09.00-19.30: preparação das apresentações e comentários dos papers para as sessões :
European Social Science History Conference (ESSHC)
Lisbon, FLUL, February 27 – March 1 2008.
SOC11: Social Mobility I / II
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
quarta-feira, fevereiro 27
9977º Dia
09.00-19.30: preparação das apresentações e comentários dos papers para as sessões :
European Social Science History Conference (ESSHC)
Lisbon, FLUL, February 27 – March 1 2008.
SOC11: Social Mobility I / II
European Social Science History Conference (ESSHC)
Lisbon, FLUL, February 27 – March 1 2008.
SOC11: Social Mobility I / II
terça-feira, fevereiro 26
9978º Dia
I
09.00-12.30: preparação de materiais para as aulas (PP)
14.00:14.30: participação na concentração de Docentes da Universidade de Évora em protesto contra a forma como o Ministro CES está a conduzidir a reforma do Ensino Superior.
15.30- 17.00: aula de HPC II
17.30-20.00: e a correspendência (muita) finalmente ficou em dia….
II
O protesto hoje protagonizado por algumas centenas de professores e funcionários nos Cluastros da UÉ foi um acto necessário, embora possa ter outro tipo de custos (uma nova exposição negativa da UÉ). O momento é de pagar esse custo. Devo acrescentar que gostei de ver uma parte da equipe reitoral presente e membros das três “listas” com lugares na Assembleia Estatutária (uma delas foi a promotora da iniciativa).
Fiquei perplexo com a declaração do Reitor prestada, no local, às rádios presentes (passou na Renascença): caso o contrato programa apresentado pelo Ministério não corresponda às expectativas reitoriais, o Reitor colocará o seu lugar à disposição. Isso não é uma boa notícia para a UE. Não estamos em momento de enfrentar uma crise institucional. O Magnífico Reitor sabe que pode, e tem o dever de, estudar todas as soluções. A ideia de colocar os ovos todos no mesmo cesto é , normalmente, uma escolha de risco muito elevado. Outras instituições foram mais flexíveis. Em todo o caso é difícil encontrar uma solução para um problema cuja exacta escala a Comunidade Académica desconhece.
O estilo do MCES é similar ao da sua congénere do Ministério da Educação. Não vejo o que é que um pais pobre em recursos humanos qualificados ganha com a “trapalhada” intencional ou incompetentemente promovida e com as fracturas “internas” que são social e academicamente desnecessárias (sem que as necessárias se concretizem). A “nota negativa” ao ministro pode vir a estender-se aos orgãos universitários que ousem desenhar as reformas sem debate académico e sem completa transparência nos processos. O exemplo da UP deve ser evitado.
A reforma das Universidadades é inadiável, mas tem que ter na base soluções de consenso alargado. É isso que, no seu relatório, recomenda o painel da Associação das Universidades Europeias. E muito bem, pois é num indispensável consenso estratégico e orgânico que assenta a possibilidade de sucesso de uma institutição no mundo moderno ( e não nas velhas soluções “iluministas2). Nisso uma parte da nossa elite dirigente universitária, optando pela via mais fácil (a “iluminada”, por intesses particulares instalados) revela ser herdeira do lado negro da velha cultura portuguesa. O que é acima de tudo irritante.
HAF
09.00-12.30: preparação de materiais para as aulas (PP)
14.00:14.30: participação na concentração de Docentes da Universidade de Évora em protesto contra a forma como o Ministro CES está a conduzidir a reforma do Ensino Superior.
15.30- 17.00: aula de HPC II
17.30-20.00: e a correspendência (muita) finalmente ficou em dia….
II
O protesto hoje protagonizado por algumas centenas de professores e funcionários nos Cluastros da UÉ foi um acto necessário, embora possa ter outro tipo de custos (uma nova exposição negativa da UÉ). O momento é de pagar esse custo. Devo acrescentar que gostei de ver uma parte da equipe reitoral presente e membros das três “listas” com lugares na Assembleia Estatutária (uma delas foi a promotora da iniciativa).
Fiquei perplexo com a declaração do Reitor prestada, no local, às rádios presentes (passou na Renascença): caso o contrato programa apresentado pelo Ministério não corresponda às expectativas reitoriais, o Reitor colocará o seu lugar à disposição. Isso não é uma boa notícia para a UE. Não estamos em momento de enfrentar uma crise institucional. O Magnífico Reitor sabe que pode, e tem o dever de, estudar todas as soluções. A ideia de colocar os ovos todos no mesmo cesto é , normalmente, uma escolha de risco muito elevado. Outras instituições foram mais flexíveis. Em todo o caso é difícil encontrar uma solução para um problema cuja exacta escala a Comunidade Académica desconhece.
O estilo do MCES é similar ao da sua congénere do Ministério da Educação. Não vejo o que é que um pais pobre em recursos humanos qualificados ganha com a “trapalhada” intencional ou incompetentemente promovida e com as fracturas “internas” que são social e academicamente desnecessárias (sem que as necessárias se concretizem). A “nota negativa” ao ministro pode vir a estender-se aos orgãos universitários que ousem desenhar as reformas sem debate académico e sem completa transparência nos processos. O exemplo da UP deve ser evitado.
A reforma das Universidadades é inadiável, mas tem que ter na base soluções de consenso alargado. É isso que, no seu relatório, recomenda o painel da Associação das Universidades Europeias. E muito bem, pois é num indispensável consenso estratégico e orgânico que assenta a possibilidade de sucesso de uma institutição no mundo moderno ( e não nas velhas soluções “iluministas2). Nisso uma parte da nossa elite dirigente universitária, optando pela via mais fácil (a “iluminada”, por intesses particulares instalados) revela ser herdeira do lado negro da velha cultura portuguesa. O que é acima de tudo irritante.
HAF
9977º Dia
09-12.30: organização de aulas HPCII (um programa assumidamente comparatista) e programas de MEHE
14.00- 15.30: Aula de HPC
16.00-20.00: Cf. DN 1968-69
22.00-01.00: um olho nos materais (aulas) e outro do Pós e Contras sobre o Ensino Público não Superior . O problema parece-me “tipicamente” português: uma “boa ideia”, embora num desenho não totalmente maduro (o que não é dramático e pode mesmo ser uma virtude). O eu me parece também é que o novo projecto (com uma consistência invulgar nas últimas décadas) pode afundar-se na sua atabalhoada operacionalização (as reformas educativas sólidas não se fazem com base em ciclos eleitoriais ). Extraordinário é a classe política ainda pensar que hoje a crítica é necessariamente uma expressão de resistência e que a ele se deve responder com assumos de autoritarismo serôdio. A Educação, incluindo a (urgente) reforma do ensino superior está neste pé, com demasiados iluminados …..e muitas, muitas tontices.
HAF
14.00- 15.30: Aula de HPC
16.00-20.00: Cf. DN 1968-69
22.00-01.00: um olho nos materais (aulas) e outro do Pós e Contras sobre o Ensino Público não Superior . O problema parece-me “tipicamente” português: uma “boa ideia”, embora num desenho não totalmente maduro (o que não é dramático e pode mesmo ser uma virtude). O eu me parece também é que o novo projecto (com uma consistência invulgar nas últimas décadas) pode afundar-se na sua atabalhoada operacionalização (as reformas educativas sólidas não se fazem com base em ciclos eleitoriais ). Extraordinário é a classe política ainda pensar que hoje a crítica é necessariamente uma expressão de resistência e que a ele se deve responder com assumos de autoritarismo serôdio. A Educação, incluindo a (urgente) reforma do ensino superior está neste pé, com demasiados iluminados …..e muitas, muitas tontices.
HAF
domingo, fevereiro 24
9976º Dia
No dia em que chegou às mãos o diário de Eleutério Teixeira (um nacionalista cabo-verdiano falecido em 1999) leio no DN:
“Companheiros de luta em vida, unidos na morte por um capricho do destino. Joaquim Pinto de Andrade [o “padre exilado”, 81 anos] e Gentil [Ferreira] Viana [72 anos], duas personalidades de referência do movimento nacionalista angolano, faleceram ontem, com poucas horas de intervalo. O primeiro em Angola, o segundo em Lisboa. Ambos foram reconhecidos, embora tarde de mais, como figuras fundamentais para a construção de uma sociedade angolana livre dos radicalismos ideológicos que a marcaram nas últimas três décadas. A moderação que defendiam, nos anos imediatamente anteriores e posteriores à independência, estava certa. Mas surgiu no tempo errado.” [Diário de Notícias, 24-02.08]
Angola é a minha Heimat e, lá, a partir de 1968-1969, numa aula de explicações de latim ministrada ao final do dia no Colégio de D. João III (!), comecei a descobrir JPA e GV. Acho que ambos eram filhos de fundadores da Liga Nacional Africana e depois, nos finais dos anos 1950, estiveram entre os fundadores do MPLA. A estes dois grandes angolanos devo aqui hoje prestar as minhas homenagens.
HAF
“Companheiros de luta em vida, unidos na morte por um capricho do destino. Joaquim Pinto de Andrade [o “padre exilado”, 81 anos] e Gentil [Ferreira] Viana [72 anos], duas personalidades de referência do movimento nacionalista angolano, faleceram ontem, com poucas horas de intervalo. O primeiro em Angola, o segundo em Lisboa. Ambos foram reconhecidos, embora tarde de mais, como figuras fundamentais para a construção de uma sociedade angolana livre dos radicalismos ideológicos que a marcaram nas últimas três décadas. A moderação que defendiam, nos anos imediatamente anteriores e posteriores à independência, estava certa. Mas surgiu no tempo errado.” [Diário de Notícias, 24-02.08]
Angola é a minha Heimat e, lá, a partir de 1968-1969, numa aula de explicações de latim ministrada ao final do dia no Colégio de D. João III (!), comecei a descobrir JPA e GV. Acho que ambos eram filhos de fundadores da Liga Nacional Africana e depois, nos finais dos anos 1950, estiveram entre os fundadores do MPLA. A estes dois grandes angolanos devo aqui hoje prestar as minhas homenagens.
HAF
sábado, fevereiro 23
9975º Dia
I
09.00-12.30: preparação de aulas (HPC II, HCTN-EI)
14.00- 18.00: preparação de materiais de apoio às aulas ( a contribuição financeira dos rendimentos pessoais para assegurar o funcionamento decente do ensino que ministro– actualização bibliográfica, acesso aos dados, etc…- é na ordem dos 90%, um contributo que se estende com igual peso noutras actividades académicas)
II
Tenho em mãos um documento para ler: o da empregabilidade das licenciaturas (portuguesas) no mercado nacional [«Relatório. A Procura de emprego dos diplomados com habilitação superior” [Fevereiro 2008] ], elaborado pelo GPEARI do MCTES e disponível em no seu “site”, juntamente com os dados em excel e relatório e dados do semestre anterior).
Imprimi-o com a intenção de o ler apenas depois de folhear os jornais (Público e Sol) que sobre o assunto algo devem dizer. Mas não resisti à curiosidade de ver como o dito relatório estava estruturado para o comparar com outro, de âmbito institucional, que li há dias.
Acabei por ler a Introdução, Estrutura do Relatório e Conclusões e Síntese (pp. 8 e 10) e, por mais surpreendente que possa parecer num relatório de Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do MCTES, o leitor pode ler nos primeiros dois parágrafos das “conclusões e Síntese” esta pérola estatística e analítica:
«Em Dezembro de 2007, o número de pessoas com habilitação superior inscritas nos centros de emprego à procura de um primeiro emprego ou de um novo emprego era de 39 627, o que representa 4,5 do total da população com habilitação superior entre os 15 e os 64 anos residente em Portugal.
Em relação ao mês homólogo de 2006 , o número de inscritos com habilitação superior nos centros de emprego do Continente em Dezembro de 2007 (38 975) diminuíu 6,5% » (fim de citação)
Os números não parecem correctos (ver pp. 10 linhas 3 e 9 e p. p.17 quadro 1.2) , se estão, a operação aritmética (básica) está errada , e o número de pessoas inscritas com habilitação superior não diminuíu antes, de forma ligeiramente é certo, aumentou (1,7%) .
Com pérolas deste quilate logo à entrada - que enviezam logo à partida a opinião dos leitores menos atentos - o que se pode esperar, em matéria de credibilidade, dos restantes dados ( que não podemos controlar) e conclusões parcelares do dito relatório ?
Não há pachorra para aturar este nível que “qualidade institucional” . São “experts” deste tipo que planeiam, definem estratégias e avaliam ? Bolas.
Vou é jogar uma suecada com a família , ver o “Dança Comigo” , o “Daily Show” ou ...nada
HAF
.
HAF
09.00-12.30: preparação de aulas (HPC II, HCTN-EI)
14.00- 18.00: preparação de materiais de apoio às aulas ( a contribuição financeira dos rendimentos pessoais para assegurar o funcionamento decente do ensino que ministro– actualização bibliográfica, acesso aos dados, etc…- é na ordem dos 90%, um contributo que se estende com igual peso noutras actividades académicas)
II
Tenho em mãos um documento para ler: o da empregabilidade das licenciaturas (portuguesas) no mercado nacional [«Relatório. A Procura de emprego dos diplomados com habilitação superior” [Fevereiro 2008] ], elaborado pelo GPEARI do MCTES e disponível em no seu “site”, juntamente com os dados em excel e relatório e dados do semestre anterior).
Imprimi-o com a intenção de o ler apenas depois de folhear os jornais (Público e Sol) que sobre o assunto algo devem dizer. Mas não resisti à curiosidade de ver como o dito relatório estava estruturado para o comparar com outro, de âmbito institucional, que li há dias.
Acabei por ler a Introdução, Estrutura do Relatório e Conclusões e Síntese (pp. 8 e 10) e, por mais surpreendente que possa parecer num relatório de Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do MCTES, o leitor pode ler nos primeiros dois parágrafos das “conclusões e Síntese” esta pérola estatística e analítica:
«Em Dezembro de 2007, o número de pessoas com habilitação superior inscritas nos centros de emprego à procura de um primeiro emprego ou de um novo emprego era de 39 627, o que representa 4,5 do total da população com habilitação superior entre os 15 e os 64 anos residente em Portugal.
Em relação ao mês homólogo de 2006 , o número de inscritos com habilitação superior nos centros de emprego do Continente em Dezembro de 2007 (38 975) diminuíu 6,5% » (fim de citação)
Os números não parecem correctos (ver pp. 10 linhas 3 e 9 e p. p.17 quadro 1.2) , se estão, a operação aritmética (básica) está errada , e o número de pessoas inscritas com habilitação superior não diminuíu antes, de forma ligeiramente é certo, aumentou (1,7%) .
Com pérolas deste quilate logo à entrada - que enviezam logo à partida a opinião dos leitores menos atentos - o que se pode esperar, em matéria de credibilidade, dos restantes dados ( que não podemos controlar) e conclusões parcelares do dito relatório ?
