24
de Fevereiro de 2013
I
Dossier Prof. Auxiliar
(ICS) : 23
II O País da Batota: os
«sem-currículo» e o baixo nível de institucionalização
No ramo , ninguém deveria
desconhecer que no seio das ciências
sociais nórdicas uma das características
peculiares (no contexto da «Europa» e das «sociedades modernas» dos países do «arco latino» ou da «Europa do sul»
é o seu baixo nível de institucionalização , o que, no essencial , significa a
existência ou de uma notório desfasamento entre as leis e as práticas
institucionais, ou de uma leis manhosas , ou seja, susceptíveis de múltiplas e
confusas interpretações, que exigem permanentes aclarações ou as tornam de
facto ineficientes. Em suma, o terreno
ideal (indispensável) para se movimentar o «país da batota».
Isto vem sempre a
propósito de qualquer coisa, porque todos os dias há uma coisa que a ela
podemos associar. Desta vez , temos duas
histórias.
A primeira é a história caricata do impedimento legal de mandatos
sucessivos ( dinossaurismo) nas câmaras
municipais. Aproximando-se novas eleições, lá para o outono, muito se escreveu
nas últimas semana sobre os a dança dos candidatos e dos putativos candidatos
legalmente impossibilitados: e é o caso do artista de Gaia que não pode
satisfazer a vontade de ser o maestro do Porto; do futebolista de Sintra que
não pode almejar (para já) mudar-se
para a região da Luz, etc., etc. e tudo isto porque, branco no preto (ou preto
no branco?), a lei dos mandatos - Lei n.º 46/2005, de 29 de Agosto - estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos
presidentes dos órgãos executivos das autarquias. Discussão completamente
inútil. Afinal a dita lei tem um erro de redação e aplica-se aos «presidentes
de câmara» e não aos «presidentes da Câmara». Ora, temos dos segundos, não
temos dos primeiros. Voilá, o país
dos «sem-currículo» no seu melhor.
A segunda vem do mundo
académico e suscita outra tipo de preocupação: a «des-autonomia» dos estudantes. Na UÉ, os «directores de curso» passaram a ter funções equivalentes
aos «directores de turma» do ensino não superior. A
voluntária débil institucionalização das Comissões de Curso, abre a via
a soluções do arco da velha.
III O «regresso» da Europa Alemã
Ulrich BECK
(2013) : A Europa Alemã. De Maquiavel a «Merkievel». Estratégias de Poder na Crise do
Euro. Lisboa, Edições 70 (edição Alemã . Das Deutsche Europa. Neue Machtlandschaften im Zeichen der Krise, SuhrKamp, 2012
Também pode começar por ler:
BECK Ulrich e GRANDE
Edgar (2010): "Varieties of second modernity: extra-European and European
experiences and perspectives" British
Journal of Sociology, V. 61-3, pp. 406-638.
HAF