I
09.30-12.30: Avaliações, planeamento do próximo semestre
13.30-16.30: Exploração de temas para futuras teses de mestrado em História Comparativa e Transnacional ( programação de visitas a alguns arquivos)
16.30-17.30: ADE
18.00-18.45: finalização da preparação da reunião dos doutorados do NICPRI/UÉvora para amanha á tarde (reunião final do grupo antes do CC do NICPRI e da Avaliação do Centro (U-Minho, 30 e 31 de Janeiro)
19.00-20.30: pesquisa do DN 1879-80.
II
“Grande Porto: Universidade reúne 100 figuras para repensar desenvolvimento da região”
«Porto, 27 Jan (Lusa) - Mais de 100 académicos, actores políticos e económicos vão procurar novas soluções para o desenvolvimento sustentável da região do Grande Porto, durante o encontro "Porto Cidade Região", anunciado para segunda e terça-feira no Palácio da Bolsa.
A Universidade do Porto (UP), promotora do evento, diz em comunicado, que "espera converter o saber de especialistas académicos, decisores políticos e agentes socioeconómicos em propostas de aplicação efectiva em cada uma das áreas temáticas eleitas".
As áreas escolhidas do encontro, que decorre este ano em terceira edição, são as do Ambiente, Energia e Sustentabilidade, Saúde, Educação/Formação, Mar, Conteúdos e Manufacturing.
Os cientistas Sobrinho Simões (Ipatimup), Alexandre Quintanilha (IBMC) ou o economista Daniel Bessa contam-se entre as figuras com presença confirmada no evento, segundo a UP.
A Universidade assegura também, entre outras, as presenças de Luís Portela (dos laboratórios Bial), Rui Moreira (Associação Comercial do Porto) ou Emídio Gomes (director executivo da Junta Metropolitana Porto). » [Lusa, 27 Jan. 2008]
III.
Entrou em vigor o novo Plano Director Municipal de Évora . Li as declarações do Senhor Presidente da Câmara - pessoa que muito prezo pela dedicação à causa pública e local - à propósito do acontecimento e resumo-as na velha expressão popular: ”agora é que é”. Acho que todos esperam que assim de facto seja numa cidade onde tudo se move sofridamente (não sei se também sofrivelmente). É verdade que acompanho modestamente a ritmo da cidade…mas acho que era possível ( e necessário) fazer muito mais entre a Universidade e as instituições culturais da cidade. O mais chocante é o caso da Biblioteca Pública. Por vezes ocorre-me que a cidade secundariza o facto de ter aqui instalada uma Universidade que recruta uma parte expressiva dos jovens que provenientes de outros locais , nela vivem uma parte expressiva do ano. A vida universitária necessita de cidade universitária-académica e essa dimensão parece faltar… É verdade que na prática, a Universidade também é recente…. pese embora o esforço de a enlaçar numa tradição que se perdeu algures no regaço do Pombal (tinha um processo de decisão similar ao de Salazar) e que o Liceu nas primeiras épocas do Estado Novo procurou recuperar , inventando…. Mas o esforço para preservar/recriar/reproduzir uma “tradição” (re-) inventada , e por vezes decretada, soçobra quase sempre…por ausência do “espírito”. Ficam uns rituais, uns mais disparatados do que outros, e pouco mais. Se queremos tradição – eu prefiro chamar-lhe cultura de instituição ou mais acertadamente “cultura académica” – temos que a criar agora para os vindouros. O resto, a experiência/memória do passado longínquo (pouco conhecido de facto), quase está limitada a uma retórica inóqua. É claro que a matéria parece desinteressante. O que conta é a ilusão do espetáculo…. Não se surpreendam se o ilusionista estiver enganado…
IV. A Democracia Representativa , o Poder Autárquico e a “3ª República”
No Público de hoje é fundamental ler a coluna do Cientista Politico André Freire, sobre a reforma do sistema eleitoral autárquico e do governo autárquico: “Uma brutal distorção da vontade popular”, traduzida num extraordinário bonus ao Centrão. Escreve A. Freire: “Exemplifiquemos com os resultados das últimas eleições em Lisboa: o PS, que teve apenas 29,49 por cento dos votos, passaria a ter [simulada a aplicação da nova lei] 61,5 por cento dos mandatos na CM, ou seja, teria um bónus maioritário de 32,01 %”. Nem mais. Depois surpreendem-se com alguns execessos verbais. A leitura do texto é indispensável.