Não há pachorra para aturar este nível que “qualidade institucional” . São “experts” deste tipo que planeiam, definem estratégias e avaliam ? Bolas.
Vou é jogar uma suecada com a família , ver o “Dança Comigo” , o “Daily Show” ou ...nada
HAF
.
HAF
sexta-feira, fevereiro 22
9974º Dia
I
08.00-11.00: Tutorias de alunos de licenciatura
11.00-13.00: Reunião com doutoranda. Ficou à vista a luz ao fundo do túnel. Em breve poderemos conhecer melhor a experiência da resistência da ocupação colonial portuguesa em Moçambique entre o terceiro quartel do Século 19 e a 1ª Guerra Mundial
13.00-14.30: almoço de balanço, primeiro do Colóquio dedicado às Globalizações e aspectos essenciais das iniciativas a curto prazo do NICPRI para concretizar a sua estratégia de consolidação e internacionalização, depois da situação como a “governação da Universidade” tem lidado com as dificuldades actuais e da tentação nepótica que parece marcar a sua composição. Preve-se nos próximos dias manifestações docentes. Contará quase seguramente com o meu apoio.
15.00-19.00: burocracia do MEHE e preparação de documentação para aulas.
II
O dia “nacional” ficou marcado pela generalizada divulgação do documento “TOMADA DE POSIÇÃO – FEVEREIRO 2008” da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, uma das mais antigas e prestígiadas associações cívicas portugueses (fundada em 1970) pela sua cultura marcadamente democrática, favorável a uma sociedade aberta e socialmente mais justa. O documento, que é asasinado pelo seu Conselho Coordenador, identifica um conjunto de práticas sociais e politicas que, de forma já persistente e expressivamente generalizada, minam a vida socio-politica portuguesa e a República Democrática. Entre eles são referidos os muitos, maus e omnipresentes politicos; um jornalismo engajado a interesses difusos (e por vezes manifestamente “inculto”), a extensa e impune corrupção;o funcionamento não transparente de institutições do Estado, dos partidos e do sector privado; a suspeita de uma enorme promiscuidade entre elites políticas e empresariais; a ausência de escrutínio, ou de um escrutínio enviesado sobre as instituições; a ineficácia e desigualdade perante a aplicação da justiça; a criminalidade e insegurança; e as profundas fracturas e sinais de desigualdade social que socialmente diferência também segmentos étnicas que integram a sociedade portuguesa. A posição da SEDES é de leitura obrigatória e, sendo por sí uma manifestão da sociedade civil e uma reivindicação de mais (e nova) cidadania, deve mobilizar-nos para resistir a esta degradação da experiência democrática, como um aquis civilizacional.
Infelizmente o Ensino em geral não fica fora disto e este sector afecta dois segmentos sociais (os estudantes e as elites intelectuais e académicas) que poderão ser o ponto de partida para a tal “crise social de contornos difíceis de prever”, crise que a SEDES antecipa com fundamento inegável.
Na verdade no Ensino Superior é claro o esforço de “POLITIZAÇÃO” pela pior via, a da ostensiva GOVERNAMENTALIZAÇÃO. Não é surpreendente que só muito poucos dos reitores se prestem a assumir esta submissão que as nossas experiências autoritárias mostraram ser um facto de atraso das nossas instituições educativas.
Não posso deixar de seguir de perto a interpretação do Professor Doutor Alberto Amaral, expressa num documento maduro distribuido naquela instituição. O ex-reitor da Universidade do Porto, fundador e investigador (ainda director?) do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior, ataca de forma contundente o processo de “desenvolvimento virulento”, nas instituições universitárias, da “Nova Gestão Pública, em que a gestão, em vez de ser um meio, se torna um objectivo”. Ora “as universidades são (na sua essência e fundamento) lugares de criação e de inovação onde a gestão só pode ser um instrumento”, e o cumprimento daquela missão exige um processo complexo de decisão que não pode fixar-se numa qualquer forma de governo concentracionário (inspirados em “práticas de gestão e de sistemas de incentivos de outros tipos de organização”), que marginaliza ou mesmo se autonomiza da Academia. Uma foma de governo de tal natureza, marcado pela presença de um super-Reitor, dotado de poder excessivos, apoiado por uma burocracia de confiança, um e outra, e pela desvalorização dos Académicos, destroi elementos essenciais da cultura académica europeia (um espaço de debate e confronto de ideias e de auto-governo). É verdade que no caso português a Universidade nem sempre usou esses atributos (livre pensamento e criação, e organização baseada na responsabilidade dos séniores) da melhor forma. Se aquela cultura conheceu um enraizamento mais sólido depois da Revolução Democrática de Abril, isso não impediu que em algumas delas, tal como na sociedade portuguesa, se tenha instalado e dominado uma teia de de interesses difusos, ilegítimos, nocisos e completamente isentos da responsabilização.
Podemos de facto questionar a capacidade de reforma “radical”(que é necessária) e de regeneração das instituições universitárias de um dos países da Europa com os mais baixos níveis de institucionalização de boas práticas e de “accountability”. A tentação de um neo-pombalismo é grande, mas é uma pura ilusão.
A receita é “simples”: uma estratégia sólida, fundada nos novos paradigmas da criação e reprodução internacional do conhecimento e formação, e academicamente enraizada; objectivos por etapas muito bem definidos e sujeitos ao princípio do escrutínio e da responsabilização; organização ajustada à estratégia e um modelo de gestão adequado aos objectivos definidos; absoluta transparência nos processos de decisão, com mecanismos autónomos de escrutínio; uma responsabilização extensiva, mas adequada e proporcional às posições alcançadas na hierarquia académica e no corpo burocrata. E sobre isto é necessário sermos muito claros: as ( só a maioria?) universidades portuguesas não sendo o “poço de todos os males” não deixaram de se tornar num poço com poucas daquelas virtudes. E isso é notoriamente mais visível nas de menor complexidade.
Mutatis mutandis, recomenda-se a estas instituições o que a SEDES sugere para superar a “crise” nacional: “Em geral [o Estado/ os orgãos de governo universitários] a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios [do país/das universidades], tem de abrir urgentemente canais para escutar[ a sociedade civil e os cidadãos em geral a Academia]. Deve(m) fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses [Os Académicos] têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas [públicas/universitárias] que lhes dizem respeito
III
No plano internacional o destaque vai para a forma categórica como Obana, no 19º debate (Austin, TX CNN Debate) com Hillary Clinton , se distanciou, tanto em matéria de política interna como de política internacional americana, dos velhos clãs democrata e republicano, concretizando uma “outra forma de fazer as coisas” nos EUA.
HAF
08.00-11.00: Tutorias de alunos de licenciatura
11.00-13.00: Reunião com doutoranda. Ficou à vista a luz ao fundo do túnel. Em breve poderemos conhecer melhor a experiência da resistência da ocupação colonial portuguesa em Moçambique entre o terceiro quartel do Século 19 e a 1ª Guerra Mundial
13.00-14.30: almoço de balanço, primeiro do Colóquio dedicado às Globalizações e aspectos essenciais das iniciativas a curto prazo do NICPRI para concretizar a sua estratégia de consolidação e internacionalização, depois da situação como a “governação da Universidade” tem lidado com as dificuldades actuais e da tentação nepótica que parece marcar a sua composição. Preve-se nos próximos dias manifestações docentes. Contará quase seguramente com o meu apoio.
15.00-19.00: burocracia do MEHE e preparação de documentação para aulas.
II
O dia “nacional” ficou marcado pela generalizada divulgação do documento “TOMADA DE POSIÇÃO – FEVEREIRO 2008” da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, uma das mais antigas e prestígiadas associações cívicas portugueses (fundada em 1970) pela sua cultura marcadamente democrática, favorável a uma sociedade aberta e socialmente mais justa. O documento, que é asasinado pelo seu Conselho Coordenador, identifica um conjunto de práticas sociais e politicas que, de forma já persistente e expressivamente generalizada, minam a vida socio-politica portuguesa e a República Democrática. Entre eles são referidos os muitos, maus e omnipresentes politicos; um jornalismo engajado a interesses difusos (e por vezes manifestamente “inculto”), a extensa e impune corrupção;o funcionamento não transparente de institutições do Estado, dos partidos e do sector privado; a suspeita de uma enorme promiscuidade entre elites políticas e empresariais; a ausência de escrutínio, ou de um escrutínio enviesado sobre as instituições; a ineficácia e desigualdade perante a aplicação da justiça; a criminalidade e insegurança; e as profundas fracturas e sinais de desigualdade social que socialmente diferência também segmentos étnicas que integram a sociedade portuguesa. A posição da SEDES é de leitura obrigatória e, sendo por sí uma manifestão da sociedade civil e uma reivindicação de mais (e nova) cidadania, deve mobilizar-nos para resistir a esta degradação da experiência democrática, como um aquis civilizacional.
Infelizmente o Ensino em geral não fica fora disto e este sector afecta dois segmentos sociais (os estudantes e as elites intelectuais e académicas) que poderão ser o ponto de partida para a tal “crise social de contornos difíceis de prever”, crise que a SEDES antecipa com fundamento inegável.
Na verdade no Ensino Superior é claro o esforço de “POLITIZAÇÃO” pela pior via, a da ostensiva GOVERNAMENTALIZAÇÃO. Não é surpreendente que só muito poucos dos reitores se prestem a assumir esta submissão que as nossas experiências autoritárias mostraram ser um facto de atraso das nossas instituições educativas.
Não posso deixar de seguir de perto a interpretação do Professor Doutor Alberto Amaral, expressa num documento maduro distribuido naquela instituição. O ex-reitor da Universidade do Porto, fundador e investigador (ainda director?) do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior, ataca de forma contundente o processo de “desenvolvimento virulento”, nas instituições universitárias, da “Nova Gestão Pública, em que a gestão, em vez de ser um meio, se torna um objectivo”. Ora “as universidades são (na sua essência e fundamento) lugares de criação e de inovação onde a gestão só pode ser um instrumento”, e o cumprimento daquela missão exige um processo complexo de decisão que não pode fixar-se numa qualquer forma de governo concentracionário (inspirados em “práticas de gestão e de sistemas de incentivos de outros tipos de organização”), que marginaliza ou mesmo se autonomiza da Academia. Uma foma de governo de tal natureza, marcado pela presença de um super-Reitor, dotado de poder excessivos, apoiado por uma burocracia de confiança, um e outra, e pela desvalorização dos Académicos, destroi elementos essenciais da cultura académica europeia (um espaço de debate e confronto de ideias e de auto-governo). É verdade que no caso português a Universidade nem sempre usou esses atributos (livre pensamento e criação, e organização baseada na responsabilidade dos séniores) da melhor forma. Se aquela cultura conheceu um enraizamento mais sólido depois da Revolução Democrática de Abril, isso não impediu que em algumas delas, tal como na sociedade portuguesa, se tenha instalado e dominado uma teia de de interesses difusos, ilegítimos, nocisos e completamente isentos da responsabilização.
Podemos de facto questionar a capacidade de reforma “radical”(que é necessária) e de regeneração das instituições universitárias de um dos países da Europa com os mais baixos níveis de institucionalização de boas práticas e de “accountability”. A tentação de um neo-pombalismo é grande, mas é uma pura ilusão.
A receita é “simples”: uma estratégia sólida, fundada nos novos paradigmas da criação e reprodução internacional do conhecimento e formação, e academicamente enraizada; objectivos por etapas muito bem definidos e sujeitos ao princípio do escrutínio e da responsabilização; organização ajustada à estratégia e um modelo de gestão adequado aos objectivos definidos; absoluta transparência nos processos de decisão, com mecanismos autónomos de escrutínio; uma responsabilização extensiva, mas adequada e proporcional às posições alcançadas na hierarquia académica e no corpo burocrata. E sobre isto é necessário sermos muito claros: as ( só a maioria?) universidades portuguesas não sendo o “poço de todos os males” não deixaram de se tornar num poço com poucas daquelas virtudes. E isso é notoriamente mais visível nas de menor complexidade.
Mutatis mutandis, recomenda-se a estas instituições o que a SEDES sugere para superar a “crise” nacional: “Em geral [o Estado/ os orgãos de governo universitários] a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios [do país/das universidades], tem de abrir urgentemente canais para escutar[ a sociedade civil e os cidadãos em geral a Academia]. Deve(m) fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses [Os Académicos] têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas [públicas/universitárias] que lhes dizem respeito
III
No plano internacional o destaque vai para a forma categórica como Obana, no 19º debate (Austin, TX CNN Debate) com Hillary Clinton , se distanciou, tanto em matéria de política interna como de política internacional americana, dos velhos clãs democrata e republicano, concretizando uma “outra forma de fazer as coisas” nos EUA.
HAF
quinta-feira, fevereiro 21
9973º Dia
10.00-17.00 - COLÓQUIO "GLOBALIZAÇÕES: PERSPECTIVAS TRANSDISCIPLINARES" (org. NICPRI.UE). Um seminário “interno” (com séniores e júniores a apresentar e discutir resultados dos trabalhos em curso) que integrou e interessou outras pessoas da academia. Foi curioso o comentário de uma académica que, em visita, esteve numa parte da sessão: “ nunca estive numa reunião assim” querendo ela acentuar com isso o interessante debate transdisciplinar sobre alguns dos filósofos e teóricos da mundialização, globalização e do pensamento planetário. Hans Jonas,Kostas Axelos, Serge Latouche, Ulrich Beck, Hans Küng e outros em re-visita. A Organização e Coordenação Científica coube ao ACTAE-Centro Interdisciplinar de Estudos Políticos e Sociais & NICPRI-Núcleo de Investigação em Ciência Política e Relações Internacionais. Um dia útil e com despesas reduzidíssimas.
14.30-15.15: Uma reunião “relâmpago” (mas produtiva) com M.B. para início de uma cooperação do NICPRI com uma instituição privada com interesse em questões histórias e internacionais com vista a promover um conjunto de acções conjuntas com vista à promoção do inter-conhecimento e cooperação científica com as sociedades africanas com as quais temos uma parte do passado e até uma vida em comum. Ficaram definidas as primeiras acções.
HAF
14.30-15.15: Uma reunião “relâmpago” (mas produtiva) com M.B. para início de uma cooperação do NICPRI com uma instituição privada com interesse em questões histórias e internacionais com vista a promover um conjunto de acções conjuntas com vista à promoção do inter-conhecimento e cooperação científica com as sociedades africanas com as quais temos uma parte do passado e até uma vida em comum. Ficaram definidas as primeiras acções.
