Angola: Arquivos Históricos Privados que são públicos e Arquivos Históricos Públicos que são privados… e os falsos historiadores
Hoje foi um dia muito instrutivo. Às 8,30 da manhã dirigi-me à Associação TCHIWEKA , uma instituição privada que tem a seu cargo o Arquivo e Biblioteca de Lúcio Lara: não houve qualquer obstáculo à consulta imediata de documentos que tinha solicitado aceder em mensagem do dia anterior e de outros requeridos no momento e tudo com um atendimento com a maior cortesia. Algo similar ao que tem acontecido diariamente na Biblioteca Central Municipal do Governo Provincial de Luanda.
O caso muda de figura quando se trata do Arquivo histórico Nacional. Uma instituição sem inventário de fundos disponível e com acesso reservado a um limitado grupo de pessoas que escrevem sobre a história de Angola. Um atendimento “burocrático” (quer saber se existe o periódico Diário Popular, Ed. aérea, dois nºs de 1957? Fácil. Escreva uma carta a pedir autorização para consultar). E este mecanismo de autorização prévia (que admite o não) é uma regra geral? Obviamente que não se aplica aos “historiadores” do grupo (nacionais e estrangeiros).
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Não surpreende que a Historiografia académica realizada em Angola (admitindo que em rigor alguma exista) peque , em geral, por décadas de atraso (em termos de teoria e pragmática). Não surpreende também que, no 1º Colóquio Internacional da História do MPLA , previsto para 6 a 8 de Dezembro de 2011, entre os conferencistas escolhidos, não esteja incluído um único historiador profissional mas apenas “ilustres personalidades”, e que o acesso seja muito restrito (“apenas por convite” responderam a uma organização).
Isto tudo num só dia….mas outros virão que assim não será.
HAF