Jacques- 75014 Paris] para apresentação do livro colectivo « Écrire, mai 68 » , uma edição da Argol.
HAF
À volta de escolas e programas de doutoramento…. e um passeio pela “capital” das Beiras, uma cidade que cresce…
II. Paris, Maio 1968
Enquanto prosseguiam as manifestações de estudantes em Paris, a polícia aplicava gás lacrimogéneo e canhões de água e revelava as primeiras hesitações sobre o seu lugar na barricada, a Sociéte des Gens de Lettres de France era ocupada por centenas de autores. A instituição - constituída em Paris em 1838, por H. Balzac, Victor Hugo ( o “cidadão europeu”), A. Dumas e G. Sande. A SGDL, actualmentre presidida por Alain ABSIRE promoverá no próximo dia 28 de maio a re-ocupação da sua sede [Hôtel de Massa – 38 rue du Faubourg Saint-Jacques- 75014 Paris] para apresentação do livro colectivo « Écrire, mai 68 » , uma edição da Argol.
HAF
sexta-feira, maio 23
10061º Dia
Regressar a Viseu-Pindelo de Silgueiros torna-se quase sempre o cumprir de um roteiro através de framentos do passado. Um deles para uma aldeia portuguesa no início dos anos 1960s, um lugar sujo, feio, pobre, miserável, com pequenas “ilhas” de dominantes e uma ou outra famílias autónomas e emergentes numa crição “recente” de regressados das colónias ou com nelas pequenos interesses instalados.
Viajámos com os pais : a mãe, branca e angulense [natural de Angola]; o pai, pindelense, que partiu como “povoador” para Angola nos finais dos anos 1940s. Era a primeira vez que a família vinha ao “berço paterno”. Chegámos numa noite de início de outono, com algum temporal. Eu o e meu irmão varicelados, o que nos obrigou a uma longa quarentena, encerrados num quatro cuja janela tornou-se mirador diário dos campónios locais, crinças e adultos que vinham ver os “pretos” angolanos.
Um período de que, apesar da abundância com que se vivia na casa avoenga, guardo na memória quase só uma palavra: miséria geral . Contra a vontade materna frequentámos a “escola primária “ local: uma “sala única” [1ª à 4ª classes) com carteiras individuais, um quadro de ardósia , paredes sujas e retratos da então elite política de topo; e uma casota-sanita colectiva cavada numa banca de madeira que descarregava directamente para uma “cave” que semanalmente era limpa por um homem com uma carroça que levava os excrementos para abubo de terra. Hoje são visíveis alguns melhoramentos : fora da aldeia, a nova escola primária [não sei se encerrada), uma escola C+S que também serve as freguesias circundantes, um acesso melhorado, poucas casas (antigas e recentes) mantidas com dignidade: a dos F&C parece habitada, e as outras estão com ar recuperado provavelvente por emigantes ou herdeiros de retornados. Num e noutro caso… quase tudo já na era pós-descolonização.
Visitei a casa avenga, abandonada e degradada , o beco e o espaço da velha escola, a”casa das tias” , a aldeia quase moribunda, e os familiares por ali ainda dispersos, farrapos com dignidades e mundos diferentes. Atrevi-me a subir a velha [de décadas] e enorme tangerineira da casa do Carlos, espreitei os quintais já só semi-cultivados e de novo, nada vi. Um declínio sem retorno. Saí da aldeia rumo a uma outra vizinha para visitar o tio paterno mais novo, agora com 71 anos, ali casado e residente , que em Angola e num dado momento da minha juventude ficou a termo certo [um ano] com a minha educação a seu cargo enquanta a família viajava.
HAF
Viajámos com os pais : a mãe, branca e angulense [natural de Angola]; o pai, pindelense, que partiu como “povoador” para Angola nos finais dos anos 1940s. Era a primeira vez que a família vinha ao “berço paterno”. Chegámos numa noite de início de outono, com algum temporal. Eu o e meu irmão varicelados, o que nos obrigou a uma longa quarentena, encerrados num quatro cuja janela tornou-se mirador diário dos campónios locais, crinças e adultos que vinham ver os “pretos” angolanos.
Um período de que, apesar da abundância com que se vivia na casa avoenga, guardo na memória quase só uma palavra: miséria geral . Contra a vontade materna frequentámos a “escola primária “ local: uma “sala única” [1ª à 4ª classes) com carteiras individuais, um quadro de ardósia , paredes sujas e retratos da então elite política de topo; e uma casota-sanita colectiva cavada numa banca de madeira que descarregava directamente para uma “cave” que semanalmente era limpa por um homem com uma carroça que levava os excrementos para abubo de terra. Hoje são visíveis alguns melhoramentos : fora da aldeia, a nova escola primária [não sei se encerrada), uma escola C+S que também serve as freguesias circundantes, um acesso melhorado, poucas casas (antigas e recentes) mantidas com dignidade: a dos F&C parece habitada, e as outras estão com ar recuperado provavelvente por emigantes ou herdeiros de retornados. Num e noutro caso… quase tudo já na era pós-descolonização.
Visitei a casa avenga, abandonada e degradada , o beco e o espaço da velha escola, a”casa das tias” , a aldeia quase moribunda, e os familiares por ali ainda dispersos, farrapos com dignidades e mundos diferentes. Atrevi-me a subir a velha [de décadas] e enorme tangerineira da casa do Carlos, espreitei os quintais já só semi-cultivados e de novo, nada vi. Um declínio sem retorno. Saí da aldeia rumo a uma outra vizinha para visitar o tio paterno mais novo, agora com 71 anos, ali casado e residente , que em Angola e num dado momento da minha juventude ficou a termo certo [um ano] com a minha educação a seu cargo enquanta a família viajava.
HAF
quarta-feira, maio 21
10060º Dia
09.00-11.00: Burocracia diversa
11.00-13.00: Reunião com orientando
14.00-16.30: Programa de Doutoramento
17.00-20.00: Aulas HCT-Exp. Historiográfica.
21.30-.....: Viagem .... pela Beira a caminho de USC
11.00-13.00: Reunião com orientando
14.00-16.30: Programa de Doutoramento
17.00-20.00: Aulas HCT-Exp. Historiográfica.
21.30-.....: Viagem .... pela Beira a caminho de USC
terça-feira, maio 20
10059º Dia
Um dia quase inútil, de pequenas coisas, de incómodos de saúde e de , na hora certa, não estar capaz de dar uma aula. Uma preocupação na véspera de uma viagem e estada na USC.
A situação na África do Sul impressiona, tanto o violência xenófoba, como a relação solidária que parece existir entre (alguns) portugueses residentes e os imigrantes moçambicanos. As vidas desemaranham-se e emaranham-se. Dias sombrios se aproximam.
HAF
A situação na África do Sul impressiona, tanto o violência xenófoba, como a relação solidária que parece existir entre (alguns) portugueses residentes e os imigrantes moçambicanos. As vidas desemaranham-se e emaranham-se. Dias sombrios se aproximam.
HAF
segunda-feira, maio 19
10058º Dia
I
08.00-10.00: Leituras (textos de teses em curso…)
10.00-12.30: preparação de aulas
14.00-15.30: Aula HPC
15.45-17.00: recepção de alunos e tutoria suplementar
17.00-19,30: aula SP_SC-TSC (MEHE)
19.00-20.00: Reunião sobre doutoramentos, NICPRI etc…
II- Portugal e o Investimento Estrangeiro em 2007: tudo ao contrário dos restantes paises da UE (que seguramente são todos uns nabos e deveriam estar preocupados)
Eu sei que os noticiários falaram todos nisso e até ouvi os comentários extraordinários dos comentadores de serviço afectos ao governo. Mas mesmo assim quero que aqui fique registado o patamar onde se localiza a nossa incompetência (as nossas elites políticas e empresariais). O extracto que a seguir vai ler foi hoje incluso em Notícia.rtp.pt:
«Portugal recebeu menos investimento em 2007 e também investiu menos lá fora. Os dados do Eurostat revelam uma tendência contrária à generalidade da UE. O ministro da Economia desvaloriza estes números.
O investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal originário de outros países da União Europeia desceu 56,25%, para os 2,8 mil milhões de euros. Também em 2007, o IDE originário de países fora dos 27 caiu 51,8%, para os 1,3 mil milhões de euros.
O organismo responsável pelas estatísticas europeias, Eurostat, indica que de igual forma os investimentos realizados por Portugal no estrangeiro desceu 22% em 2007.
O IDE português nos 27 baixou de 3,6 mil milhões de euros em 2006 para 2,8 mil milhões de euros em 2007. Para países fora da União Europeia, a quebra foi de 10,7%, para 1,7 mil milhões de euros (1,9 mil milhões em 2006).
Números contrários à generalidade da União Europeia
O Eurostat avança que os Estados-membros da União Europeia receberam mais 23,3 mil milhões de euros de IDE comunitário. O IDE de países fora do bloco comunitário cresceu 90%, de 168,9 mil milhões de euroes em 2006 para os 319,2 mil milhões em 2007. A Europa a 27 também investiu mais 50% lá fora do que em igual período de 2006.
Ministro da Economia desvaloriza dados do Eurostat
O ministro da Economia afirmou que os valores avançados pelo Eurostat incluem vários dados, mas que o mais importante é o relativo a investimentos de raíz. E esses, diz, estão a crescer em Portugal : “É um número que inclui desde o investimento dos chamados projectos novos, que aumentou substancialmente, ao investimento no sector imobiliário, que diminuiu”, disse Manuel Pinho. "O que interessa para um país é conseguir atrair mais projectos novos. Isso é o investimento de raiz. E o investimento de raiz está a aumentar, felizmente”.
”Não nos podemos resignar”
Já o Presidente da República reagiu aos dados hoje conhecidos com uma mensagem de persistência. “Esta fase da economia pode criar um certo sentimento de descrença nos portugueses, mas não nos podemos resignar e não podemos dessitir”, disse Cavaco silva.
“Nós temos que ir para a frente e eu acredito que Portugal irá ultrapassar esta fase mais difícil da sua situação económica. Estou convencido que Portugal há-de encontrar o caminho de aproximação à média de desenvolvimento da União Europeia”, afirmou o Presidente. »
Pode ver os múmeros em e ainda as séries históricas recentes (1996-2007) em Eugénio Rosa (O Investimento Português no Estrangeiro e o Investimento Estrangeiro em Portugal”; http://resistir.info/e_rosa/ide_set07.html , cf a 20 de Maio de 2008]
III Mas somos bons em matéria de ASAE
A ASAE é a designação da nossa instituição governamental que garante a “Segurança Alimentar e Económica” . As notícias do dia a dia mostram o disparatado fundamentalismo que a orienta (além do caderno de objectivos que orienta a sua acção). O mesmo fundamentalismo tonto que levou o Primeiro Ministro a deixar de fumar…. Na verdade o Governo “Nacional” é um género de ASAE da União Europeia ? Faz tudo para Europeizar ( o que é bom) , mas alterna essencialmente entre o exagero e o fazer mal. O que poderiamos chamar de “baixa política”. Pense nisso…..
IV… e “óptimos” na transição para a Sociedade do Precariato…
Pode ler-se n o Jornal de Negócios de hoje: “Jovens qualificados em risco de viver pior que os pais”… como a “Joana, 37 anos, com uma filha, ainda recebe mesada dos pais” ….Já não se trata apenas da dita Geração Jesus Cristo, mas da “Geração da Reforma”, isto é que chega à reforma sem entrar no mercado de trabalho. Se não quer contribuir para a baixa auto-estima nacional não leia nada mais. Se quer conhecer os dados sintéticos e envergonhar-se aqui estão
- Salário Médio no total da Economia (Média Nacional) (2007)- 726 euros
- Salário médios entre os jovens (25-35 anos) a termo (2007): 634 euros
- Salário Médio entre os trabalhadores a termo (contratos a prazo, 2007): 594
Uma transição fulgurante entre a uma Sociedade de Assalariados para uma Sociedade de Pracariato…
V- Tudo isto faz lembrar um Poster de Maio de 1968 ..