HAF
9972º Dia
I
09.00-12.30: revisão dos 2 papers do projecto MSP19-20 à European Social Science History Conference (ESSHC) , Lisbon, February 27 – March 1 2008
14.30-17.00 : reunião do CC ADCHS . Uma reunião “extraordinária” pela natureza da convocatória e pelo seu curso. A dias de a Assembleia Estatutária da UÉ poder fixar o novo desenho das áreas de conhecimento ( e respectivas escolas) discute-se o interesse de se desenhar e discutir no seio da ADCHS uma estratégia para o futuro. Este mesmo Conselho não achou interessante fazer isso há dois anos quando era evidente a urgência de “inventar” uma visão e uma estratégia para a dita área. A colocação desta questão na agenda é apenas ridícula, extraordinariamente ridícula. Os tempos que virão serão mais de seguir a navegação do que definir o rumo. Disso alguém tratará. E devo confessar que vejo vantagens nisso, pois aquele CC jamais seria capaz de fazer algo de relevante eem matéria estratégica ( e por isso nunca o fez na última década) .
17.30-20.00: preparação do texto para a sessão de abertura do seminário “interno” e “aberto” que o ACTAE/ NICPRI organiza amanhã.
II
Segui com alguma distância a história que o nosso Primeiro Ministro contou em entrevista recente sobre o desempenho deste governo até ao momento e o estado da nação. É um prazer viver num país tão virtuoso e tão bem governado . Os pobres, os novos pobres, os desempregados, os jovens desempregados (os 60.000 licenciados e os outros), os doentes, os docentes, o meio académico (com o notoriamente deficiente estratégia , mau planeamento e gestão da reforma universitária ( algo que algumas das instituições merecem em profundidade mas que provavelmente não terão condições e tempo para o fazer) , é que são absolutamente incapazes de perceber o alcance de tanta visão ….
HAF
09.00-12.30: revisão dos 2 papers do projecto MSP19-20 à European Social Science History Conference (ESSHC) , Lisbon, February 27 – March 1 2008
14.30-17.00 : reunião do CC ADCHS . Uma reunião “extraordinária” pela natureza da convocatória e pelo seu curso. A dias de a Assembleia Estatutária da UÉ poder fixar o novo desenho das áreas de conhecimento ( e respectivas escolas) discute-se o interesse de se desenhar e discutir no seio da ADCHS uma estratégia para o futuro. Este mesmo Conselho não achou interessante fazer isso há dois anos quando era evidente a urgência de “inventar” uma visão e uma estratégia para a dita área. A colocação desta questão na agenda é apenas ridícula, extraordinariamente ridícula. Os tempos que virão serão mais de seguir a navegação do que definir o rumo. Disso alguém tratará. E devo confessar que vejo vantagens nisso, pois aquele CC jamais seria capaz de fazer algo de relevante eem matéria estratégica ( e por isso nunca o fez na última década) .
17.30-20.00: preparação do texto para a sessão de abertura do seminário “interno” e “aberto” que o ACTAE/ NICPRI organiza amanhã.
II
Segui com alguma distância a história que o nosso Primeiro Ministro contou em entrevista recente sobre o desempenho deste governo até ao momento e o estado da nação. É um prazer viver num país tão virtuoso e tão bem governado . Os pobres, os novos pobres, os desempregados, os jovens desempregados (os 60.000 licenciados e os outros), os doentes, os docentes, o meio académico (com o notoriamente deficiente estratégia , mau planeamento e gestão da reforma universitária ( algo que algumas das instituições merecem em profundidade mas que provavelmente não terão condições e tempo para o fazer) , é que são absolutamente incapazes de perceber o alcance de tanta visão ….
HAF
terça-feira, fevereiro 19
9971º Dia
I
9.00-16.30
Um dia de "pequenas coisas":preparação e digitalização de material didático (para as coisas poderem de facto funcionar com o mínimo de qualidade), horários, verificação e correção de pautas, tutorias várias, correspondência, etc. "Nadas" do dia a dia da vida académica com os quais de facto já deveria gastar menos tempo. O melhor do dia foi a mudança definitiva do paradigma historiográfico que modulava a HPC II.
17.00-20.00: Trabalho sobre documentação de provas de agregação.
II
No passado domingo a independência Kosovar. Uma pulsão nacionalista, um reconhecido candidato a "estado fracassado", um provável recuo para o avanço da Europa Institucional naquela região.
HAF
9.00-16.30
Um dia de "pequenas coisas":preparação e digitalização de material didático (para as coisas poderem de facto funcionar com o mínimo de qualidade), horários, verificação e correção de pautas, tutorias várias, correspondência, etc. "Nadas" do dia a dia da vida académica com os quais de facto já deveria gastar menos tempo. O melhor do dia foi a mudança definitiva do paradigma historiográfico que modulava a HPC II.
17.00-20.00: Trabalho sobre documentação de provas de agregação.
II
No passado domingo a independência Kosovar. Uma pulsão nacionalista, um reconhecido candidato a "estado fracassado", um provável recuo para o avanço da Europa Institucional naquela região.
HAF
segunda-feira, fevereiro 18
9970º Dia
09.00-11.30: Coord. GHC e MEHE/ horários, ajustamentos no serviço docente, etc
11.30-13.30: Reunião CC.DH
14.30-16.30: Reunião GHC
17.00-19.00: Horários do MEHE (2º Semestre)
20.30-23.30: Revisão e ajustamento em programas e modelo de avaliação do 2º semestre(velhos e novos: HPCII, HCTN-EH, HCTN-DT, SPeSC:TSC) do 2º semestre. A HPC.II será lecionada a partir deste ano num modelo completamente comparatista.
11.30-13.30: Reunião CC.DH
14.30-16.30: Reunião GHC
17.00-19.00: Horários do MEHE (2º Semestre)
20.30-23.30: Revisão e ajustamento em programas e modelo de avaliação do 2º semestre(velhos e novos: HPCII, HCTN-EH, HCTN-DT, SPeSC:TSC) do 2º semestre. A HPC.II será lecionada a partir deste ano num modelo completamente comparatista.
domingo, fevereiro 17
9969º Dia
Um país moderno, de oportunidades crescentes... basta a credenciação escolar e o mérito. Quando olhamos para a paisagem social apetece generalizar a parti de Jorge de Palma..."Deixa-me rir essa história não é tua"
Segundo alguns teóricos do crescimento moderno numa fase de crescimento positivo e intenso é vulgar que as desigualdades regionais se acentuem (a favor das mais dinâmicas); numa fase de recessão o normal é a convergência dos indicadores entre as regiões mais e menos desenvolvidas (mais pelo retrogresso das primeiras). Na União Europeia ( uma experiência de integração regional), a região “Portugal” afastou-se 3 pontos da média europeia mas, cumpriu-se a regra: há uma maior aproximação entre as “subregiões” da nação. Todas recuaram: a Madeira e os Açores, já bastante desiguais em 2000, foram as que menos perderam (e até mantiveram as distâncias relativas); Lisboa , em particular, e o Centro foram os que mais recuaram.
Na semana passada o país tomou conhecimento de algo que já alguns conheciam : cerca de 60.000 licenciados sem emprego num país com cerca de 500.000 desempregados e apenas com apenas 13-14% da população activa credenciada com formação académica do ensino superior, um índice dos mais baixos da Europa (Education at a Glance 2007, OECD Indicators).
O argumento dos inteligentes é conhecido: é evidente que não necessitamos de tantos licencidados. O problema está na incapacidade das Universidades e do ensino superior em geral avaliarem e ajustarem a oferta à “economia real”. Quanto à economia real, o dito tecido empresarial e empregador, que consumiu milhões de euros em formação desde finais dos anos 1980s, é claro que é um “mimo”. Qualificou tanto a mão de obra que a teve de despedir.
No fundo o país o que necessita mesmo é de formar políticos e ainda oleiros, alvanéus, funileiros, corticeiros, latoeiros …em suma os velhos grupos de “artistas” e ganhões, trabalhadores especializados na capinagem, limpeza e pavimentação de estradas, construção de paredes e pintura de grandes superf+icies, apanhadores de bolas de golf , e já agora pobres, muitos, mas educados e de preferência especializados. A chatice são os imigrantes que cobrem estas áreas com concorrência desleal e muita flexibilidade e generosidade no horário do trabalho.
É por estas expectativas que recomendo aos meus filhos que o mercado que devem ter em vista é o que está para além das nossas fronteiras. Um país pequeno mas mesmo assim maior que as suas pequenas velhas e novas elites.
HAF
Segundo alguns teóricos do crescimento moderno numa fase de crescimento positivo e intenso é vulgar que as desigualdades regionais se acentuem (a favor das mais dinâmicas); numa fase de recessão o normal é a convergência dos indicadores entre as regiões mais e menos desenvolvidas (mais pelo retrogresso das primeiras). Na União Europeia ( uma experiência de integração regional), a região “Portugal” afastou-se 3 pontos da média europeia mas, cumpriu-se a regra: há uma maior aproximação entre as “subregiões” da nação. Todas recuaram: a Madeira e os Açores, já bastante desiguais em 2000, foram as que menos perderam (e até mantiveram as distâncias relativas); Lisboa , em particular, e o Centro foram os que mais recuaram.
Na semana passada o país tomou conhecimento de algo que já alguns conheciam : cerca de 60.000 licenciados sem emprego num país com cerca de 500.000 desempregados e apenas com apenas 13-14% da população activa credenciada com formação académica do ensino superior, um índice dos mais baixos da Europa (Education at a Glance 2007, OECD Indicators).
O argumento dos inteligentes é conhecido: é evidente que não necessitamos de tantos licencidados. O problema está na incapacidade das Universidades e do ensino superior em geral avaliarem e ajustarem a oferta à “economia real”. Quanto à economia real, o dito tecido empresarial e empregador, que consumiu milhões de euros em formação desde finais dos anos 1980s, é claro que é um “mimo”. Qualificou tanto a mão de obra que a teve de despedir.
No fundo o país o que necessita mesmo é de formar políticos e ainda oleiros, alvanéus, funileiros, corticeiros, latoeiros …em suma os velhos grupos de “artistas” e ganhões, trabalhadores especializados na capinagem, limpeza e pavimentação de estradas, construção de paredes e pintura de grandes superf+icies, apanhadores de bolas de golf , e já agora pobres, muitos, mas educados e de preferência especializados. A chatice são os imigrantes que cobrem estas áreas com concorrência desleal e muita flexibilidade e generosidade no horário do trabalho.
É por estas expectativas que recomendo aos meus filhos que o mercado que devem ter em vista é o que está para além das nossas fronteiras. Um país pequeno mas mesmo assim maior que as suas pequenas velhas e novas elites.
HAF
sábado, fevereiro 16
9968º Dia
I
07.00-09-15: viagem de comboio para Lisboa
10.00-13.00: Reunião da “EuroSudMigration”- Rede internacional sobre a História da Emigração na Europa do Sul (Migrações Clandestinas, 1870-1992) : desenho, actividades, financimentos, etc.
14.15: Regresso a Évora …..
II.
A “idade” e alguma modernidade ferroviária permite-me voltar a saborear a viagem através da “via acelerada.” como se dizia p.v. no século 19. Um prazer que na juventude pude regularmente usufruir no longo e esplendoroso curso do C.F.Benguela.
Hoje viaja-se com algum conforto ferroviário entre Lisboa e Évora. São cerca de hora e meia que, entre os campos e um texto, passam num instante. É verdade que a paisagem não tem os detalhes que individualizam “eternamente” a memória das xanas dos quiocos ou a marcha para a costa de Benguela. E aqui os matas em lenta regeneração por incêndios mais ou menos recentes sucedem-se. Por isso, no regresso, houve mais tempo para folhear com interesse “Assistência Infantil em Lisboa na 1ª República” ( de Maria de Fátima Caldeira, 2004).
III: O Primeiro Ministro, os professores socialistas, os professores e os sindicatos
À entrada ou saída da reunião, profusamente propagandeada, do Primeiro Ministro com os professores socialistas, aquele e estes terão sido vaiados e, segundo o PM , insultados. O que é reprovável. O PM atribui o facto às forças do costume, insinuando que a a manifestação era resultado da arrigementação promovida por um sindicato com o qual este governo tendo na verdade dificuldade em lidar politicamente.
Não sei se existiu ou não essa manobra. Mas pode não ter existido. Há muito boas razões – os impunes (politicamente) incompetência, disparate, e práticas abusivas e arbitrárias do Governo em matéria de reforma educativa e em particular no que se refere aos professores- para que os professores (neste caso do ensino não superior) optarem pro acções colectivas que possam colocar-se fora do controle dos sindicatos. Nestas matérias o Governo se não atravessou a “red line”, já esta há meses em cima dela. A Intersindical reconhece que as pessoas começam a manifestar-se de forma espontânea…. Sinais perigosos.
IV- O discurso do actual ( e como já anunciado por mais um mandato, o que é uma boa notícia) SG da Intersindical ontem, na abertura do seu congresso, foi o mais importante facto político da semana: um discurso politicamente vigoroso, claro, honesto e que no essencial retrata o estado social do país. A inter-acção entre a forte corrupção ( a batota) e o escandaloso grau de desigualdade social (e provavelmente um notório recuo da meritocracia) são alguns dos principais atributos que hoje nos afastam das sociedades europeias.
Um semanário publicava recentemente a top list das 5 profissões de futuro em Portugal: 4 delas associadas a estudos superiores prolongados ( gestão, economia, engenharia de energias renováveis, engenharia bioquímica) excepto uma delas, a de “Político”. Ora aqui está uma fileira de formação que as instituições do ensino superior em Portugal terão sempre alguma dificuldade em oferecer em formato normal, especialmente se o propósito for o de formar um político com imediata integração no mercado e sucesso a (curto) prazo. Só explorando o modelo da licenciatura “sanduiche”, entre a Universidade e as (principais) organizações partidárias . Seguro que para a profissão de “político” ser um sucesso, a avaliar pelos políticos que temos, a “escola (foi) outra”. Salvo as muitas excepções que florescem à volta de toda a regra, claro. Agora que a "classe média baixa" começa a ficar farta, começa. Isto pode dar um resultado inesperado.
HAF
07.00-09-15: viagem de comboio para Lisboa
10.00-13.00: Reunião da “EuroSudMigration”- Rede internacional sobre a História da Emigração na Europa do Sul (Migrações Clandestinas, 1870-1992) : desenho, actividades, financimentos, etc.
14.15: Regresso a Évora …..
II.
A “idade” e alguma modernidade ferroviária permite-me voltar a saborear a viagem através da “via acelerada.” como se dizia p.v. no século 19. Um prazer que na juventude pude regularmente usufruir no longo e esplendoroso curso do C.F.Benguela.
Hoje viaja-se com algum conforto ferroviário entre Lisboa e Évora. São cerca de hora e meia que, entre os campos e um texto, passam num instante. É verdade que a paisagem não tem os detalhes que individualizam “eternamente” a memória das xanas dos quiocos ou a marcha para a costa de Benguela. E aqui os matas em lenta regeneração por incêndios mais ou menos recentes sucedem-se. Por isso, no regresso, houve mais tempo para folhear com interesse “Assistência Infantil em Lisboa na 1ª República” ( de Maria de Fátima Caldeira, 2004).
