8.00-12.30: leituras de versões draft de sinopses, relatórios e trabalhos de MEHE. Agendamento de sessões de tutoria.
15.00-17.00: Planeamento das actividades lectivas do 2º semestre,correspondência do NICPRI e documentação reitoral. Dois documentos muito importantes.O primeiro, de autoria do Reitor trata da “A Missão, A Visão e as Futuras Escolas”.O segundo, elaborado pela Pró-reitoria para a Política da Qualidade e Inovação, é o “ Relatório sobre o Inquérito aos Licenciados da Universidade de Évora”. Entre a “introdução” e a “metodologia” há alguma confusão quanto ao universo dos inquiridos: cobre os licenciados entre 2001-2006 ou inclui também os de 2007? As tabelas sequentes parecem indicar que o arco temporal coberto é oenas o de 2001-2006,um periodo em que a UÉ licenciou 3664 estudantes, dos quais responderam 23,8%.O resto é para ler com cuidado.
17.00-18.00: “Che Guevara: Guerrilheiro até ao fim”(Odisseia): documentário muito interessante sobre um dos icones do movimento comunista sul-americano e mundial.
18.00-20.00: Cf. Diário de Notícia (1879)
21.00…. leituras…
II: Barack Obama : futuro Presidente dos USA? “Yes, we can!”
Na arena internacional, pese embora os graves acontecimentos de Timor, o destaque é, sem dúvida, a disputa política nos EUA entre os dois candidatos a candidato presidencial pelo Partido Democrata. As retumbantes vitórias este fim de semana do neto da queniana Sarah Onyango Obama tornam-no de facto no mais provável Presidente dos Estados,a partir de finais do 2008. Barack Obama é o candidato mais bem preparado e com a noção mais clara das mudanças que é necessário levar a cabo nos EUA, quer em matéria de política interna (maior coesão social) quer em matéria de integração e acção no plano internacional / global ( o abandono voluntário do modelo imperial).Tal como a reeleição de G.W.Bush foi má para quase todos (inclusivé a maioria dos norte-americanos), e em particular para a Europa, a vitória de Obama poderá ser boa para todos (inclusivé para o modelo democrático americano evitando a sua “monarquização”).
Independentemente da bondade desta presumida eleição, quero aqui destacar dois factos: o primeiro é que a burguesia negra americana que se constituiu e reforçou no século XIX e foi quase decapitada durante a primeira metade do século XX, soube recuperar poder, prestígio e capacidade de influênciar as outras “cores” que formam a variedade social e cultural dos estados da Federação norte-americana. O segundo facto a destacar é que as nações europeias e a UE devem preparar-se para aceitar que mais década menos década um não “caucasiano” ("indivíduo de cor natural", escreviam os nossos burocratas no início do século XX) possa ter condições objectivas de assumir altas responsabilidades nacionais e/ou europeias idênticas.
A “provável” revolução americana que se anuncia terá seguramente efeitos democráticos mais profundos e extensos do que aqueles que Hillary Clinton proporcionaria, apesar de ser a primeira mulher candidata à presidencia americana com possibilidades reais de também lá chegar [antes dela houve mais oito, tendo sido Victoria Claflin Woodholl, em 1872, apoiada pelo Equal Rights Party, a primeira mulher a candidatar-se à presidencia dos EUA]. Não me parece que o(s) candidato(s) conservador(es) [McCain ou Huckabee], sejam capazes de mudar a crescente sensibilidade e consciência dos americanos do mau legado dos Bushs e da elite-neocon que governou a América desde a entrada no século XXI. A fractura entre a família Bush e os americanos cobre todos os segmentos da sociedade americana [“Brancos, pretos e castanhos, novos, velhos , homens , mulheres e crianças” (Rita Siza, Público), ricos, remediados e pobres]. Felizmente para o mundo, que pode tornar-se num futuro próximo um “lugar” bem mais seguro e próspero.
A extraordinária imagem do soldado americano num bunker afegão (2007) poderá ter, na formação da opinião pública, um efeito similar ao provocado pela imagem da jovem Kim Phuc e família quando tentavam escapar a um bombardeamento com napalm perpetrado(por engano?)pelas forças americanas sobre uma aldeia no sul do Vietnam em 1972. Vejo nelas o mesmo padrão de violência e desespero. Por isso é provável que cada vez mais americanos pensem como o jovem investigador universitário que decidiu parar os estudos (bolseiro em França)para se empenhar na campanha de Obama: “Estou hipnotizado. Sinto que este é o momento em que podemos mudar a história deste país e do mundo” (Rita Siza, Público).Esta é a minha convicção.
HAF