Há fenómenos históricos repetíveis mesmo que com outras cores … e nada é eterno, incluíndo a “Democracia” de baixo nível que nos caracteriza. "Não nos podemos resignar", é uma ideia inspiradora que pode ter vários caminhos. E um dia destes podemos ter os nossos jovens a expressar a sua não resignação. Há políticas activas para superar este caldo perigoso: estimular uma boa mobilidade /emigração de quadros em formação ou já formados....é uma delas. Tenho-a recomendado vivamente aos meus filhos. O "país" não os merece e eles, dotados de recursos de "empregabilidade", não podem fazer nada pelo "país" a não ser promover telemóveis e outras quinquilharias modernas ou ter " novas janelas de oportunidades" como porteiros de cinemas, recepcionistas e famílio-dependentes. Uma miserável indignidade.
HAF
08.00-10.00: Leituras (textos de teses em curso…)
10.00-12.30: preparação de aulas
14.00-15.30: Aula HPC
15.45-17.00: recepção de alunos e tutoria suplementar
17.00-19,30: aula SP_SC-TSC (MEHE)
19.00-20.00: Reunião sobre doutoramentos, NICPRI etc…
II- Portugal e o Investimento Estrangeiro em 2007: tudo ao contrário dos restantes paises da UE (que seguramente são todos uns nabos e deveriam estar preocupados)
Eu sei que os noticiários falaram todos nisso e até ouvi os comentários extraordinários dos comentadores de serviço afectos ao governo. Mas mesmo assim quero que aqui fique registado o patamar onde se localiza a nossa incompetência (as nossas elites políticas e empresariais). O extracto que a seguir vai ler foi hoje incluso em Notícia.rtp.pt:
«Portugal recebeu menos investimento em 2007 e também investiu menos lá fora. Os dados do Eurostat revelam uma tendência contrária à generalidade da UE. O ministro da Economia desvaloriza estes números.
O investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal originário de outros países da União Europeia desceu 56,25%, para os 2,8 mil milhões de euros. Também em 2007, o IDE originário de países fora dos 27 caiu 51,8%, para os 1,3 mil milhões de euros.
O organismo responsável pelas estatísticas europeias, Eurostat, indica que de igual forma os investimentos realizados por Portugal no estrangeiro desceu 22% em 2007.
O IDE português nos 27 baixou de 3,6 mil milhões de euros em 2006 para 2,8 mil milhões de euros em 2007. Para países fora da União Europeia, a quebra foi de 10,7%, para 1,7 mil milhões de euros (1,9 mil milhões em 2006).
Números contrários à generalidade da União Europeia
O Eurostat avança que os Estados-membros da União Europeia receberam mais 23,3 mil milhões de euros de IDE comunitário. O IDE de países fora do bloco comunitário cresceu 90%, de 168,9 mil milhões de euroes em 2006 para os 319,2 mil milhões em 2007. A Europa a 27 também investiu mais 50% lá fora do que em igual período de 2006.
Ministro da Economia desvaloriza dados do Eurostat
O ministro da Economia afirmou que os valores avançados pelo Eurostat incluem vários dados, mas que o mais importante é o relativo a investimentos de raíz. E esses, diz, estão a crescer em Portugal : “É um número que inclui desde o investimento dos chamados projectos novos, que aumentou substancialmente, ao investimento no sector imobiliário, que diminuiu”, disse Manuel Pinho. "O que interessa para um país é conseguir atrair mais projectos novos. Isso é o investimento de raiz. E o investimento de raiz está a aumentar, felizmente”.
”Não nos podemos resignar”
Já o Presidente da República reagiu aos dados hoje conhecidos com uma mensagem de persistência. “Esta fase da economia pode criar um certo sentimento de descrença nos portugueses, mas não nos podemos resignar e não podemos dessitir”, disse Cavaco silva.
“Nós temos que ir para a frente e eu acredito que Portugal irá ultrapassar esta fase mais difícil da sua situação económica. Estou convencido que Portugal há-de encontrar o caminho de aproximação à média de desenvolvimento da União Europeia”, afirmou o Presidente. »
Pode ver os múmeros em e ainda as séries históricas recentes (1996-2007) em Eugénio Rosa (O Investimento Português no Estrangeiro e o Investimento Estrangeiro em Portugal”; http://resistir.info/e_rosa/ide_set07.html , cf a 20 de Maio de 2008]
III Mas somos bons em matéria de ASAE
A ASAE é a designação da nossa instituição governamental que garante a “Segurança Alimentar e Económica” . As notícias do dia a dia mostram o disparatado fundamentalismo que a orienta (além do caderno de objectivos que orienta a sua acção). O mesmo fundamentalismo tonto que levou o Primeiro Ministro a deixar de fumar…. Na verdade o Governo “Nacional” é um género de ASAE da União Europeia ? Faz tudo para Europeizar ( o que é bom) , mas alterna essencialmente entre o exagero e o fazer mal. O que poderiamos chamar de “baixa política”. Pense nisso…..
IV… e “óptimos” na transição para a Sociedade do Precariato…
Pode ler-se n o Jornal de Negócios de hoje: “Jovens qualificados em risco de viver pior que os pais”… como a “Joana, 37 anos, com uma filha, ainda recebe mesada dos pais” ….Já não se trata apenas da dita Geração Jesus Cristo, mas da “Geração da Reforma”, isto é que chega à reforma sem entrar no mercado de trabalho. Se não quer contribuir para a baixa auto-estima nacional não leia nada mais. Se quer conhecer os dados sintéticos e envergonhar-se aqui estão
- Salário Médio no total da Economia (Média Nacional) (2007)- 726 euros
- Salário médios entre os jovens (25-35 anos) a termo (2007): 634 euros
- Salário Médio entre os trabalhadores a termo (contratos a prazo, 2007): 594
Uma transição fulgurante entre a uma Sociedade de Assalariados para uma Sociedade de Pracariato…
V- Tudo isto faz lembrar um Poster de Maio de 1968 ..
Há fenómenos históricos repetíveis mesmo que com outras cores … e nada é eterno, incluíndo a “Democracia” de baixo nível que nos caracteriza. "Não nos podemos resignar", é uma ideia inspiradora que pode ter vários caminhos. E um dia destes podemos ter os nossos jovens a expressar a sua não resignação. Há políticas activas para superar este caldo perigoso: estimular uma boa mobilidade /emigração de quadros em formação ou já formados....é uma delas. Tenho-a recomendado vivamente aos meus filhos. O "país" não os merece e eles, dotados de recursos de "empregabilidade", não podem fazer nada pelo "país" a não ser promover telemóveis e outras quinquilharias modernas ou ter " novas janelas de oportunidades" como porteiros de cinemas, recepcionistas e famílio-dependentes. Uma miserável indignidade.
HAF
domingo, maio 18
10057º Dia
I
Histórias Comuns, Histórias Cruzadas….França-Alemanha e o Sudeste Europeu : dois exemplos de uma Revolução Historiográfica
No ínicio de 2003, no âmbito das comemorações dos 40 anos do « Traité de L`Elisée » [22.01.1963 : tratado assinado pelo Chanceler Adenauer e o General de Gaulle que assinalou a reconciliação e o início de uma longa cooperação franco-alemã ], o Parlamento Franco-Alemão dos Jovens, tomou a iniciativa de reunir, em Berlim, 500 liceus dos dois paises. A iniciativa concretizou-se devido aos bons ofícios da OFAJ-Office Franco-Allemand de la Jeunesse. Entre os resultados dessa reunião destacou-se a proposta de ser escrito e adoptado um "manuel d'histoire ayant les mêmes contenus pour les deux pays afin de réduire les préjugés causés par la méconnaissance mutuelle" e destinado à formação dos alunos do Ensino Secundário.
O imediato apoio que a proposta colheu junto de J. Chirac e G. Schroder, e de duas editoras ( Nathan e Klett), permitiu que 10 professores (5 de cada país) cedo se encarregassem do projecto de elaboração dos manuais « duas nações » destinados aos alunos do Secundário. O projecto visa(va) proporcionar uma « visão comum/partilhada da História» , não deixando de realçar as diferentes interpretações nacionais, tem qualidade, como é amplamente reconhecido, e uma grande importância simbólica e cultural .
O primeiro volume da colecção (dos três) a sair, editado em francês ( na primavera) e em alemão (no verão) em 2006 , cobre o período mais recente « Histoire/Geschichte, L’Europe et le monde depuis 1945 » e foi adoptado pelos Liceus no corrente ano lectivo. Destina-se aos alunos do » terminale » (em França) ou da Klasse 12/13 no caso da Alemanha.
O segundo volume ("L’Europe et le monde du congrès de Vienne à 1945"), destinado às classes de « Premiére » (França) e de 11º e 2º anos na Alemanha, foi apresentado recentemente no Museu Histórico de Berlim (DHM, 9 de abril 08) e na Sorbonne em Paris (23 de Abril 08) e será adoptado no ano lectivo 2008-2009). O terceiro volume cobrirá o extenso arco temporal que vai da Antiguidade ao Romantismo e destina-se aos alunos das classes de « Seconde »
Sobre o volume editado mais recentemente escreveu escreveu François CHRÉTIEN.” Il couvre la période du « congrès de Vienne à 1945 », un siècle et demi saigné à blanc par trois guerres opposant Français et Allemands : 1870, 1914-18 et 1939-45. Un même manuel pour étudier la victoire des uns et la défaite des autres... C'est inédit. Mais qu'est-ce que ça change ?
J'ai ressorti mon livre de 1re, datant de 1982 (Carbonell-Rives, ed. Delagrave), pour comparer. Vu de loin, l'ancien et le nouveau bouquin sont également illustrés, faciles d'accès, enrichis de documents émanant de tous les camps. Dans les années 80, on avait déjà abandonné l'étroitesse patriote.
Vu de près, en revanche, il y a des changements notables. Sur 14-18, par exemple. Au chapitre de la « Grande Guerre », mon livre français apprécie les cartes de mouvement d'armées. Et raconte le « miracle » de la bataille de la Marne, qui stoppa la percée adverse sur Paris. Le nouveau bouquin, lui, me rappelle que la « 1re Guerre mondiale » a beaucoup moins de place dans la culture allemande, obnubilée par la guerre d'après. Il insiste sur les front de l'Est et affirme que les Allemands ne sont pas « les seuls responsables » de la « Boucherie » de 14, comme l'a fait croire le traité de Versailles qui asphyxia l'Allemagne.
Le manuel « binational » n'en est pas complaisant pour autant avec les errements d'Outre-Rhin. En témoigne le chapitre sur la période 1933-1939. Le « vieux » livre l'intitule « L'Allemagne hitlérienne » est y marque une tendance à tout mettre sur le dos du Führer. Le « nouveau » manuel, qui parle plutôt « d'Allemagne nazie », explique que cette idéologie a trouvé le soutien de la population parce qu'elle reprenait des idées depuis longtemps « familières aux Allemands »... (Cf Journal Ouest-France ).
Mas a ideia da escrita de uma história comum tem na Europa outras experiências coevas. O CDRSE- Center for Democracy and Reconciliation in Southeast Europe (Tessalonica) iniciou em 2003 o Southeast European Joint History Project (JHP) . Na apresentação do mesmo pode ler-se:
“Empires rising and falling, nations forming, dividing and re-configuring, diverse peoples, religions, cultures and influences all intermingling, external powers intervening; the Southeast European region has a colourful, mixed and complex modern history, sometimes with differing views and accounts of the past.
Approaching the history of the region in a multi-perspective manner with the goal of discussing and reconciling with the recent past is one constructive and effective response to enhancing the notion of a shared past and therefore a basis for a shared future in the region. The CDRSEE’s “Joint History Project” has started this ball rolling, and its achievements to date have been substantial: working in an inclusive and participative manner with historians, teachers, translators and partners from all of the countries of Southeast Europe at every stage. The project has developed and produced 4 multi-perspective history workbooks. As of August 2007, these have been produced in English, Greek and Serbian (available to download via the ‘download’ buttons on this site) and the Albanian, Bosnian, Croatian and Macedonian Language editions are all currently in production- on schedule for release in Autumn 2007. These books, along with outreach, teacher training and media work form the backbone of the JHP.