III: O Primeiro Ministro, os professores socialistas, os professores e os sindicatos
À entrada ou saída da reunião, profusamente propagandeada, do Primeiro Ministro com os professores socialistas, aquele e estes terão sido vaiados e, segundo o PM , insultados. O que é reprovável. O PM atribui o facto às forças do costume, insinuando que a a manifestação era resultado da arrigementação promovida por um sindicato com o qual este governo tendo na verdade dificuldade em lidar politicamente.
Não sei se existiu ou não essa manobra. Mas pode não ter existido. Há muito boas razões – os impunes (politicamente) incompetência, disparate, e práticas abusivas e arbitrárias do Governo em matéria de reforma educativa e em particular no que se refere aos professores- para que os professores (neste caso do ensino não superior) optarem pro acções colectivas que possam colocar-se fora do controle dos sindicatos. Nestas matérias o Governo se não atravessou a “red line”, já esta há meses em cima dela. A Intersindical reconhece que as pessoas começam a manifestar-se de forma espontânea…. Sinais perigosos.
IV- O discurso do actual ( e como já anunciado por mais um mandato, o que é uma boa notícia) SG da Intersindical ontem, na abertura do seu congresso, foi o mais importante facto político da semana: um discurso politicamente vigoroso, claro, honesto e que no essencial retrata o estado social do país. A inter-acção entre a forte corrupção ( a batota) e o escandaloso grau de desigualdade social (e provavelmente um notório recuo da meritocracia) são alguns dos principais atributos que hoje nos afastam das sociedades europeias.
Um semanário publicava recentemente a top list das 5 profissões de futuro em Portugal: 4 delas associadas a estudos superiores prolongados ( gestão, economia, engenharia de energias renováveis, engenharia bioquímica) excepto uma delas, a de “Político”. Ora aqui está uma fileira de formação que as instituições do ensino superior em Portugal terão sempre alguma dificuldade em oferecer em formato normal, especialmente se o propósito for o de formar um político com imediata integração no mercado e sucesso a (curto) prazo. Só explorando o modelo da licenciatura “sanduiche”, entre a Universidade e as (principais) organizações partidárias . Seguro que para a profissão de “político” ser um sucesso, a avaliar pelos políticos que temos, a “escola (foi) outra”. Salvo as muitas excepções que florescem à volta de toda a regra, claro. Agora que a "classe média baixa" começa a ficar farta, começa. Isto pode dar um resultado inesperado.
HAF
sexta-feira, fevereiro 15
9967º Dia
I
09.00-11.00: Burocracia do Mestrado EHE
11.00-13.00: Preparação da apresentação do Paper1 ao ESSHC 2008 Lisbon (27 fev-1 Mar.08)
14.00-16,30: tutoria a mestrando em tese
17.00-19.30: Preparação da reunião fundadora da "Réseau sur l'histoire de l'émigraqtion dans l'Europe do Sud"(EuroSudMigration) (IHC, UNL, 16.02.08)
II
É interessante a constituição daquela rede de investigação coincidir com uma noticia do Público (Caderno Ipsilon). Com o título de capa, “Lisboa está cheia de sotaques” no interior do carderno, Alexandra Prado Coelho interroga-se: “O Teatro Municipal São Luís desafiou três grupos a fazerem peças sobre os imigrantes em Lisboa. O Meridional ficou com África, o Teatro Praga com o Leste, o Bando com o Brasil. Sem ligação a este ciclo, Outras Lisboas, um grupo com portugueses, brasileiros e uma sérvia faz uma peça no Cais do Sodré. Estão os imigrantes a ganhar visibilidade na vida Cultural da cidade?. Nos destaques da noticia uma nota sobre uma actriz Josefina Massango(ver foto),aluna da nossa Universidade, e que muito estimo, pela dedicação como estudante e pelo talento.
HAF
09.00-11.00: Burocracia do Mestrado EHE
11.00-13.00: Preparação da apresentação do Paper1 ao ESSHC 2008 Lisbon (27 fev-1 Mar.08)
14.00-16,30: tutoria a mestrando em tese
17.00-19.30: Preparação da reunião fundadora da "Réseau sur l'histoire de l'émigraqtion dans l'Europe do Sud"(EuroSudMigration) (IHC, UNL, 16.02.08)
II
É interessante a constituição daquela rede de investigação coincidir com uma noticia do Público (Caderno Ipsilon). Com o título de capa, “Lisboa está cheia de sotaques” no interior do carderno, Alexandra Prado Coelho interroga-se: “O Teatro Municipal São Luís desafiou três grupos a fazerem peças sobre os imigrantes em Lisboa. O Meridional ficou com África, o Teatro Praga com o Leste, o Bando com o Brasil. Sem ligação a este ciclo, Outras Lisboas, um grupo com portugueses, brasileiros e uma sérvia faz uma peça no Cais do Sodré. Estão os imigrantes a ganhar visibilidade na vida Cultural da cidade?. Nos destaques da noticia uma nota sobre uma actriz Josefina Massango(ver foto),aluna da nossa Universidade, e que muito estimo, pela dedicação como estudante e pelo talento.
HAF
quinta-feira, fevereiro 14
9966º Dia
I
09.00-12.30: burocracia do MEHE, e preparação das reuniões da Comissão de Curso do MEHE e do Conselho Cientifico do NICPRI.UÉ
14.00-15.15: Reunião da CC MEHE
15.30-19.00: Reunião do CC NICPRI
II: A Universidade de Évora: solidariedade universitária e alheamento.
1, Parece o Ministro da tutela na entrevista ao Forum TSF sobre o ensino superior (13.2.08, 10.00) terá definido as três áreas estratégicas da Universidade de Évora. Elas parecem distanciadas da proposta do reitor. Mas o voluntarismo é o do mesmo grau. Não se conhece o que os orgãos da Universidade pensam sobre o assunto. Todavia acho que podemos abrir um período de audiência nacional. É provavel que outros cidadãos possam dar o seu alvitre. Não é dificil inventar algo melhor que uma universidade “alentejana” .
2. Diz-se que Pedro Telhado Pereira, um amigo que não vejo há muitos anos e actual Reitor da Universidade da Madeira, ontem em visita à Universidade de Évora porque integrado num júri de doutoramento, fez declarações públicas interessantes: não apenas por expressar a solidariedade da U.Madeira face à actual situação da UÉ mas também por lamentar a prolongada ausência de alguns reitores às Reuniões do CRUP. Para nós não é novidade o segundo aspecto.
HAF
09.00-12.30: burocracia do MEHE, e preparação das reuniões da Comissão de Curso do MEHE e do Conselho Cientifico do NICPRI.UÉ
14.00-15.15: Reunião da CC MEHE
15.30-19.00: Reunião do CC NICPRI
II: A Universidade de Évora: solidariedade universitária e alheamento.
1, Parece o Ministro da tutela na entrevista ao Forum TSF sobre o ensino superior (13.2.08, 10.00) terá definido as três áreas estratégicas da Universidade de Évora. Elas parecem distanciadas da proposta do reitor. Mas o voluntarismo é o do mesmo grau. Não se conhece o que os orgãos da Universidade pensam sobre o assunto. Todavia acho que podemos abrir um período de audiência nacional. É provavel que outros cidadãos possam dar o seu alvitre. Não é dificil inventar algo melhor que uma universidade “alentejana” .
2. Diz-se que Pedro Telhado Pereira, um amigo que não vejo há muitos anos e actual Reitor da Universidade da Madeira, ontem em visita à Universidade de Évora porque integrado num júri de doutoramento, fez declarações públicas interessantes: não apenas por expressar a solidariedade da U.Madeira face à actual situação da UÉ mas também por lamentar a prolongada ausência de alguns reitores às Reuniões do CRUP. Para nós não é novidade o segundo aspecto.
HAF
quarta-feira, fevereiro 13
9965º Dia
I
09.30-12.00 : burocracia do MEHE e preparação da sessão de tutoria HCTN_HE (16.30-18.30)
13.00-16.00: BD DN1879
16.30-18.30: tutoria
19.00- …. Leitura de uma lição para uma agregação…
II
Chegam do exterior as primeiras notícias de encerramento de cursos de licenciatura na UÉ .
No site do Público encontrei esta manhã a seguinte noticia de “última hora” : Instituição vai deixar de ter licenciaturas em Física, Filosofia e Matemática. Universidade de Évora vai criar três novos cursos em parceria com empresas “(colocada a 12.02.2008 - 16h34 ) O leitor pode ler mais detalhes sobre esta notícia, a informação prestada pelo reitor que em contrapartida abririam no próximo ano três licenciaturas “sanduíche” (formação Universidade + empresa), e ainda uma dezena de comentários dos leitores em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1319367
Esta tarde, na Academia o notícia que corria é que fechariam 4 e não 3 licenciaturas .
Pareceu-me óbvio que o reitor, convertido que está às virtudes das boas práticas, ao divulgar estas medidas á imprensa, tinha previamente consultado ou informado os orgãos da universidade. Certamente esse facto ter-me-ia passado ao lado. Fui rever as novas na UÉline. Encontrei uma referência ao protocolo com a SECIL, representado por um administrador da cimenteira, com vista à criação de uma licenciatura “sanduiche” ou, mais pomposamente, de “terceira geração” [será mesmo? como faz falta a História!!!] em engenharia (solução que me parece muito interessante se concretizada) e uma outra sobre medidas para promover o sucesso educativo no ensino da Matemática (1º Ciclo) na Universidade de Évora.
È óbvio que o Reitor deveria pelo menos ter procedido a uma prévia informação à Academia. Mas tal como tenho disto em mensagens anteriores temos uma “equipa dirigente” iluminada e em roda livre, situação favorecida pelo facto de os restantes Orgãos de Governo e Coordenação da Universidade estarem de facto paralizados.
Aquelas decisões até podem parecer necessárias : mas serão mesmo indispensáveis, e acima de tudo, úteis para a instituição? É difícil imaginar uma “universidade europeia” sem alguns dos elementos que fazem destas instituições “comunidades intelectuais”, “multiculturais” e “internacionais”. Errado e reprovável é certamente o processo de decisão ( e lá vimos outra vez com essa chatice das boas práticas, que até aqueles líricos da Comissão de Avaliação Institucional da AEU/EUA recomendaram vivamente). Mas pelos vistos chegou a hora de “governar” para as “media”: no passado isso mostrou que “muita parra” dá “pouca uva”e, pior ainda, pode dar “vinho mau”. A “Academia”, que não existe, manter-se-á em silêncio, o que não impede um ou outro estrebucho individual, como o presente e os que correm pelos users da UÉ.
III
Aproveitei para reler de novo o documento reitoral, divulgado pela EU-Line (“A Missão, A Visão e as Futuras Escolas “ da Universidade de Évora). É um documento que comentarei aqui oportunamente.
HAF
09.30-12.00 : burocracia do MEHE e preparação da sessão de tutoria HCTN_HE (16.30-18.30)
13.00-16.00: BD DN1879
16.30-18.30: tutoria
19.00- …. Leitura de uma lição para uma agregação…
II
Chegam do exterior as primeiras notícias de encerramento de cursos de licenciatura na UÉ .
No site do Público encontrei esta manhã a seguinte noticia de “última hora” : Instituição vai deixar de ter licenciaturas em Física, Filosofia e Matemática. Universidade de Évora vai criar três novos cursos em parceria com empresas “(colocada a 12.02.2008 - 16h34 ) O leitor pode ler mais detalhes sobre esta notícia, a informação prestada pelo reitor que em contrapartida abririam no próximo ano três licenciaturas “sanduíche” (formação Universidade + empresa), e ainda uma dezena de comentários dos leitores em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1319367
Esta tarde, na Academia o notícia que corria é que fechariam 4 e não 3 licenciaturas .
Pareceu-me óbvio que o reitor, convertido que está às virtudes das boas práticas, ao divulgar estas medidas á imprensa, tinha previamente consultado ou informado os orgãos da universidade. Certamente esse facto ter-me-ia passado ao lado. Fui rever as novas na UÉline. Encontrei uma referência ao protocolo com a SECIL, representado por um administrador da cimenteira, com vista à criação de uma licenciatura “sanduiche” ou, mais pomposamente, de “terceira geração” [será mesmo? como faz falta a História!!!] em engenharia (solução que me parece muito interessante se concretizada) e uma outra sobre medidas para promover o sucesso educativo no ensino da Matemática (1º Ciclo) na Universidade de Évora.
È óbvio que o Reitor deveria pelo menos ter procedido a uma prévia informação à Academia. Mas tal como tenho disto em mensagens anteriores temos uma “equipa dirigente” iluminada e em roda livre, situação favorecida pelo facto de os restantes Orgãos de Governo e Coordenação da Universidade estarem de facto paralizados.
Aquelas decisões até podem parecer necessárias : mas serão mesmo indispensáveis, e acima de tudo, úteis para a instituição? É difícil imaginar uma “universidade europeia” sem alguns dos elementos que fazem destas instituições “comunidades intelectuais”, “multiculturais” e “internacionais”. Errado e reprovável é certamente o processo de decisão ( e lá vimos outra vez com essa chatice das boas práticas, que até aqueles líricos da Comissão de Avaliação Institucional da AEU/EUA recomendaram vivamente). Mas pelos vistos chegou a hora de “governar” para as “media”: no passado isso mostrou que “muita parra” dá “pouca uva”e, pior ainda, pode dar “vinho mau”. A “Academia”, que não existe, manter-se-á em silêncio, o que não impede um ou outro estrebucho individual, como o presente e os que correm pelos users da UÉ.
III
Aproveitei para reler de novo o documento reitoral, divulgado pela EU-Line (“A Missão, A Visão e as Futuras Escolas “ da Universidade de Évora). É um documento que comentarei aqui oportunamente.