V. O SCP e o FCP
Não sei se notaram mas o meu SCP ontem esteve muito bem: uma vitória clara, saborosamente leonina. Acho de grande humildade o comentário do treinador adversário: “resultado mentiroso”. Se eu bem eentendo treinador do FCP o que ele de facto quis dizer é que , atendendo ao “estado actual “ do SCP, sabia que não era possível perder por mais. Daqui a duas ou três jornadas talvez ….. Seja como for é reprovável porque não mediu o risco do efeito que considerações deste tipo podem ter no seu balneário ( ninguém gosta de ouvir: mereciamos ter perdido por mais!!!)
HAF
Editorial
Um amigo muito estimado tem uma “FlorBela” , a poetisa, sentada à janela do mundo. A peça é de Pedro Fazenda e hoje permite à poetisa, a partir da Quinta de Santa Rita, um olhar eterno sobre o lado este da cidade de Évora. Todavia ela nem sempre esteve ali. Conheci-a na cidade, no Pátio de S. Miguel , quase debruçada sobre o velho Colégio Espírito Santo (actual “centro” da Universidade de Évora) e com um horizonte que dos “coutos “ orientais da cidade se prolongava, nos dias verdadeiramente transparentes , até Évora-Monte . Mas as coisas da vida são como se fazem. Depois de um par de anos vendo o mundo a partir da cidade , e de mais alguns por outras andanças e paragens, Florbela sentou-se definitivamente para observar a cidade. E lá a encontrará nos anos vindouros quem a souber procurar. À janela, de onde a poetisa gostava de apreciar se não o Mundo, pelo menos o Mar (“Da Minha Janela”, 1923).
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)
À janela do mundo me coloco também para observar e comentar as múltiplas cidades que me interessam, os seus actores e instituições. Sem uma agenda definida. Pelo simples prazer de dar palavras a ideias quando tal me apetecer. Um exercício de liberdade e cidadania.
DiáriodeumaCatedraaJanela é um blog de autor, um espaço de opinião aberto a todas as dimensões que se inscrevem na minha identidade . A de um autor com experiência e memória de mais de meio século partilhadas entre África e Europa, Casado (há quase 30 anos), Pai (de três filhos), Livre Pensador, Cidadão (Português e Europeu) , Professor (Catedrático) e Historiador . O Diário passará por tudo isto, mas com o carácter de “conta-corrente”, só mesmo a vida académica, que no momento em que este editorial foi escrito de(le)itava-se em mais uma falsas férias.
Não me coloco ao abrigo de uma atalaia. Pretendo também ser observado, expondo o meu dia a dia profissional. É uma forma de ajudar a superar a miserável (manipulação da ) ignorância do “povo” e proporcionar a possibilidade de contrapôr experiências à retórica e oportunismo mediáticos de muitos observadores e políticos pouco criteriosos. Os cidadãos podem conhecer de perto o que nós (professores universitários com carreira universitária) fazemos pelo país, o modo como o fazemos e o que pensamos sobre o modo como podemos fazer ainda mais e melhor.
A começar a 1 de Setembro. Não por ser o dia dedicado pela Igreja Católica à bela “Santa Beatriz da Silva Menezes, Virgem “ (1490-c 1550). Não por constituir efeméride da invasão da Polónia pela Alemanha (1939), da Conferência de Belgrado (1961) ou da tomada do poder por Muammar al-Qaddafi (1969). Não também pelo comemorativo propósito dos dias do Caixeiro Viajante ou do Professor de Educação Física. Nem sequer por marcar o nascimento de António Lobo Antunes (1942), o autor das extraordinárias “D´este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra” (1971-1972) , cuja edição as filhas organizaram (2005) , ou de Allen Weinstein (1937), prestigiado historiador americano e actual “Archivist of the United States “. Nada disso. Também não é por corresponder ao 9802º dia da minha actividade como professor universitário, cujo início data de 30 de Outubro de 1980, quatro meses após a conclusão da licenciatura e uma disputa em concurso público limpinho. Apenas porque me fica mais em conta.
Vamos lá tentar fazer disto um mundo aberto.
Burgau, 15 de Agosto de 2007
Helder Adegar Fonseca (HAF)