The JHP aims in the long term to:
1.Utilise participative methodologies of history education in order to encourage, support and bring about democratic change in Southeast Europe by working through democratic values and fostering the emergence of citizens who are empowered to defend and promote these.
2.Increase the potential for independent, critical and self reflective thought in education, through history teaching; contributing to the development of a more active civil society that participates in democratic processes
3.Support and enhance teachers’ skills and confidence in using multiperspective and participative teaching methods in all disciplines for the purpose of encouraging citizenship
4.Enhance the realm of education to play a role in assisting the new generation in Southeast Europe to be able to reconcile the past and move forwards to a self-determined and democratic future that can solve its own problems, cooperate and uphold rights and liberties.
5.Raise the profile and confidence of teachers as creative and highly skilled agents of democratic education and change in their societies.
6.Support teachers’ networks and raise awareness of their significance and roles and support their advocacy work. ?”
O resultado mais relevante deste projecto é uma série de quartos manuais, que o leitor tem disponíveis on-line, com muitos outros documentos. A edição da Série foi coordenada pela Prof.ª Christina Koulouri, e os quatro volumes coordenados também por reputados historiadores, a saber:
Bogdan Murgescu, and Halil Berktay (eds) :The Ottoman Empire (2003)
Mirela-Luminita Murgescu (ed.) Nations and States in Southeast Europe, 2005
Valery Kamenov Kolev (ed.), The Balkan Wars, 2005
Kresimir Erdelja (ed.) The Second World War: Assessed in Zagreb, September 2003
(cf. http://www.cdsee.org/jhp/index.html)
Estamos perante um paradigma, feixe de questões e prática historiográficas para as quais é urgente treinar de forma consistente tanto as novas gerações de historiadores como os professores do Ensino Secundário. Sem isso a “jangada” em que navega a forma mais geral de escrever a História profissional e da agenda que a conduz prolongará por muitos anos o afastamento iniciado em meados dos anos 1990s.
II Lembrar Maio de 1968
A 19 de Maio de 1968 um debate na praia de Saint-Nazaire com Dany Cohn-Bendit, de pé no uso da palavra. “Um momento extra!” , assim o recorda ainda hoje Cohn-Bendit. [Col. Ecomusée de Saint-Nazaire, collection Ouest-France.]
III-III- Uma “jornada” gloriosa, merecida e justa
HAF
Histórias Comuns, Histórias Cruzadas….França-Alemanha e o Sudeste Europeu : dois exemplos de uma Revolução Historiográfica
No ínicio de 2003, no âmbito das comemorações dos 40 anos do « Traité de L`Elisée » [22.01.1963 : tratado assinado pelo Chanceler Adenauer e o General de Gaulle que assinalou a reconciliação e o início de uma longa cooperação franco-alemã ], o Parlamento Franco-Alemão dos Jovens, tomou a iniciativa de reunir, em Berlim, 500 liceus dos dois paises. A iniciativa concretizou-se devido aos bons ofícios da OFAJ-Office Franco-Allemand de la Jeunesse. Entre os resultados dessa reunião destacou-se a proposta de ser escrito e adoptado um "manuel d'histoire ayant les mêmes contenus pour les deux pays afin de réduire les préjugés causés par la méconnaissance mutuelle" e destinado à formação dos alunos do Ensino Secundário.
O imediato apoio que a proposta colheu junto de J. Chirac e G. Schroder, e de duas editoras ( Nathan e Klett), permitiu que 10 professores (5 de cada país) cedo se encarregassem do projecto de elaboração dos manuais « duas nações » destinados aos alunos do Secundário. O projecto visa(va) proporcionar uma « visão comum/partilhada da História» , não deixando de realçar as diferentes interpretações nacionais, tem qualidade, como é amplamente reconhecido, e uma grande importância simbólica e cultural .
O primeiro volume da colecção (dos três) a sair, editado em francês ( na primavera) e em alemão (no verão) em 2006 , cobre o período mais recente « Histoire/Geschichte, L’Europe et le monde depuis 1945 » e foi adoptado pelos Liceus no corrente ano lectivo. Destina-se aos alunos do » terminale » (em França) ou da Klasse 12/13 no caso da Alemanha.
O segundo volume ("L’Europe et le monde du congrès de Vienne à 1945"), destinado às classes de « Premiére » (França) e de 11º e 2º anos na Alemanha, foi apresentado recentemente no Museu Histórico de Berlim (DHM, 9 de abril 08) e na Sorbonne em Paris (23 de Abril 08) e será adoptado no ano lectivo 2008-2009). O terceiro volume cobrirá o extenso arco temporal que vai da Antiguidade ao Romantismo e destina-se aos alunos das classes de « Seconde »
Sobre o volume editado mais recentemente escreveu escreveu François CHRÉTIEN.” Il couvre la période du « congrès de Vienne à 1945 », un siècle et demi saigné à blanc par trois guerres opposant Français et Allemands : 1870, 1914-18 et 1939-45. Un même manuel pour étudier la victoire des uns et la défaite des autres... C'est inédit. Mais qu'est-ce que ça change ?
J'ai ressorti mon livre de 1re, datant de 1982 (Carbonell-Rives, ed. Delagrave), pour comparer. Vu de loin, l'ancien et le nouveau bouquin sont également illustrés, faciles d'accès, enrichis de documents émanant de tous les camps. Dans les années 80, on avait déjà abandonné l'étroitesse patriote.
Vu de près, en revanche, il y a des changements notables. Sur 14-18, par exemple. Au chapitre de la « Grande Guerre », mon livre français apprécie les cartes de mouvement d'armées. Et raconte le « miracle » de la bataille de la Marne, qui stoppa la percée adverse sur Paris. Le nouveau bouquin, lui, me rappelle que la « 1re Guerre mondiale » a beaucoup moins de place dans la culture allemande, obnubilée par la guerre d'après. Il insiste sur les front de l'Est et affirme que les Allemands ne sont pas « les seuls responsables » de la « Boucherie » de 14, comme l'a fait croire le traité de Versailles qui asphyxia l'Allemagne.
Le manuel « binational » n'en est pas complaisant pour autant avec les errements d'Outre-Rhin. En témoigne le chapitre sur la période 1933-1939. Le « vieux » livre l'intitule « L'Allemagne hitlérienne » est y marque une tendance à tout mettre sur le dos du Führer. Le « nouveau » manuel, qui parle plutôt « d'Allemagne nazie », explique que cette idéologie a trouvé le soutien de la population parce qu'elle reprenait des idées depuis longtemps « familières aux Allemands »... (Cf Journal Ouest-France ).
Mas a ideia da escrita de uma história comum tem na Europa outras experiências coevas. O CDRSE- Center for Democracy and Reconciliation in Southeast Europe (Tessalonica) iniciou em 2003 o Southeast European Joint History Project (JHP) . Na apresentação do mesmo pode ler-se:
“Empires rising and falling, nations forming, dividing and re-configuring, diverse peoples, religions, cultures and influences all intermingling, external powers intervening; the Southeast European region has a colourful, mixed and complex modern history, sometimes with differing views and accounts of the past.
Approaching the history of the region in a multi-perspective manner with the goal of discussing and reconciling with the recent past is one constructive and effective response to enhancing the notion of a shared past and therefore a basis for a shared future in the region. The CDRSEE’s “Joint History Project” has started this ball rolling, and its achievements to date have been substantial: working in an inclusive and participative manner with historians, teachers, translators and partners from all of the countries of Southeast Europe at every stage. The project has developed and produced 4 multi-perspective history workbooks. As of August 2007, these have been produced in English, Greek and Serbian (available to download via the ‘download’ buttons on this site) and the Albanian, Bosnian, Croatian and Macedonian Language editions are all currently in production- on schedule for release in Autumn 2007. These books, along with outreach, teacher training and media work form the backbone of the JHP.
The JHP aims in the long term to:
1.Utilise participative methodologies of history education in order to encourage, support and bring about democratic change in Southeast Europe by working through democratic values and fostering the emergence of citizens who are empowered to defend and promote these.
2.Increase the potential for independent, critical and self reflective thought in education, through history teaching; contributing to the development of a more active civil society that participates in democratic processes
3.Support and enhance teachers’ skills and confidence in using multiperspective and participative teaching methods in all disciplines for the purpose of encouraging citizenship
4.Enhance the realm of education to play a role in assisting the new generation in Southeast Europe to be able to reconcile the past and move forwards to a self-determined and democratic future that can solve its own problems, cooperate and uphold rights and liberties.
5.Raise the profile and confidence of teachers as creative and highly skilled agents of democratic education and change in their societies.
6.Support teachers’ networks and raise awareness of their significance and roles and support their advocacy work. ?”
O resultado mais relevante deste projecto é uma série de quartos manuais, que o leitor tem disponíveis on-line, com muitos outros documentos. A edição da Série foi coordenada pela Prof.ª Christina Koulouri, e os quatro volumes coordenados também por reputados historiadores, a saber:
Bogdan Murgescu, and Halil Berktay (eds) :The Ottoman Empire (2003)
Mirela-Luminita Murgescu (ed.) Nations and States in Southeast Europe, 2005
Valery Kamenov Kolev (ed.), The Balkan Wars, 2005
Kresimir Erdelja (ed.) The Second World War: Assessed in Zagreb, September 2003
(cf. http://www.cdsee.org/jhp/index.html)
Estamos perante um paradigma, feixe de questões e prática historiográficas para as quais é urgente treinar de forma consistente tanto as novas gerações de historiadores como os professores do Ensino Secundário. Sem isso a “jangada” em que navega a forma mais geral de escrever a História profissional e da agenda que a conduz prolongará por muitos anos o afastamento iniciado em meados dos anos 1990s.
II Lembrar Maio de 1968
A 19 de Maio de 1968 um debate na praia de Saint-Nazaire com Dany Cohn-Bendit, de pé no uso da palavra. “Um momento extra!” , assim o recorda ainda hoje Cohn-Bendit. [Col. Ecomusée de Saint-Nazaire, collection Ouest-France.]
III-III- Uma “jornada” gloriosa, merecida e justa
HAF
sábado, maio 17
10056º Dia
I
09.00-12.00: “Shopping” e cumprimento integral dos deveres fiscais…
15.00-19.00: leituras que ajudam a cruzar perspectivas sobre o Bolonhização e a forma como os governos , na interacção indispensável que devem ter com as Universidades e outros estabelecimentos estão a lidar com o assunto. E nesta matéria é dificil dividir a Europa entre governos liberais, conservadores e sociais democratas. A divisão é outra. É entre governos que acham que a sociedade do conhecimento é um dos dos pilares essenciais na consolidação de uma Europa de qualidade social e que por isso nela é preciso pôr mais ovos, ou os outros que, para além da retórica, acham que a governamentalização das Universidades é um instrumento da Europeização. Por isso tem sido acentuado a grande tensão que neste momento divide as elites da Europa: a segmentação das elites nacionais em “resistentes” e e “pró-activas” em matéria de Europeizar harmonizando o essecial por cima , isto é, com qualidade ( democrática , cultural , científica e técnica) . Isso custa caro… por isso é que se devem desenhar estratégias claras para que não se perca de vista o objectivo essencial. É claro que a “bolonhização” em Portugal tem caminhado, e acreditamos sempre que caminhando se caminha no sentido certo. Há casos em que isso é um notório logro.
II
Chegou-me uma boa notícia: as membros internos da Assembleia Estatutária da UE acordaram ontem que os novos estatutos, antes de chegar à sessão do Senado, terão um período útil de discussão pública na Academia. Está é a única solução que pode encaixar no quadro do que podemos designar como boas práticas……… até porque o Senado tem a legitimidade que tem….