HAF
terça-feira, fevereiro 12
9964º Dia
I
08.00-10.00: BD DN1879
10.15: finalmente um aquecedor no gabinete ( uma generosa cedência de um colega)
10.30-12.30: tutorias
12.30-14-30: Almoço com notícias do Espírito Santo (Colégio, claro)
15.00-18.30: BD DN1879
19.00: Re-visita de novos projectos editoriais em breve disponíveis. A escrita da História da Europa está a mudar radicalmente e a historiografia portuguesa continua fora desta agenda. Temos (pelo menos) a obrigação de preparar as novas gerações para tal. Com a chancela da Palgrave Macmillan , disporemos em breve de obras essenciais . Três bons exemplos:
KLIMKE, Martin and SCHARLOTH, Joachim (eds): 1968 IN EUROPE. A History of Protest and Activism, 1956-1977, Palgrave Macmillan Publisher, London, (forthcoming, April 2008)
MIDDELL Matthias, ESPAGNE Michel, and GEYER Michael: European Histpory in an Interconnected World. An introduction to Transnational History, Palgrave Macmillan Publisher, London, (forthcoming Dec. 2008)
E em preparação (desde 2003) está:
IRIYE, Akira (HU) and SAUNIER, Pierre-Yves (CNRS) (eds.) :The Palgrave Dictionary of Transnational History, Palgrave Macmillan Publisher, London, (forthcoming, 2009)
II
"Li" as tabelas que constituem o documento «Relatório sobre o Inquérito aos Licenciados da Universidade de Évora» (Fev. 2008), oriundo da Pró-Reitoria para a PQI. Consta de uma meia página de “ Introdução” , três quartos de página com a “Metodologia” (sumarissimamente apresentada) e 24 páginas de tabelas e gráficos. Sem corpo analítico, nem conclusões. As descrepâncias na relação população –amostra (respostas) e entre a amostra e as respostas ao inquérito deveriam ter merecido algumas explicações que, ao não existirem, debilitam os dados publicados . O dito documento, inapropriadamente designado “relatório” não me merece mais nenhum comentário (público, claro).
HAF
08.00-10.00: BD DN1879
10.15: finalmente um aquecedor no gabinete ( uma generosa cedência de um colega)
10.30-12.30: tutorias
12.30-14-30: Almoço com notícias do Espírito Santo (Colégio, claro)
15.00-18.30: BD DN1879
19.00: Re-visita de novos projectos editoriais em breve disponíveis. A escrita da História da Europa está a mudar radicalmente e a historiografia portuguesa continua fora desta agenda. Temos (pelo menos) a obrigação de preparar as novas gerações para tal. Com a chancela da Palgrave Macmillan , disporemos em breve de obras essenciais . Três bons exemplos:
KLIMKE, Martin and SCHARLOTH, Joachim (eds): 1968 IN EUROPE. A History of Protest and Activism, 1956-1977, Palgrave Macmillan Publisher, London, (forthcoming, April 2008)
MIDDELL Matthias, ESPAGNE Michel, and GEYER Michael: European Histpory in an Interconnected World. An introduction to Transnational History, Palgrave Macmillan Publisher, London, (forthcoming Dec. 2008)
E em preparação (desde 2003) está:
IRIYE, Akira (HU) and SAUNIER, Pierre-Yves (CNRS) (eds.) :The Palgrave Dictionary of Transnational History, Palgrave Macmillan Publisher, London, (forthcoming, 2009)
II
"Li" as tabelas que constituem o documento «Relatório sobre o Inquérito aos Licenciados da Universidade de Évora» (Fev. 2008), oriundo da Pró-Reitoria para a PQI. Consta de uma meia página de “ Introdução” , três quartos de página com a “Metodologia” (sumarissimamente apresentada) e 24 páginas de tabelas e gráficos. Sem corpo analítico, nem conclusões. As descrepâncias na relação população –amostra (respostas) e entre a amostra e as respostas ao inquérito deveriam ter merecido algumas explicações que, ao não existirem, debilitam os dados publicados . O dito documento, inapropriadamente designado “relatório” não me merece mais nenhum comentário (público, claro).
HAF
segunda-feira, fevereiro 11
9963º Dia
I
8.00-12.30: leituras de versões draft de sinopses, relatórios e trabalhos de MEHE. Agendamento de sessões de tutoria.
15.00-17.00: Planeamento das actividades lectivas do 2º semestre,correspondência do NICPRI e documentação reitoral. Dois documentos muito importantes.O primeiro, de autoria do Reitor trata da “A Missão, A Visão e as Futuras Escolas”.O segundo, elaborado pela Pró-reitoria para a Política da Qualidade e Inovação, é o “ Relatório sobre o Inquérito aos Licenciados da Universidade de Évora”. Entre a “introdução” e a “metodologia” há alguma confusão quanto ao universo dos inquiridos: cobre os licenciados entre 2001-2006 ou inclui também os de 2007? As tabelas sequentes parecem indicar que o arco temporal coberto é oenas o de 2001-2006,um periodo em que a UÉ licenciou 3664 estudantes, dos quais responderam 23,8%.O resto é para ler com cuidado.
17.00-18.00: “Che Guevara: Guerrilheiro até ao fim”(Odisseia): documentário muito interessante sobre um dos icones do movimento comunista sul-americano e mundial.
18.00-20.00: Cf. Diário de Notícia (1879)
21.00…. leituras…
II: Barack Obama : futuro Presidente dos USA? “Yes, we can!”
Na arena internacional, pese embora os graves acontecimentos de Timor, o destaque é, sem dúvida, a disputa política nos EUA entre os dois candidatos a candidato presidencial pelo Partido Democrata. As retumbantes vitórias este fim de semana do neto da queniana Sarah Onyango Obama tornam-no de facto no mais provável Presidente dos Estados,a partir de finais do 2008. Barack Obama é o candidato mais bem preparado e com a noção mais clara das mudanças que é necessário levar a cabo nos EUA, quer em matéria de política interna (maior coesão social) quer em matéria de integração e acção no plano internacional / global ( o abandono voluntário do modelo imperial).Tal como a reeleição de G.W.Bush foi má para quase todos (inclusivé a maioria dos norte-americanos), e em particular para a Europa, a vitória de Obama poderá ser boa para todos (inclusivé para o modelo democrático americano evitando a sua “monarquização”).
Independentemente da bondade desta presumida eleição, quero aqui destacar dois factos: o primeiro é que a burguesia negra americana que se constituiu e reforçou no século XIX e foi quase decapitada durante a primeira metade do século XX, soube recuperar poder, prestígio e capacidade de influênciar as outras “cores” que formam a variedade social e cultural dos estados da Federação norte-americana. O segundo facto a destacar é que as nações europeias e a UE devem preparar-se para aceitar que mais década menos década um não “caucasiano” ("indivíduo de cor natural", escreviam os nossos burocratas no início do século XX) possa ter condições objectivas de assumir altas responsabilidades nacionais e/ou europeias idênticas.
A “provável” revolução americana que se anuncia terá seguramente efeitos democráticos mais profundos e extensos do que aqueles que Hillary Clinton proporcionaria, apesar de ser a primeira mulher candidata à presidencia americana com possibilidades reais de também lá chegar [antes dela houve mais oito, tendo sido Victoria Claflin Woodholl, em 1872, apoiada pelo Equal Rights Party, a primeira mulher a candidatar-se à presidencia dos EUA]. Não me parece que o(s) candidato(s) conservador(es) [McCain ou Huckabee], sejam capazes de mudar a crescente sensibilidade e consciência dos americanos do mau legado dos Bushs e da elite-neocon que governou a América desde a entrada no século XXI. A fractura entre a família Bush e os americanos cobre todos os segmentos da sociedade americana [“Brancos, pretos e castanhos, novos, velhos , homens , mulheres e crianças” (Rita Siza, Público), ricos, remediados e pobres]. Felizmente para o mundo, que pode tornar-se num futuro próximo um “lugar” bem mais seguro e próspero.
A extraordinária imagem do soldado americano num bunker afegão (2007) poderá ter, na formação da opinião pública, um efeito similar ao provocado pela imagem da jovem Kim Phuc e família quando tentavam escapar a um bombardeamento com napalm perpetrado(por engano?)pelas forças americanas sobre uma aldeia no sul do Vietnam em 1972. Vejo nelas o mesmo padrão de violência e desespero. Por isso é provável que cada vez mais americanos pensem como o jovem investigador universitário que decidiu parar os estudos (bolseiro em França)para se empenhar na campanha de Obama: “Estou hipnotizado. Sinto que este é o momento em que podemos mudar a história deste país e do mundo” (Rita Siza, Público).Esta é a minha convicção.
HAF
8.00-12.30: leituras de versões draft de sinopses, relatórios e trabalhos de MEHE. Agendamento de sessões de tutoria.
15.00-17.00: Planeamento das actividades lectivas do 2º semestre,correspondência do NICPRI e documentação reitoral. Dois documentos muito importantes.O primeiro, de autoria do Reitor trata da “A Missão, A Visão e as Futuras Escolas”.O segundo, elaborado pela Pró-reitoria para a Política da Qualidade e Inovação, é o “ Relatório sobre o Inquérito aos Licenciados da Universidade de Évora”. Entre a “introdução” e a “metodologia” há alguma confusão quanto ao universo dos inquiridos: cobre os licenciados entre 2001-2006 ou inclui também os de 2007? As tabelas sequentes parecem indicar que o arco temporal coberto é oenas o de 2001-2006,um periodo em que a UÉ licenciou 3664 estudantes, dos quais responderam 23,8%.O resto é para ler com cuidado.
17.00-18.00: “Che Guevara: Guerrilheiro até ao fim”(Odisseia): documentário muito interessante sobre um dos icones do movimento comunista sul-americano e mundial.
18.00-20.00: Cf. Diário de Notícia (1879)
21.00…. leituras…
II: Barack Obama : futuro Presidente dos USA? “Yes, we can!”
Na arena internacional, pese embora os graves acontecimentos de Timor, o destaque é, sem dúvida, a disputa política nos EUA entre os dois candidatos a candidato presidencial pelo Partido Democrata. As retumbantes vitórias este fim de semana do neto da queniana Sarah Onyango Obama tornam-no de facto no mais provável Presidente dos Estados,a partir de finais do 2008. Barack Obama é o candidato mais bem preparado e com a noção mais clara das mudanças que é necessário levar a cabo nos EUA, quer em matéria de política interna (maior coesão social) quer em matéria de integração e acção no plano internacional / global ( o abandono voluntário do modelo imperial).Tal como a reeleição de G.W.Bush foi má para quase todos (inclusivé a maioria dos norte-americanos), e em particular para a Europa, a vitória de Obama poderá ser boa para todos (inclusivé para o modelo democrático americano evitando a sua “monarquização”).
Independentemente da bondade desta presumida eleição, quero aqui destacar dois factos: o primeiro é que a burguesia negra americana que se constituiu e reforçou no século XIX e foi quase decapitada durante a primeira metade do século XX, soube recuperar poder, prestígio e capacidade de influênciar as outras “cores” que formam a variedade social e cultural dos estados da Federação norte-americana. O segundo facto a destacar é que as nações europeias e a UE devem preparar-se para aceitar que mais década menos década um não “caucasiano” ("indivíduo de cor natural", escreviam os nossos burocratas no início do século XX) possa ter condições objectivas de assumir altas responsabilidades nacionais e/ou europeias idênticas.
A “provável” revolução americana que se anuncia terá seguramente efeitos democráticos mais profundos e extensos do que aqueles que Hillary Clinton proporcionaria, apesar de ser a primeira mulher candidata à presidencia americana com possibilidades reais de também lá chegar [antes dela houve mais oito, tendo sido Victoria Claflin Woodholl, em 1872, apoiada pelo Equal Rights Party, a primeira mulher a candidatar-se à presidencia dos EUA]. Não me parece que o(s) candidato(s) conservador(es) [McCain ou Huckabee], sejam capazes de mudar a crescente sensibilidade e consciência dos americanos do mau legado dos Bushs e da elite-neocon que governou a América desde a entrada no século XXI. A fractura entre a família Bush e os americanos cobre todos os segmentos da sociedade americana [“Brancos, pretos e castanhos, novos, velhos , homens , mulheres e crianças” (Rita Siza, Público), ricos, remediados e pobres]. Felizmente para o mundo, que pode tornar-se num futuro próximo um “lugar” bem mais seguro e próspero.
A extraordinária imagem do soldado americano num bunker afegão (2007) poderá ter, na formação da opinião pública, um efeito similar ao provocado pela imagem da jovem Kim Phuc e família quando tentavam escapar a um bombardeamento com napalm perpetrado(por engano?)pelas forças americanas sobre uma aldeia no sul do Vietnam em 1972. Vejo nelas o mesmo padrão de violência e desespero. Por isso é provável que cada vez mais americanos pensem como o jovem investigador universitário que decidiu parar os estudos (bolseiro em França)para se empenhar na campanha de Obama: “Estou hipnotizado. Sinto que este é o momento em que podemos mudar a história deste país e do mundo” (Rita Siza, Público).Esta é a minha convicção.
HAF
domingo, fevereiro 10
9962º Dia
I
Dar uso ao exercício da preguiça é um dever. Hoje cumpri a minha parte.. Entre jornais e TV (Sic Radical – Conan, etc.), e um banho de ” home movies “ incluindo a re-visita e descoberta do Mizoguchi .
II. Educação e Mudança: as reformas boas e as actuais reformas que alinham pelo “modelo reformista” português ou se quizermos as más reformas (uma longa experiência).
«Na verdade, meias reformas, meias ideias e meios objectivos, acabam por “morrer na praia”» [António Barreto, “ Retrato da Semana”, Público, 10 Fev. 2008]
“(…) a equipa do Ministério da Educação (ME) age de afogadilho. E afoga os Conselhos Executivos (CE) e os restantes professores e funcionários num volume esmagador e permanente de decretos-leis, decretos, despachos e circulares como não há memória. E o que resulta é que, em vez de mudar e melhorar o ensino , a cataduta de normas confusas , e muitas vezes contraditórias, está a perturbar a vida diária das escolas …. O ME faz o que quer, impõe o que entende, não escuta ninguém e crê-se olimpicamente superior a qualquer crítica” (J. Sousa Dias (leitor), “Cartas ao Leitor” , Público, 10 Fev. 2008)
Estes dois registos, ainda que centrados no que se passa na educação não superior, podem ser associados a clássica preticipação dos políticos da educação nacional imbuídos do sentido sebastiânico que temos aturado nas últimas duas década. Lamentavelmente só tenho razões para pensar que aquelas duas observações cobrem completamente o que se passa há um ano a esta parte na Universidade Pública a cujos quadros pertenço. Um incontinente desvario.
Mas o que mais chateia é ver muito pouco, no plano institucional, sobre o que possamos dizer: pelo menos nisto as coisas estão a correr bem ou vão no caminho certo. Tudo o que se revela positivo decorre apenas de esforços de indivíduos ou de grupos que por vezes enfrentam resistências, oposições ou o indiferentismo internos. Sei que estou a ser um pouco injusto com um par de colegas que integram a governação da instituição e que procuram cumprir a função com dedicação e acerto. Mas sei também que esses esforços são localizados, não atacam o centro dos problemas e não evitarão o pior.
HAF
Dar uso ao exercício da preguiça é um dever. Hoje cumpri a minha parte.. Entre jornais e TV (Sic Radical – Conan, etc.), e um banho de ” home movies “ incluindo a re-visita e descoberta do Mizoguchi .
II. Educação e Mudança: as reformas boas e as actuais reformas que alinham pelo “modelo reformista” português ou se quizermos as más reformas (uma longa experiência).
