I
Leitura de memórias de tese (MHAA, ISCED Luanda)
II
Portugal e a Responsabilidade
Na coluna do Expresso desta semana (“Luta na Lama” ) ; Henrique Monteiro, a propósito da campanha eleitoral em curso, destaca uma particularidade que é muito portuguesa. Segundo o colunista, o PS /Socrates está a “tentar passar a ideia de que (os partidos, os líderes políticos, os portugueses) «são todos iguais” , tem “igual responsabilidade no estado a que chegamos”, etc. etc. Esta retórica – que há muito eu designo de “espírito de unidade colectiva de produção” - é uma marca que é muito vulgar em Portugal e em particular persistente em muitas instituições públicas como a Universidade de Évora. Tal retórica enraizou-se de forma profunda últimos quinze anos da Universidade de Évora, desde o topo a muitos dos seus departamentos, cujos dirigentes, sem linhas de orientação objectivadas, isto é sem plano estratégico nem plano de acção, governaram/dirigiram à vista, rodeados de clientelas fieis e seguras. E apesar dos sucessivos disparates que protagonizaram, sempre com um espírito muito reformista-obreirista, permanecem e, em alguns casos até são promovidos, ao comando da instituição sempre isentos de prestar contas pelos resultados alcançados. A ideia é a de que ninguém está melhor colocado de que os autores dos disparates para corrigir os disparates que eles próprios cometeram por responsabilidade colectiva. Os outros não tem “ideias razoáveis” (Henrique Monteiro) e, preferentemente, cola-se-lhes o rótulo de radicais e são miseravelmente diabolizados.
Tal conduta é bem sucedida mas tem o resultado que hoje conhecemos. Desta crise deveriam manuais de conduta em instituições públicas que acabassem com estas práticas e forçassem os dirigentes (todos , os de topo e intermédios) a um procedimento de «accountability» [“the obligation to bear the consequences for failure to perform as expected”, R. Hall] sério. Mais uma vez percebo os finlandeses: culturalmente dão-se mal com a ausência do sentido de responsabilidade

Há trinta anos atrás, por despacho do Reitor da Universidade de Évora, o Departamento de História e Literatura ficou dividido em dois, sendo um deles o Departamento de História e Arqueologia. Um processo de autonomização que se começou a desenhar com a criação da Licenciatura em Ensino de História, em Outubro de 1980.
HAF