HAF
09.00-12.00: “Shopping” e cumprimento integral dos deveres fiscais…
15.00-19.00: leituras que ajudam a cruzar perspectivas sobre o Bolonhização e a forma como os governos , na interacção indispensável que devem ter com as Universidades e outros estabelecimentos estão a lidar com o assunto. E nesta matéria é dificil dividir a Europa entre governos liberais, conservadores e sociais democratas. A divisão é outra. É entre governos que acham que a sociedade do conhecimento é um dos dos pilares essenciais na consolidação de uma Europa de qualidade social e que por isso nela é preciso pôr mais ovos, ou os outros que, para além da retórica, acham que a governamentalização das Universidades é um instrumento da Europeização. Por isso tem sido acentuado a grande tensão que neste momento divide as elites da Europa: a segmentação das elites nacionais em “resistentes” e e “pró-activas” em matéria de Europeizar harmonizando o essecial por cima , isto é, com qualidade ( democrática , cultural , científica e técnica) . Isso custa caro… por isso é que se devem desenhar estratégias claras para que não se perca de vista o objectivo essencial. É claro que a “bolonhização” em Portugal tem caminhado, e acreditamos sempre que caminhando se caminha no sentido certo. Há casos em que isso é um notório logro.
II
Chegou-me uma boa notícia: as membros internos da Assembleia Estatutária da UE acordaram ontem que os novos estatutos, antes de chegar à sessão do Senado, terão um período útil de discussão pública na Academia. Está é a única solução que pode encaixar no quadro do que podemos designar como boas práticas……… até porque o Senado tem a legitimidade que tem….
HAF
sexta-feira, maio 16
10054º Dia
09.00-11.00 : preparação de Conferência
11.00-12.30: preparação plano actividades do NICPRI.UE
14.00-17.00: Reunião GD NICPRI.UE
18.00-20.00: Correspondência, Plano Geral de Actividades do NICPRI, dossier Eleições da Direcção do NICPRI ( boletins de voto, etc…) ; conferência de documentos dos Grupos de Disciplinas , Serviço Docente, etc.
22.00:-05.00- preparação sessões na USC
11.00-12.30: preparação plano actividades do NICPRI.UE
14.00-17.00: Reunião GD NICPRI.UE
18.00-20.00: Correspondência, Plano Geral de Actividades do NICPRI, dossier Eleições da Direcção do NICPRI ( boletins de voto, etc…) ; conferência de documentos dos Grupos de Disciplinas , Serviço Docente, etc.
22.00:-05.00- preparação sessões na USC
quarta-feira, maio 14
10053º Dia
I
08.00-13.00: preparação da conferência
14.00-17.00: preparação da sessão HCTN-EH (MEHE)
17.00-20.00. Sessão HCTN-EH (MEHE)
21.00-24.30: Uma vista de olhos por uma dezena de “final repports” nacional da “History of Social Work in Eastern Europe 1900-1960”, um projecto da Rede de Estudos Históricos sobre o Género e o Trabalho Social
II. Um dia em que a História acelerou...
HAF
08.00-13.00: preparação da conferência
14.00-17.00: preparação da sessão HCTN-EH (MEHE)
17.00-20.00. Sessão HCTN-EH (MEHE)
21.00-24.30: Uma vista de olhos por uma dezena de “final repports” nacional da “History of Social Work in Eastern Europe 1900-1960”, um projecto da Rede de Estudos Históricos sobre o Género e o Trabalho Social
II. Um dia em que a História acelerou...
HAF
10052º Dia
08-00-12.00: preparação de conferência
12.00-14.00: burocracia NICPRI, etc…
15.30-17.00: aula HPC-II
17.00-18.30: atendimento a alunos
21.30- 12.00: “Os Dias de Maio” de William Klein, um fime-crónica/documento muito interessante …embora cronologicamente situação a partir de finais de maio de 68. Não foi de todo uma noite perdida. A sua distribuição foi Uma boa iniciativa do Público
12.00-14.00: burocracia NICPRI, etc…
15.30-17.00: aula HPC-II
17.00-18.30: atendimento a alunos
21.30- 12.00: “Os Dias de Maio” de William Klein, um fime-crónica/documento muito interessante …embora cronologicamente situação a partir de finais de maio de 68. Não foi de todo uma noite perdida. A sua distribuição foi Uma boa iniciativa do Público
segunda-feira, maio 12
10051º Dia
I
08.00-12.30: preparação de conferência
14.00-15.30: aula HPC-II
17.00-20:00 SP_SC-TSC (MEHE)
Aoesar do Congresso da Ciência o resto da vida académica passa-me ao lado….
II
21.00: Chegou a H&S-REHS, 25-26: um número duplo com um dossier dedicado à “Jeunesse Déviante et Justice, XIXe-XXe Siècles (Europe, Amérique, Russie) “ e um outro conjunto de artigos sobre as reformas universitárias iniciadas em França pela Lei LRU ou lei Pécresse (Lei de 10 de Agosto de 2007, relativa às liberdades e responsabilidades das Universidades ) . Dois eixos que “abordent de front deux champs sociaux qui donnent lieu à des débats dans l`opinion – à des luttes également”: um, a deliquências dos menores, informa sobre o olhar dos actores sociais , profissionais e elites sobre um grupo etário específico e sobre os despositivos de enquadramento criados ; o outro, “illustre les profondes transformations que les services publiques connaissente depuis une trentaine d´années” (Editorial)
III
23.00… O regresso ao Prós e Contras…para ver o friso de alguns dos “verdadeiros artistas” do futebol nacional. A única coisa que não surpreendeu foi a dignidade e frontalidade do Dr. Dias da Cunha. E o Ministro do sector parece que não vai mal orientado na matéria.
IV- Reformas e mudanças no Ensino Superior /Universitário: a propósito do "show" do Ministro da CES e do Primeiro Ministro em Aveiro
Está aberta a época das promessas. O MCES voltou à sair á rua com milhões virtuais. O momento mais comodevor foi a calorosa troca de cumprimentos entre o MCES e o Sr Primeiro Ministro. Fiqeui com a ideia de que já não se viam há muito tempo e que por um acaso se tinham cruzado na Universidade de Aveiro.
Entretanto sobre aspectos essenciais da vida universitária nem um passo : precisamos dos centros de investigação avaliados, as classificações tornadas públicas e a sua vida institucional normalizada; precisamos ainda de introduzir qualidade no Processo de Bolonha e dos cursos internacionalmente credenciados. Quando subscreveram a “criação de um espaço europeu do Ensino Superior “ os senhores governantes deveriam ter tomado consciência de que para obter resultados qualitativamente superiores aos obtidos pelo “velho modelo” , eram necessários outras formas de organização e de muito mais recursos (não há qualidade barata…) e por isso deveriam ter ponderado as escolhas orçamentais adequadas para que o processo começasse bem , uma condição para ser bem sucedido. Deveriam ainda ter em conta que as famílias portuguesas, o principal pilar do nosso "welfare state" no sentido amplo , já estão financeiramente exauridas pelo que seria forçosamente o Estado (não há Sociedade Civil em Portugal, na forma individual ou associativa, com escala e espírito de patrocínio ) a suportar os custos adicionais da Bolonhização. Com muitas universidades públicas (e privadas) activamente empurradas para a falência técnica, em alguns sectores académicos é óbvio que são (alguns dos) os Professores que estão a financiar, com generosas fatias dos seus recursos privados, os custos “técnicos” da Bolonhização.
E a propósito desta matéria lembro que em França, o Presidente Nicolas Sarkozy depois de promulgar a nova e polémica legislação da reforma das Universidades (2007) , e para que a aplicação da lei fosse viável, aumentou o orçamento (2008) destas instituições públicas em 50% : vou digitar para que não restem dúvidas : cinquenta por cento [cf Le Monde, 5 de Maio] .
Portanto Senhor Ministro da CES, os [400!] milhões ontem prometidos, são iguais aos 300 milhões que disse ter reservado para a investigação no passado ano; claro, depois de todos os centros se recandidatarem à credenciação da FCT (já passou um ano… um ano…) e de abrirem novas candidaturas para os projectos de investigação (alguém sabe o calendário…. !!!!) etc.etc. Em suma as tretas do costume quando as eleições se aproximam ou se quer convencer o povo que o modelo fundacional é uma panaceia… para superar um dos poços de todos os males… Há um calão britânico para adjectivar estas “cenas de Ministro”. Conheço-o , mas não a posso usar aqui, pese embora o apetite de o fazer. Quando é a próxima "Revolução"?
HAF
08.00-12.30: preparação de conferência
14.00-15.30: aula HPC-II
17.00-20:00 SP_SC-TSC (MEHE)
Aoesar do Congresso da Ciência o resto da vida académica passa-me ao lado….
II
21.00: Chegou a H&S-REHS, 25-26: um número duplo com um dossier dedicado à “Jeunesse Déviante et Justice, XIXe-XXe Siècles (Europe, Amérique, Russie) “ e um outro conjunto de artigos sobre as reformas universitárias iniciadas em França pela Lei LRU ou lei Pécresse (Lei de 10 de Agosto de 2007, relativa às liberdades e responsabilidades das Universidades ) . Dois eixos que “abordent de front deux champs sociaux qui donnent lieu à des débats dans l`opinion – à des luttes également”: um, a deliquências dos menores, informa sobre o olhar dos actores sociais , profissionais e elites sobre um grupo etário específico e sobre os despositivos de enquadramento criados ; o outro, “illustre les profondes transformations que les services publiques connaissente depuis une trentaine d´années” (Editorial)
III
23.00… O regresso ao Prós e Contras…para ver o friso de alguns dos “verdadeiros artistas” do futebol nacional. A única coisa que não surpreendeu foi a dignidade e frontalidade do Dr. Dias da Cunha. E o Ministro do sector parece que não vai mal orientado na matéria.
IV- Reformas e mudanças no Ensino Superior /Universitário: a propósito do "show" do Ministro da CES e do Primeiro Ministro em Aveiro
Está aberta a época das promessas. O MCES voltou à sair á rua com milhões virtuais. O momento mais comodevor foi a calorosa troca de cumprimentos entre o MCES e o Sr Primeiro Ministro. Fiqeui com a ideia de que já não se viam há muito tempo e que por um acaso se tinham cruzado na Universidade de Aveiro.
Entretanto sobre aspectos essenciais da vida universitária nem um passo : precisamos dos centros de investigação avaliados, as classificações tornadas públicas e a sua vida institucional normalizada; precisamos ainda de introduzir qualidade no Processo de Bolonha e dos cursos internacionalmente credenciados. Quando subscreveram a “criação de um espaço europeu do Ensino Superior “ os senhores governantes deveriam ter tomado consciência de que para obter resultados qualitativamente superiores aos obtidos pelo “velho modelo” , eram necessários outras formas de organização e de muito mais recursos (não há qualidade barata…) e por isso deveriam ter ponderado as escolhas orçamentais adequadas para que o processo começasse bem , uma condição para ser bem sucedido. Deveriam ainda ter em conta que as famílias portuguesas, o principal pilar do nosso "welfare state" no sentido amplo , já estão financeiramente exauridas pelo que seria forçosamente o Estado (não há Sociedade Civil em Portugal, na forma individual ou associativa, com escala e espírito de patrocínio ) a suportar os custos adicionais da Bolonhização. Com muitas universidades públicas (e privadas) activamente empurradas para a falência técnica, em alguns sectores académicos é óbvio que são (alguns dos) os Professores que estão a financiar, com generosas fatias dos seus recursos privados, os custos “técnicos” da Bolonhização.
E a propósito desta matéria lembro que em França, o Presidente Nicolas Sarkozy depois de promulgar a nova e polémica legislação da reforma das Universidades (2007) , e para que a aplicação da lei fosse viável, aumentou o orçamento (2008) destas instituições públicas em 50% : vou digitar para que não restem dúvidas : cinquenta por cento [cf Le Monde, 5 de Maio] .
Portanto Senhor Ministro da CES, os [400!] milhões ontem prometidos, são iguais aos 300 milhões que disse ter reservado para a investigação no passado ano; claro, depois de todos os centros se recandidatarem à credenciação da FCT (já passou um ano… um ano…) e de abrirem novas candidaturas para os projectos de investigação (alguém sabe o calendário…. !!!!) etc.etc. Em suma as tretas do costume quando as eleições se aproximam ou se quer convencer o povo que o modelo fundacional é uma panaceia… para superar um dos poços de todos os males… Há um calão britânico para adjectivar estas “cenas de Ministro”. Conheço-o , mas não a posso usar aqui, pese embora o apetite de o fazer. Quando é a próxima "Revolução"?