«Na verdade, meias reformas, meias ideias e meios objectivos, acabam por “morrer na praia”» [António Barreto, “ Retrato da Semana”, Público, 10 Fev. 2008]
“(…) a equipa do Ministério da Educação (ME) age de afogadilho. E afoga os Conselhos Executivos (CE) e os restantes professores e funcionários num volume esmagador e permanente de decretos-leis, decretos, despachos e circulares como não há memória. E o que resulta é que, em vez de mudar e melhorar o ensino , a cataduta de normas confusas , e muitas vezes contraditórias, está a perturbar a vida diária das escolas …. O ME faz o que quer, impõe o que entende, não escuta ninguém e crê-se olimpicamente superior a qualquer crítica” (J. Sousa Dias (leitor), “Cartas ao Leitor” , Público, 10 Fev. 2008)
Estes dois registos, ainda que centrados no que se passa na educação não superior, podem ser associados a clássica preticipação dos políticos da educação nacional imbuídos do sentido sebastiânico que temos aturado nas últimas duas década. Lamentavelmente só tenho razões para pensar que aquelas duas observações cobrem completamente o que se passa há um ano a esta parte na Universidade Pública a cujos quadros pertenço. Um incontinente desvario.
Mas o que mais chateia é ver muito pouco, no plano institucional, sobre o que possamos dizer: pelo menos nisto as coisas estão a correr bem ou vão no caminho certo. Tudo o que se revela positivo decorre apenas de esforços de indivíduos ou de grupos que por vezes enfrentam resistências, oposições ou o indiferentismo internos. Sei que estou a ser um pouco injusto com um par de colegas que integram a governação da instituição e que procuram cumprir a função com dedicação e acerto. Mas sei também que esses esforços são localizados, não atacam o centro dos problemas e não evitarão o pior.
HAF
sábado, fevereiro 9
9961º Dia
I.
09-12.20 e 16.00-18.00: leitura de trabalhos dos mestrados.
II. Sucesso escolar
Hoje enviei esta mensagem a uma turma de estudantes:
“Caros Mestrandos (Teatro: actores e encenadores):
Junto anexo a classificação obtida nos relatórios individuais que constituiram os elementos da avaliação e o resultado final na disciplina de “A Europa dos Séculos XIX e XX: Das Sociedades Nacionais à Sociedade Europeia”
Num momento tão dificil da nossa Universidade quero felicitá-los pelos resultados alcançados nesta disciplina. O objectivo dela era despertar a vossa atenção, como cidadãos com actuais e/ou futuras responsabilidades profissionais na área da cultura e do lazer comercial, para um conjunto de fenómenos e factores que nos últimos 300 anos foram modelando e constituem hoje comunalidades das sociedades europeias. O vosso esforço , e sei que para alguns se tratou mesmo de um grande esforço, mais do que recompensado (pela elevada classificação média obtida) foi recompensador para vós, porque todos mostraram ter compreendido e explorado intelectualmente o objectivo essencial do programa de trabalho, e para mim, que tirei um grande prazer das nossas sessões de trabalho. A imagem que retenho desta experiência é a de estudantes empenhados, trabalhadores, inteligentes e talentosos. É claro que há diferenças intelectruais entre vós. Um facto natural. Seja como for as que tenho registadas são todas positivas. Todavia reservo para mim esses detalhes. E reservo (ainda que como leigo) uma memória deslumbrada com o talento emergente que puderam revelar em “Cabra-Cega: Jogos de Vida” .
Que cada um de vós encontre um caminho feliz, aqui, neste país, ou no local que vos merecer. Estarei sempre à vossa disposição e estarão sempre na minha memória. Agradeço-vos tanto o contributo positivo que o vosso empenho como estudantes constitui para a imagem da Universidade como o facto de me proporcionarem o desejo de encontro com a turma do próximo ano.
Saudações académicas e um abraço para todos.
HAF
09-12.20 e 16.00-18.00: leitura de trabalhos dos mestrados.
II. Sucesso escolar
Hoje enviei esta mensagem a uma turma de estudantes:
“Caros Mestrandos (Teatro: actores e encenadores):
Junto anexo a classificação obtida nos relatórios individuais que constituiram os elementos da avaliação e o resultado final na disciplina de “A Europa dos Séculos XIX e XX: Das Sociedades Nacionais à Sociedade Europeia”
Num momento tão dificil da nossa Universidade quero felicitá-los pelos resultados alcançados nesta disciplina. O objectivo dela era despertar a vossa atenção, como cidadãos com actuais e/ou futuras responsabilidades profissionais na área da cultura e do lazer comercial, para um conjunto de fenómenos e factores que nos últimos 300 anos foram modelando e constituem hoje comunalidades das sociedades europeias. O vosso esforço , e sei que para alguns se tratou mesmo de um grande esforço, mais do que recompensado (pela elevada classificação média obtida) foi recompensador para vós, porque todos mostraram ter compreendido e explorado intelectualmente o objectivo essencial do programa de trabalho, e para mim, que tirei um grande prazer das nossas sessões de trabalho. A imagem que retenho desta experiência é a de estudantes empenhados, trabalhadores, inteligentes e talentosos. É claro que há diferenças intelectruais entre vós. Um facto natural. Seja como for as que tenho registadas são todas positivas. Todavia reservo para mim esses detalhes. E reservo (ainda que como leigo) uma memória deslumbrada com o talento emergente que puderam revelar em “Cabra-Cega: Jogos de Vida” .
Que cada um de vós encontre um caminho feliz, aqui, neste país, ou no local que vos merecer. Estarei sempre à vossa disposição e estarão sempre na minha memória. Agradeço-vos tanto o contributo positivo que o vosso empenho como estudantes constitui para a imagem da Universidade como o facto de me proporcionarem o desejo de encontro com a turma do próximo ano.
Saudações académicas e um abraço para todos.
HAF
9960º Dia
I
9.00-12.30: avaliação de HIGS.PC e HCTN_HC
E uma tarde perdida fora do Sistema Nacional de Saúde….
II- Combater o insucesso escolar
O insucesso escolar no ensino superior adquiriu recentemente uma grande acuidade. Anos a fio com um notável desprezo pela infraestrutura de ensino ( nas instalações ; no apetrechamento tecnlógico das salas de aulas; no apetrechamento bibliográfico; na debilíssima diversificação das línguas de trabalho no momento em que ocorreu uma enorme abertura no acesso ao conhecimento mais avançado; no “gap” metodológico) e pela avaliação dos resultados, a Universidade de Évora desperta agora para o pesadelo do baixo índice de eficiência de graduação , um facto só sensível porque passou a ter custos financeiros. Também nesta matéria não vale a pena referir em que posição nos encontramos no ranking das universidades públicas.
O despacho reitoral 15/2008 , de 4 de fevereiro pp., ao fixar uma taxa mínima de sucesso na ordem dos 75% para cada unidade curricular ( caso não seja alcançada é necessário um relatório justificativo e um plano de redução do do insucesso “dirigido ao reitor” ) terá a curto ( e médio) prazo uma única virtude: promover o “sucesso” sem qualidade nem mérito. Os problemas fundamentais do insucesso são persistentes: a degradação e atraso da insfraestrutura e uma deficientíssima organização do ensino ( nos planos curricular e de gestão) mais a pensar no serviço dos docentes do que na formação dos estudantes há luz dos novos ambiente tecnológico e paradigmas da construção e reprodução do conhecimento.
Foram , em muitos casos, anos de sucessivas experiências voluntaristas, de reformas sobre reformas (internas) de cursos que progressivamente acenturam a degradação da aprendizagem e um sucesso escolar qualificado. Não vale a pena aqui entrar em detalhes sobre esta matéria . Foi ainda o crescente desinvestimento na insfraestrutura educativa, nomeadamente na qualidade das salas de aulas ( onde deveria existir um padrão mínimo de decência , conforto e equipamento). Em alguns departamentos , a escassez de meios tecnológicos básicos ( como um data show) estimula o não uso dos mesmos ou , quando são usados, uma perda de pelo menos 20 minutos do tempo lectivo (em 90 minutos) a montar e desmontar o equipamento. Tem sido ainda a forte desigualdade nos níveis de investigação entre o corpo docente, um facto que nunca teve consequências de vulto na promoção de carreiras académicas.
Alguém com responsabilidades intermédias sérias disse, não há muito tempo numa reunião de comissões de curso, que o horário de um docente universitário era de 35 h/semana, pelo que até ao limite ele podia ser preenchido com horas de docência. Mais recentemente outro “perito” também com grandes responsabilidades terá sugerido que, se necessário for, para superar as dificuldades financeiras da instituição (despedindo docentes), a investigação pare por um periodo de dois ou três anos. Num e noutro caso, não se tratou apenas de um comentário infeliz, mas a expressão de um modelo muito concreto de instituição de Ensino Superior essencialmente orientado para a formação inicial (e não de uma Universidade, onde a inter-acção entre as diversas funções é vital) . Foi com este tipo de lógicas do eduquez inventivo que alcançamos a “gloriosa” posição que temos no ranking. Por isso é que um ensino de qualidade superior bem sucedido nesta institutição exige dos docentes um esforço que é, nas circunstâncias actuais, quase o dobro do que de deveria ser numa instituição que já tem mais de três décadas.
É claro que podemos evocar outros factores: o grau de maturidade dos estudantes normais que acedem ao ensino superior e o grau de preparação daqueles que, de forma crescente ( e não sei se com critérios mínimos aceitáveis), acedem por outras vias ( M23 e similares). Mas considero que é nossa obrigação esforçarmo-nos para os ajudar a superar as debilidades passadas e incutir uma cultura de trabalho e mérito. Não podemos estar recorrentemente a escudar-nos nas eventuais deficiências dos ciclos de estudo anteriores. O que não podemos duvidar é que o trabalho a desenvolver no primeiro ano é fundamental . Os planos de estudo deveriam ter isso em conta. Os que conheço melhor não o têm.
Na verdade a reforma de Bolonha, no passado ano lectivo, não alterou o rumo dos acontecimentos. A infraestrutura de ensino é a mesma, os planos curriculares incorporam um fraco grau de bolonhização ( de que a tragédia dos percursos é exemplificativa), a liberdade do aluno construir num dado domínio um percurso pessoal monitorizado é reduzida , as unidades curriculares com grande número de alunos continuam a funcionar em turmas únicas, a tutoria (nas suas modalidades) funciona debilmente , etc, etc.. A bibliografia actualizada chega só através de B-On (o que não seria mau se os alunos tivessem pelo menos outra língua de trabalho, e não tem), um recurso que os estudantes exploram pouco ( a barreira da língua manter-se-á uma fragilidade caso a Universidade não incentive a sua aprendizagem até que não ocorra a chegada ao ensino superior das gerações que nos últimos 4 anos iniciaram no ensino básico o estudo de uma segunda língua) . A maior dos estudos actualizados editados como monografias só chegam aos estudantes através da aquisição pelos docentes. Há programas de formação pós-graduada que não poderiam ser lecionados sem o recurso às bibliotecas particulares de docentes. Há hoje enciclopédias universitárias de sistematização de conhecimento indispensáveis, sublinho, indispensáveis, para certas áreas do conhecimento às quais a maioria dos nossos alunos não tem acesso (e outros que não os alunos não imaginam existir….) ou têm-no apenas em algumas disciplinas ou tardiamente .
O baixo nível da infra-estrutura bibliográfica é imcompreensível numa cidade que tem uma biblioteca pública com depósito legal. É indispensável um contrato de parceria de longa duração com a BPE que permita à BPE servir melhor a Universidade e à Universidade focalizar o seu investimento em capital bibliográfico internacional. Além disso esse era um bom contributo para aproximar a cidade e a universidade .
Finalmente continua a não estar definido o padrão de exigência mínimo para cada nível de ensino e para cada curso.
Dito isto, é minha convicção que o resultado do Despacho 15/2008 será tendencialmente o de estimular voluntaria ou involuntariamente o facilitismo, afinal algo em que a institutição já acumulou alguma experiência e com o qual lidamos nos últimos anos. Os séniores deveriam ser o exemplo e assumir responsabilidades. E sobre toda esta matéria (responsablidades, experiências, etc) não vou aqui alongar-me em mais comentários. O que não quer dizer que a este assunto não possa regressar um dia com os detalhes que entender úteis.
HAF
9.00-12.30: avaliação de HIGS.PC e HCTN_HC
E uma tarde perdida fora do Sistema Nacional de Saúde….
II- Combater o insucesso escolar
O insucesso escolar no ensino superior adquiriu recentemente uma grande acuidade. Anos a fio com um notável desprezo pela infraestrutura de ensino ( nas instalações ; no apetrechamento tecnlógico das salas de aulas; no apetrechamento bibliográfico; na debilíssima diversificação das línguas de trabalho no momento em que ocorreu uma enorme abertura no acesso ao conhecimento mais avançado; no “gap” metodológico) e pela avaliação dos resultados, a Universidade de Évora desperta agora para o pesadelo do baixo índice de eficiência de graduação , um facto só sensível porque passou a ter custos financeiros. Também nesta matéria não vale a pena referir em que posição nos encontramos no ranking das universidades públicas.
O despacho reitoral 15/2008 , de 4 de fevereiro pp., ao fixar uma taxa mínima de sucesso na ordem dos 75% para cada unidade curricular ( caso não seja alcançada é necessário um relatório justificativo e um plano de redução do do insucesso “dirigido ao reitor” ) terá a curto ( e médio) prazo uma única virtude: promover o “sucesso” sem qualidade nem mérito. Os problemas fundamentais do insucesso são persistentes: a degradação e atraso da insfraestrutura e uma deficientíssima organização do ensino ( nos planos curricular e de gestão) mais a pensar no serviço dos docentes do que na formação dos estudantes há luz dos novos ambiente tecnológico e paradigmas da construção e reprodução do conhecimento.
Foram , em muitos casos, anos de sucessivas experiências voluntaristas, de reformas sobre reformas (internas) de cursos que progressivamente acenturam a degradação da aprendizagem e um sucesso escolar qualificado. Não vale a pena aqui entrar em detalhes sobre esta matéria . Foi ainda o crescente desinvestimento na insfraestrutura educativa, nomeadamente na qualidade das salas de aulas ( onde deveria existir um padrão mínimo de decência , conforto e equipamento). Em alguns departamentos , a escassez de meios tecnológicos básicos ( como um data show) estimula o não uso dos mesmos ou , quando são usados, uma perda de pelo menos 20 minutos do tempo lectivo (em 90 minutos) a montar e desmontar o equipamento. Tem sido ainda a forte desigualdade nos níveis de investigação entre o corpo docente, um facto que nunca teve consequências de vulto na promoção de carreiras académicas.