HAF
10050º Dia
Um falso Dia Branco….com leituras em torno do processo do concurso que se arrasta… e a memória de que há 40 anos os sindicatos franceses aderiram à greve marcada pelos estudentas para 14 de maio de 68 enquanto em Bona 40 mil participantes protestavam contra as leis de emergência [Notstandsgesetze] recém decretadas no que contaram pelo menos com a solidariedade de centenas de jovens jugoslavos que em Belgrado protestavam junto à embaixada da RFA….
Contudo uma magna revolução começara anos antes: a Food and Druggs Administration (USA) , a 11 de maio de 1960 aprovou a distribuição do primeiro contraceptivo oral (vulgo pílula) , o Enovid , produzido pela Searle Company de Chicago. A dose mensal custava então cerca de 10 dólares . Nascia um poderoso macanismo para o controle dos nascimentos e promover uma profunda revolução das pratáticas sexuais. nesse dia o mundo avançou tornando-se melhor para muito mais pessoas… Começara aqui de facto ( e não em 1962) a “Fifth Freedom”.
HAF
Contudo uma magna revolução começara anos antes: a Food and Druggs Administration (USA) , a 11 de maio de 1960 aprovou a distribuição do primeiro contraceptivo oral (vulgo pílula) , o Enovid , produzido pela Searle Company de Chicago. A dose mensal custava então cerca de 10 dólares . Nascia um poderoso macanismo para o controle dos nascimentos e promover uma profunda revolução das pratáticas sexuais. nesse dia o mundo avançou tornando-se melhor para muito mais pessoas… Começara aqui de facto ( e não em 1962) a “Fifth Freedom”.
HAF
sábado, maio 10
10049º Dia
I
Aproxima-se uma nova semana “intensa” em que podemos ter novidades imprtantes. Estou sem agenda para estar presente no 1º Congresso de Investigação (13-14 de Maio) da Universidade de Évora. Não participarei mas não deixo de saudar a iniciativa da Vice-Reitoria. Deviamos há muito ter criado este espaço de reflexão e debate sobre a(s) estratégia(s) de investigação , a sua organização institucional, a sua regulação e articulação com o ensino, e as modalidades de avaliação, responsabilização e recompensa. Uma melhor programação certamente facilitaria a participação dos docentes em parrticular dos academicamente mais qualificados e com maiores responsabilidades. No próximo haverá certamente um maior cuidado com os detalhes que facilitam a integração de uma iniciativa desta importância nas agendas e compromissos individuais.
Preparar as aulas, as conferências , as duas reuniões do CC do Núcleo de Évora do NICPRI.UE assim como do NICPRI inter-institucional (UM/EU/UC) , plano de actividades e orçamento (tardios, claro, com a FCT que temos….) , a reunião do DH (que cansaço !!!!) , ver documentos de duas agregações e conhecer as alegações de um candidato em concurso académico anterior e acompanhar de perto o andamento de algumas iniciativas académicas em curso…. eis o que se pode fazer.
II. O Dr. Ricardo Alberto Santos Costa mostra que é possível vencer a corrupção e a batota em Portugal
O jovem Presidente da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol comunicou ontem ao país, a punição aplicada a alguns dos clubes, dirigentes e árbitros envolvidos no Apíto Dourado. Num país como este é uma proeza ser capaz de chegar até já onde se chegou. Fez-se história, claro. Mas estamos muito longe do “Apito Final”, ou pelo menos dele deveriamos estar. De uma coisa já ninguém tem dúvidas: as últimas décadas do futebol nacional teve frequentemente vencedores com pouco mérito e muita batota. Vamos lá ver quanto tempo o Dr. Ricardo Costa, Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, aguenta o lugar de PCDLPF. Até ao final do ano? Entretanto….Chapeau.
III. Enquanto um outro Maio não volta às Universidades…..
Não perca a história do « groupe d´etudiants “enragés” » que, na primavera de 1968 em Nanterre (Paris) , “resiste au conformisme” de um “pays en paix, prospére et stable”. Uma história em banda desenhada com “acção”, “amor” , “drama” e “efeitos especiais” assinada por Alexandre Franc e Arnauld Bureau ( “Mai 1968. Histoire d`un Printemps”, com prefácio de Daniel Cohen-Bendit, ed. Berg, 2008) . Dê pelo menos uma vista de olhos ao spot publicitário disponível no Youtube (Mai 68 en BD; se sabe como “importar”o video mande-me uma cópia…)
HAF
Aproxima-se uma nova semana “intensa” em que podemos ter novidades imprtantes. Estou sem agenda para estar presente no 1º Congresso de Investigação (13-14 de Maio) da Universidade de Évora. Não participarei mas não deixo de saudar a iniciativa da Vice-Reitoria. Deviamos há muito ter criado este espaço de reflexão e debate sobre a(s) estratégia(s) de investigação , a sua organização institucional, a sua regulação e articulação com o ensino, e as modalidades de avaliação, responsabilização e recompensa. Uma melhor programação certamente facilitaria a participação dos docentes em parrticular dos academicamente mais qualificados e com maiores responsabilidades. No próximo haverá certamente um maior cuidado com os detalhes que facilitam a integração de uma iniciativa desta importância nas agendas e compromissos individuais.
Preparar as aulas, as conferências , as duas reuniões do CC do Núcleo de Évora do NICPRI.UE assim como do NICPRI inter-institucional (UM/EU/UC) , plano de actividades e orçamento (tardios, claro, com a FCT que temos….) , a reunião do DH (que cansaço !!!!) , ver documentos de duas agregações e conhecer as alegações de um candidato em concurso académico anterior e acompanhar de perto o andamento de algumas iniciativas académicas em curso…. eis o que se pode fazer.
II. O Dr. Ricardo Alberto Santos Costa mostra que é possível vencer a corrupção e a batota em Portugal
O jovem Presidente da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol comunicou ontem ao país, a punição aplicada a alguns dos clubes, dirigentes e árbitros envolvidos no Apíto Dourado. Num país como este é uma proeza ser capaz de chegar até já onde se chegou. Fez-se história, claro. Mas estamos muito longe do “Apito Final”, ou pelo menos dele deveriamos estar. De uma coisa já ninguém tem dúvidas: as últimas décadas do futebol nacional teve frequentemente vencedores com pouco mérito e muita batota. Vamos lá ver quanto tempo o Dr. Ricardo Costa, Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, aguenta o lugar de PCDLPF. Até ao final do ano? Entretanto….Chapeau.
III. Enquanto um outro Maio não volta às Universidades…..
Não perca a história do « groupe d´etudiants “enragés” » que, na primavera de 1968 em Nanterre (Paris) , “resiste au conformisme” de um “pays en paix, prospére et stable”. Uma história em banda desenhada com “acção”, “amor” , “drama” e “efeitos especiais” assinada por Alexandre Franc e Arnauld Bureau ( “Mai 1968. Histoire d`un Printemps”, com prefácio de Daniel Cohen-Bendit, ed. Berg, 2008) . Dê pelo menos uma vista de olhos ao spot publicitário disponível no Youtube (Mai 68 en BD; se sabe como “importar”o video mande-me uma cópia…)
HAF
sexta-feira, maio 9
10048º Dia
08.00-10.30: preparação aulas MEHE
10.30-13.00: Conferência (A emergência de uma Sociedade Europeia no Séc. XX) numa sessão da Univ. Évora dedicada ao Dia da Europa para es escolas do Ens. Secundário
13.00-15.00: Almoço p.c.org.
15.00-17.00: Correspondência , burocracia e promoção do MEHE
17.00-20.00: HCTN-DT (MEHE)
HAF
10.30-13.00: Conferência (A emergência de uma Sociedade Europeia no Séc. XX) numa sessão da Univ. Évora dedicada ao Dia da Europa para es escolas do Ens. Secundário
13.00-15.00: Almoço p.c.org.
15.00-17.00: Correspondência , burocracia e promoção do MEHE
17.00-20.00: HCTN-DT (MEHE)
HAF
10047º Dia
08.00-13.00: recepção de alunos: tutoria de 6 grupos de trabalho de HPC II
13.00-14.00: almoço com V-R H
14.00-15.00: Júri de Equivalência
15.15-20.00: tutoria de 5 grupos de trabalho de HPC II
HAF
13.00-14.00: almoço com V-R H
14.00-15.00: Júri de Equivalência
15.15-20.00: tutoria de 5 grupos de trabalho de HPC II
HAF
quarta-feira, maio 7
10046º Dia
I
9.00-11.00: Burocracia do NICPRI e reuniões dos dias 15 e 16 de Maio
11..00-13.30:Preparação do Seminário HCTN-EE
14.30-16.00: Mobilidade Docente: documentos para a visita USC
16.00-17.00: recepção de Alunos
17.00-2099: Sessão de HCTN-EE (MEHE)
II
Uma breve nota sobre um Hors-Série de "Liaisons", uma revista da Perfeitura da Polícia de Paris. Chegou anteontem aos escaparates franceses. Uma edição imperdível.Inclui uma entrevista de Maurice Grimaud (1913-…), Perfeito de Paris entre 1967-1971 e autor de “Je ne suis pas né en mai 68”(Paris, Tallandier, 2007), um livro de memórias que inclui a edição integral da sua agenda em 1968. No passado sábado (3 de Maio) o “Perfeito das Barricadas”, como ficou conhecido desde então, participou juntamente com o ex- “libertário” e dirigente estudantil Daniel Cohen-Bendict (actualmente Verde e deputado europeu) numa interessante entrevista- debate no France 2(20 h).
O número especial do "Liaisions" inclui ainda documentos do arquivo fotográfico da polícia (fotografias dos 10 fotográfos então de serviço e de outros funcionários) mas concentra-se fundamentalmente na recolha de testemunhos de policiais coevos já reformados ou ainda no activo. A pergunta “Que faisiez-vous en mai 68 ? “ foi dirigida a “gardiens de la paix, brigadiers, pompiers, commissaires, administratifs, préfets ou directeurs, à l’œuvre à la PP [Perfecture de Paris] en cet explosif printemps.” Cerca de 50 depoimentos que mostram como 68 deixou profundas marcas profissionais, pessoais e, em alguns casos, físicas. Entre 3 de maio e 30 de junho de 1968, 1912 policias foram feridos, cerca de 5-6% dos quais gravemente. Pela primeira vez "Liaisons" foi colocada à venda ao público.
Seria interessante que as nossas polícias tivessem a ousadia de fazer o mesmo a propósito dos 40 anos da “crise estudantil de 1969”. Os historiadores certamente não hesitariam prestar a colaboração necessária e o contributo para a cidadania democrática seria enorme.
HAF
9.00-11.00: Burocracia do NICPRI e reuniões dos dias 15 e 16 de Maio
11..00-13.30:Preparação do Seminário HCTN-EE
14.30-16.00: Mobilidade Docente: documentos para a visita USC
16.00-17.00: recepção de Alunos
17.00-2099: Sessão de HCTN-EE (MEHE)
II
Uma breve nota sobre um Hors-Série de "Liaisons", uma revista da Perfeitura da Polícia de Paris. Chegou anteontem aos escaparates franceses. Uma edição imperdível.Inclui uma entrevista de Maurice Grimaud (1913-…), Perfeito de Paris entre 1967-1971 e autor de “Je ne suis pas né en mai 68”(Paris, Tallandier, 2007), um livro de memórias que inclui a edição integral da sua agenda em 1968. No passado sábado (3 de Maio) o “Perfeito das Barricadas”, como ficou conhecido desde então, participou juntamente com o ex- “libertário” e dirigente estudantil Daniel Cohen-Bendict (actualmente Verde e deputado europeu) numa interessante entrevista- debate no France 2(20 h).
O número especial do "Liaisions" inclui ainda documentos do arquivo fotográfico da polícia (fotografias dos 10 fotográfos então de serviço e de outros funcionários) mas concentra-se fundamentalmente na recolha de testemunhos de policiais coevos já reformados ou ainda no activo. A pergunta “Que faisiez-vous en mai 68 ? “ foi dirigida a “gardiens de la paix, brigadiers, pompiers, commissaires, administratifs, préfets ou directeurs, à l’œuvre à la PP [Perfecture de Paris] en cet explosif printemps.” Cerca de 50 depoimentos que mostram como 68 deixou profundas marcas profissionais, pessoais e, em alguns casos, físicas. Entre 3 de maio e 30 de junho de 1968, 1912 policias foram feridos, cerca de 5-6% dos quais gravemente. Pela primeira vez "Liaisons" foi colocada à venda ao público.