Alguém com responsabilidades intermédias sérias disse, não há muito tempo numa reunião de comissões de curso, que o horário de um docente universitário era de 35 h/semana, pelo que até ao limite ele podia ser preenchido com horas de docência. Mais recentemente outro “perito” também com grandes responsabilidades terá sugerido que, se necessário for, para superar as dificuldades financeiras da instituição (despedindo docentes), a investigação pare por um periodo de dois ou três anos. Num e noutro caso, não se tratou apenas de um comentário infeliz, mas a expressão de um modelo muito concreto de instituição de Ensino Superior essencialmente orientado para a formação inicial (e não de uma Universidade, onde a inter-acção entre as diversas funções é vital) . Foi com este tipo de lógicas do eduquez inventivo que alcançamos a “gloriosa” posição que temos no ranking. Por isso é que um ensino de qualidade superior bem sucedido nesta institutição exige dos docentes um esforço que é, nas circunstâncias actuais, quase o dobro do que de deveria ser numa instituição que já tem mais de três décadas.
É claro que podemos evocar outros factores: o grau de maturidade dos estudantes normais que acedem ao ensino superior e o grau de preparação daqueles que, de forma crescente ( e não sei se com critérios mínimos aceitáveis), acedem por outras vias ( M23 e similares). Mas considero que é nossa obrigação esforçarmo-nos para os ajudar a superar as debilidades passadas e incutir uma cultura de trabalho e mérito. Não podemos estar recorrentemente a escudar-nos nas eventuais deficiências dos ciclos de estudo anteriores. O que não podemos duvidar é que o trabalho a desenvolver no primeiro ano é fundamental . Os planos de estudo deveriam ter isso em conta. Os que conheço melhor não o têm.
Na verdade a reforma de Bolonha, no passado ano lectivo, não alterou o rumo dos acontecimentos. A infraestrutura de ensino é a mesma, os planos curriculares incorporam um fraco grau de bolonhização ( de que a tragédia dos percursos é exemplificativa), a liberdade do aluno construir num dado domínio um percurso pessoal monitorizado é reduzida , as unidades curriculares com grande número de alunos continuam a funcionar em turmas únicas, a tutoria (nas suas modalidades) funciona debilmente , etc, etc.. A bibliografia actualizada chega só através de B-On (o que não seria mau se os alunos tivessem pelo menos outra língua de trabalho, e não tem), um recurso que os estudantes exploram pouco ( a barreira da língua manter-se-á uma fragilidade caso a Universidade não incentive a sua aprendizagem até que não ocorra a chegada ao ensino superior das gerações que nos últimos 4 anos iniciaram no ensino básico o estudo de uma segunda língua) . A maior dos estudos actualizados editados como monografias só chegam aos estudantes através da aquisição pelos docentes. Há programas de formação pós-graduada que não poderiam ser lecionados sem o recurso às bibliotecas particulares de docentes. Há hoje enciclopédias universitárias de sistematização de conhecimento indispensáveis, sublinho, indispensáveis, para certas áreas do conhecimento às quais a maioria dos nossos alunos não tem acesso (e outros que não os alunos não imaginam existir….) ou têm-no apenas em algumas disciplinas ou tardiamente .
O baixo nível da infra-estrutura bibliográfica é imcompreensível numa cidade que tem uma biblioteca pública com depósito legal. É indispensável um contrato de parceria de longa duração com a BPE que permita à BPE servir melhor a Universidade e à Universidade focalizar o seu investimento em capital bibliográfico internacional. Além disso esse era um bom contributo para aproximar a cidade e a universidade .
Finalmente continua a não estar definido o padrão de exigência mínimo para cada nível de ensino e para cada curso.
Dito isto, é minha convicção que o resultado do Despacho 15/2008 será tendencialmente o de estimular voluntaria ou involuntariamente o facilitismo, afinal algo em que a institutição já acumulou alguma experiência e com o qual lidamos nos últimos anos. Os séniores deveriam ser o exemplo e assumir responsabilidades. E sobre toda esta matéria (responsablidades, experiências, etc) não vou aqui alongar-me em mais comentários. O que não quer dizer que a este assunto não possa regressar um dia com os detalhes que entender úteis.
HAF
quinta-feira, fevereiro 7
9959º Dia
I
09.30-10.00: Colégio dos Catedráticos para uma nomeação definitiva
10.00-12-00: “Conversas de corredor” e de gabinete sobre a situação interna e as medidas concretas para o saneamento financeiro da instituição. Gosto de ouvir as pessoas e há pessoas que gostam de ser escutadas. Se a ideia é (fazer tudo para) “aguentar” até à bonança que o início do próximo ciclo eleitoral pode proporcionar….a dimensão do erro é tremenda. A ideia deve ser mudar e mudar bem. Tivemos a oportunidade de o fazer nos últimos 5-6 anos. Os orgãos que nos governavam e governam não foram capazes e nisso tiveram um grande apoio de alguns grupos de interesse instalados. Agora somos empurrados para a mudança por pressão externa. O costume. É preciso termos a noção que estamos na fase do “mata ou morre”. A UÉ não pode continuar nas próximas semanas na ribalta apenas pelas piores razões.
É preciso dizer que uma parte da solução pode estar na organização de parcerias regionais de longa duração ( a criação da Academia do Sul pode ser uma boa solução, mas não o é de per si). Alguém conhece o magno propósito que conduz a pretensa associação inter-instituições do ensino superior (universidades e politécnicos) ? Isso está explítico e explicado em algum documento? O assunto foi discutido em alguma das instituições? A resposta é não. Apenas conheço, de há um ano a esta parte, umas referências vagas inseridas em nota de pé de página de alguns documentos e outras tão vagas como as anteriores na imprensa local e nacional. Esta omissão é inaceitável. Ela evidência um processo de trabalho que não faz sentido e é de uma enorme ineficácia nos tempos que correm. Não é nestas coisas que se aplica o velho ditado que recomenda o segredo como a alma do negócio. Além disso uma parceria inter-institucional deverá ser necessariamente (ou apenas) nacional (instituições do sul do país) ou pode assumir um formato internacional (p.ex. centrar-se ou integrar a Universidade da Extremadura) ? Estes cenários foram contemplados? Estudados? Explorados ? Desconheço estudos desta natureza. É pois surpreendente como perante várias combinações (que constituem diferentes oportunidadades em termos qualitativos) somos sistematicamente tentados pelas soluções mais fáceis para o poder central. Há tempos dizia-me um autarca da Guarda com alguma razão: face à Europa, Lisboa é actualmente mais periférica que a cidade dos 4 ou 5 Fs e por isso os interesses regionais da região estavam muito mais dirigidos para ,e mais articulados com , a Espanha.
Um colega dizia esta manhã com toda a razão que a Universidade de Évora enfrenta uma crise difícil que conta com o silêncio. Distanciamento ou mesmo “satisfação” das “forças vivas” da cidade e da região e que tal atitude não coincide com o apoio regional de que dispõem outras universidades portuguesas em circunstâncias e localizações similares. Este é um facto real e duradouro (eu constato-o desde 1980, ano em que aqui iniciei a minha carreira universitária) e ao mesmo tempo paradoxal: por um lado , a região e a cidade tem tirado enormes benefícios directos da Universidade ; por outro lado, nos documentos mais recentes parece existir uma orientação estratégica da universidade no sentido do reforço da integração no tecido regional, aliás uma recomendação explícita do painel de avaliação institucional da Associação Europeia das Universidades. Devo dizer que tenho uma razoável experiência em matéria de cooperação com instituições regionais. É bom que se diga que nem todas deixaram grandes recordações ou dela se desejava grandes resultados.... qualitativamente falando, claro. Por isso acho de elevado risco (e desaconselhável) para a instituição um excessivo enfoque regional quando por tal entendemos o Alentejo, qualquer que seja a sua fronteira (a histórica ou a institucional). Vejo um bom potencial no “sul português” (integra uma das regiões mais dinâmicas do pais, o Algarve) e na Extremadura espanhola : esta dupla integração pode ser de facto interessante, se tivermos uma estratégia sólida a conduzir-nos e encontrarmos uma organização adequada.
18:00- Sessão de apresentação do livro “ A Morte Não Vem Ainda” do colega José Alberto Machado. Faltei . Só mais tarde percebi aquela impressão muidinha que dispara quando há algo que ficou por fazer e não sabemos o que é.
HAF
09.30-10.00: Colégio dos Catedráticos para uma nomeação definitiva
10.00-12-00: “Conversas de corredor” e de gabinete sobre a situação interna e as medidas concretas para o saneamento financeiro da instituição. Gosto de ouvir as pessoas e há pessoas que gostam de ser escutadas. Se a ideia é (fazer tudo para) “aguentar” até à bonança que o início do próximo ciclo eleitoral pode proporcionar….a dimensão do erro é tremenda. A ideia deve ser mudar e mudar bem. Tivemos a oportunidade de o fazer nos últimos 5-6 anos. Os orgãos que nos governavam e governam não foram capazes e nisso tiveram um grande apoio de alguns grupos de interesse instalados. Agora somos empurrados para a mudança por pressão externa. O costume. É preciso termos a noção que estamos na fase do “mata ou morre”. A UÉ não pode continuar nas próximas semanas na ribalta apenas pelas piores razões.
É preciso dizer que uma parte da solução pode estar na organização de parcerias regionais de longa duração ( a criação da Academia do Sul pode ser uma boa solução, mas não o é de per si). Alguém conhece o magno propósito que conduz a pretensa associação inter-instituições do ensino superior (universidades e politécnicos) ? Isso está explítico e explicado em algum documento? O assunto foi discutido em alguma das instituições? A resposta é não. Apenas conheço, de há um ano a esta parte, umas referências vagas inseridas em nota de pé de página de alguns documentos e outras tão vagas como as anteriores na imprensa local e nacional. Esta omissão é inaceitável. Ela evidência um processo de trabalho que não faz sentido e é de uma enorme ineficácia nos tempos que correm. Não é nestas coisas que se aplica o velho ditado que recomenda o segredo como a alma do negócio. Além disso uma parceria inter-institucional deverá ser necessariamente (ou apenas) nacional (instituições do sul do país) ou pode assumir um formato internacional (p.ex. centrar-se ou integrar a Universidade da Extremadura) ? Estes cenários foram contemplados? Estudados? Explorados ? Desconheço estudos desta natureza. É pois surpreendente como perante várias combinações (que constituem diferentes oportunidadades em termos qualitativos) somos sistematicamente tentados pelas soluções mais fáceis para o poder central. Há tempos dizia-me um autarca da Guarda com alguma razão: face à Europa, Lisboa é actualmente mais periférica que a cidade dos 4 ou 5 Fs e por isso os interesses regionais da região estavam muito mais dirigidos para ,e mais articulados com , a Espanha.
Um colega dizia esta manhã com toda a razão que a Universidade de Évora enfrenta uma crise difícil que conta com o silêncio. Distanciamento ou mesmo “satisfação” das “forças vivas” da cidade e da região e que tal atitude não coincide com o apoio regional de que dispõem outras universidades portuguesas em circunstâncias e localizações similares. Este é um facto real e duradouro (eu constato-o desde 1980, ano em que aqui iniciei a minha carreira universitária) e ao mesmo tempo paradoxal: por um lado , a região e a cidade tem tirado enormes benefícios directos da Universidade ; por outro lado, nos documentos mais recentes parece existir uma orientação estratégica da universidade no sentido do reforço da integração no tecido regional, aliás uma recomendação explícita do painel de avaliação institucional da Associação Europeia das Universidades. Devo dizer que tenho uma razoável experiência em matéria de cooperação com instituições regionais. É bom que se diga que nem todas deixaram grandes recordações ou dela se desejava grandes resultados.... qualitativamente falando, claro. Por isso acho de elevado risco (e desaconselhável) para a instituição um excessivo enfoque regional quando por tal entendemos o Alentejo, qualquer que seja a sua fronteira (a histórica ou a institucional). Vejo um bom potencial no “sul português” (integra uma das regiões mais dinâmicas do pais, o Algarve) e na Extremadura espanhola : esta dupla integração pode ser de facto interessante, se tivermos uma estratégia sólida a conduzir-nos e encontrarmos uma organização adequada.
18:00- Sessão de apresentação do livro “ A Morte Não Vem Ainda” do colega José Alberto Machado. Faltei . Só mais tarde percebi aquela impressão muidinha que dispara quando há algo que ficou por fazer e não sabemos o que é.
HAF
quarta-feira, fevereiro 6
9958º Dia
Regresso a Évora
15.00-18.00: verificação da agenda dos próximos dias; questões de equivalências; questões de avaliação, etc…
18.00- Tomo conhecimento de alguns dos elementos (dados de base “provisórios”) nos quais assenta a proposta reitoral para o programa de saneamento financeiro proposto pelo governo. Trata-se de um conjunto de tabelas de dados com indicadores sintéticos “confusos” ( com um perfume de adequação a um cenário prévio) que não inclui o rácios professor/ alunos, até agora frequetemente considerado como essencial. Mas os colegas dos conselhos de departamento e directivo tem a oportunidade e o dever de corrigir e questionar os indicadores . Seja como fôr há algumas conclusões a tirar daqueles números: em alguns dos modelos que se adoptaram na adequação dos cursos a Bolonha é também patente o delírio …..
A situação é muitíssimo confusa e a imagem da UÉ conhece um enorme desgaste na imprensa, onde é diária e sistematicamente apontada entre os quatro piores casos das Universidades Públicas do país. Os custos desta "propaganda" serão enormes, já a curto prazo. A falta de transparência e outras deficiências procedimentais no plano interno são uma pecha do passado que em nada mudou (apesar da retórica das boas práticas) e constituem um factor de descrédito e desânimo. Os estudantes não podem estar permanentemente a ser confrontados com informação contraditória e confusa e perante serviços básicos que prescindo de qualificar. Os docentes não podem continuar a ser tratados como uma escumalha de preguiçosos e irresponsáveis, transformados no poço de todos os males, Auto-exceptuam-se, claro, os velhos e novos primorosos dirigentes que nos governam continuadamente há uma década e meia. Lata não lhes falta. Falemos claro: o saneamento da instituição deve começar por boa limpeza (varridela, também se usa) nos dirigentes. Este facto já toda a gente informada (e com interesses estritamente académicos) o percebe, O resto ..é apenas o resto, que pouco tem a ver com os interesses da Instituição. A verdade é que não vejo nenhum orgão com "composição", "poder" e "capacidade" de imaginar, definir e concretizar uma boa reforma, como a oportunidade exige. Vai tudo à pala de uma navegação à vista.... Ganharão os interesses convenientes e não os da instituição
HAF
15.00-18.00: verificação da agenda dos próximos dias; questões de equivalências; questões de avaliação, etc…
18.00- Tomo conhecimento de alguns dos elementos (dados de base “provisórios”) nos quais assenta a proposta reitoral para o programa de saneamento financeiro proposto pelo governo. Trata-se de um conjunto de tabelas de dados com indicadores sintéticos “confusos” ( com um perfume de adequação a um cenário prévio) que não inclui o rácios professor/ alunos, até agora frequetemente considerado como essencial. Mas os colegas dos conselhos de departamento e directivo tem a oportunidade e o dever de corrigir e questionar os indicadores . Seja como fôr há algumas conclusões a tirar daqueles números: em alguns dos modelos que se adoptaram na adequação dos cursos a Bolonha é também patente o delírio …..