Seria interessante que as nossas polícias tivessem a ousadia de fazer o mesmo a propósito dos 40 anos da “crise estudantil de 1969”. Os historiadores certamente não hesitariam prestar a colaboração necessária e o contributo para a cidadania democrática seria enorme.
HAF
terça-feira, maio 6
10045º Dia
9.00-11.00: Reunião MB/GHRI
12.30…..: Almoço do júri a convite do CHFLUL
15.00-18.30: Provas de Agregação e reunião do Júri. Foi como tinha de ser.
19.30: Regresso a Évora…
HAF
12.30…..: Almoço do júri a convite do CHFLUL
15.00-18.30: Provas de Agregação e reunião do Júri. Foi como tinha de ser.
19.30: Regresso a Évora…
HAF
segunda-feira, maio 5
10044º Dia
07.00-09.00 Viagem para Lisboa
09.00-12.30 Finalização texto discussão
15.00-17.00 Provas de agregação: sem surpresa digna de nota
17.30-18.30 Visita ao CHFLUL. Conversas com futuro? Norberta Amorim e Fernando de Sousa.
18.30-20.00 Projecto FCT – Preços e salários….
09.00-12.30 Finalização texto discussão
15.00-17.00 Provas de agregação: sem surpresa digna de nota
17.30-18.30 Visita ao CHFLUL. Conversas com futuro? Norberta Amorim e Fernando de Sousa.
18.30-20.00 Projecto FCT – Preços e salários….
sábado, maio 3
10042º Dia
I
9.00-16.00: documentos e relatório de Júri de Agregação
17.00-20.00: “Eurobarometer 62. Public Opinion in the European Union” (Fieldwork Oct-Nov 2004; Publ. May 2005)
II
No dia que assinala os 40 anos que, a pedido do Reitor da Sorbone ( e pela 1ª vez na História desta Universidade), a polícia francesa entrou no campus universitário e atacou os estudantes (milhares de manifestantes) com gás lacrimogéneo , uma intervenção que gerou violentos confrontos que se estenderam ao Bairro Latino , provocou uma centena de feridos e mais de meio milhar de presos e o encerramento da Universidade, episódio dramático que marcou o início da “1ª fase do protesto estudantil em França” [ a fase prelimiar ocorreu entre 22 de Março e 2 de Maio] , eu decido suspender (temporariamente) o prometido “Dossier sobre 1968”, que iniciei há quinze dias atrás, com o caso da Dinamarca. Ficará adiado por algumas semanas por duas razões. A primeira , pela manifesta falta de tempo : este tornou-se um ano de aulas , de júris, de burocracia (muita dela inútil e repetitiva) e quase perdido para a investigação. A segunda, porque os leitores estão a ser inundados nos media por uma vaga de “cadernos” e “dossiers” dedicados ao assunto, quase sempre focalizados na experiência gaulesa e autorados por pessoas muito diversas. Quando esta vaga arrefecer um pouco eu regresso ao assunto.
HAF
9.00-16.00: documentos e relatório de Júri de Agregação
17.00-20.00: “Eurobarometer 62. Public Opinion in the European Union” (Fieldwork Oct-Nov 2004; Publ. May 2005)
II
No dia que assinala os 40 anos que, a pedido do Reitor da Sorbone ( e pela 1ª vez na História desta Universidade), a polícia francesa entrou no campus universitário e atacou os estudantes (milhares de manifestantes) com gás lacrimogéneo , uma intervenção que gerou violentos confrontos que se estenderam ao Bairro Latino , provocou uma centena de feridos e mais de meio milhar de presos e o encerramento da Universidade, episódio dramático que marcou o início da “1ª fase do protesto estudantil em França” [ a fase prelimiar ocorreu entre 22 de Março e 2 de Maio] , eu decido suspender (temporariamente) o prometido “Dossier sobre 1968”, que iniciei há quinze dias atrás, com o caso da Dinamarca. Ficará adiado por algumas semanas por duas razões. A primeira , pela manifesta falta de tempo : este tornou-se um ano de aulas , de júris, de burocracia (muita dela inútil e repetitiva) e quase perdido para a investigação. A segunda, porque os leitores estão a ser inundados nos media por uma vaga de “cadernos” e “dossiers” dedicados ao assunto, quase sempre focalizados na experiência gaulesa e autorados por pessoas muito diversas. Quando esta vaga arrefecer um pouco eu regresso ao assunto.
HAF
sexta-feira, maio 2
10041º Dia
08.00-10.00: documentos de Agregação
10.15-13.00: reunião com o Reitor: Relações Internacionais e Estudos Europeus, Estudos Históricos Europeus, Estratégias de Intrnacionalização, Estatutos, etc.
16.00-18.00: documentos de Agregação
18.30-21.00: reunião preparatória de acções do NICPRI
HAF
10.15-13.00: reunião com o Reitor: Relações Internacionais e Estudos Europeus, Estudos Históricos Europeus, Estratégias de Intrnacionalização, Estatutos, etc.
16.00-18.00: documentos de Agregação
18.30-21.00: reunião preparatória de acções do NICPRI
HAF
quinta-feira, maio 1
10040º Dia
I
9.00-12.00: leitura de documentos de uma prova de Agregação.
II
No Dia Internacional do Trabalhador sugiro uma visita ao Copenhagen Arbejdermuseet (Museu dos Trabalhadores, Copenhaga) . Foi criado em 1982 , instalada no mais antig centro do sindicalismo dinamarques ( a “ Worker Assembly Hall” construida pelos trabalhadores de Copenhaga em 1879, onde reunião a 2º internacional em 1910, com a presença de Lenine, Rosa de Luxemburgo, Jean Jaurés) e aberto au público em 1984. A instituição conta com o apoio financeiro da Federação dos Sindicatos Dinamarqueses.
O Museu, que tem me média 100.000 visitantes/ano (eu tive o gosto de o visitar em 2003), tem um programa totalmente centrado no trabalho industrial depois da formação dos sindicatos e tem o propósito de “criar a história e a identidade para os trabalhadores” . As exposições principais estão mais focalizadas na história social e cultural da classe operária dinamarquesa desde c. 1850 até á actualidade do que na história do sindicalismo e do conflito . As quatro exposições permanentes (baseadas na colecção próprias) são as seguintes:
a) Uma mostra a crise dos anos 1930s [Hard Times - a flat of the 1930's]
b) outra centra-se na vida quotidiana dos anos 1950s [1950's - an exhibition on everyday life]
c) a terceira chama-se “The Sorensen Family” e narra a história real de uma família da classe trabalhadora de Copenhaga através de três gerações ( 1885-1990);
d) a quarta , “The People`s Century” (O Século do Povo) descreve o progresso dos trabalhadores no último século, com o estabelecimento de uma sociedade de bem estar e do que se chama o Modelo Dinamarquês no mercado de trabalho.
e) a quinta, e mais recente, é dedicada ao “Trabalho Industrial” [novas máquinas , novos processos, Produção em massa e desemprego ]
Em 1998 o Museu editou um estudo colectivo de apoio à exposição “O Século do Povo ” [ Peter Ludvigsen e Lone Palm Larsen (eds): The People´s Century , Arbejdermuseet and ABA, 1999). Ludvigsen é o director do Museu e Larsen esta ligado aos estudos urbanos. . O livro conta com a colaboração pluridisciplinar , com dominância de sociólogos e em particular de historiadores , entre os quais Claus Bryld (um intelectual de esquerda muito controverso, descendente de uma das principais famílias nazis da Dinamarca [sendo ele um dos poucos “Danish NS-child” ], e que é professor de História Contemporânea (IHSA-RUC) que assina um texto muito interessante sobre “The Project of the Labour Movement”. No contexto actual do mundo do trabalho são particularmente interessantes os textos dedicados ao “modelo dinamarquês” quanto sistema organizacional e negocial de mercado de trabalho”, a forma como se abordou a questão da “exclusão” , as “Raizes da Igualdade de Oportunidades “ e a sua promoção , a “Segurança Social (esmola ou direito?) e as reformas sociais do pós 2ª Guerra Mundial. Um trabalho sintético (110 páginas, para 12 artigos) mas inspirador tanto para os investigadores como para os políticos (portugueses) que tem dirigido o país nos últimos anos.
Inspiradora para estes últimos deveria ainda ser a experiência do político mais prestigiado da Dinamarca, Thorvald Stauning (1873-1942) , um trabalhador (escolhedor de cigarros) e sindicalista, ideologicamente ligado ao marxismo clássico, um homem sério, politicamente experiente, decente, competente e de vistas largas, que como líder do Partido Social Democrata (1910 a 1939), transformou-o num partido popular (1930s), cedo chegando ao poder (1916) através de uma aliança . Em 1924-26 dirigiu o primeiro governo Social Democrata (1924-26) e entre 1929 e 1940, coligado ao DET Radikale Venstre (Partido Liberal Social) , liderou novamente o governo da Dinamarca, Em Outubro de 1935, ao convocar eleições gerais declarou: “nas circunstâncias actuais, é claro para o Governo que devemos consultar o povo”. E foi exactamente isso o que fez , um “governo para o povo” que se traduziu no desenho e concretização de políticas económicas e sociais baseadas na negociação e concertação sociais, que permitiu a construção dos alicerces da sociedade de bem estar da Dinamarca moderna. A sua herança (democracia política, democracia económica, eficiência, responsabilidade, inclusão e efectiva igualdade de oportunidades) explica o êxito governativo do PSD dinamarquês que liderou o governo do país quase ininterruptamente de 1920s a 1980s e de novo nos anos 1990s.
Se temos poucos bons exemplos nacionais podemos bem inspirar-nos em exemplos como este, ou dos irlandêses, incluindo o de Charles Haughey,“Taoiseach “ de 1887 a 1992 que por estar envolvido num amplo escândalo de corrupção que teve uma punição ética , ao ser acusado pelo tribunal de “devaluing democracy", financeira, materializada numa pesada pena de indemnizações e taxas, e politica (acabou a sua carreira) : a forma como este caso foi tratado é também um exemplo de boas práticas e de responsabilização dos políticos , impensáveis em Portugal a não ser, e mesmo assim raramente, à escala local. . Mas importanta salientar que o “irish miracle” teve como base uma estratégia de desenvolvimento nacional (consensual), a cooperação através de um novo contrato social (mecanismo dos pactos sociais, fortalecimento institucional e do Estado, boas práticas e accountability) , um novo modelo de crescimento assente nos "Three Ts" do desenvolvimento económico ( tecnologia, talênto e tolerância ), solidariedade (inclusão, a ampliação das oportunidades sociais , especialmente através da educação (forte investimento) e da protecção social. . Não se tratou de “sorte” mas de “estratégia” , uma boa/adequada “liderança”, politicas bem definidas, consertadas e consensuais. Isto serve de exemplo tanto para o governo das nações como de instituições como as Universidades.
III
Recomendo ainda a consulta de alguns dos textos mais interessantes dedicados à origem do “May Day”:
Rosa Luxemburg, What Are the Origins of May Day? 1894
Rosa Luxemburg, The Idea of May Day on the March, 1913
Guido Baracchi, May Day, 1921
Nestor Makhno, The First of May: Symbol of a New Era, 1928
Alexander Trachtenberg, The History of May Day, 1932
Joseph North, May Day: Made in America, 1943
Eles estão disponíveis em http://www.marxists.org/subject/mayday/index.htm. Atrevo-me a sugerir ao leitor que procure informação sobre os autores dos textos.
Destaco o primeiro texto, assinado por Rosa de Luxemburgo ou Róża Luksemburg : nascida na Polónia Rússia (5-03-1871) no seio de uma família judia da classe média, adquiriu através de um “falso” casamento (1897, com Gustav Lübeck ou Lueck) nacionalidade alemã; a partir de 1887 tornou-se uma activista, teórica e dirigente revolucionária (que fez um percurso pela social-democracia/socialismo e comunismo com um pensamento próprio e crítico das duas ortodoxias) . Acima de tudo , como alguém a caracteriziou , foi no plano politico uma “peregrina” do socialismo. Na Universidade de Zurique (desde 1889) estudou “Ciências Naturais”, “Economia Politica” e “Direito”. Dedicou-se ao jornalismo enquanto preparava o seu doutoramento em Direito e Economia Política [Ciência Política] que obteve com a tese “Die Industrielle Entwicklung Polens”/ O Desenvolvimento Industrial da Polónia (1898). Publicou mais de sete centenas de artigos e panfletos, e este envolvida em várias polémicas filosóficas e ideológicas. Uma das mais célebres e marcantes no seu trajecto foi a que travou. mesmo na viragem do século, contra o “Reformismo”. No livro “Sozialreform oder Revolution “ (Reforma Social ou Revolução) (1899) R.L. defendeu a tese do Marxismo (Revolucionário) e combateu as “teorias revisionistas” e a posição reformista que, o antigo colaborador de F.Engels (1820-1895), Edward Bernstein (1850-1932) propôs em “Socialismo Evolutivo” (1898), obra que mereceu também uma resposta de V.I.Lenine [Vladimir Lenin, What is to be done?, 1902 ; ver ainda Eduard Bernstein, Evolutionary Socialism: A Criticism and Affirmation, Random House, 1961]. Rosa de Luxemburgo foi brutalmente assassinada numa batalha de rua em Janeiro de 1919 em Berlim, por um grupo para-militar da extrema direita emergente.
Sobre a que considerava ser sua “alma aparentada” escreveu Simone Weil (1909-1943), a activista dos povos oprimidos (1914), da Liga das Nações e do europeismo (Jornal “L´Europe Nouvelle, 1917-1934) , Feminista e Sufragista (La Femme Nouvelle, 1934-37) , Jornalista, Parlamentar , Pacifista e Pedagoga (La Nouvelle Ecole de la Paix, 1931) , membro da Resistência Francesa (rede Patriam Recuperare), fundadora do Instituto para a Ciência e a Paz (1970) e autora de “Memórias de uma Europeia” (6 vols, 1945-79) : A sua vida [Rosa de Luxemburgo], o seu trabalho, as suas cartas afirmam a vida e não a morte (…) Rosa aspirou à acção, não ao sacrifício. Neste sentido, não há nada de Cristão no seu temperamento”; além disso, “Rosa não restringiu a sua vida aos limites da acção política . Ela foi um ser completo, aberto a todas as coisas e a quem nada do que era humano lhe era estranho . A sua acção política foi apenas um das expressões da sua natureza generosa” to action, not to sacrifice. In this sense, there is nothing Christian in her temperament.'" (Cf. Adolf Holl, The Left Hand of God , 1997; Jacques Marseille et Nadeije Laneyrie-Dagen (sous la dir.), Les grands événements de l’histoire des femmes, Paris, Larousse, 1993.).
Quanto a “What are the Origins of May Day ?”: “The happy idea of using a proletarian holiday celebration as a means to attain the eight-hour day was first born in Australia. The workers there decided in 1856 to organize a day of complete stoppage together with meetings and entertainment as a demonstration in favor of the eight-hour day. The day of this celebration was to be April 21. At first, the Australian workers intended this only for the year 1856. But this first celebration had such a strong effect on the proletarian masses of Australia, enlivening them and leading to new agitation, that it was decided to repeat the celebration every year.
In fact, what could give the workers greater courage and faith in their own strength than a mass work stoppage which they had decided themselves? What could give more courage to the eternal slaves of the factories and the workshops than the mustering of their own troops? Thus, the idea of a proletarian celebration was quickly accepted and, from Australia, began to spread to other countries until finally it had conquered the whole proletarian world.
The first to follow the example of the Australian workers were the Americans. In 1886 they decided that May 1 should be the day of universal work stoppage. On this day 200,000 of them left their work and demanded the eight-hour day. Later, police and legal harassment prevented the workers for many years from repeating this [size] demonstration. However in 1888 they renewed their decision and decided that the next celebration would be May 1, 1890.
In the meanwhile, the workers' movement in Europe had grown strong and animated. The most powerful expression of this movement occurred at the International Workers' Congress in 1889 [14 a 21 de Julho] . At this Congress, attended by four hundred delegates, it was decided that the eight-hour day must be the first demand. Whereupon the delegate of the French unions, the worker Lavigne from Bordeaux, moved that this demand be expressed in all countries through a universal work stoppage. The delegate of the American workers called attention to the decision of his comrades to strike on May 1, 1890, and the Congress decided on this date for the universal proletarian celebration.
In this case, as thirty years before in Australia, the workers really thought only of a one-time demonstration. The Congress decided that the workers of all lands would demonstrate together for the eight-hour day on May 1, 1890. No one spoke of a repetition of the holiday for the next years. Naturally no one could predict the lightninglike way in which this idea would succeed and how quickly it would be adopted by the working classes. However, it was enough to celebrate the May Day simply one time in order that everyone understand and feel that May Day must be a yearly and continuing institution [. . .].
The first of May demanded the introduction of the eight-hour day. But even after this goal was reached, May Day was not given up. As long as the struggle of the workers against the bourgeoisie and the ruling class continues, as long as all demands are not met, May Day will be the yearly expression of these demands. And, when better days dawn, when the working class of the world has won its deliverance then too humanity will probably celebrate May Day in honor of the bitter struggles and the many sufferings of the past. “ [Rosa de Luxemburgo, op. cit.)
O primeiro Dia Internacional do Trabalhador foi de facto celebrado em 1890 por deliberação do 1º Congresso da Segunda Internacional (Paris, 1889) mas só foi formalmente estabelecido como tal no 2º Congresso (Bruxelas 1891) daquela Internacional social-democrata e trabalhista , organização internacional cuja formação , pela facção marxista da AIT se iniciou em 1890, teve o seu primeiro congresso em 1889 mas um longo periodo de dificil institucionalização (1889-1900) ocorreu de 1880 a 1889, entrou em declínio em 1914, com a intensificação das divisões internas quando à posição a tomar face à I Guerra Mundial, e agonizou até 1921-22 , enquanto emergiam a Internacional Comunista (COMITERN, 1919) e a IWUSP- International Working Union of Socialist Parties (IWUSP) em 1921 ; acabou por evoluir para a LSI - Labour and Socialist International (com o Secretariado em Londres , 1921-1923) . Os seus arquivos estão hoje integrados no International Institute of Social History (Amsterdam) com acesso livre.
HAF
9.00-12.00: leitura de documentos de uma prova de Agregação.
II
No Dia Internacional do Trabalhador sugiro uma visita ao Copenhagen Arbejdermuseet (Museu dos Trabalhadores, Copenhaga) . Foi criado em 1982 , instalada no mais antig centro do sindicalismo dinamarques ( a “ Worker Assembly Hall” construida pelos trabalhadores de Copenhaga em 1879, onde reunião a 2º internacional em 1910, com a presença de Lenine, Rosa de Luxemburgo, Jean Jaurés) e aberto au público em 1984. A instituição conta com o apoio financeiro da Federação dos Sindicatos Dinamarqueses.
O Museu, que tem me média 100.000 visitantes/ano (eu tive o gosto de o visitar em 2003), tem um programa totalmente centrado no trabalho industrial depois da formação dos sindicatos e tem o propósito de “criar a história e a identidade para os trabalhadores” . As exposições principais estão mais focalizadas na história social e cultural da classe operária dinamarquesa desde c. 1850 até á actualidade do que na história do sindicalismo e do conflito . As quatro exposições permanentes (baseadas na colecção próprias) são as seguintes:
a) Uma mostra a crise dos anos 1930s [Hard Times - a flat of the 1930's]
b) outra centra-se na vida quotidiana dos anos 1950s [1950's - an exhibition on everyday life]
c) a terceira chama-se “The Sorensen Family” e narra a história real de uma família da classe trabalhadora de Copenhaga através de três gerações ( 1885-1990);
d) a quarta , “The People`s Century” (O Século do Povo) descreve o progresso dos trabalhadores no último século, com o estabelecimento de uma sociedade de bem estar e do que se chama o Modelo Dinamarquês no mercado de trabalho.
e) a quinta, e mais recente, é dedicada ao “Trabalho Industrial” [novas máquinas , novos processos, Produção em massa e desemprego ]
Em 1998 o Museu editou um estudo colectivo de apoio à exposição “O Século do Povo ” [ Peter Ludvigsen e Lone Palm Larsen (eds): The People´s Century , Arbejdermuseet and ABA, 1999). Ludvigsen é o director do Museu e Larsen esta ligado aos estudos urbanos. . O livro conta com a colaboração pluridisciplinar , com dominância de sociólogos e em particular de historiadores , entre os quais Claus Bryld (um intelectual de esquerda muito controverso, descendente de uma das principais famílias nazis da Dinamarca [sendo ele um dos poucos “Danish NS-child” ], e que é professor de História Contemporânea (IHSA-RUC) que assina um texto muito interessante sobre “The Project of the Labour Movement”. No contexto actual do mundo do trabalho são particularmente interessantes os textos dedicados ao “modelo dinamarquês” quanto sistema organizacional e negocial de mercado de trabalho”, a forma como se abordou a questão da “exclusão” , as “Raizes da Igualdade de Oportunidades “ e a sua promoção , a “Segurança Social (esmola ou direito?) e as reformas sociais do pós 2ª Guerra Mundial. Um trabalho sintético (110 páginas, para 12 artigos) mas inspirador tanto para os investigadores como para os políticos (portugueses) que tem dirigido o país nos últimos anos.
Inspiradora para estes últimos deveria ainda ser a experiência do político mais prestigiado da Dinamarca, Thorvald Stauning (1873-1942) , um trabalhador (escolhedor de cigarros) e sindicalista, ideologicamente ligado ao marxismo clássico, um homem sério, politicamente experiente, decente, competente e de vistas largas, que como líder do Partido Social Democrata (1910 a 1939), transformou-o num partido popular (1930s), cedo chegando ao poder (1916) através de uma aliança . Em 1924-26 dirigiu o primeiro governo Social Democrata (1924-26) e entre 1929 e 1940, coligado ao DET Radikale Venstre (Partido Liberal Social) , liderou novamente o governo da Dinamarca, Em Outubro de 1935, ao convocar eleições gerais declarou: “nas circunstâncias actuais, é claro para o Governo que devemos consultar o povo”. E foi exactamente isso o que fez , um “governo para o povo” que se traduziu no desenho e concretização de políticas económicas e sociais baseadas na negociação e concertação sociais, que permitiu a construção dos alicerces da sociedade de bem estar da Dinamarca moderna. A sua herança (democracia política, democracia económica, eficiência, responsabilidade, inclusão e efectiva igualdade de oportunidades) explica o êxito governativo do PSD dinamarquês que liderou o governo do país quase ininterruptamente de 1920s a 1980s e de novo nos anos 1990s.
Se temos poucos bons exemplos nacionais podemos bem inspirar-nos em exemplos como este, ou dos irlandêses, incluindo o de Charles Haughey,“Taoiseach “ de 1887 a 1992 que por estar envolvido num amplo escândalo de corrupção que teve uma punição ética , ao ser acusado pelo tribunal de “devaluing democracy", financeira, materializada numa pesada pena de indemnizações e taxas, e politica (acabou a sua carreira) : a forma como este caso foi tratado é também um exemplo de boas práticas e de responsabilização dos políticos , impensáveis em Portugal a não ser, e mesmo assim raramente, à escala local. . Mas importanta salientar que o “irish miracle” teve como base uma estratégia de desenvolvimento nacional (consensual), a cooperação através de um novo contrato social (mecanismo dos pactos sociais, fortalecimento institucional e do Estado, boas práticas e accountability) , um novo modelo de crescimento assente nos "Three Ts" do desenvolvimento económico ( tecnologia, talênto e tolerância ), solidariedade (inclusão, a ampliação das oportunidades sociais , especialmente através da educação (forte investimento) e da protecção social. . Não se tratou de “sorte” mas de “estratégia” , uma boa/adequada “liderança”, politicas bem definidas, consertadas e consensuais. Isto serve de exemplo tanto para o governo das nações como de instituições como as Universidades.