A situação é muitíssimo confusa e a imagem da UÉ conhece um enorme desgaste na imprensa, onde é diária e sistematicamente apontada entre os quatro piores casos das Universidades Públicas do país. Os custos desta "propaganda" serão enormes, já a curto prazo. A falta de transparência e outras deficiências procedimentais no plano interno são uma pecha do passado que em nada mudou (apesar da retórica das boas práticas) e constituem um factor de descrédito e desânimo. Os estudantes não podem estar permanentemente a ser confrontados com informação contraditória e confusa e perante serviços básicos que prescindo de qualificar. Os docentes não podem continuar a ser tratados como uma escumalha de preguiçosos e irresponsáveis, transformados no poço de todos os males, Auto-exceptuam-se, claro, os velhos e novos primorosos dirigentes que nos governam continuadamente há uma década e meia. Lata não lhes falta. Falemos claro: o saneamento da instituição deve começar por boa limpeza (varridela, também se usa) nos dirigentes. Este facto já toda a gente informada (e com interesses estritamente académicos) o percebe, O resto ..é apenas o resto, que pouco tem a ver com os interesses da Instituição. A verdade é que não vejo nenhum orgão com "composição", "poder" e "capacidade" de imaginar, definir e concretizar uma boa reforma, como a oportunidade exige. Vai tudo à pala de uma navegação à vista.... Ganharão os interesses convenientes e não os da instituição
HAF
terça-feira, fevereiro 5
9957º Dia
Nicholas Stargardt, Testemunhas da Guerra. As crianças no Regime Nazi (ed. Tinta da China, 2007) e mais nada (a não ser o envio do paper 1 para a ESSHC 2008(Lisbon).
Amanhã é dia de regresso à fialhiana instituição dos vícios. de onde me chegaram algumas notícias que à distância em que me coloquei me parecem de outro mundo, um pouco idiota. Talvez não venha a ver as coisas assim nas próximas horas.
HAF
Amanhã é dia de regresso à fialhiana instituição dos vícios. de onde me chegaram algumas notícias que à distância em que me coloquei me parecem de outro mundo, um pouco idiota. Talvez não venha a ver as coisas assim nas próximas horas.
HAF
segunda-feira, fevereiro 4
9956º Dia
I
Nicholas Stargardt, Testemunhas da Guerra. As crianças no Regime Nazi (ed. Tinta da China, 2007)
II
e o dia Dia Azul das “Cabanas Velhas”, onde mesmo na qualidade de pescador é impossível não ser surpreendido com a quebra radical dos costumes. Nos últimos anos o Algarve parece andar muito mais depressa do que grande parte do país. Mas no pesqueiro anexo, conhecido como a "Pedreira", a memória confronta-se sempre com o testemunho de gente de Burgau que evoca a enorme exploração humana e o preço em sangue, que foi necessário pagar para algumas obras portuárias do Estado Novo. Os locais não esquecem e muitos disso se libertaram rumando às colónias. Restam o esqueleto do ancoradouro do batelão, as linhas das vagonetes que o tempo torçeu e afastou e uma plataforma de três centenas de metros que o mar, quando vem mesmo a terra, aproveita para varrer do lixo e de pescadores incautos. Seis-oito horas de sol, e fica-se com a experiência de uma frigigeira onde a desidratação pode ser total.
HAF
Nicholas Stargardt, Testemunhas da Guerra. As crianças no Regime Nazi (ed. Tinta da China, 2007)
II
e o dia Dia Azul das “Cabanas Velhas”, onde mesmo na qualidade de pescador é impossível não ser surpreendido com a quebra radical dos costumes. Nos últimos anos o Algarve parece andar muito mais depressa do que grande parte do país. Mas no pesqueiro anexo, conhecido como a "Pedreira", a memória confronta-se sempre com o testemunho de gente de Burgau que evoca a enorme exploração humana e o preço em sangue, que foi necessário pagar para algumas obras portuárias do Estado Novo. Os locais não esquecem e muitos disso se libertaram rumando às colónias. Restam o esqueleto do ancoradouro do batelão, as linhas das vagonetes que o tempo torçeu e afastou e uma plataforma de três centenas de metros que o mar, quando vem mesmo a terra, aproveita para varrer do lixo e de pescadores incautos. Seis-oito horas de sol, e fica-se com a experiência de uma frigigeira onde a desidratação pode ser total.
HAF
domingo, fevereiro 3
9955º Dia
Dia Azul na “cama da vaca”, um pesqueiro com alguns acessos (de risco médio-alto) agora apenas conhecidos por um número limitado de pescadores. Eu e o mar, oito horas de "combate" e de "silêncios criativos". Aqui sempre encontrei tempo para desenhos de futuro.
HAF
HAF
sábado, fevereiro 2
9954º Dia
I
Regresso por uns dias ao lugar onde o mar me recompõe.
II
Não sei porque razão a Assembleia da República tem que prestar um voto de pesar pelo Regicídio, e não sei porque o Regicídio não é evocado com decência historiográfica. Nada tenho contra a revisão da História. Nessa matéria os exemplos abundam. O que é interessante é que em Portugal persiste uma enorme confusão entre o discurso histográfico, como disciplina académica, e o uso, informado ou ignorante , e mesmo o “contrabando” que dela fazem outros actores sociais , entre os quais se destacam alguns “jornalistas” (uns tão acertivos quanto outros ignorantes) , a opinião publicada , mediáticos TTP (think thank people) e, com mais tradição os políticos, “amadores” ou “profissionais”. Acho que toda esta gente tem o pleno direito de pensar e manifestar a sua opinião sobre episódios ou aspectos da experiência histórica da humanidade e em particular da “Nação Portuguesa”.
O que é de facto importante é que não haja um descarado contrabando e confusão entre aqueles discursos e a “escrita da história” profissional. O estatuto de uma espécie de “travesti” opinião-conhecimento é que me parece repugnante, quando não assumida com absoluta clareza. Algumas das coisas do eu tenho lido sobre o regicídio nos últimos dias reflecte a “pequenez” , como norma, da “intelligentzia” do país. O que poderia ter sido um momento para generalizar um conhecimento mais aprofundado da nossa experiência história, tornou-se uma “real porcaria” ( quem anda nesta ofício sabe que a expressão não é minha) . É o rasto do Nacionalismo nas suas expressões mais tontas.
Estou empenhado com outros historiadores que tal não aconteça quando chegar o momento do Centenário da implantação da República em Portugal que deve ter uma “comemoração” historiográfica profissional que incorpore quer a escrita da história “nacional” quer a escrita da história com base noutras unidades de análise.
HAF
Regresso por uns dias ao lugar onde o mar me recompõe.
II
Não sei porque razão a Assembleia da República tem que prestar um voto de pesar pelo Regicídio, e não sei porque o Regicídio não é evocado com decência historiográfica. Nada tenho contra a revisão da História. Nessa matéria os exemplos abundam. O que é interessante é que em Portugal persiste uma enorme confusão entre o discurso histográfico, como disciplina académica, e o uso, informado ou ignorante , e mesmo o “contrabando” que dela fazem outros actores sociais , entre os quais se destacam alguns “jornalistas” (uns tão acertivos quanto outros ignorantes) , a opinião publicada , mediáticos TTP (think thank people) e, com mais tradição os políticos, “amadores” ou “profissionais”. Acho que toda esta gente tem o pleno direito de pensar e manifestar a sua opinião sobre episódios ou aspectos da experiência histórica da humanidade e em particular da “Nação Portuguesa”.
O que é de facto importante é que não haja um descarado contrabando e confusão entre aqueles discursos e a “escrita da história” profissional. O estatuto de uma espécie de “travesti” opinião-conhecimento é que me parece repugnante, quando não assumida com absoluta clareza. Algumas das coisas do eu tenho lido sobre o regicídio nos últimos dias reflecte a “pequenez” , como norma, da “intelligentzia” do país. O que poderia ter sido um momento para generalizar um conhecimento mais aprofundado da nossa experiência história, tornou-se uma “real porcaria” ( quem anda nesta ofício sabe que a expressão não é minha) . É o rasto do Nacionalismo nas suas expressões mais tontas.
Estou empenhado com outros historiadores que tal não aconteça quando chegar o momento do Centenário da implantação da República em Portugal que deve ter uma “comemoração” historiográfica profissional que incorpore quer a escrita da história “nacional” quer a escrita da história com base noutras unidades de análise.
HAF
sexta-feira, fevereiro 1
9953º Dia
I
06.00-07.00: Revisão da candidatura do NICPRI e da estratégia
09.30:11.40 : Reunião com o painel de avaliação. Enfrentamos um "inquérito" de quem tinha consultado detalhadamente o dossier e valorizado o nosso trabalho. Cumprimos o nosso dever e o resultado foi proporcional ao desempenho do grupo. Nasceu um novo NICPRI.
12.30:14.00: Almoço do NICPRI e despedidas.
14.30-21.00: Regresso a Évora
II- Memórias do Regicídio
1
«Foi num frio entardecer de um mês de Fevereiro. Não havia ainda completado os 6 anos quando o que viria a tornar-se a mais remota e dolorosa memória da infância me feriu profundamente a alma. Lembro-me que em nossa casa estavam já acesas as luzes do gás. Meu Pai, chegado a casa havia instantes, abraçara emocionado minha Mãe e, ao fim dum longo silêncio que o detivera com o olhar imóvel e terrivelmente pálido, só pôde dizer: Mataram o Rei.
Eu nunca tinha visto o Rei D. Carlos senão passando na sua carruagem, uma vez no Corpo Santo e outra no alto da Avenida. Mas sabia que na nossa casa se falava do Rei com respeito e que ao rezar, todas as noites, pedíamos a Deus que o protegesse. O desgosto de meu Pai devia ser muito grande, pois nunca tinha pensado que ele pudesse chorar.
As crianças sentem estas coisas e, mesmo que as não entendam completamente, guardam lembrança pela vida fora dos acontecimentos que lhes causam maior impressão. E por isso, conforme a recordação é feliz ou triste, assim, muitos anos depois, se sorri ainda ou se sente nos olhos um orvalho de lágrimas.]
[Pedro Teotónio Pereira. Memórias. Postos em que servi e algumas recordações pessoais, vol. I, 1ª. ed., s.l., Verbo, 1972, p. 13. (Citado por Fernando Martins: Pedro Theotónio Pereira: Uma Biografia (Universidade de Évora, 2004) ]
2.
«Trágicos acontecimentos houve neste ano.
Janeiro passou-se razoavelmente mas, no dia 1 de Fevereiro, a tragégia do Terreiro do Paço onde perderam a vida Sua Magestade o Sr. D. Carlos e seu filho o Príncipe Real D. Luís Filipe. Enlutou o país e machou com uma grande nódoa a história de Portugal.
Aclamado D. Manuel nesse dia e sendo feita a aclamação solene no dia 6 de Maio, parecia-me que teríamos um longo período de sossego. Mas não foi assim. As lutas politicas recrudesceram de gravidade, nada os contentava, passou-se o ano sempre em sobressaltos, hoje por uma cousa, outro dia por outra. (…) » [“Memórias de Salvador da Costa”, Almansor, 10, 1992]
HAF
06.00-07.00: Revisão da candidatura do NICPRI e da estratégia
09.30:11.40 : Reunião com o painel de avaliação. Enfrentamos um "inquérito" de quem tinha consultado detalhadamente o dossier e valorizado o nosso trabalho. Cumprimos o nosso dever e o resultado foi proporcional ao desempenho do grupo. Nasceu um novo NICPRI.
12.30:14.00: Almoço do NICPRI e despedidas.
14.30-21.00: Regresso a Évora
II- Memórias do Regicídio
1
«Foi num frio entardecer de um mês de Fevereiro. Não havia ainda completado os 6 anos quando o que viria a tornar-se a mais remota e dolorosa memória da infância me feriu profundamente a alma. Lembro-me que em nossa casa estavam já acesas as luzes do gás. Meu Pai, chegado a casa havia instantes, abraçara emocionado minha Mãe e, ao fim dum longo silêncio que o detivera com o olhar imóvel e terrivelmente pálido, só pôde dizer: Mataram o Rei.
Eu nunca tinha visto o Rei D. Carlos senão passando na sua carruagem, uma vez no Corpo Santo e outra no alto da Avenida. Mas sabia que na nossa casa se falava do Rei com respeito e que ao rezar, todas as noites, pedíamos a Deus que o protegesse. O desgosto de meu Pai devia ser muito grande, pois nunca tinha pensado que ele pudesse chorar.
As crianças sentem estas coisas e, mesmo que as não entendam completamente, guardam lembrança pela vida fora dos acontecimentos que lhes causam maior impressão. E por isso, conforme a recordação é feliz ou triste, assim, muitos anos depois, se sorri ainda ou se sente nos olhos um orvalho de lágrimas.]
[Pedro Teotónio Pereira. Memórias. Postos em que servi e algumas recordações pessoais, vol. I, 1ª. ed., s.l., Verbo, 1972, p. 13. (Citado por Fernando Martins: Pedro Theotónio Pereira: Uma Biografia (Universidade de Évora, 2004) ]
2.
«Trágicos acontecimentos houve neste ano.
Janeiro passou-se razoavelmente mas, no dia 1 de Fevereiro, a tragégia do Terreiro do Paço onde perderam a vida Sua Magestade o Sr. D. Carlos e seu filho o Príncipe Real D. Luís Filipe. Enlutou o país e machou com uma grande nódoa a história de Portugal.
Aclamado D. Manuel nesse dia e sendo feita a aclamação solene no dia 6 de Maio, parecia-me que teríamos um longo período de sossego. Mas não foi assim. As lutas politicas recrudesceram de gravidade, nada os contentava, passou-se o ano sempre em sobressaltos, hoje por uma cousa, outro dia por outra. (…) » [“Memórias de Salvador da Costa”, Almansor, 10, 1992]
HAF
9952º Dia
I
07.30- 15.00 Evora –EEG:UM/Braga (13 mebros NICRI.Evr)
15.30-18.00: Assembleia Geral do NICPRI. Preparação da visita do Painel de Avaliação
20.00-22.00: jantar /reunião com doutorandos e mestrandos (preparação reunião com poss´´ivel reunião com painel do NICPRI
II
Entrevista do Bastonário da Ordem dos Advogados: um breve olhar para um discurso corajoso.
Mas o melhor é esperar pelo andamento.
HAF
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20.00-22.00: jantar /reunião com doutorandos e mestrandos (preparação reunião com poss´´ivel reunião com painel do NICPRI
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Entrevista do Bastonário da Ordem dos Advogados: um breve olhar para um discurso corajoso.
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