III
Recomendo ainda a consulta de alguns dos textos mais interessantes dedicados à origem do “May Day”:
Rosa Luxemburg, What Are the Origins of May Day? 1894
Rosa Luxemburg, The Idea of May Day on the March, 1913
Guido Baracchi, May Day, 1921
Nestor Makhno, The First of May: Symbol of a New Era, 1928
Alexander Trachtenberg, The History of May Day, 1932
Joseph North, May Day: Made in America, 1943
Eles estão disponíveis em http://www.marxists.org/subject/mayday/index.htm. Atrevo-me a sugerir ao leitor que procure informação sobre os autores dos textos.
Destaco o primeiro texto, assinado por Rosa de Luxemburgo ou Róża Luksemburg : nascida na Polónia Rússia (5-03-1871) no seio de uma família judia da classe média, adquiriu através de um “falso” casamento (1897, com Gustav Lübeck ou Lueck) nacionalidade alemã; a partir de 1887 tornou-se uma activista, teórica e dirigente revolucionária (que fez um percurso pela social-democracia/socialismo e comunismo com um pensamento próprio e crítico das duas ortodoxias) . Acima de tudo , como alguém a caracteriziou , foi no plano politico uma “peregrina” do socialismo. Na Universidade de Zurique (desde 1889) estudou “Ciências Naturais”, “Economia Politica” e “Direito”. Dedicou-se ao jornalismo enquanto preparava o seu doutoramento em Direito e Economia Política [Ciência Política] que obteve com a tese “Die Industrielle Entwicklung Polens”/ O Desenvolvimento Industrial da Polónia (1898). Publicou mais de sete centenas de artigos e panfletos, e este envolvida em várias polémicas filosóficas e ideológicas. Uma das mais célebres e marcantes no seu trajecto foi a que travou. mesmo na viragem do século, contra o “Reformismo”. No livro “Sozialreform oder Revolution “ (Reforma Social ou Revolução) (1899) R.L. defendeu a tese do Marxismo (Revolucionário) e combateu as “teorias revisionistas” e a posição reformista que, o antigo colaborador de F.Engels (1820-1895), Edward Bernstein (1850-1932) propôs em “Socialismo Evolutivo” (1898), obra que mereceu também uma resposta de V.I.Lenine [Vladimir Lenin, What is to be done?, 1902 ; ver ainda Eduard Bernstein, Evolutionary Socialism: A Criticism and Affirmation, Random House, 1961]. Rosa de Luxemburgo foi brutalmente assassinada numa batalha de rua em Janeiro de 1919 em Berlim, por um grupo para-militar da extrema direita emergente.
Sobre a que considerava ser sua “alma aparentada” escreveu Simone Weil (1909-1943), a activista dos povos oprimidos (1914), da Liga das Nações e do europeismo (Jornal “L´Europe Nouvelle, 1917-1934) , Feminista e Sufragista (La Femme Nouvelle, 1934-37) , Jornalista, Parlamentar , Pacifista e Pedagoga (La Nouvelle Ecole de la Paix, 1931) , membro da Resistência Francesa (rede Patriam Recuperare), fundadora do Instituto para a Ciência e a Paz (1970) e autora de “Memórias de uma Europeia” (6 vols, 1945-79) : A sua vida [Rosa de Luxemburgo], o seu trabalho, as suas cartas afirmam a vida e não a morte (…) Rosa aspirou à acção, não ao sacrifício. Neste sentido, não há nada de Cristão no seu temperamento”; além disso, “Rosa não restringiu a sua vida aos limites da acção política . Ela foi um ser completo, aberto a todas as coisas e a quem nada do que era humano lhe era estranho . A sua acção política foi apenas um das expressões da sua natureza generosa” to action, not to sacrifice. In this sense, there is nothing Christian in her temperament.'" (Cf. Adolf Holl, The Left Hand of God , 1997; Jacques Marseille et Nadeije Laneyrie-Dagen (sous la dir.), Les grands événements de l’histoire des femmes, Paris, Larousse, 1993.).
Quanto a “What are the Origins of May Day ?”: “The happy idea of using a proletarian holiday celebration as a means to attain the eight-hour day was first born in Australia. The workers there decided in 1856 to organize a day of complete stoppage together with meetings and entertainment as a demonstration in favor of the eight-hour day. The day of this celebration was to be April 21. At first, the Australian workers intended this only for the year 1856. But this first celebration had such a strong effect on the proletarian masses of Australia, enlivening them and leading to new agitation, that it was decided to repeat the celebration every year.
In fact, what could give the workers greater courage and faith in their own strength than a mass work stoppage which they had decided themselves? What could give more courage to the eternal slaves of the factories and the workshops than the mustering of their own troops? Thus, the idea of a proletarian celebration was quickly accepted and, from Australia, began to spread to other countries until finally it had conquered the whole proletarian world.
The first to follow the example of the Australian workers were the Americans. In 1886 they decided that May 1 should be the day of universal work stoppage. On this day 200,000 of them left their work and demanded the eight-hour day. Later, police and legal harassment prevented the workers for many years from repeating this [size] demonstration. However in 1888 they renewed their decision and decided that the next celebration would be May 1, 1890.
In the meanwhile, the workers' movement in Europe had grown strong and animated. The most powerful expression of this movement occurred at the International Workers' Congress in 1889 [14 a 21 de Julho] . At this Congress, attended by four hundred delegates, it was decided that the eight-hour day must be the first demand. Whereupon the delegate of the French unions, the worker Lavigne from Bordeaux, moved that this demand be expressed in all countries through a universal work stoppage. The delegate of the American workers called attention to the decision of his comrades to strike on May 1, 1890, and the Congress decided on this date for the universal proletarian celebration.
In this case, as thirty years before in Australia, the workers really thought only of a one-time demonstration. The Congress decided that the workers of all lands would demonstrate together for the eight-hour day on May 1, 1890. No one spoke of a repetition of the holiday for the next years. Naturally no one could predict the lightninglike way in which this idea would succeed and how quickly it would be adopted by the working classes. However, it was enough to celebrate the May Day simply one time in order that everyone understand and feel that May Day must be a yearly and continuing institution [. . .].
The first of May demanded the introduction of the eight-hour day. But even after this goal was reached, May Day was not given up. As long as the struggle of the workers against the bourgeoisie and the ruling class continues, as long as all demands are not met, May Day will be the yearly expression of these demands. And, when better days dawn, when the working class of the world has won its deliverance then too humanity will probably celebrate May Day in honor of the bitter struggles and the many sufferings of the past. “ [Rosa de Luxemburgo, op. cit.)
O primeiro Dia Internacional do Trabalhador foi de facto celebrado em 1890 por deliberação do 1º Congresso da Segunda Internacional (Paris, 1889) mas só foi formalmente estabelecido como tal no 2º Congresso (Bruxelas 1891) daquela Internacional social-democrata e trabalhista , organização internacional cuja formação , pela facção marxista da AIT se iniciou em 1890, teve o seu primeiro congresso em 1889 mas um longo periodo de dificil institucionalização (1889-1900) ocorreu de 1880 a 1889, entrou em declínio em 1914, com a intensificação das divisões internas quando à posição a tomar face à I Guerra Mundial, e agonizou até 1921-22 , enquanto emergiam a Internacional Comunista (COMITERN, 1919) e a IWUSP- International Working Union of Socialist Parties (IWUSP) em 1921 ; acabou por evoluir para a LSI - Labour and Socialist International (com o Secretariado em Londres , 1921-1923) . Os seus arquivos estão hoje integrados no International Institute of Social History (Amsterdam) com acesso livre.
HAF
10039º Dia
I
08.30-11.30: regresso a Évora
12.00-16.30-: preparação seminário MEHE –HCTN-Exp.Hist
17.00-20.00: Seminário HCTN-Exp.Hist.
II “O País da Batota”
1. O mundo comercial dos jornais e revistas portuguesas é a treta do costume: as bancas estão cheias da “Visão” mas do caderno especial sobre o “Maio de 68” é que apenas ficaram um ou dois exemplares nos diversos locais a que me dirigi. Desta vez ficou lá também a Visão…
2. Em Copenhagen (Europa, União Europeia) existe pelo menos uma longa e larga avenida , ajardinada ao centro, que tem estações gasolineiras de um e outro lado . O cliente, antes de escolher o fornecedor pode fazer o circuito e escolher aquela que naquele preciso momento oferece melhores preços (assinalados em painel digital em dimensões de fácil leitura sem sair do carro). Isso é mercado livre.
O que se passou aos primeiros segundos do dia de hoje foi outra coisa. Meia dúzia de empresas de produtos petrolíferos provavelmente em conluio cartelizado aumentam os preços dos mesmos combustíveis e exactamente no mesmo montante. Depois de 14 aumentos desde janeiro e erante os protestos cívicos (bastou ouvir as rádios da manhã) e de diversos sectores profissionais, especialmente depois de alguns peritos procederem a explicações técnicas sobre as actuais vantagens europeias neste mercado devido à forte valorização do euro face ao dolar [o que permite comprar petróleo mais barato do que há uns anos atrás] que no final do dia o governo, faz endo o papel de “ingénuo” , informou o Parlamento que tinha solicitado ou ao BP ou AC uma averiguação da subida concertada dos preços. A treta do costume que não dará em nada. Por incrível que isso possa parecer ao leitor , há outros paises (p ex nos da Europa de Mercado Social) , em que tal procedimento teria efeitos gravíssimos para os prevaricadores. Boas práticas e ética empresarial , meus amigos, disso se trata e isso nos separa do mundo melhor…
HAF
08.30-11.30: regresso a Évora
12.00-16.30-: preparação seminário MEHE –HCTN-Exp.Hist
17.00-20.00: Seminário HCTN-Exp.Hist.
II “O País da Batota”
1. O mundo comercial dos jornais e revistas portuguesas é a treta do costume: as bancas estão cheias da “Visão” mas do caderno especial sobre o “Maio de 68” é que apenas ficaram um ou dois exemplares nos diversos locais a que me dirigi. Desta vez ficou lá também a Visão…
2. Em Copenhagen (Europa, União Europeia) existe pelo menos uma longa e larga avenida , ajardinada ao centro, que tem estações gasolineiras de um e outro lado . O cliente, antes de escolher o fornecedor pode fazer o circuito e escolher aquela que naquele preciso momento oferece melhores preços (assinalados em painel digital em dimensões de fácil leitura sem sair do carro). Isso é mercado livre.
O que se passou aos primeiros segundos do dia de hoje foi outra coisa. Meia dúzia de empresas de produtos petrolíferos provavelmente em conluio cartelizado aumentam os preços dos mesmos combustíveis e exactamente no mesmo montante. Depois de 14 aumentos desde janeiro e erante os protestos cívicos (bastou ouvir as rádios da manhã) e de diversos sectores profissionais, especialmente depois de alguns peritos procederem a explicações técnicas sobre as actuais vantagens europeias neste mercado devido à forte valorização do euro face ao dolar [o que permite comprar petróleo mais barato do que há uns anos atrás] que no final do dia o governo, faz endo o papel de “ingénuo” , informou o Parlamento que tinha solicitado ou ao BP ou AC uma averiguação da subida concertada dos preços. A treta do costume que não dará em nada. Por incrível que isso possa parecer ao leitor , há outros paises (p ex nos da Europa de Mercado Social) , em que tal procedimento teria efeitos gravíssimos para os prevaricadores. Boas práticas e ética empresarial , meus amigos, disso se trata e isso nos separa do mundo melhor…
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10038º Dia
8.00-13.00: preparação de Conferência
13.30-16.00: viagem pra Coimbra
16.45- 19.50: Conferência “A Emergência de uma Sociedade Europeia. Duas Teses: A História contra a Sociologia?” a convite do NEG-FEUC
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16.45- 19.50: Conferência “A Emergência de uma Sociedade Europeia. Duas Teses: A História contra a Sociologia?” a convite do NEG-FEUC
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